terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ter ou não ter um carro

A questão de ter ou não carro volta e meia aparece na minha cabeça, como falei no meu post de fim de ano. Hoje ela está de volta graças a esta matéria da Folha de São Paulo.

O fato é que ter carro tem várias vantagens e outras tantas desvantagens, e eu fico perdida no meio. 

O lado bom:

1. Tempo. Ir de carro para os lugares é incrivelmente mais rápido do que ir de ônibus. Para o meu trabalho atual, eu gasto 40 minutos de carro e 2 horas de ônibus (teria que pegar dois). 

2. Conforto. No carro, eu vou sempre sentada, controlo a temperatura, não fico escutando conversa dos outros, posso dirigir descalço, não tenho que lidar com tarados.

3. Mobilidade. Com carro, eu posso ir onde quiser, na hora que quiser, passar onde quiser no caminho. Etc.

4. Carregar coisas. Eu tenho praticamente um armário alternativo no carro. Carrego roupa pra ir direto pra correr depois do trabalho, blusa de frio e umas barrinhas de cereal para emergência, roupa para quando durmo na casa do namorado, mochila de tênis, compras etc. 

Captura da matéria da Folha. Eu me encaixo no caso de quem compensa ter carro.
Trabalho há 15 km da minha casa. Mas será que vale a pena?

O lado ruim:

1. Custo. Como a gente pode ver na reportagem. Carro custa caro. Tem o preço do carro em si + os impostos e seguro anuais + manutenção + combustível + estacionamento + flanelinha. Juntem tudo e façam as contas. Eu fiz ano passado. É muito dinheiro. Se você considerar ainda que esse dinheiro poderia estar investido e rendendo...

2. Estacionar. Tem gente que não liga, mas eu odeio procurar vaga na rua, odeio me sentir ameaçada por flanelinhas, odeio ter que pagar estacionamento, odeio o medo de o carro ser roubado. Com as cidades cada vez mais cheias de carros, estacionar fica cada vez mais crítico. Isso sem contar fazer baliza. Eu nem acho muito ruim, mas dá uma certa preguiça.

3. Trânsito. É chato e perigoso. A maior maravilha de andar de ônibus ou táxi é poder ler um livro, pensar na vida, dormir... Ficar tensa, sendo fechada por motos, ouvindo buzinas e freadas bruscas, desviando de buracos... Não curto, mas é a vida de quem tem carro. 

4. Acidentes. O trânsito tem ficado cada vez mais perigoso. Em estrada, eu não dirijo. É tanto acidente, tanta gente morta, tanta carreta desgovernada, gente dormindo no volante e fazendo ultrapassagens malucas. Morro de medo. Eu e o namorado temos optado sempre por viajar de avião, quando preço e local permitem, ou ônibus. Acho mais seguro.

Conclusão: 

Enquanto eu não conseguir mudar a qualidade do transporte público (mas vou continuar militando por isso), tenho que buscar minha solução em outro lugar. 

Analisando tudo que eu escrevi, acho que o ideal, e isso não só na questão do carro mas de qualidade de vida mesmo, é evitar deslocamentos. Durante os anos que morei perto do trabalho e fazia meus esportes nas redondezas também, nunca precisei de carro. Andava de ônibus, a pé, com eventuais táxis e caronas. Gastava menos dinheiro, menos tempo e era mais feliz. Tenho pensado cada vez mais nisso. 

21 comentários:

  1. 1) Mas afinal, vc tem um carro ou não tem?
    2) Se não, parece-me que o ideal para o seu perfil seria um carro bem pequeno, 1.0, compleo (com Ar, ABS duplo, etc), tipo um Ka ou HB20, se possíevl compado como seminovo (a grande desvaloração ocrre nos dois primeiros anos).

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    1. Ei! Eu tenho sim. Vai fazer 3 anos agora em maio que eu tenho carro. Na minha situação atual, não tem como eu abrir mão dele. Mas a situação atual não me agrada. Hehe...

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  2. concordo com vc o ideal mesmo é morar perto do trabalho,mas se n dá,o jeito é ter carro porque acho q em todas as cidades capitais do Brasil o tranporte publico é horrivel.

