quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A bolsa Chanel que eu não comprei

A Malásia é um país barato. Restaurantes, supermercados e farmácias vendem produtos bons e em conta. Existem marcas de luxo e shoppings caríssimos, é verdade, mas o custo de vida do dia a dia é mais baixo do que o do Brasil.

E, talvez por ser tão próximo à China (desculpa aí, China!), na Malásia tem muita mercadoria falsificada. Feiras imensas, organizadas, à luz do dia, vendem óculos Ray Ban, relógios Rolex e bolsas Prada de procedência desconhecida.

Eu não sou fã de falsificações. Uma coisa é a fábrica "se inspirar" num design bacana e fazer uns produtos parecidos, tipo uma bolsa Prado. (Não vou discutir aqui a questão da criatividade e da mania que muitas marcas brasileiras caras têm de "se inspirar" totalmente em designs estrangeiros, mas sem dar o crédito e mantendo os preços altos, embora economizem muitíssimo por não investir em criação, só em copiação.) Outra coisa são os produtos contrafeitos, que querem se passar pelo que não são, e geralmente estão ligados ao crime organizado e à exploração trabalhista.

Fomos passear em Chinatown de Kuala Lumpur. Nas barracas, de enguias a sapos, de ímãs a bolsas Louis Vuitton.


Só que nada tinha preço. Eu fiquei curiosíssima pra saber quanto os troços custavam. Eu explico: há uns anos, ambicionei seriamente uma bolsa Chanel 2.55. Após alguma reflexão, desisti da aquisição porque 1) custa uns milhares de dólares, 2) é uma bolsa de gente rica, e eu não sou rica. Só de amor. Hoje, então, que estou me concentrando naquilo que realmente é importante, itens de grife não me seduzem mesmo.

Aí parei em uma barraquinha, expliquei para o vendedor que era só curiosidade minha, e perguntei o preço da Chanel 2.55. Ele tirou a bolsa do estande e foi me mostrar. Acho que era até bem feitinha, com vários detalhes internos, mas o material era plástico, não pelica, óbvio. E custava 110 myr, o que é menos de 40 euros. A bolsa original deve custar umas 40 vezes mais.

Agradeci e dei um passo para ir embora. Ele disse que fazia por 90. Agradeci de novo e fui saindo. Ele gritou que fazia por 60. 15 euros, gente! 40 e poucos reais!

Quer saber? Não fiquei nem um pouquinho tentada. Se já acho exibir marca um negócio meio cafona, imagina exibir marca sem ter a qualidade correspondente por trás. É tudo do que o minimalismo quer se livrar: se preocupar demais com a aparência, comprar produto de baixa qualidade, consumir para impressionar os outros.

O vendedor ficou falando sozinho.

PS: este não é um post "olhem como sou superior". Sabem o reloginho que eu comprei por 4 euros? Escolhi porque eu não conhecia a marca, então achei que fosse tipo a bolsa Prado ou os óculos Rei Ben. Pois bem: é uma tal de Ice, e ontem descobri na internet essa marca existe e é até bem conhecida. Pelo preço, obviamente é uma falsificação. Sou boba igual todo mundo.

Mas o Leo disse para eu não me preocupar. Ele acha que o relógio mal vai durar até o fim da viagem.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Desapegando de mágoas do passado

Em um post anterior, recebi um comentário da Karina que dizia assim:

"Mas pense que sentimentos negativos são excessos desnecessários. Minimalizar a vida também é minimizar os efeitos colaterais ruins, quando possível. :)"

E eu fiquei pensando naquilo...

Em tempos de redes sociais e tecnologias de comunicação, a gente mantém e acumula muitos contatos. Alguns são apenas desnecessários, e imagino que até possam ficar lá guardados para caso possam ser úteis no futuro (network e tal). Mas outros são também negativos. E desses eu estou aprendendo a desapegar.

Aquela amiga da adolescência que fez uma sacanagem com você, ou aquele colega do qual você se afastou porque te jogava para baixo, ou aquele ex namorado, ou aquele cara do trabalho que falava mal de você... Por que a gente mantém essas pessoas no nosso twitter, no facebook, na nossa convivência? Para que diabos a gente quer saber o que essas pessoas estão fazendo da vida delas? Por que a gente encontra essas pessoas na rua, finge se importar com elas e fala de combinar de sair um dia desses?

