quinta-feira, 10 de abril de 2014

Viver e deixar viver

Um efeito colateral maravilhoso de desapegar de julgar o estilo de vida alheio é que eu passei a dar a mínima para quem julga o meu. 

Claro que adotar o minimalismo e ir contra o senso comum já exige um certo desprendimento da opinião dos outros. É preciso ser forte para não deixar os incentivos que recebemos o tempo inteiro para acumular e consumir nos influenciarem. Mas quando eu fui me controlando para não julgar as pessoas que vivem de maneira diferente de mim, eu cheguei a um outro nível de desprendimento.

Com o tempo, eu fui deixando de me preocupar em defender o meu estilo de vida e as minhas escolhas. Não me incomoda ouvir críticas, não me sinto pessoalmente atacada, não me sinto incompreendida.

Parece que eu não estou dando importância para o que os outros têm a dizer, mas acaba sendo até o contrário. Ao não sentir necessidade de me defender, eu fico mais aberta para o que o outro está falando. Quando percebo que a crítica da pessoa é uma necessidade de ela se defender porque se sente ameaçada por eu viver diferente dela, não entro nesse ciclo vicioso e simplesmente agradeço a opinião. A vida fica mais leve.

Então gente me falar que eu deveria ter filhos porque a vida da pessoa não é completa sem isso. Ou que eu devia parar de economizar porque assim não aproveito a vida. Ou que eu não deveria desapegar disso ou daquilo porque é muito útil para tal situação. Eu escuto, respondo com algo como "Unh. É mesmo? Que interessante..." e pronto. 

8 comentários:

  1. Bacana, Fernanda. Eu tenho percebido isso, especialmente na maneira de me vestir. Hoje em dia eu visto mais o que eu gosto sem ligar para o que os outros falam. Se alguém faz algum comentário eu ouço, entendo o ponto de vista mas não concordo. Me sinto tão mais feliz, mais livre e mais leve de não me importar com o julgamento alheio! :)

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    1. É por aí mesmo, Bruna. A sensação é muito boa. A gente vive melhor, não é?

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  2. Fernanda! Muito legal o post. Ainda estou no meio desse processo de amadurecimento, se assim posso dizer. Acho que já evoluí bem na parte de "não julgar o estilo de vida ou opinão dos outros", mas ainda tenho um pouco de dificuldade de não me sentir "incompreendida", sabe? ahaha... Não só na questão do minimalisto (até porque acho que meu nível de minimalisto é maior do que o da média, mas muito aquém do que acredito que poderia chamar de minimalismo... rs), mas em relação a muitos outros valores e princípios. No fundo parece que eu tenho a necessidade de me sentir compreendida e que as pessoas concordem comigo, embora racionalmente ache que isso está errado. Mas acho que é um caminho e cada um tem seu tempo, né?

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    1. Ei, Evelize! Eu acho que todo mundo (ou quase) tem essa necessidade de se sentir compreendido em relação aos seus gostos, valores etc. Nisso, a internet me ajudou demais! Foi aqui que eu conheci gente que compartilhava das minhas ideias, e encontrei até algumas novas que eu passei a adotar para a minha vida. Isso me fortaleceu muito nesse sentido de ficar mais confiante e não ligar tanto para as críticas, entende? Mas claro que às vezes eu fico incomodada também. É um processo constante mesmo :)

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    2. Entendo muito, exatamente, porque o seu blog está tendo o mesmo efeito sobre mim ... : )

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    3. :)
      Sabe que você me deu uma ideia? Vou escrever um post sobre isso.

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