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    1. Pois é... Eu sei disso, mas não gosto e vou fazer o que eu puder pra tentar mudar :)

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  3. Oi Fernanda,

    Sem considerar a questão financeira, o melhor dos mundos é poder ir trabalhar e se divertir a pé, mas ter um carro na garagem para pequenas viagens e outros deslocamentos. Acho fria depender de táxi, aqui em Porto Alegre é só garoar e eles desaparecem. Sem contar que eu não gosto do jeito que eles dirigem, é difícil eu me sentir segura em um táxi. Eu não conseguiria ler em um deles, por exemplo. Ônibus é legal, se não for muito cheio e você não demorar muito para pegar e chegar - acho que 30 minutos para o conjunto é o meu limite.
    Eu já fiz a conta quando troquei de carro, há 3 anos, e somando os custos com o carro (preço, gasolina, impostos, seguros, multas, estacionamentos) e dividindo pela quilometragem rodada, deu menos que o km rodado do táxi. Isso foi surpreendente, porque eu achava que ter carro era bem mais caro. Claro que se eu não tivesse carro não iria a todos lugares que eu fui de táxi (muitos eu não iria e outros iria de ônibus). No meu caso atual, não tem como não ter, porque levo e busco a minha filha na escola, mas durante mais de dez anos não precisei de carro para trabalhar, e achava isso muito bom. O trânsito não é um espaço de convivência civilizado.

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    1. Ei, Daniela!
      Eu penso, no futuro, em ter um carro só na casa. Aí eu e o namorado usaremos nesses casos especiais, e dividimos as despesas. Fica mais leve.
      E a questão de ir pro trabalho, tem a ver também com o tempo gasto no trânsito, não só com o fato de ter e gastar com carro. O stress e o perigo do trânsito são um peso do qual quero me livrar no futuro também, sabe?
      Mas é claro que carro tem seus vários pontos positivos, e as necessidades também. Se não fosse isso, eu nem teria comprado um carro. Entende meu dilema? :/

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    2. Eu entendo sim e acho legal você questionar esse ponto. Para a maioria das pessoas, é meio automático isso, tem que ter carro, e acabou, mesmo que o custo seja alto e o stress de dirigir horas por dia seja enorme.

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    3. Isso mesmo, Daniela. A ideia é questionar. Hehe...

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  4. Aqui pensamos em ficar sem carro, mas com duas crianças muito pequenas acaba por ser uma necessidade. Mas é UM carro para QUATRO pessoas. E fazemos muita coisa a pé, apesar do horror que é andar em São Paulo.

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    1. Em uma cidade grande como São Paulo, e com crianças, fica complicado mesmo. Sua ideia de ter um carro para todos é o que eu pretendo fazer também, quando for morar com meu namorado. É bom porque assim as despesas são divididas e os pontos positivos de ter carro ficam preservados :)

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  5. Tenho carro mas não sou feliz. Os contras superam os pros. Percebi que ao ter mais conforto com o carro passei a ter menos saúde.

    Mas penso muito em vender o carro.

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    1. Ah! Fernanda, gostei muito do texto.

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    2. Que bom que você gostou do texto :)
      Pois é, Eduardo. Eu também tenho carro e também não fico feliz com isso. Penso sempre em vender, mas ainda trabalho em lugar sem transporte público da minha casa. Estou tentando mudar isso. Meta para 2014. E você? Como está pensando em resolver isso?
      Obrigada pelo comentário...

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  6. Fernanda, show de bola suas considerações. Não tenho carro, mas tenho ponderado sobre os mesmo problemas com minha colega de trabalho. Sabe o quê: você está completamente certa.

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    1. Obrigada, Gustavo. Infelizmente, eu ainda não consegui resolver essa equação. Ainda tenho e uso muito carro. Pelo menos é um só na casa, que divido com o namorado. Mas o ideal para mim seria não precisar. Continuo na batalha.

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  7. Fiquei sem carro e tô achando muito ruim. Onde estudo tem estacionamento pra todo mundo e sinto falta porque tenho que ir num onibus super lotado ( espremida ) até a faculdade ( 2 horas a pé no onibus ) enquanto de carro so é 30 minutos.