Ficar vendo mensagens e fotos dessas pessoas não só ocupava um tempo precioso da minha vida, como trazia várias dessas mágoas e ressentimentos de volta. A vida é muito curta pra isso.

Então fui selecionando as pessoas. Das redes sociais e também da convivência. Se eu vejo na rua, cumprimento de longe e passo andando.


Não é questão de brigar com ninguém, nem de querer mal para essas pessoas, mas sim de seguir a vida e ser mais livre, leve e feliz. Cada um no seu caminho.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

À venda na Malásia: oportunidades

Uma das coisas que precisei mudar quando aderi ao minimalismo foi a minha mania de aproveitar "oportunidades". Isto é, comprar o que eu não precisava só porque o preço estava tão bom.

Mas de vez em quando surgem oportunidades verdadeiras, né?  Mesmo eu, que ando desligada dessas coisas, fiquei sabendo da febre dos BB Creams, que são protetor solar + hidratante + um monte de coisas. Como eu sou preguiçosa (minha maior indignação com os produtos de beleza - além do preço - era que não bastava comprá-los: você tinha que, afe, aplicá-los) e de fato preciso usar protetor solar, achei que era uma boa maneira de me animar.

Em uma farmácia em Kuala Lumpur, achei, bem em conta, um BB Cream japonês legítimo. E, na época em que eu lia blogs de cosméticos, via os produtos japoneses serem muito elogiados. Então, por 12 euros, comprei um BB Cream que é protetor solar fator 50, hidratante, anti-oxidante, matificante, uniformiza a pele e faz mais outros 5 coisinhas (são 10 no total).


Acho que foi uma oportunidade de verdade. A Malásia é bem barata. Agora estamos em Singapura e tudo custa 3 vezes mais caro.


Outras duas compras necessárias e feitas na Kuala Lumpur de ótimos preços: uma bolsa de viagem, porque a nossa estava rasgando após muitos anos de serviço, por 6 euros; e um reloginho para substituir o meu, que pifou nas termas de Baden-Baden, por 4.

O reloginho joguei na lata de lixo nas termas mesmo, e a bolsa de viagem avariada teve o mesmo destino assim que transferimos o conteúdo dela pra nova. (Ao contrário de certas pessoas, que compram malas novas e guardam as antigas sem rodinhas, né, mãe?)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Desapegando de CDs e DVDs de dados

Como contei no meu último post, esse fim de semana resolvi organizar meus CDs e DVDs de dados.

Foi ótimo. Achei CDs de música e DVDs de filme que eu achava que tinha perdido, mas que só estavam na capinha errada. E percebi que tinha muita coisa ali no meio que eu podia jogar fora, como o seguinte:

1. Instalador de programa. Hoje você acha todos na internet, na versão mais atualizada. Guardar o CD é bobeira (a não ser em caso de programa com serial number e tal).

2. Filmes que eu gravei. Antigamente eu gravava os filmes que eu baixava em DVDs pra ver na TV (usando o DVD player), mas hoje em dia eu ligo o HD externo direto na TV. Então passei todos os filmes que eu queria guardar para o HD externo e joguei os CDs fora. Além disso, joguei vários filmes que eu nunca vou rever fora.

3. CDs que eu gravei. Passei tudo que estava neles para o computador. Joguei um tanto de arquivos fora. O que eu quis guardar, organizei e deixei no computador mesmo (antigamente não cabia). Para backup, gravei em DVDs (cabe bem mais em um só do que CD). De 32 CDs, fiquei com 7 DVDs.

4. Capas. Tinha várias. Como fica muito mais fácil de lidar, de achar e de guardar usando o organizador, joguei um tanto fora e guardei só o CD/DVD.


Isso tudo deu um certo trabalho, mas ganhei muito espaço, encontrei coisa legais e ainda ficou bem mais fácil achar o que eu preciso a partir de agora. Valeu a pena.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Como me livrei da escravidão das unhas feitas

Em uma fase da minha vida, ter as unhas feitas era sinal de sucesso e beleza. Eu tinha pouca paciência com salão de beleza, e sempre tiravam um bife da minha cutícula, mas eu achava bonito e importante.

Isso não quer dizer que eu fazia questão de ter as unhas perfeitamente esmaltadas o tempo todo, mas sentia obrigação de passar pela manicure antes de uma festa ou de uma viagem.

