terça-feira, 18 de outubro de 2016

Guest post: diminuindo o guarda-roupa devagar e sempre

A Anne Elise deixou um comentário no post anterior contando como foi praticando a ideia de desapegar devagar e sempre no seu guarda-roupa. Pedi a ela para publicar como post e aqui está.

Eu nunca curti fazer compras, e nem acumular coisas em excesso, mas não tinha muita noção do conceito de minimalismo. Em 2013 comecei a ler o blog e desde então as coisas começaram a ficar bem claras pra mim. Comecei a me esforçar pra ir diminuindo cada vez mais meus pertences (por questões ambientais, por paz de espírito, e pra doar a alguém que precise e vá fazer melhor uso).

No final de 2014, após voltar de uma estadia de 6 meses no Haiti (sou militar), percebi quanta roupa eu tinha! (mesmo considerando "pouco" quando comparado a maioria das mulheres que conheço). Fiz uma limpa geral.

Como trabalho uniformizada, uso muito pouco as minhas roupas "civis". A maioria delas estava muito bem conservada, por isso eu tinha pena de doar. Pensava que poderia guardar, pra usar futuramente... Mas percebi o quanto esse pensamento não faz sentido. Por que esperar a roupa ficar velha pra doar? Quem receber, iria preferir receber uma roupa velha ou uma roupa nova? E aí vi que se formos dar algo pra alguém (presente ou doação) é bem melhor dar algo que eu gostaria de receber, do que algo em más condições, que eu não iria querer pra mim. Óbvio, né?

Pra conseguir determinar o que deveria ficar, e o que sairia, separei as roupas em algumas categorias: roupa pra festa de noite, roupas pra sair de noite (barzinho/boate), roupas pra saidinhas/festas de tarde, roupas pra usar no curso, roupas pra uso geral (ir no mercado), roupas pra ginástica/passear com cachorros, roupas pra ficar em casa etc. Depois de dividir em categorias, comecei a pensar na frequência de utilização.

Festas de tarde, por exemplo, eu havia ido em umas 3 no último ano (festas de crianças). E eu tinha 5 vestidos pra essa finalidade! Fiquei só com dois, e os outros três, embora novos e lindos, foram doados.

Roupas pra sair de noite, eu tinha várias, entre blusas (pra usar com calça jeans/social) e vestidos. Se eu sair uma vez por semana é demais, então mantive uns 5 conjuntos pra essa finalidade, e o resto foi doado. E assim por diante.

No fim, acho que reduzi minhas roupas quase pela metade (doei quase 100 peças).

Doei tudo em um centro espírita que faz um bazar, e vende bem baratinho: assim quem comprar - normalmente pessoas de baixa renda - vai poder comprar bem baratinho, e vai fazer bom uso (prefiro sempre vender bem barato a doar. Acho que quem paga pela coisa, por mais barato que seja, costuma cuidar melhor), e o Centro ainda ganha um dinheirinho pra ajudar na manutenção interna. E eu me livro daqueles montes de roupas guardadas.

Agora, quase 2 anos depois, tenho visto como já acumulei de novo. Não comprei nenhuma roupa nova desde então, mas minha irmã, minha mãe e uma amiga me deram algumas roupas que elas não queriam mais e ganhei algumas várias novas de presente (principalmente da minha mãe, que SEMPRE me dá presentes). Está na hora de fazer uma limpa de novo. E acho que essa época de fim de ano é uma ótima oportunidade de recomeçar.

9 comentários:

  1. O próximo passo, nessa coisa do desapego, é pedir para as pessoas não comprarem presentes para ti! :) Como se diz, o melhor presente é proporcionar experiências e dar um pouco do seu tempo à pessoa presenteada!

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    1. Ah, mas minha mãe adora me dar presente, ainda mais que eu moro em outra cidade, então sempre que vou visitá-la, tem um monte me aguardado. Já tentei falar que quase não uso roupas "civis" no meu dia a dia, que to com muitas, mas não adianta...
      O que eu faço agora é não comprar mais NADA pra mim, a não ser que seja algo bem específico ou que precise com urgência. Uso agora só roupas/sapatos que ganho de presente.
      E outra coisa que comecei a fazer agora, é dizer pra ela as coisas que eu quero (de consumo), mas que não costumo comprar pelo preço elevado. A primeira foi sal rosa do Himalaia. Funcionou. Na última vez que estive na casa dela, ganhei um pacote de sal e nenhuma roupa/sapato.
      Na próxima vou falar sobre óleo de coco... rsrsrsrsrs

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    2. Hahaha! Boa estratégia, Anne!
      Realmente falar pras pessoas que não queremos presentes nem sempre funciona. Algumas não dão mais. Outras entendem, mas continuam a dar falando que o fazem porque gostam. Aí acho até chato falar que não quero. Aceito, agradeço e incorporo no meu uso ou troco.
      Adorei seu jeito de lidar com a questão. Mães realmente dão muito presente. A minha me dá comidinhas, o que eu adoro.

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  2. que legal essa ideia de pensar as atividades da vida! já estou aqui pirando nas coisas que posso fazer, e continuar meu destralhamento também!

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  3. Mesmo sem comprar conforme ganhamos peças, acabamos acumulando sem perceber, por isso eu tenho feito sempre uma limpa, se não uso já sai, se não vou usar já sai, assim o pouco espaço que tenho não fica cheio! Se a gente deixar pra lá vai sempre acumular...

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    1. Tem toda razão, Drevys! Também faço a mesma coisa :)

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  4. Como compreendo... A minha mãe adora oferecer-me roupas!
    Precisei de a ir educando e hoje em dia já dá bem menos, mas a minha estratégia era se entra uma (mesmo que oferecida), sai outra do armário. Se não gosto tanto da peça oferecida quanto das que tenho, é essa que sai. Há-de haver outra pessoa que goste.

    No entanto, a minha mãe conhece bem os meus gostos e eu costumo gostar das peças, por isso saiem outras.

    É uma forma de controlar.

    Mas também gostei da estratégia do sal rosa e o óleo de coco. ;)

    Beijo e bom destralhe!
    Sofia
    http://ideiasdetrazerporcasa.pt

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    1. Essa de sair uma sempre que entra uma é ótima! Também faço isso e adoro os resultados :)
      Beijo!

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