segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Na fila de espera, sem celular

Semana passada tive um probleminha que me fez ter que ir a uma clínica médica (está tudo bem, depois explico melhor). Como eu fui sem programar com antecedência, não tinha nem um livro pra ler enquanto esperava minha vez, e estava sem celular.

Fiquei mais de duas horas esperando, sentada, sem ter nada para me distrair. O pessoal todo ao meu redor mexendo em seus celulares, e eu olhando para a parede. 

Confesso que foi difícil não surtar. A gente não está acostumado a ficar sem fazer nada, não é? Eu ficava contando quantas pessoas tinham na minha frente, imaginando o tempo que ia demorar, olhando no relógio e calculando o tempo médio de atendimento a cada pessoa, fazendo listas mentais de compras que eu tinha que fazer, fui beber água uma série de vezes para passar o tempo e até lista de resoluções para 2015 eu fiz.  

A verdade é que a gente vive em uma correria sem fim, a mente à mil o tempo todo, e é muito difícil "desligar" essa pressa e relaxar. Temos sempre um tanto de coisa para fazer, para resolver, para lembrar. 

Eu não cheguei a nenhuma conclusão depois dessa experiência. Foi chato demais, e vou agora procurar sempre ter alguma coisa para ler nesses momentos para não ficar tão ansiosa. Não sei nem bem por que quis dividir essa informação aqui no blog. Achei que talvez eu tirasse alguma lição muito boa disso, mas não aconteceu.

13 comentários:

  1. Sempre tem aquela discussão sobre as pessoas que ficam com a cara enfiada no celular, mas a verdade é que tem horas que isso é vantajoso... filas de espera são uma chatice sem fim, interação nesses momentos é superficial e nunca leva a nada (além de ser incômodo naquele super silêncio), e é melhor enfiar a cara no celular do que ficar olhando o ponteiro do relógio que parece que para de mexer. acho que tem hora pra tudo, fila de espera é o tipo de tédio CHATO e não aquele que a gente pode tirar pra meditar, descansar, esvaziar a cabeça. Acredito que você tenha se incomodado por sentir falta do celular, uma coisa que teoricamente nos "aprisiona", nos "condiciona", mas é diferente ficar sem celular no meio de um passeio e durante um momento como esse que você passou (que todo mundo passa um dia ou outro, né?).

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    1. Pois é... Eu senti falta de qualquer coisa para fazer, que fosse ler uma revista Caras antiga. Hehe... Lá não tinha nada. E apesar de eu ser a favor de silêncios, vazios e do mínimo em alguns momentos, ali foi demais. Tem razão...

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  2. em situações semelhantes, costumo observar as pessoas. O comportamento destas pessoas. Fico tentando imaginar o que elas tanto procuram. Algumas conclusões absurdas já povoaram o meu imaginário. Vivemos uma era em que qualquer tipo de ócio gera inquietação, ansiedade, medo. Estamos quase robotizados, guiados pela ideia do fazer , fazer , fazer infinito. Estamos reféns de uma nova forma de escravidão: a virtual, onde só podemos interagir com as mesmas pessoas de sempre, numa espécie de big brother no mundo "real".
    Somente para ilustrar, vez ou outra, costumo trocar ideias com taxistas, rever conceitos, oxigenar minhas crenças individuais, estabelecer novos parâmetros. Gosto de ter contato com pessoas diferentes, que não fazem parte do meu cotidiano. Estabeleço, com frequência, novas relações de amizade. E isto sempre ocorre, coincidentemente ou não, quando o celular encontra-se desligado, fora do comando da minha vida.

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    1. Eu observei as pessoas, e umas até puxaram assunto, mas sinceramente foi meio constrangedor e não durou muito. Sei lá... Eu não tenho essa visão romântica do mundo sem tecnologia, e apesar de eu achar que a gente exagera às vezes no uso do celular, acho que ele pode ser muito útil.

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  3. Uma coisa que a Renata falou é verdade, nem sempre estou com vontade de conversar papo furado nessas filas de espera e concordo que não é o ambiente ideal para tentar meditar. Acaba que o celular é uma distração. O problema é o excesso, venho andando para o trabalho e toda hora esbarro em pessoas olhando pro celular. Tem gente que não consegue nem andar mais sem pensar em nada. Começa a virar um vício e ás vezes as pessoas olham pro celular sem nem saber o motivo, apenas pela necessidade de conferir alguma coisa de 10 em 10 segundos.

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    1. Concordo totalmente, Cássia. Eu até conversei com umas pessoas, mas foi super constrangedor e não rendeu muito... Fiquei até aliviada quando a pessoa que estava conversando foi chamada. Hehe...

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  4. Creio que se fosse um tempo mais curto até que dava pra pensar em outras coisas e observar as pessoas ao redor, mas poxa ... duas horas é muito tempo ! Eu acho que também não tiraria nada de bom dessa situação haha

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    1. Hahaha... Pois é.. Eu tentei de tudo, observei pessoas, ouvi conversas alheias e até cantei músicas na minha cabeça, mas duas horas é muito tempo mesmo.

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  5. já passei por isso e o melhor que pude fazer naquele momento foi meditar e refletir sobre minha vida! Por incrível que pareça, saí de lá com as energias renovadas! Às vezes precisamos de momentos ociosos para repensar nossa vida e ouvir um pouco nossa respiração e voz interior. Achei o texto meio vago, mas válido para reflexão. bjs

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    1. Também achei o texto vago. Hehe... Quase não publiquei, mas achei que pudesse tirar algo disso. É... Eu gosto de pensar na vida e refletir enquanto estou correndo, mas sentada, sentindo dor e esperando chegar a minha vez não facilitou... Beijo!

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  6. Quando isso acontece eu sempre penso em coisas absurdas como:
    - Apocalipse zumbi. Quanto tempo eu sobreviveria? Pra onde eu iria? Conseguiria matar um? São zumbis lerdos ou rápidos?
    - Invasão hostil alienígena. Se eu não fosse a primeira a ser morta ia fazer parte da resistência? Como são os alienígenas?
    - Se o mundo de Gumball (desenho da Cartoon Network) fosse realidade, que objeto-pessoa eu seria? Um animal? Uma cadeira?
    - Fazer planos detalhados com o dinheiro que ganharei na loteria achando o bilhete premiado na rua. Quanto iria pra família? E os amigos? Como criar uma fundação que dê bolsas de estudos?
    Eu sempre me perco nesses pensamentos e o tempo passa voando.
    Não devo bater muito bem da cachola, eu sei.

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    1. Hehe... Legal... Eu gosto de fazer isso quando estou correndo, ou andando de ônibus, mas tem algo numa sala de espera de uma clínica que dificulta isso, principalmente por duas horas. Talvez seja por eu ser ansiosa, ou por estar sentido dor. No começo deu certo, a segunda hora foi torturante..

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  7. Por isso que eu nunca saio de casa sem um livro na bolsa!

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