terça-feira, 29 de abril de 2014

Encontrando a sua turma

Por mais que a gente tenha autoconfiança, nem sempre é fácil ser e agir de maneira diferente da maioria das pessoas. Nos sentimos sozinhos e incompreendidos. Muitas vezes parece mais fácil abrir mão do que acreditamos do que ficar lutando contra tudo e todos. Por isso que eu acho tão importante encontrar pessoas que pensam como a gente. 

Nesse sentido, tenho muito a agradecer à internet. Quando eu era mais nova, e ela não existia, eu convivia com os colegas na escola, os vizinhos e a família. Tinha amigos e pessoas queridas, mas me sentia um ET em vários aspectos. Eu tinha toda uma vida interna que não encontrava espaço para conversar com outras pessoas.

Foi então que lá no meio dos anos noventa a internet se popularizou. Fuçando em sites e em blogs, comecei a encontrar pessoas que pensavam como eu, em diferentes aspectos. Foi uma revolução. Poder conversar com pessoas não só que pensavam como eu e tinham interesses em comum, mas também que tinham outros conhecimentos que eu nem imaginava existirem. Eu não só me senti menos sozinha, como também tive espaço para aprender muito com a troca de experiências e ideias.

O blog tem sido um espaço importante para mim nesse sentido de encontrar a minha turma. Com os comentários e os blogs que eu passo a conhecer e a acompanhar, eu me sinto mais confiante para "enfrentar o mudo lá fora" e aprendo sempre. O pessoal reclama de perder tempo na internet, mas no meu caso eu ganho é muito, e não só tempo.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Alívio imediato

Sabe quando você se pega com um monte de coisas para fazer ou um em um ambiente totalmente entulhado de coisas e bate uma claustrofobia e um desespero?

Algumas coisas que podem nos ajudar a nos sentir melhor:

  • Feche todas as abas do navegador, a não ser a que você está usando.
  • Faça o mesmo com os arquivos abertos no computador.
  • Desligue o celular.
  • Exclua pessoas negativas das suas redes sociais.
  • Jogue alguma coisa fora. Qualquer coisa.
  • Organize a sua mesa. Deixe a superfície vazia e limpa.
  • Beba um copo de água.
  • Abra a janela e respire fundo.
  • Escove os dentes.
  • Lave o rosto.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Como fugir dos exageros da páscoa?

É chegada a semana santa. Em feriados e datas comemorativas, há toda uma pressão para que a gente se comporte, consuma e aja de determinadas maneiras. Além da pressão publicitária, há ainda uma mais forte. 

Como essas datas geralmente envolvem passar muito tempo com a família ou com amigos, a gente é bombardeado com expectativas. A convivência exige isso mesmo. É importante fazer concessões. E a gente até se sente bem em fazer as pessoas que a gente gosta felizes. Acho esse o grande desafio.

Que ovo de chocolate é caro, a gente sabe. Que almoços em família tendem a virar uma comilança sem fim, idem. Também sabemos que os encontros com os amigos e viagens em grupo tendem a virar um exagero de comidas, bebidas, dormir nas horas mais malucas... A gente sabe disso, e sabe que não é o ideal pra gente.

Mas e a sua sobrinha de quatro anos que vai ficar triste se não ganhar ovo de páscoa? E sua tia que vai ficar chateada se você não comer ou criticar a comilança da bacalhoada? E seus amigos que vão ficar bebendo até de madrugada e com os quais você queria compartilhar esses momentos?

Não acredito que tenha uma resposta pronta, mas que ela só pode ser encontrada caso a caso, com muito diálogo e com consciência das escolhas. Como em qualquer relacionamento, é preciso que os dois lado cedam, conversem e cheguem em um lugar comum. É um processo contínuo, é uma construção.

Já pensou com conversar com sua sobrinha? Dar um ovo caseiro, talvez até mesmo feito por você? Sair com os amigos e ir dormir um pouco mais cedo? Beber o tanto que te deixe confortável e depois ir pra água? Conversar com a sua tia que você quer controlar o colesterol e cuidar da saúde? Nem sempre dá certo, às vezes as coisas só vão mudar com o tempo, mas acho melhor do que simplesmente escolher entre ceder totalmente ou não ceder em nada.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Custo de oportunidade

Partindo do pressuposto de que recursos como tempo, dinheiro e espaço (entre diversos outros) são limitados, sempre que a gente escolhe fazer alguma coisa com eles, estamos deixando de fazer outras. A escassez de recursos é um dos principais motivos da existência da economia, e acredito que também do minimalismo.