Foi que eu comecei a achar que eu estava entrando em uma furada. Fazer as unhas antes de viajar significava que, na véspera da partida, quando eu podia estar fechando a mala/me despedindo dos amigos/descansando, eu tinha de bater ponto no salão. Significava também que eu tinha de levar comigo acetona, algodão, lixa e esmalte para retoques. E que eu tinha muitas oportunidades de ficar brava quebrando a unha ao tirar a mala da esteira ou abrindo um pacote mais teimoso.

Aí larguei, junto com outras vaidades. Passei a cortar curtinho, umas duas vezes na semana, e só. Chato foi deixar as cutículas voltarem ao normal, porque elas cresciam soltas da superfície da unha. Mas fui passando hidratante e, hoje, elas são bem discretas.

E limpíssimas. Eu já ouvi mulheres comentando que unha feita é questão de limpeza ou higiene, e vou discordar. Todo dermatologista recomenda que a cutícula não seja cortada, porque ela funciona como proteção. E embaixo de unhas longas tem lugar pra sujeirinhas se acumularem, né não?

Não estou dizendo que pessoas que fazem as unhas não são limpinhas, tá? Só estou dizendo que quem não faz não é sujinha. Muito antes pelo contrário.

Vou pegar um voo amanhã. Se eu me preocupasse com as unhas, não aqui estaria escrevendo este post.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Organizando CDs e DVDs de dados

A prateleira selecionada para arrumação da vez foi a de CDs/DVDs de dados. Na verdade, estava mais para um bando de capinhas amontoadas com sabe-se lá que CDs/DVDs dentro. Hora de arrumar.

Para começar a arrumação, me aproveitei de um apetrecho ótimo que ganhei do namorado um tempo atrás e que estava subutilizado. Vejam aí na foto. É um organizador onde cabem 80 CDs.

Esse organizador é legal porque ele ocupa pouco espaço. É numerado, então você coloca os CDs nos espaços e depois, para achar, é só ir pelo número. Para anotar o que tem dentro de cada número, ele vem com uma folha em baixo.

Mas como a tecnologia está aí para nos ajudar, usei um programinha para isso, também dica do namorado: o Blue Mirror DVD/CD Indexer. Ele funciona assim:

1. você coloca um CD ou DVD no computador;
2. clica em um botão do programa, ele então vai registrar o nome de todos arquivos e pastas que têm no CD/DVD.
3. você salva, dá um nome para o CD/DVD e insere palavras-chave para facilitar na busca.

Para unir a organização desse programa com a do organizador físico, eu nomeio cada CD colocando, antes do título dele, o número correspondente no organizador. Assim, quando eu preciso de um arquivo específico, procuro no programa, que me dá o número do CD/DVD, então vou lá no organizador e pronto. Mágico! 

Do jeito antigo, quando eu precisava de um arquivo, tinha que abrir uma por uma das caixinhas até achar o CD que eu queria. Isso ainda tentando adivinhar se o arquivo estava ali mesmo pelo que estava escrito no CD.

Durante a organização, também joguei coisa fora e remanejei outras, mas isso é tema para o próximo post.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O que o minimalismo NÃO é: passar frio

Estou viajando. Nos dez primeiros dias, peguei um friozinho bom, que não baixou dos 7 graus - e que esteve, na maior parte do tempo, acima dos 10. Meu sobretudo e minha roupa de baixo térmica deram conta.

Aí vim para em Frankfurt, onde o tempo tem variado de 4 a -2. Na quinta-feira, peguei - 4 em Heildeberg.

Isso quer dizer que tenho sentido muito frio desde que cheguei, há uma semana. Simplesmente porque  me recusei a comprar roupas mais quentes, com os argumentos de que não quero aumentar minhas posses, de que o período na Alemanha está acabando, de que não vai caber na mala, de que eu já tenho um casaco. E, claro, de que custa caro.

O Leo disse: "Você vai morrer congelada com seu dinheirinho na mão." Eu ri. Depois fiquei pensando que ele tinha feito piada, mas que o assunto era sério. Casacos bons são caros, é verdade, mas não é como se eu não tivesse grana suficiente para comprar. Está fazendo um frio danado por aqui e eu tenho ficado gelada toda vez que saio na rua. Um casaco comprido e quente não seria vaidade ou vontade de trocar o modelito, mas necessidade.

