A gente sempre vê por aí aquela máxima de que é mais importante ser do que ter. Até que concordo um pouco. Possuir e acumular objetos não deveria ser tão valorizado quanto é, o que só aumenta o consumismo e gera uma insatisfação constante.
O problema é que há hoje uma pressão por "ser" que também não me parece saudável. Gera tanta ansiedade e frustração quanto a pressão do consumo, e na maior parte das vezes também consome tempo, dinheiro e nossas energias.
A gente tem que ser feliz, bem sucedido profissionalmente, rico, saudável, magro, culto, viajado, falante de várias línguas, praticante de esportes, bem informado, engraçado, sociável, bem humorado... Bônus se a gente tocar um instrumento, saber dançar ou desenhar, cozinhar pratos exóticos... A lista é enorme. No caso das mulheres, temos ainda toda uma pressão para sermos bonitas.
Eu lembro da época da faculdade em que a Lud brincava que sempre estava na capa da revista que "fulana perde 20 quilos" e que a gente ficava se comparando e se sentindo mal, quando na verdade a gente conquistava várias outras coisas que não apareciam nas capas de revista, como passar no exame da OAB (ela tinha acabado de fazer o exame, na época). É um ponto válido.
Mas não pára por aí. As exigências da sociedade não são apenas estéticas. Há toda uma lista de coisas na vida que você deve ser. É tão exaustante, e tão limitador.
É preciso tomar cuidado para não entrar nessa neurose, e para não substituir uma compulsão (a de consumir) por outra (a de ser).
Concordo com cada palavra!!!
ResponderExcluir:)
ExcluirÉ mesmo. Cada um tem de ser pela sua própria cabeça e não para corresponder a esteriotipos criados por outros e que na maioria dos casos não tem nada a ver com o que lhes faz feliz.
ResponderExcluirEu também acho que é o ideal, mas nem sempre é fácil ter consciência disso e resistir às pressões, não é? É um exercício constante.
ExcluirSabe o que é pior? Tem coisas que não são nada naturais para mim, e por um tempo eu me condenei por não sê-las.
ResponderExcluirHoje eu procuro não me importar mais.
Que ótimo, Tatiana! Eu também procuro, e cada vez consigo me preocupar menos :)
ExcluirHehe... Dá para desconfiar mesmo. Mas mesmo quem foge da aparência geralmente cai pro lado das exigências intelectuais, o que também é meio opressivo e excessivo. Dureza...
ResponderExcluirAcho que isso acontece porque o capitalismo contemporâneo parou apenas de vender produtos e passou a vender experiências e estilo de vida; as experiências viraram commodities.
ResponderExcluirA Apple deixa isso claro com a propaganda "Think Different". A lógica por trás dessa propaganda é que se você compra um produto Apple está adquirindo um estilo de vida "revolucionário", um "ser" diferente.
Tem toda razão. As propagandas são cada vez mais baseadas na imagem que o produto dá para a pessoa do que nas qualidades dele em si. Bem pensado...
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