quarta-feira, 26 de junho de 2013

As limitações dos aparelhos de leitura digital

Eu tô cansada de falar que eu sou fã de carteirinha de leitores digitais (aqueles aparelhinhos cuja função única é reproduzir a palavra escrita. Não confundir com tablets/computadores/netbooks, que até quebram o galho da leitura, mas que não são a mesma coisa).

Acho que a maneira mais contundente de elogiar o kindle é dizer que, depois de adquiri-lo no fim de 2011, eu, que sempre li muito, passei a ler mais ainda.

Mas, embora eu ache os leitores digitais a oitava maravilha do mundo (a leveza! a durabilidade da bateria! o tanto de livros que eles comportam! a possibilidade de alterar o tamanho da letra e o intervalo entre as linhas!), eles não são perfeitos. E o problema não está nem neles, mas nos livros disponíveis em edição digital.

De um lado, temos vários sites (como o Gutenberg), que oferecem, gratuitamente, milhares de obras, em várias línguas, em formato digital. São livros cujos direitos autorais já venceram e, portanto, podem circular livremente. Geralmente, são obras clássicas, consagradas pelo público e/ou crítica.

Por outro, temos as versões digitais que a Amazon (no caso do kindle) e outras editoras colocam no mercado. Ou seja, um montão de lançamentos e, de vez em quando, no caso de autores que vendem muito, as obras passadas deles.

O resultado é um grande vácuo digital entre livros antigos e livros novíssimos. Ou seja, se você tem um grande interesse em obras publicadas no século XX que não foram best-sellers, provavelmente vai ter de correr atrás da versão em papel mesmo.

Aqui na França, ando com uma listinha de autores a buscar em feiras e sebos: Elisabeth Badinter (feminismo), Régine Pernoud e Alain-Gilles Minella (história), Maurice Druon (literatura)... todos eles têm alguma obra em versão digital, mas não todas. A coleção Os Reis Malditos, do Druon, está disponível pra kindle na tradução inglesa, mas não no original francês. Afe.

9 comentários:

  1. Por curiosidade, qual é o modelo que você usa? Estou interessada em um, mas é uma parafernália que equipamentos que aparece quando se faz uma busca que até cansa :(

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    1. Pati,
      eu tenho um kindle do modelo mais simples - é o que está a venda na Amazon brasileira por 299 reais. O meu acabou custando mais caro que isso porque na época só vendia nos States: eu tive que comprar pela internet e mandar entregar, com impostos de importação e tudo.
      Dá pra configurar em várias línguas. No meu escolhi português.
      Tô muito satisfeita com ele.
      Beijos

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  2. * parafernália de equipamentos

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  3. A primeira vez que ouvi falar em kindle foi aqui no seu blog. Aproveito para agradecer pois comprei um e ele se tornou o meu xodó!

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  4. Verdade, esse vácuo é o grande defeito. E os lançamentos não são tão mais baratos que as versões impressas (embora eu prefira os digitais mesmo assim, pelo conforto na leitura). Por outro lado, os clássicos são baratinhos ou até de graça! Estou mergulhando neles. :)

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    1. Também me regalo com os clássicos, Lu. É bom saber que eles já passaram no teste do tempo!

      Se você lê em inglês, os livros digitais na Amazon americana costumam ser mais baratos do que a versão em papel. Mas no Brasil é mais ou menos a mesma coisa - e na França também. A vantagem é que, em tese, a porcentagem do autor é maior na versão digital

      Beijos

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  5. É verdade, concordo com o comentário acima. É triste ter que pagar quase o mesmo preço do livro impresso no livro digital. Obviamente, isso é uma jogada das editoras para que o livro físico não deixe de vender. Aliás, alguém tem dúvidas que vai acontecer o mesmo que aconteceu com a música? Quem gosta mesmo de ter físico, vai comprar físico (exemplo é o boom dos LPs nos últimos anos). No entanto, hoje todo mundo consome digital.

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  6. Também concordo, Artur. As editoras brasileiras declararam, há alguns meses, que os livros digitais não podiam ser vendidos por menos de 80% dos físicos - e, de preferência, só lançados 6 meses depois. De matar de raiva o consumidor.

    Coisa de empresário que tem preguiça de pensar em soluções diferentes usando novas tecnologias, né? Vão dançar bonito.

    Beijos

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