Aí tirei o escorpião do bolso (ele estava geladinho, coitado) e fui comprar o tal agasalho. Gastei mais do que eu queria (porque eu não queria gastar nada, né?), mas acho que fiz um bom negócio. Encontrei um casaco preto, longo, com capuz, recheado de peninhas de ganso, com desconto de 33%. Comprei e saí toda saltitante e quentinha da loja.

Moral da história: ser minimalista não é desculpa para deixar o pão-durismo comer solto. Ser minimalista é ter só o que você precisa - e se você pega outonos que vão de 18 a 8 graus centígrados e invernos que vão de 6 a - 6, você provavelmente precisa de casacos diferentes - principalmente se você é como eu, friorenta pra burro.

Ao lado, eu e meu casaco novo. Observem o sorriso de uma pessoa finalmente aquecida.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A melhor dica de organização

Sou vidrada em organização. Aqui no blog, eu e a Lud já demos várias dicas. Adoro! Acho que simplifica muito a vida. Mas, pensando em todo o esforço que já fiz pra me organizar, e como isso tem mudado ultimamente, cheguei à melhor dica de organização de todos os tempos:

Tenha poucas coisas.

Quando você tem pouca coisa, organizá-las fica super fácil e rápido. Você não precisa fazer milagre com espaços e nem inventar mil maneiras de categorizar e guardar em caixas e armários.

Limpar fica fácil, achar fica fácil, arrumar fica fácil. Aí me sobra mais tempo e energia para aproveitar a vida.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Desapego pelo caminho

(Desculpem os assentos aleatorios!)

Antes de me tornar minimalista, eu era muito apegada aos objetos. De repente eh porque, quando criança  eu tinha de dividir tudo com minha irma mais velha; de repente eh porque eu sempre achava que um dia ia precisar. Em suma, para mim era muito difícil me desfazer das coisas.

Resolvi aderir ao minimalismo porque achei que fazia sentido. E faz, gente, como faz. Bobagem ficar guardando tudo - principalmente se você esta viajando. Se voce guarda tudo, sua mala fica muito pesada, sua viagem fica mais lenta, tudo fica mais dificil.

Eu tenho um relógio digital muito pratico: tem alarme, cronometro, fusos horários diferentes. Ontem, ele pifou - acho que, na troca de bateria, ele não foi bem selado e deixou de ser a prova d'água.

No passado, eu guardaria na mala e o carregaria comigo por meses, mesmo sem ter esperança de poder recupera-lo. Dessa vez, tirei do pulso e deixei para trás  Se não tivesse feito isso, ia ficar me lembrando dele toda vez que abrisse a mala, e ficando triste porque ele tinha estragado, e pensando que eu devia tomar alguma providencia, e...

Em vez disso, encerrei o capitulo. Se eu precisar, compro outro relogio. Por enquanto, nao estou precisando. Nem de um relogio novo, e muito menos de um que nao funciona!

Talvez chegue um momento em que eu consiga avaliar de maneira objetiva o que deve ser mantido e o que deve ser descartado. Ate esse momento chegar, eu, que estou na estrada, nao penso muito nao: dou fim e pronto.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Em que devo investir?

Quando eu falo que invisto meu dinheiro, as pessoas sempre me pedem dicas, e eu sempre falo que depende. Vou tentar explicar aqui por quê.

Para você decidir como e no que vai investir (renda fixa, ações, imóveis etc.), você precisa primeiro ter clareza, e buscar assim a melhor solução, sobre o seguinte:

1. Seu objetivo financeiro

Pode ser qualquer um. Não tem resposta certa. Pode ser conquistar a independência financeira (que é o meu), parar de trabalhar e ir passar um ano pela Europa (o da Lud), comprar um apartamento ou um carro, fazer uma viagem, garantir a aposentadoria ou até mesmo ter certeza de que seu dinheirinho excedente não seja comido pela inflação.

Seu objetivo vai definir quanto tempo seu dinheiro vai ficar investido e isso vai afetar sua escolha. Por exemplo, se for menos de 2 anos, o CDB pode não ser uma boa, pois neste caso incide imposto de renda.

Se você tiver um prazo pouco flexível, pode não ser uma boa investimentos de baixa liquidez, isto é, que são demorados de vender, como um imóvel, por exemplo. Da mesma maneira, pode não ser bom comprar ações, pois o mercado oscila muito e pode ser que, na época que você vai precisar vender, as ações estejam em baixa, e você não vai poder esperar elas voltarem a valorizar, logo vai ter prejuízo.