Nesse sentido, ao fazer uma escolha, a gente sempre está abrindo mão de algo, e isso tem um custo, que é chamado na economia de custo de oportunidade.

Eu já vi em vários lugares, então não sei falar a fonte, a analogia do Tiger Woods e seu jardim para explicar esse conceito. Vamos lá:

Tiger Woods tem um jardim enorme na sua casa. Para cuidar dele, ele gastaria uma hora por dia. Só que, ao invés de cuidar do seu jardim, ele poderia estar gravando um comercial para a Nike e ganhando 10 mil dólares por ele. Ele poderia então contratar alguém para cuidar do seu jardim por 100 dólares, enquanto ele grava o comercial.


O exemplo é simplista e tem apenas fins didáticos, mas acho que fica claro o conceito de custo de oportunidade.

É bom lembrar que esse mesmo conceito pode ser aplicado não só a escolhas financeiras. Tudo que a gente escolhe fazer com nosso tempo, dinheiro e espaço, envolve deixar de fazer outras várias coisas com eles; por isso que acredito que a escolha deve ser feita com muita consciência.

Meu minimalismo é isso. É focar no essencial, abrindo mão daquilo que é supérfluo e desnecessário. Se eu tenho recursos finitos, quero usá-los da melhor maneira possível.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Viver e deixar viver

Um efeito colateral maravilhoso de desapegar de julgar o estilo de vida alheio é que eu passei a dar a mínima para quem julga o meu. 

Claro que adotar o minimalismo e ir contra o senso comum já exige um certo desprendimento da opinião dos outros. É preciso ser forte para não deixar os incentivos que recebemos o tempo inteiro para acumular e consumir nos influenciarem. Mas quando eu fui me controlando para não julgar as pessoas que vivem de maneira diferente de mim, eu cheguei a um outro nível de desprendimento.

Com o tempo, eu fui deixando de me preocupar em defender o meu estilo de vida e as minhas escolhas. Não me incomoda ouvir críticas, não me sinto pessoalmente atacada, não me sinto incompreendida.

Parece que eu não estou dando importância para o que os outros têm a dizer, mas acaba sendo até o contrário. Ao não sentir necessidade de me defender, eu fico mais aberta para o que o outro está falando. Quando percebo que a crítica da pessoa é uma necessidade de ela se defender porque se sente ameaçada por eu viver diferente dela, não entro nesse ciclo vicioso e simplesmente agradeço a opinião. A vida fica mais leve.

Então gente me falar que eu deveria ter filhos porque a vida da pessoa não é completa sem isso. Ou que eu devia parar de economizar porque assim não aproveito a vida. Ou que eu não deveria desapegar disso ou daquilo porque é muito útil para tal situação. Eu escuto, respondo com algo como "Unh. É mesmo? Que interessante..." e pronto. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O medo dos imprevistos e as malas gigantes

A grande virada na minha arrumação de malas foi quando eu percebi que ficar levando coisas para eventualidades era uma grande bobagem. Atualmente, qualquer lugar tem infraestrutura o suficiente para que a gente consiga lidar com imprevistos, e isso quando eles de fato acontecem, que é raro.

Vejam alguns exemplos.

E se eu precisar de remédios?

Você vai na farmácia e compra. A não ser que se tenha um problema crônico, como gastrite ou dor de cabeça, não vale a pena ficar se prevenindo de qualquer eventualidade com remédios. Primeiro que você teria que levar todos os remédios do mundo, segundo que a maioria dos lugares tem farmácia. Agora em Itacaré eu tive uma indigestão, meu namorado foi na farmácia da esquina e gastou 1,50 em um Sonrisal (o mesmo que eu teria gastado se tivesse comprado aqui em BH). 

E seu eu precisar de comida?

Comida, ainda mais do que remédios, é algo que em qualquer lugar tem, até mesmo na selva inabitada. Se precisar, vai lá e compra (na selva, caça ou colhe).

E se eu precisar de mais um sapato?

Calçado ocupa espaço para caramba, então devemos escolher com critério o que levar. Chinelo é algo que eu levo sempre, e na minha experiência mais dois calçados bastam: um para andanças (tênis, bota de caminhada etc.) e outro mais arrumado (sandália, sapato de festa etc.). Variações do mesmo tipo de calçado para uma viagem não fazem sentido, independentemente do tempo da viagem. Eu fiquei 4 meses na disney com os mesmos 3 sapatos (além dos dois tipos, eu tinha um social do uniforme).

E se o clima do lugar mudar terrivelmente?

