segunda-feira, 22 de abril de 2013

Não comprar versus desapegar

Quando eu comecei a correr atrás do minimalismo, percebi uma coisa que eu meio que já suspeitava: eu não tenho problemas em deixar de comprar, mas desapegar das coisas que eu já tenho é bem sofrido.

Faz sentido. Alguém que não gosta de gastar dinheiro, vai querer guardar as coisas velhas para não ter que comprar novas, certo? Então eu tomo um super cuidado com as coisas, elas não acabam naturalmente e eu tendo a guardá-las eternamente, porque eu sempre sinto que posso precisar delas e seria horrível ter que comprar outras.

Também sou das pessoas que guardam lembranças demais do passado. Diários da adolescência, cartinhas que eu trocava com as minhas primas na infância, bilhetinhos da época da escola, tickets e folhetos e mapas de todas as viagens que eu já fiz, e mais um monte de coisinhas. 

Então minha luta principal é esta. Primeiro é pensar que uma eventual compra por necessidade é melhor do que guardar um punhado de tralha e coisas velhas. Que eu ganho liberdade, espaço e praticidade assim. Depois é pensar que o passado e as memórias não estão nas coisas, mas na minha cabecinha.

Com o tempo, e vendo que os resultados compensam, vai ficando mais fácil.

14 comentários:

  1. Só de não ter vontade de comprar,vc já está com meio caminho andado!

    Eu era como vc,até que percebi que todas as vezes que eu relia meus diários, ficava melancólica, triste e sempre acabava chorando muito...rs... Então devagarinho fui lendo um a um e assim que ele terminava eu rasgava e jogava fora. Fiquei apenas com um,,o primeiro de todos!

    Parei com aquele chororô,porque oque eu quero é ser feliz e dar muita rizada...rsrsr...o que passou...passou!

    Experimente e se conseguir jogar algum, me conte,tá?

    Beijinho e boa sorte

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    1. Eu tenho dificuldade, mas também já joguei vários fora. Eu fiquei com dois. Um que tem mais pensamentos escritos e outro que eu decorava todo, com adesivos, papéis de bala, recortes de revista. Por enquanto, guardo esses dois, mas penso na possibilidade de jogá-los fora também...

      Eu vou fazer isso que você falou, de ler e depois rasgar, com as dezenas de cartas que eu tenho guardadas. Vou começar e depois eu conto como foi.

      Obrigada pela dica ;)

      Beijo!

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    2. Gente, sabe o que eu fiz? guardei UMA carta e uma foto de cada pessoa. Eu me correspondi por carta durante muitos anos com várias pessoas. E tem também cartoes e fotos de ex-namorados... TOdas pessoas queridas. Guardei um de cada. Nem li não. Escolhi uma mais gordinha e guardei.
      E curiosamente eu já disse pra minha mãe jogar fora todas as minhas agendas da adolescência - foram anos não muito bons da minha vida - e ela não teve coragem! EU fui lá na casa dos meus pais, onde estavam as agendas, separei, falei "pode jogar" e ela não quis... Eu tenho medo de me arrepender, mas especialmente a minha adolescência é uma parte da minha vida que eu preferia esquecer...

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    3. Emilia, sei bem como é. Hehe... Minha mãe também vive pegando coisas que eu coloquei no lixo para ela. Uma vez ela pegou um caderno cheio de poesias ruins (e deprimentes) que eu escrevi na adolescência e eu fiquei com muita raiva, porque era muita invasão de privacidade. Depois disso, eu vou lá e coloco as coisas pessoalmente no lixo do prédio.

      Eu tenho feito o seguinte... De tempos em tempos eu vou lá na gaveta das cartas e pego umas aleatoriamente para ler. Aí eu jogo fora as chatas e guardo outras. Assim vou fazendo até sobrarem bem poucas, ou nenhuma.

      Fotos é algo que eu ainda não resolvi porque me falta um scanner. Quando eu sair da casa da minha mãe, vou comprar um e digitalizar todas as fotos antigas e jogar quase todas as físicas fora. Vou fazer aos pouquinhos também. Eu gosto de pensar no minimalismo como essa coisa fluida, esse processo constante, sabe?

      Obrigada pelas dicas ;)

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  2. Eu me desapeguei de muitas lembranças, mas ainda tem algumas coisas que não consigo me desfazer. Os diários, algumas cartas, coisas de escola. Já digitalizei todas as cartas e diários, mesmo assim não consegui jogar a papelada fora (já tentei!). Papelada de escola sei que nunca mais vou usar, joguei quase tudo mas guardei algumas coisas, que ainda penso em digitalizar e me desfazer. Por mais que fique tudo enfiado num armário na casa da minha mãe e não me faça a menor falta, ainda não consegui desapegar. Nunca me arrependi de nada que eliminei na minha vida, mas esses itens tenho realmente medo de me arrepender depois. Ah, tem também uma coleção ENORME de revistas superinteressante que meu pai comprava e eu lia e guardava. Já cheguei a separar tudo pra jogar fora (porque na biblioteca municipal eles não se interessam) mas não consegui. Até minha coleção de revistas e fotos dos Hanson (que eu A-MA-VA) já foi pro lixo, mas o resto tá difícil!

