sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A epidemia da hora extra

Fazer hora extra virou uma coisa tão comum na vida corporativa atual que nem é tão extra assim mais. Virou prática comum, quase diária. O funcionário muitas vezes acaba achando que é vantagem ficar sempre até mais tarde porque:

1. Está mostrando seu comprometimento para os superiores. Não importa que seria muito melhor a empresa, e o funcionário, ter planejamento e organização de maneira que não fosse preciso trabalhar mais do que a jornada de trabalho já conhecida com antecedência e definida por lei.

2. Vai ganhar um dinheiro a mais no fim do mês ou, no caso de banco de horas, ter um crédito de horas para emendar um feriado ou resolver um problema no futuro.

3. Vai colocar seu trabalho "em dia", cumprindo as metas. O problema é que a hora extra acaba virando um tempo que já se conta com ele, e assim o trabalho nunca fica em dia. E a gente vai fazendo mais horas extras e ficando mais ansiosa para ficar em dia. E o ciclo vai girando.

Quando eu falo "o funcionário", estou falando inclusive de mim. Porque eu comecei a entrar nessa onda, até que percebi que estou ficando cansada e, logo, sem criatividade e energia. A produtividade diminui consideravelmente. Isso não é bom para ninguém.

É preciso planejar, definir prioridades e aprender a dizer uns nãos. É fundamental reconhecer limites e parar de tentar lutar contra eles o tempo inteiro. Hora extra, quando é uma vez ou outra, é normal. Imprevistos acontecem. Sempre, tem algo errado e precisa ser resolvido.

6 comentários:

  1. Oi Fernanda,

    Tem empresas que o funcionário que sai na hora é mal visto pelos superiores e colegas. Então imagina para quem tem horário para sair, como quem tem que buscar os filhos na escola, como fica. Daí eu leio aqueles bla-blas sobre as mulheres no mundo corporativo e aquelas executivas que dizem que é perfeitamente possível cuidar dos filhos, trabalhar 12 horas por dia e estar sempre linda, magra e cheirosa, e me apavoro. Porque alguém tem que buscar os filhos, tem que dar banho, janta, etc. Então, ou tem um marido que faz isso, o que é raro, infelizmente, ou paga para fazer. Eu acho que o mundo corporativo não está preparado para pessoas que tem vida pessoal, então nesse mundo é completamente normal a hora extra ser a regra. Eu esperava que com mais mulheres em cargos de chefia isso mudasse, mas não sei se é impressão minha, mas parece que as mulheres chefes, no geral, validam as regras existentes, e não tentam modificar o modelo.

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    1. Ei, Daniela!

      Isso de ser mal visto acontece muito mesmo. E acho difícil as mulheres conseguirem mudar isso porque, no geral, elas só conseguem chegar nos cargos mais altos quando se adaptam ao status quo. Se ela tentar fugir disso, nunca vai chegar nos cargos de chefia. Percebe como fica uma situação sem saída?

      Eu tenho esperanças de que a flexibilização de horários uma hora ou outra vai ter que acontecer, pois o trânsito e a falta de tempo das pessoas está tornando o modelo atual cada vez mais impraticável. Estou torcendo e buscando meus caminhos, enquanto isso.

      Beijo

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  2. Pois é... Acaba não sobrando tempo para viver, não é? Não acredito que vale a pena.

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  3. Trabalhei anos numa empresa em que a cultura era de fazer muita hora extra e, pior, sem remuneração. Era um ambiente de trabalho alegre, fraterno, então todo mundo que entrava ia se adequando ao esquema das longas jornadas de trabalho.
    Quando alguém precisava sair no horário correto, dava mil explicações, só faltava pedir desculpas.
    Mas acho que isso vem mudando, e não são só por causa das mulheres. Cada vez mais profissionais querem um pedaço de tempo para si mesmos, ou para sua família. Homens tb!

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    1. Sem remuneração? Credo! Pois é, Vania. O pior é que tem tanto trânsito e coisa pra fazer que, mesmo se a gente não fizer hora extra, sobre pouco tempo para qualquer outra coisa. Dureza...

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    2. ai foi hora besta mesmo, que idiota faz hora extra sem receber nada. até isso ppreferivel a chatice do banco de horas.

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