quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Comprar X emprestar

Aqui do lado do nosso apartamento de Strasburg tem uma imensa loja de livros de segunda mão. Ela se chama "Au marché des livres", é ampla, iluminada, lindamente organizada e ocupada quatro grandes vitrines.

Na França, livros (em geral) não são caros. Versões de bolso são baratas. Livros usados, então, são quase de graça.

Ou seja, seria bem fácil (e barato!) baixar na loja e adquirir uma pilha de livros pra ler. E, depois, levá-los para o Brasil, onde eu poderia dispô-los em uma bela estante, como quem não quer nada (só provar para as visitas quão culta eu sou).

Mas estou perdendo o fetiche do livro físico. (Morar a menos de um quilômetro da uma mediateca espetacular, onde eu posso pegar emprestado um montão de livros e revistas, ajuda. Ter um leitor digital também). O fato principal, porém, é que depois de anos acumulando volumes, eu me convenci que o importante é o conteúdo do livro, não o seu corpinho. O que me faz uma leitora esperta e informada e trilíngue não é o número de obras exibidas na sala, é o número de obras que eu li!

Dito isso, se a pessoa vai ter fetiche de consumo, acho que o de livros é o melhor deles.


PS: sim, às vezes eu me impaciento porque o livro que eu quero ler está emprestado. Mas 1) é bom para aprender a viver em comunidade e 2) tem outros milhares (literalmente) de livros para eu me divertir.

8 comentários:

  1. Hum, eu ainda prefiro o livro físico, mas lendo tanto sobre a praticidade de um leitor como o kindle, aos poucos vou me render a essa nova tecnologia! Rs...

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  2. Eu tenho evitado comprar livros físicos também. Primeiro porque não tenho espaço no meu apartamento, então preciso deixá-los na casa dos meus pais. Segundo, por que comprar se posso pegar livros maravilhosos emprestados com meus amigos? Terceiro, estou evitando o consumismo (mesmo que seja de livros!). E quarto e último, adoro a energia positiva das trocas!:)

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  3. Recentemente, fiz uma boa seleção nos meus livros e passei adiante em torno de 1/3 dos meus livros. Desses, alguns o meu marido levou para doar para a biblioteca da universidade, outros eu vou doar para a biblioteca pública e outros para o pega&desapega - que é um projeto do meu trabalho para oferecer livros para leitura, sem nenhum tipo de controle. Eu não pretendo mais comprar livros em papel, depois que eu ler os 30 ou 40 que tenho comprados/emprestados e não lidos, vou passar também para os livros virtuais. Ainda fiquei com muitos livros, alguns de autores queridos, outros que tenho algum apego especial, e outros simplesmente porque não tive coragem de me desfazer, embora não conseguisse identificar exatamente o motivo. Então esses ficaram, e vão ficar até que eu esteja pronta para desapegar.

    Quando eu era criança/adolescente e não tinha dinheiro para comprar livros, fui uma frequentadora muito assídua de bibliotecas. Depois que comecei a ganhar o meu dinheiro, achava mais fácil comprar, até que me dei conta, como a Marina comentou um dia, que eu estava tendo mais prazer em comprar os livros do que em lê-los. Então doar para a biblioteca é uma espécie de retribuição, foi usando bibliotecas que eu aprendi a gostar de ler. E, de certa forma, os meus livros estarão lá, se eu ficar com saudades deles (hehehe).

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  4. Também estou evitando comprar livros impressos pois não há mais local em minha casa para guardar. Hoje peço emprestado ou adquiro os digitais. Já doei alguns, mas ainda tem para separar e doar.

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  5. Que tal minimalizar o ego também, Lud? Olha, continuo lendo o blog porque realmente gosto muito dos posts da Fernanda (tava achando ótimo só ela escrevendo...), mas acho esse tipo de conversa tão pedante... Eu imagino que você esteja apenas "brincando" quando fala em "leitora esperta e informada e trilíngue", mas sou da teoria de que a gente fala brincando aquilo que não tem coragem de dizer seriamente. No final, a impressão que passou para mim é que, em última instância, a finalidade do post foi "provar para as visitas quão culta você é". Que preguiça!!!

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  6. Mas eu sou culta mesmo, gata. Desculpaê.

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  7. Gosto de bibliotecas, mas as poucas com um acervo decente no meu paupérrimo estado não emprestam material, ou estão lotadas de "estudantes" que ainda não aprenderam a estudar (contam piadas, dão gargalhadas etc).

    E esse negócio de E-reader para mim não cola. Um livro, quando bem cuidado, pode durar a vida inteira. Já um E-reader, se durar cinco anos a gente já comemora. Isso sem falar que um aparelho eletrônico deteriorado polui muito mais intensamente que um acervo bibliográfico completo.

    Então, até eu conseguir uma bolsa de estudos num lugar civilizado (com bibliotecas, museus e gente relativamente educada), vou mantendo minha pequena coleção. hehe

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  8. Olá,
    Ultimamente também tenho comprado menos livros e tenho pedido emprestados ou ido buscar à biblioteca. Sinceramente, já pensei dar muitos dos que tenho, afinal é uma enorme estante... Mas, o que me deixa hesitante é que, apesar de certamente eu não os ir voltar a ler, uma das melhores memórias que tenho é ir procurar nas estantes dos meus pais e avó livros novos para ler...e penso se não seria bom os meus futuros filhos lerem aqueles livros que eu tanto gostei. Só por isso, mantenho a estante ocupada com livros que adorei!

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