2. Quanto dinheiro você tem, suas receitas e despesas


Isso vai definir o tanto que você pode investir e o tanto que pode arriscar. Na verdade, é isso que vai definir o seu perfil como investidor, e não se seu psicológico é conservador ou arrojado.


Por exemplo, se você tem 50 mil guardados, tem um salário de 4 mil e gasta mil por mês, você pode arriscar mais com seu dinheiro. Então seu perfil é arrojado. Se você tem as mesmas condições, mas gasta 3,5 mil reais por mês, seu perfil é mais conservador.

E ser arrojado não quer dizer que você vai perder dinheiro. Como diz meu namorado, ninguém quer perder dinheiro. Nem o Eike Batista, nem o Bill Gates. Ser arrojado é poder não se desesperar se a bolsa cair. E poder esperar ela voltar a subir, por exemplo.


3. O mercado

Leia, pesquise, estude. Escute tudo que todo mundo te falar, mas não acredite em nada. Pode parecer brincadeira, mas não é. Os conselhos do seu gerente do banco, do seu tio que ficou rico com imóveis, da sua prima que ganhou uma bolada com ações, do seu colega que fez um curso sobre a bolsa... Todos eles são impregnados de emoções e das crenças das pessoas. Nem sempre são verdade, e às vezes só foi verdade em um contexto muito específico.

Tome suas decisões se baseando em fatos e dados. Faça simulações com as taxas da poupança e do CDB. Leia o balanço e diversas análises das empresas das quais pretende comprar ações. Veja se a Selic está alta, se os imóveis estão com preços bom...

Estude, pesquise e se jogue. É divertido e muito útil (você ganha dinheiros!). E não é tão difícil quanto parece.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Amores simples

Quando eu era adolescente, achava que bom, bom mesmo, eram aqueles relacionamentos amorosos dramáticos, cheios de obstáculos, no qual os amantes arrancavam os cabelos, lutavam contra tudo e contra todos, brigavam e voltavam. Emoção! Drama! Lágrimas!

Hoje, sendo eu mais esperta, acho que bom, bom mesmo, é um amor tranquilo e seguro, um parceiro que te apoia, um sentimento lindo e constante. Os altos e baixos são ótimos para livros e filmes, não para a (minha) vida.

Acho que isso funciona para outros relacionamentos também. Às vezes, a gente se envolve com pessoas complicadas e dramáticas, e isso é bom... até começar a ficar ruim. Sabe aqueles amigos inconstantes, que uma hora estão bem, outra estão mal? Que te procuram uns dias, e depois somem por semanas? Que só querem conversar quando estão muito mal, ou muito bem?

Ninguém te obriga a continuar amiga(o) deles. Sério.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Estratégias de controle financeiro

Como eu falei no último post, eu faço meu controle financeiro no Minhas Economias. Até o meio do ano passado, eu fazia no Excel, mas usava os mesmo princípios.

No último post, a Elisa me perguntou nos comentários como eu resolvi algumas questões de registro. No começo, eu passei por muitos perrengues até acertar. Mas hoje a coisa flui lindamente. Então vou dividir aqui com vocês o que eu fui aprendendo.

Para começar o controle, é preciso criar as contas. As contas representam de onde o dinheiro está saindo ou onde está entrando. Por exemplo: Conta Corrente, Poupança, Dinheiro em Espécie etc. Aí você tem que falar quanto tem em cada conta inicialmente, para que os lançamentos sejam debitados ou somados deste valor.

Depois, você cria as categorias. Enquanto as contas dizem de onde sai o dinheiro, as categorias dizem com o que você gastou ou como você ganhou aquele dinheiro. Exemplos de categorias: supermercado, vestuário, salão, remédios, telefone, aluguel, salário, rendimento da poupança etc.

Além disso, cada lançamento tem uma data, uma descrição e um valor. Você deve ainda informar se aquilo é uma despesa (sai dinheiro de uma conta, logo é negativo), uma receita (entra dinheiro em uma conta, é positivo) ou transferência (sai dinheiro de uma conta e entra em outra).

