sexta-feira, 8 de março de 2013

Por que compramos e comemos tanto?

É fato que comprar e comer são necessidades. A gente precisa comer para viver e precisa comprar para funcionar na nossa sociedade, que já não se pratica mais trocas ou subsistência. Até aí, nenhuma novidade.

A questão é que a gente não compra e come apenas para sobreviver, algo que acho importante refletir ao se pensar em minimalismo. Comprar e comer são experiências culturais, de socialização, de prazer e também de compulsão.

A gente compra e come quanto está triste, com ansiedade ou baixa auto-estima. A gente compra e come para tentar se sentir melhor por um momento, para tentar preencher um vazio. Tudo muito legítimo. 

O problema é que o prazer é momentâneo e muito ligeiro. E se o que causou a tristeza/ansiedade/baixa auto-estima continua existindo e não for resolvido, o sentimento vai voltar, acrescido ainda da culpa por ter gastado/comido mais do que devia. Aí é hora de ter que fazer aquele esforço para economizar e controlar a alimentação, o que gera mais problemas emocionais, o que nos leva para o excesso de novo e lá se vai o ciclo sem fim.

Eu não sou de comprar. Mas eu tendo a buscar refúgio na comida. Então já vivi vezes sem conta esse ciclo descrito aí em cima. De uns tempos para cá - graças a terapia, amadurecimento e muita reflexão - tenho buscado focar na resolução dos problemas. Se algo está me deixando emocionalmente abalada, ao invés de correr pros braços do chocolate, tento pensar no que realmente está gerando aquele incômodo e atuar em cima disso, nem que seja trabalhando em mim a necessidade de aceitar uma situação desfavorável que eu não possa mudar.

É difícil, e nem sempre a gente consegue, mas com o tempo e com auto-conhecimento, vamos quebrando o ciclo. Se livrando dos excessos, podemos fazer com que os atos de comer e comprar voltem a ser para sobrevivência mas também aqueles momentos de prazer, sem culpas. 

Notícia escaneada do jornal Metro que eu peguei no sinal
e me deu ideia para este post. Clique na imagem para ampliar.

4 comentários:

  1. Oi Fernanda,

    Esse mecanismo de tentar aliviar a ansiedade comprando ou comendo é bem interessante. Eu me dei conta dele claramente quando estava grávida. Fui uma grávida muito ansiosa, me preocupava muito o tempo inteiro. Então, cada vez que eu ficava mais ansiosa, eu saía para comprar mais coisinhas para o enxoval, que o bebê iria "precisar". Resultado: a maioria das roupinhas a minha filha nem usou, ou usou uma vez e foram para doação porque não serviam mais. Ainda caio nessa de vez em quando, no meu caso nem são compras por impulsos, eu fico é inventando necessidades que não tenho. Nunca usei a comida nessa situações, eu até perco a fome quando estou muito ansiosa, mas cada um reage de forma diferente.

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    1. Ei, Daniela!
      Pois é... Cada um lida com a ansiedade de um jeito. Eu comia. Agora eu tento resolver a causa da ansiedade e, se não conseguir, me jogo na corrida. Ajuda muito e ainda faz bem pra saúde :)

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  2. Luto contra esse ciclo a alguns anos. Sempre que estou ansioso acabo comendo muito. A dica da corrida é ótima, mas não podemos nos apegar a uma coisa só. Eu estava muito bem, aí rompi o ligamento do joelho, e cá estou eu de novo no ciclo sem fim, até fazer a cirurgia, me recuperar e achar a força de vontade de novo pra tornar da corrida um hábito. Minha dica é que quando conseguir sair do ciclo, arrume várias coisas diferentes que possam te ajudar com a ansiedade, caso você não possa mais fazer uma, terá outra de reserva.´

    Ótimo texto Fernanda.

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    1. Ei, Daniel! Que coisa chata essa do seu joelho. Eu já rompi do tornozelo, quando era adolescente, e foi dureza na época. Você tem dicas de outras coisas diferentes para se fazer? Eu fico muito aflita se não posso fazer exercício físico. Não sei como eu conseguiria controlar minha ansiedade. Talvez com chás relaxantes. Não sei...

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