Levar roupa de frio para a praia ou de calor para o inverno europeu porque o clima hoje em dia é muito louco não compensa. O clima não é tão louco assim. E, se ele mudar um pouco de fato, é possível se virar jogando um casaco por cima da roupa de calor ou usando menos camadas da de frio. Não precisa levar todo um guarda-roupa para essa eventualidade.

E se eu precisar de uma roupa de festa de gala?

A não ser que você tenha uma festa de gala programada, é muito pouco provável que você seja chamado para uma. Em toda a minha vida, isso nunca aconteceu. No fim do programa da Disney, quando eu fiz um cruzeiro que teve um jantar mais chique, eu simplesmente combinei umas roupas do dia-a-dia com o sapato mais arrumado e bijuterias. Chegando lá, vi que a maioria das pessoas estava até mais simples do que eu.

No jantar de gala no navio. Isso foi em 2002. Olha o tamanho das minhas bochechas!
E se todas as minhas roupas caírem na lama, em uma tempestade de areia ou sujarem de outra maneira?

É só lavar. A maioria dos lugares tem estrutura pra isso. Mas a verdade é que eu nunca precisei. Roupa não suja tão fácil assim.

E se eu não quiser ter que resolver imprevistos nas minhas férias?

A verdade é que levar uma mala enorme atolada de coisas é muito mais incômodo e inconveniente do que ter que lidar com imprevistos, principalmente porque esses últimos são bem raros, e fáceis de serem resolvidos.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Mala de praia mínima

Uma das malas mais fáceis de preparar é aquela para viajar à praia. Como biquíni é uniforme de praia, e é basicamente o que eu uso, dá para levar pouca coisa. Eu já escrevi sobre isso uma vez, mas agora é outro caso e tenho fotos.

1. Coisas de praia

Protetor solar, óculos de sol, chapéu, cangas (uma para mim e uma para o namorado) e o biquíni (o mesmo do ano passado). Fora o último, todo o resto vai para a praia na mochila rosa. A sacola listrada é térmica. Nela, eu levava água e cerveja para a praia.


2. Roupas

Eu ainda acho que podia ter levado menos. Voltei com algumas sem usar e usei umas só porque tinha levado. Podia ter cortado ainda uns 30%.

Levei: seis blusas para o dia, mais quatro para a noite, três vestidos, três shorts, duas saias, um pijama e calcinhas para os dias todos. Meias e sutiã foram só o do corpo.



3. Calçados

Eu fui com a bota, levei a sapatilha e o chinelo. Na verdade, em cima da hora eu ainda coloquei uma sandália na mala, que acabei nem usando. Cada vez mais percebo que sempre que eu fico na dúvida se levo algo ou não, deixar de levar é a melhor opção.

Levei a bota porque achei que poderia precisar para fazer trilhas. Eu fiz trilha, mas fui descalça. Desnecessário.


4. Para banho

Shampoo, condicionador, creme para pentear, desodorante, escova de dente, sabonete, sabonete para o rosto, protetor solar para o rosto e para o corpo, repelente e hidratante. E a toalha.


Dessa vez levei mais coisas do que da última viagem. Achei que precisaria por ficar em uma pousada que não era na beira da praia. Quando fui para Aruba, queria só saber de ficar de bobeira. Agora para Itacaré a ideia era fazer uns passeios em várias praias e trilhas, o que acabamos fazendo, mas as coisas todas que levei não eram necessárias.

Fora isso aí, levei o kindle e a máquina fotográfica.

Quem acertou muito bem na mala mínima foi meu namorado. Pena que ele não tirou fotos.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

De volta

Aproveitei as férias do namorado e minhas horas positivas no banco de horas na empresa para tirar uma semana de folga. Fomos para Itacaré, na Bahia.

Logo antes de viajar, eu estava me dividindo entre organizar as coisas para a viagem e deixar tudo bem andado no trabalho. No meio disso tudo, comecei a me preparar para deixar posts programados aqui para o blog. Tirei fotos do que levei na mala, comecei a escrever uns três posts. Só que fui me enrolando com o tanto de pendências a resolver e, em cima da hora, tinha apenas um post finalizado (o que postei segunda passada).

Faltava escrever o texto e tratar as fotos para o post sobre as malas, faltava finalizar uns outros detalhes de outros textos que eu tinha planejado. A inspiração e o tempo necessários para isso é que estavam em falta. Então, depois de me estressar e preocupar bastante com isso, escolhi não fazer do blog mais uma obrigação naquele momento. Quero que ele continue sendo uma alegria para mim, com liberdade, que é o que eu procuro na vida.

Agora estou de volta.