Então, para lidar com o cartão de crédito, eu fiz o seguinte: eu criei uma conta "Cartão Visa". Tudo que eu gasto no cartão, eu lanço como despesa nessa conta, mesmo que eu ainda não tenha efetivamente desembolsado esse valor (isso se chama regime de competência). Então eu sempre vou olhar lá no resumo das contas e a "Cartão Visa" vai estar negativa. Quando eu vou pagar a fatura do cartão, eu faço uma transferência da conta "Conta Corrente" (de onde está saindo o dinheiro pra pagar a fatura) para a conta "Cartão Visa". Dessa maneira, eu consigo saber sempre quanto eu realmente tenho disponível.

Já as despesas no débito, lanço diretamente na conta "Conta Corrente", já que o dinheiro é debitado de lá imediatamente.

Para lidar com dinheiro sacado, eu só transfiro da conta "Conta Corrente" para a conta "Dinheiro em Espécie". O que eu gastar em dinheiro, eu lanço em "Dinheiro em Espécie". Assim, eu sempre sei quanto eu tenho em cada uma das minhas contas. Lindo, não?

Para lidar com dinheiro que empresto ou que pego emprestado, eu criei uma categoria (não conta, que dá problema) chamada "Empréstimo". Quando eu empresto dinheiro para alguém, lanço como despesa nessa categoria. Quando a pessoa me paga, lanço como receita. E vice-versa.

Para lidar com investimentos, eu crio uma conta para cada um deles (Poupança, CDB, Ações BBAS3 etc.). Quando eu compro ações do Banco do Brasil, por exemplo, faço uma transferência da "Conta Corrente" para a conta "Ações BBAS3". No fim de cada mês, eu vejo quanto meu investimento rendeu naquele mês (eu que escolhi fazer uma vez por mês, mas vai de cada um) e registro na conta respectiva como receita.

Como este post já está enorme, fico por aqui. Se tiverem mais dúvidas, ficarei feliz em ajudar. Podem perguntar :)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Como NÃO converter as pessoas ao minimalismo

1) Assuma um ar de permanente superioridade.

2) Ao visitar os outros, arrume gavetas e armários, jogando fora metade do conteúdo. Diga que não precisam agradecer.

3) Sempre que o assunto for custo de vida, informe a audiência de sua capacidade de sobreviver com pouquíssimo dinheiro. Insinue que quem gasta mais que você não tem controle financeiro.

4) Se alguém elogiar qualquer objeto seu, diga que custou baratíssimo, mesmo que não seja verdade.

5) Venda tudo que você tem. Pegue emprestado dos outros. Não devolva.

6) Na época do Natal, tente proibir toda e qualquer troca de presentes. Inclusive - e principalmente - para as crianças.

7) Ao contar que alguém comprou um imóvel ou um carro, lamente a falta de sorte do sujeito.

8) Toda vez que perceber que alguém está usando uma roupa/sapato/eletrônico novo, faça um ar desaprovador.

Usando as dicas acima, em pouco tempo sua família, amigos e conhecidos estarão detestando o minimalismo.

E provavelmente te detestando também.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Digitalizando papéis

Aproveitei a inesperada semana extra de recesso que meu trabalho me deu para organizar umas coisas no meu quarto.

É impressionante. Eu devo limpar meus papéis mais ou menos de dois em dois meses, e mesmo assim cada vez eu acabo com uma sacola cheia de papel pra jogar no lixo. Para mudar isso, e assim agilizar as manutenções da minha gaveta de papéis, resolvi começar com um princípio básico:

Digitalizar tudo que é possível.

1. Comprovantes de compra.
Eu já controlo todos os meus gastos via sistema (uso o www.minhaseconomias.com.br, e exporto para o Excel para fazer tratamentos). Jogo fora todos os comprovantes de compras assim que os registro no sistema.

2. Fatura do cartão de crédito. 
Eu guardava todas em uma pasta, mais aí me toquei que posso gerar a versão digital delas diretamente do site do banco. Agora guardo o arquivo digital da fatura juntamente com o comprovante (digital também, pois pago pelo internet banking). Para o futuro, marquei a opção no site do banco de não me mandar mais a fatura em papel, só digital. Muito mais prático, ecológico e minimalista.

3. Documentos.
Eu tenho uma versão digital de todos os meus documentos. Não que agora eu vá jogar fora os originais, mas a praticidade da coisa é que, quando eu precisar de uma cópia, é só imprimir a versão digital, onde quer que eu esteja (salvei as cópias nos rascunhos do meu e-mail).