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    1. Eu te entendo, Renata! Eu tive muita dificuldade de jogar fora a minha coleção de Revista Set, aquela de cinema, sabe? Foi a única revista que eu assinei na vida, e ainda era sobre cinema, um tema que eu adoro até hoje. Mas ficava ali só ocupando espaço no fundo do armário... Então, cheia de dor no coração, eu joguei fora. E nunca senti falta.
      Eu não tenho um armário além do meu pra enfiar minhas coisas. Hehe... O que é até bom, por um lado, porque me obriga a escolher melhor o que eu guardo.
      Eu também joguei fora meus posters do Brad Pitt (que eu também amava).
      É difícil mesmo... Por isso eu acho melhor ir aos pouquinhos, sentindo os calos, nos conhecendo, e vendo os resultados :)

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  3. Eu já fui de me apegar mais às coisas que eu tenho.
    O tempo foi passando, eu fui mudando e hoje não tenho muito esse problema - ficou uma grande dificuldade só em relação a fotografias.
    Uma coisa que me ajudou a libertar o pensamento e o apego foi um incêndio no apto de uma amiga. Passei a ficar com isso na cabeça: se o meu apto pegasse fogo e eu pudesse salvar apenas algumas coisas, quais seriam? E as não-salvas, me fariam tanta falta?
    Enfim, pode ser um olhar meio radical, hehe, mas passei a me preocupar apenas com a vida (minha, do meu marido e da nossa cachorra), com documentos (porque né, a gente precisa continuar existindo e dá um trabalhão tirar novos) e as benditas fotos!!! rs.
    Claro que eu ficaria muito triste de perder meus sapatos, algumas roupas e objetos queridos, o computador e seus arquivos... Mas não acho que ia sofrer tanto, não. A gente trabalha e compra outros. ;)

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    1. Uns acontecimentos radicais assim servem pra gente colocar as coisas em perspectiva, não é?
      Para mim, o que me ajudou a pensar muito sobre o exagero de coisas foi a época em que eu morei na Disney. Eu fiquei 4 meses lá com pouquíssimas roupas e não senti falta de nada.
      Desapegar é muito bom, e quanto mais a gente faz, melhor se sente e vai assim desapegando cada vez mais.
      :)

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  4. eu conjuguei desapego com não comprar no ano passado e, olha, cada vez tá ficando melhor! não vou negar que ultimamente tenho achado que eu não tenho blusas suficientes pra trabalhar - quando voltei a trabalhar bastante fora de casa, em fevereiro, tive que comprar duas ou três, e agora na meia-estação tô sentindo falta de mais umas duas ou três de manga comprida - mas sinceramente, as que eu dei realmente não tinham mais nada a ver comigo, ou eram sem graça ou velhas mesmo.
    não comprar E desapegar pra mim tão ligados porque as próximas compras são mais conscientes e pensadas pra durar. Se é pra ter pouco, vamos comprar bem, direito.
    Sabe como eu faço? eu vou separando as coisas e deixando num canto da sala. às vezes elas ficam lá um tempão, meses, esperando pra serem doadas. então, quando vão embora, é porque já tava na hora mesmo.
    E outra opção é guardar pra trocar com as amigas! Isso já me rendeu tantas roupas e acessórios legais, sabia? Em troca do que eu levei...
    Coragem! Menos coisas, mais bonitas! :)

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    1. Ei, Emilia!
      Eu tenho algumas várias técnicas para desapegar também. A troca é uma boa. Essa de separar as coisas não funciona muito comigo. Por isso que eu bolei a ideia que eu falei neste post: http://minimalizo.blogspot.com.br/2013/02/a-tecnica-do-usa-ou-rua.html.
      Eu tenho conseguido desapegar bem desde o ano passado também e tem sido muito bom e cada vez mais fácil. Só que é algo que eu tive que fazer um esforço consciente, enquanto não comprar é natural pra mim.
      "Menos coisas, mais bonitas!" Exatamente!
      Obrigada pelo comentário.

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  5. Oi Fernanda,

    Para mim, são tipos de "desapego" diferentes. Uma coisa é passar adiante roupas, sapatos, que você não usa, porque não gosta muito, porque estão muito usados, porque você enjoou deles. Outra coisa é se livrar de memórias. Acho que cada coisa tem seu tempo, e se você sente dificuldade para descartar essas lembranças é porque ainda não está pronta para isso ou talvez não queira descartá-las (mas acha que deve).

    Eu já tive o problema inverso. Eu guardo poucas lembranças, porque tive uma fase que descartava tudo, mas mais como um processo de catarse, para me livrar de coisas no passado que me incomodavam, e hoje me arrependo de ter jogado fora muitas coisas que me permitiriam me lembrar melhor da criança e adolescente que eu fui.

    Sobre o desapego das coisas, não precisa ser tudo de uma vez, você vai fazendo aos poucos, se você não comprar, as coisas diminuem naturalmente, mesmo que você cuide. E, também, não é religião, você pode fazer as coisas no seu próprio tempo. No meu caso, o meu objetivo é mais usar tudo que eu tenho do que ter poucas coisas.

    p.s.desculpa a psicologia de botequim

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    1. Não precisa pedir desculpa, Daniela. Eu que tenho que agradecer.

      E tem toda razão. A ideia é ir aos poucos mesmo, ir sentindo o terreno. Por isso que eu faço as minhas sessões de desapego em uma gaveta por vez. E de tempos em tempos vou revisitando as mesmas gavetas. Isso é legal porque a gente vai se conhecendo, e percebendo o que é importante pra gente e o que não é. Porque é isso mesmo que você falou... A gente não precisa desapegar de tudo, muito menos de tudo de uma vez.

      Tem sido um caminho de muito aprendizado :)

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  6. Você rasgou alguma carta ou diário, Fé?

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    1. Rasguei. Eu tinha demais! Guardei alguns, mas a maioria eu joguei fora...

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