    Ondo moro a qualidade de transporte público é uma porcaria. Ninguém quer ficar sem carro porque se você não tem carro final de semana não dá pra sair mesmo.

    E falando de taxi porque muitos motoristas são ignorantes. :/// Fora que às vezes é difícil conseguir um. Pior é quando vai fazer feira, pra pegar um taxi na rua é arriscado com as mercadorias. E pra ir alguma festa na casa dos parentes (natal e ano novo) é muito estresse. ://// Porque demorou 2 horas e meia pra um taxi chegar em minha casa.

    E pra ir pra uma emergência? Putz grilo. Claro que é melhor um carro do que um taxi. :/// Sinceramente tive dor de cabeça.

    Lá em casa só usava o carro pra final de semana ou emergencias.

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    1. Nosso sistema público de transporte no Brasil é mesmo muito ruim, o que dificulta mesmo a vida. Por isso mesmo que, apesar disso tudo aí que eu escrevi, eu ainda tenho carro também :/

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  8. Eu vivi 2 anos e meio sem carro, indo trabalhar de ônibus, mas morava bem localizada pertinho de tudo. Fazia falta as vezes, principalmente para viajar para casa dos familiares, infelizmente ônibus gasta o dobro do tempo e não é agradável. Depois mudei para outra cidade e minha casa ficava longe de tudo, impossível não ter o carro.Foram mais 2 anos de trânsito, ainda tinha sorte de eu e meu companheiro trabalhar no mesmo lugar, mas ele estava extremamente estressado, gastávamos no mínimo 2 a 3 horas no carro por dia. Aí surgiu a ideia de morar perto do trabalho, alugamos nossa casa longe e alugamos um ap perto. Lindo, agora vou trabalhar a pé, e o bairro é ótimo, tem tudo perto. Aí compramos um carro, porque sofremos perca total no anterior e agora fiz as contas e gasto praticamente R$ 3000,00 para ter um carro na garagem... Usar para viagens e saídas de final de semana, estou pensando seriamente em vendê-lo. Dá para alugar um carro 2 vezes no mês de acordo com as necessidades, andar de táxi quando for mais conveniente. Enfim vou pensar sério no assunto.

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    1. Ei, Flaviana! É... Tem vários fatores envolvidos na escolha mesmo. Eu consegui achar um meio termo que é morar perto do trabalho e ter um carro só em casa para o casal. Infelizmente meu trabalho fica em um dos bairros mais caros da cidade, então o aluguel aqui é proibitivo. E não tem ônibus direto. Então estou com o carro, mas o marido vai de ônibus pro trabalho, e para as outras coisas dividimos o carro. Transporte é um grande problema hoje em dia. É complicado mesmo... :/

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    2. Flaviana. Você está certa. Parabéns!!! Armenio.

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  9. Pra mim simplesmente não dá para ficar sem. A autonomia, a economia de tempo, a segurança e ficar livre do estresse de aguentar gente mal educada em coletivo compensam, e muito, os custos que tenho com meu carro popular, básico, mas que me leva para onde quero ir. Imagina você ir a um cinema e ficar preocupado com horário por causa do retorno? E se estiver acompanhando, então? Vai passar constrangimento. Ou você quer ir a um supermercado que vende no atacado e fica um pouco mais longe? Vai ir e voltar de táxi? Mais estresse. Vai a uma ópera ou lançamento de um livro e depois ficar lá, igual um idiota, bem vestido num ponto esperando horas com gente barulhenta por um ônibus enquanto todo mundo passa direto? Ah, não dá mesmo.
    Quem fica ponderando sobre vantagens e desvantagens acho que é justamente porque já tem carro há longo tempo e anda naquela fase de "refletir valores" que só as zonas de conforto permitem e levam o indivíduo a idealizar um mundinho onde se mora perto do trabalho e se usa a bicicleta para tudo, ainda que atropelando pedestre em cima de calçada. No mundo real mesmo carro é uma necessidade, e das grandes.

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