4. Anotações.
Tenho, aos poucos, digitado todas as minhas anotações em papel no computador. Para isso, estou usando o evernote. É prático porque eu posso acessar de qualquer lugar. E é legal rever todas as anotações que eu tinha em cadernos e bloquinhos. É bom inclusive pra eu ver se realmente quero guardar aquilo. Como tinha muita coisa escrita, vou fazendo isso aos poucos, senão eu enlouqueço.


Por enquanto, é só. O assunto papéis ainda rende um pouco. É preciso desapegar, jogar coisa fora, e manter organizado o que for manter (por razões legais e burocráticas). Depois falamos mais sobre isso.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Na Europa, sem comprar

Estamos em Lisboa, e é época de liquidações. Vamos aproveitar para comprar uma máquina fotográfica de 99 euros, porque a nossa pifou, e uns equipamentos para o Sudeste Asiático (chapéu, capa de chuva). Mas, fora isso, a gente passa na frente das vitrines de roupas e eletrônicos, acha bonito, acha os preços bons, e segue em frente.

Faz tanto tempo que a gente não compra que parece que perdemos o hábito. Na sexta-feira demos uma passadinha no Armazéns do Chiado, um shopping bonitão que tem aqui perto do apê onde estamos ficando.

foto: www.armazensdochiado.com
Nos divertimos indo a um monte de lojas legais e coloridas, sem ambicionar nada. Acho que o fato de estarmos sem casa contribui: não temos onde guardar coisas! (Ok, confesso: lancei uns olhares furtivos para uns livros em papel e acariciei uns caderninhos, mas não passou disso.) 

O engraçado é que lojas que antes eu adorava não me dão mais emoção. Passeei pela Sephora sentindo o perfuminho gostoso (acho que eles usam o mesmo aroma em todos os estabelecimentos) e sinceramente não senti a menor vontade aquisitiva. 

Mas fiquei curiosa ao ver, logo na entrada da loja, aquele estojo de maquiagem gigante da marca em promoção. Era 39,90 euros (107 reais), e agora é 24,90 (67 reais). 

Não resisti: tirei foto para comparar com a Sephora Brasil. Chegando em casa, chequei o site nacional e caí pra trás: 250 reais! Mais que o dobro do preço! 
(Não me venham justificar a diferença com a desculpa da carga tributária brasileira, porque os impostos na Europa também são altos. Acho que preços extorsivos no Brasil são, muitas vezes, responsabilidade dos empresários gananciosos... e dos consumidores ingênuos, que pagam qualquer valor sem questionar. Se os produtos da Sephora no Brasil encalhassem, os preços cairiam, não tenho dúvida.)

Nem a sensação de "oportunidade" me fez querer tirar o escorpião, opa, o cartão do bolso.  Sabe o que é melhor que economizar 143 reais (a diferença de preços entre o estojo no Brasil e em Portugal)? Deixar de gastar 67!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A minha independência financeira

Desde que eu desisti de comprar um apartamento e resolvi investir o dinheiro, comecei a me educar financeiramente, e tem sido ótimo. Leio livros, acompanho blogs, registro e analiso minhas finanças.

Vou comentar aqui a respeito da chamada independência financeira.

É quase um consenso que ser independente financeiramente, no contexto dos investimentos, é ter um rendimento mensal do seu dinheiro aplicado (na poupança, em ações, em imóveis, no tesouro direto, tudo junto...) capaz de arcar com todas as suas despesas e ainda manter seu poder de compra.

Manter o poder de compra quer dizer que só é considerado rendimento mesmo o que estiver acima da inflação, porque caso contrário é correção. Por mais que você tenha 1000 reais em um mês e 1100 no próximo, se você for capaz de comprar as mesmas coisas que comprava com 1000 agora por 1100, você não ganhou nada.

Então... Tudo isso pra dizer que, no mundo dos investimentos, o pessoal discute qual seria o número mágico da independência financeira. E eu me sinto muito por fora nessas discussões.

Eles querem investir para não trabalhar mais. E colocam o ideal de rendimento mensal como algo por volta de 10 mil reais.

Primeiro, que eu não queria deixar de trabalhar. Eu gosto de trabalhar, mas eu quero poder trabalhar menos (6 horas por dia, ou 4 dias por semana, talvez). Quero também poder sair de um eventual emprego desagradável e ficar um tempo tranquila procurando um que eu queira, e não ter que aceitar o que aparecer.

