quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A dificuldade de fazer diferente

Mudar de vida não é fácil.

Fica mais difícil ainda mudar se seus novos valores vão contra o que é pregado pela mídia e pela cultura. Isso porque os estímulos estão ali o tempo todo. É praticamente impossível evitá-los (a não ser que você tope ir viver nas montanhas de subsistência), então o jeito é resistir à tentação.

Não consumir é dificílimo quando tem propagada pra tudo quanto é lado, quando todo mundo acha normal trocar de celular todo ano, quando você é avaliado pelos bens que possui, quando as pessoas acham que uma maneira boa de lidar com stress e tristeza é se dando um presentinho.

É difícil. E a maioria das pessoas não vai te apoiar. Elas vão te questionar, te chamar de comunista e de hippie, falar que um dia só não faz mal não (vão falar isso todo dia). Porque veja... Para elas não vai ser fácil ver que alguém consegue não se submeter ao que é esperado dela. Isso abala o mundo da pessoa. E pouca gente gosta de ter seu mundo abalado assim na sua cara. Ela quer achar que não tem escolha, e se você mostra pra ela que tem sim...

Vejo isso acontecer toda hora... Com quem tenta mudar seus hábitos alimentares, ou parar de beber, ou parar de fumar, ou vender o carro e se locomover de bicicleta (a cultura do carro é muito forte), ou parar de comprar. Vejo isso até em quem tenta, como eu estou fazendo, não ter cabelo alisado e nem pintado de loiro. Ou quem prefere não se encaixar no script ao não casar ou não ter filhos.

É chato. É difícil. A gente tropeça. Mas viver a vida que se quer, de acordo com o que se acredita, vale a pena, viu? E como vale!

9 comentários:

  1. Realmente não é fácil "nadar contra a maré"... Tão fácil , escorregar, sucumbir, se achar "estranho"... Um dia eu terei firmeza e direi que valeu a pena me trabalhar internamente como estou fazendo, para modificar ações concretas e ser feliz sem se importar com a opinião alheia.

    Adorei o post! :-)

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    1. Oi, Pri!
      É fácil se achar estranho mesmo, e dar umas escorregadas. Mas se a gente conseguir levantar de novo, tá valendo. É isso que acho importante, sabe? Se você já está trabalhando internamente, já é um começo. Tenta ir fazendo pequenas ações concretas, discretamente. Tenta fazer coisas que sejam mais tranquilas pra você. Isso vai te dar forças e o autoconhecimento pra começar a fazer as coisas grandes.
      Obrigadinha ;)

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  2. Nossa realmente é isso mesmo. Já vivi isso em várias ocasiões, como o fato deu não beber cerveja, o fato do meu cabelo ser ondulado, o fato deu não usar saltos, dentre outras coisas.
    Com relação ao cabelo eu também já tentei alisar e seguir o padrão, isso faz uns bons anos, mas quando assumi meu cabelo ondulado e me senti bem com ele com seu volume fez com que muita gente achasse ele bonito agora. Mas na verdade eu não ligo, porque eu me sinto bem com ele.

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    1. Quando a gente se sente bem e está segura, acho que as pessoas percebem isso e passam a respeitar mais nossas escolhas.
      Que bom que você está bem :)

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  3. Engraçado, estava lendo e concordando até a parte do carro. Lá pensei em quanto já critiquei conhecidos que fizeram essa prática (dois) e fiquei pensando, será que pensam isso quando critico alguém que está comprando algo que eu considere desnecessário?

    Sempre tive minhas posições contra o geral, como não fumar quando uma adolescência ainda não via cadáveres nas carteiras e era normal, até era status tal atitude. Também não suporto nem o cheiro de cerveja, outro óbice à "normalidade geral", ainda não casei e não tenho filhos e não sinto a menor falta disso ainda, evidente que será um assunto a se pensar no ano que vem, mas por enquanto estou bem e não sinto falta.

    Acho uma loucura as pessoas fazerem filas de madrugadas porque alguma loja entrou em promoção. Eu nunca ficaria lá nem se precisasse de tal item.

    Mas trocar carro por bicicleta ou transporte público eu não consigo nem imaginar...

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    1. Mas a questão é justamente essa... Qualquer um pode usar carro, beber, fumar, ter filhos ou não... Não tem nada de errado nisso. O problema é você esperar que todo mundo seja igual a você e ficar enchendo o saco de quem não quer ser.
      Sabe, eu bebo. Mas se tem alguém que não bebe no bar comigo, eu não fico insistindo pra ela experimentar um pouquinho, nem questionando os motivos dela. Entende?
      Ah... Eu também uso carro. Moro em BH (morros) e trabalho a 15 km de casa.
      Mas tem gente que usa bicicleta e ônibus e eu acho que elas têm direito de não serem questionadas por isso.
      A gente tem que ter um pouco de cuidado também para não impôr nosso estilo de vida nos outros. É um exercício. Eu estou tentando :)

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  4. As pessoas tem ideias muito fortes a respeito do que é certo e errado e isso em relação a tudo, desde a melhor forma de cozinhar um arroz até a melhor forma de fazer negócios... gente, eu morro de preguiça dessa coisa do "verdadeiro jeito de fazer" as coisas, MORRO de preguiça...!

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  5. Que bom que você está gostando, Thais!

    Eu também sou super sensível pra ouvir críticas, mas estou ficando cada vez mais indiferente. Eu fui percebendo o tanto que as pessoas ficam na defensiva quando falo que não tenho dívidas, não vou ao salão, não aliso o cabelo. Foi o primeiro sinal para eu ir percebendo a insegurança delas.

    Como você falou, também estou me esforçando para cada vez julgar menos e respeitar as escolhas das pessoas, mesmo que eu não concorde com elas. Cada um deve escolher como quer viver sua vida, não é?

    Obrigada pelo comentário ;)

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