segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Casa é onde o coração está

Um detalhe que me preocupava com o minimalismo e a redução de posses era ficar sem lugar. Eu sempre encarei minha casa como um abrigo do mundo, um espaço confortável e seguro pra onde eu podia correr quando as coisas não dessem tão certo quanto planejado. E, mesmo adorando viajar, confesso que no fim das férias eu ficava feliz em voltar para o lar. Será que uma vida repleta de endereços provisórios ia fazer sentido para mim?

Nas duas últimas semanas e meia, eu e o Leo estivemos de férias. Pipocamos entre a casa dos meus pais, dos pais dele e da minha irmã. Para mim, é a típica situação que me faria sentir saudades da minha casinha e das minhas coisinhas.

Mas nem foi assim. Descobri que o que simboliza o lar, para mim, é ter um canto sossegado para ler e pensar. Com um leitor digital debaixo do braço e uma certa cara-de-pau, consegui reproduzir a sensação de estar em casa. Talvez o segredo seja desistir de interagir com todo mundo o tempo todo e guardar umas horas para a gente mesmo.

Home is where the heart is

Um comentário:

  1. Lud, eu acho isso tão evoluído da sua parte... rsrsrs.... mas eu não penso da mesma forma. Eu entendo o que as pessoas querem dizer quando dizem que lar é onde o coração está, mas por mais que eu adore a casa dõs meus pais e de outro familiares, não consigo me sentir completamente à vontade como num espaço que é meu. Eu acho que essa coisa de reservar uma horas para si mesma e interagir menos vai no rumo da sensação de "lar" pra mim também, mas não sei se só isso daria conta, no meu caso, de
    reproduzir todo o clima de um lar. Eu acho que o local que a gente chama de lar tem muitos atributos e um deles, para mim, é a possibilidade de controlar um pouco mais o ambiente... E olha que os mes pais são tudo de bom e eu me sinto super à vontade lá, posso ter tempo só pra mim sem ter que ficar fazendo sala o tempo todo (aliás, não preciso fazer sala em momento algum). Mas é a casa deles, sei lá, tem a carinha deles, o ritmo deles, etc. Então, talvez eu só não sinta isso que você sente mesmo, sabe? Porque a minha casa representa pra mim o supra sumo da privacidade e da independência.

    Eu já tive fases de não precisar ter uma casa. Quando morei na casa da minha avó não sentia que estava na minha casa ou que ali era meu lar, apesar de amar a minha vó e dela fazer tudo pra eu me sentir à vontade. O bom é que, nessa época, eu não sentia essa necessidade que sinto hoje de ter um canto só meu, um lugar, como você escreveu, para onde eu pudesse voltar. Nessa época minha sensação de segurança e conforto não estava relacionada a um lar, mas sim a algumas pessoas e isso me bastava.

    Enfim, você me fez pensar... será que um dia me sentirei assim como você? Eu espero que sim.

    Bjo

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