Segundo, se eu já tiver um apartamento mobiliado e bem localizado, eu acho que não preciso de 10 mil reais por mês. Se eu conseguir manter o apartamento, praticar meus esportes, sair ocasionalmente, viajar uma ou duas vezes por ano e manter meus gastos com saúde e alimentação, para mim está lindo. Algo que mudaria esse panorama seria ter filhos, o que não está nos meus planos.

Claro que ter mais do que isso seria ótimo, mas aí vai ser questão mesmo de pesar o que eu vou precisar fazer pra conseguir esse dinheiro a mais, e ver se vale a pena.

Então é isso. Ao contrário da maioria do pessoal dos blogs, minha independência financeira é fácil de alcançar. É aquela que me dá liberdade. Em pouco tempo, creio que eu chego lá.

PS: Recomendo fortemente este post aqui sobre o assunto: 
http://queroficarrico.com/blog/2011/01/25/o-que-e-ser-rico-para-voce/. Esse blog todo, na minha opinião, é muito bom.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Lições de morar em 25 metros quadrados

No dia 21 de dezembro, completamos seis meses no quarto-e-sala. Foi uma experiência ótima, e aprendi algumas coisinhas sobre viver em espaços pequenos. Lá vai:

1) Escolha é tudo. Se eu tivesse sido obrigada a me mudar para o apê minúsculo, talvez ficasse emburrada. Mas como foi uma opção, foi fácil focar no lado positivo e achar a nova casa bacaninha.

2) Espaço não é igual a conforto. Móveis confortáveis são iguais a conforto. No futuro, se eu montar casa, vou preferir uma metragem pequena, mais fácil de preencher com peças legais, a muitos metros quadrados,  que custariam uma fortuna para mobiliar.

4) Alguns truques populares para lares pequenos não funcionam muito bem na prática, parte I. Chão branco: suja só de olhar, e dá um certo desconforto visual (os decoradores concordam: é melhor quando o piso é mais escuro - ainda que um pouquinho só - do que as paredes).

4) Alguns truques populares para lares pequenos não funcionam muito bem na prática, parte II.
Derrubar paredes: quando você não mora sozinha, ter pelo menos um ambiente isolado (como o quarto)   funciona melhor do que um grande espaço sem divisões. Aí um pessoa pode dormir ou ler estudar enquanto a outra vê tevê ou escuta música.

5) A casa é minúscula, mas dá para decorar, sim. Em vez de objetos tridimensionais, como enfeites e bibelôs, que ocupam espaço, o truque manha é usar as paredes e fazer a festa com adesivos, gravuras, quadros e papeis de parede.

6) Móveis empilháveis são ótimos: quando não estão em uso, ocupam pouco espaço. A gente tem três mesinhas que ficam uma debaixo da outra. Se recebêssemos muitas visitas, eu também teria tamboretes ou cadeiras empilháveis.

E, por fim, talvez a mais valiosa das lições:

Sofá-cama é invenção do capeta. Até hoje não experimentei um que desempenhasse dignamente ambas as funções. Tenha dó de suas visitas: compre um sofá real e guarde um colchão de verdade debaixo da cama. Elas agradecerão, juro.

Nosso pequeno lar: praticamente uma peça do Banco Imobiliário

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Usando tudo o que se tem

Vou começar 2013 com um post otimista e positivo.

Uma das vantagens do minimalismo é que, tendo pouco, você usa todo esse pouco.

Quantas vezes você não foi arrumar uma gaveta e achou lá dentro uma roupa ou um objeto que nem lembrava mais que tinha, mas que era legal e poderia estar sendo usado? Quem é minimalista não passa por isso.

Eu sei tudo que eu tenho dentro do meu armário.

Sendo minimalista, eu estou todo dia com minhas melhores roupas, já que são as únicas que eu tenho. Não caio naquela tentação de usar uma roupa feiosa ou desconfortável só porque está ali.

Isso não quer dizer que eu vá na padaria de roupa de marca, mas sim que eu vou com uma roupa que eu goste, que não aperte e nem sobre, e que combine com o momento.

Estou usando sempre os melhores cosméticos (sabonetes cheirosinhos e ativadores de cachos bons), comendo as coisas mais gostosas, usando os melhores sapatos, bebendo vinho nas taças de cristal, e me sentindo sempre bem.

E isso gastando menos dinheiro, espaço e tempo do que a maioria das pessoas, que acumula objetos.

Recomendo.