quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Na hora de investir, não confie em ninguém

Quando for escolher um investimento para aplicar seu dinheiro, confie apenas em si mesmo. Não acredite no gerente do banco e nem naquele amigo que entende tudo de investimentos. Na verdade, nem acredite em mim. Vá pesquisar e chegue às suas próprias conclusões.

O gerente do banco tem metas a cumprir. Não é porque ele é malvado não, mas quem paga o salário dele é o banco, e não você. Então, se ele precisa atingir uma meta de não sei quantos mil investidos em fundos de ações, ele vai dar um jeito de te provar que fundos de ações são as melhores coisas do mundo. Depois eu conto para vocês como o meu gerente tentou me passar uma dessas.

Já o seu amigo pode ter até boas intenções, mas não tem como você julgar se ele realmente sabe do que está falando. Caso você seja capaz de analisar se seu amigo conselheiro tem razão, você já sabe o suficiente para não precisar do conselho dele. E, lembre-se, o dinheiro é seu. Quando damos conselhos para os outros, é natural sermos mais ousados e inconsequentes do que seríamos no lugar da pessoa, já que não é a gente que vai arcar com as consequências. Não é por mal.

Também não confie no artigo de revista que te manda comprar ações de tal empresa ou investir em tais fundos. As revistas, os sites e os jornais têm interesses próprios. Precisam agradar anunciantes, têm alinhamentos políticos ocultos (ou nem tanto) e podem ainda estar querendo influenciar o mercado (derrubando o preço de uma ação, por exemplo, só pra poder comprar mais barato).

Para investir, infelizmente, não tem fórmula mágica. Estude as opções e escolha você mesmo.

12 comentários:

  1. Muito oportuno este post. Estou muito confusa de onde aplicar meu suado dinheirinho.... continuo com a poupança e uma previdência privada que nem sei se vai mesmo funcionar quando eu precisar. Estou lendo tanta coisa na internet que não sei qual caminho seguir. Como você mesmo escreveu, nem cogitei a idéia de procurar o gerente do banco....portanto prefiro não trocar o certo pelo duvidoso....

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    1. Acho que o melhor jeito de realmente saber o que fazer é estudar cada investimento, o que ele é, como é calculado, as taxas envolvidas... Ficar lendo recomendações do que se fazer é furada. Sabendo como funciona realmente o mercado financeiro, você pode tomar decisões conscientes, de acordo com seus objetivos. Agora... As pessoas tendem a achar que poupança e previdência privada são seguras, mas tem outras opções mais atraentes tão ou até mais seguras. Na verdade, essas duas têm dado rendimentos abaixo da inflação, então na verdade você está perdendo poder de compra deixando o dinheiro lá :/

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    2. A previdência privada não é uma opção segura por padrão, até porque parte do fundo é aplicado em ações, o percentual depende do perfil. No meu caso, por exemplo, o fundo de previdência já perdeu horrores desde o início do ano, mas continua sendo um bom investimento pois me ajuda a pagar menos IR, então eu tenho que calcular essa diminuição do IR pago no ano e juntar com o rendimento, para ver o rendimento real. A longo prazo, o valor aplicado no meu tipo de previdência pagará menos 17,5% de IR (o valor que eu vou pagar no resgate, em relação ao que eu teria pago na fonte). Se não tivesse essa vantagem no ir, eu não aplicaria em previdência, porque prefiro eu mesma administrar o dinheiro e não preciso ter a obrigação de depositar para guardar o dinheiro.

      Tem que ver bem os valores, porque para valores baixos de aplicação a poupança pode ser mais rentável, porque não tem ir nem taxa de administração ou custódia. Tem que ver também se o fundo não tem carência, ou a questão do IR ser maior se você tirar antes de determinado prazo.
      Alguns itens a pesquisar, pelo que eu me lembro:
      -valor mínimo de aplicação;,
      -taxa de adm;
      -imposto de renda (se diminui depois de alguns meses)
      -rendimento;
      -prazo da aplicação (se dá para tirar antes);
      -saque parcial (se é possível);
      -possibilidade de necessitar do dinheiro em uma emergência, se ele estará disponível e se você não vai perder muito com isso
      -se você vai viajar pode ser interessante aplicar em um fundo vinculado ao euro ou ao dólar, por exemplo, porque funciona como hedge (não sei o nome disso em português). Se o fundo perder, você não vai perder tanto porque vai gastar na moeda. Perde de um lado, mas empata a perda de outro. (Isso é só um exemplo, não estou dizendo para ninguém fazer isso).
      -tem fundos vinculados a inflação, mas se a expectativa de inflação diminuir, você pode perder dinheiro
      -e assim vai, tem que ver as vantagens e desvantagens de cada um, conjugados com a situação econômica.


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    3. Tem muuuuuuita coisa a se levar em consideração sim, por isso que acho importante cada pessoa entender bem cada opção para poder adequar às suas necessidades e vontades. Além de pesquisar as opções de investimento, é bom também pesquisar os bancos e as corretoras, pois cada uma tem condições e taxas diferentes.
      Obrigada pelos comentários ;)

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  2. O melhor é estudar os prós e contras de todos os investimentos. Mesmo que não invista na maioria, com certeza seus conhecimentos de mercado vão aumentar, potencializando suas próprias decisões.
    Nos investimentos o melhor conselho é não seguir conselho.
    Abs

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  3. O gerente do banco é ótimo para nos dar as informações que precisamos sobre cada aplicação. Mas a decisão é nossa.O gerente dificilmente mentirá, isso é muito, muito raro. Então, o lance é analisar as informações, desconsiderar os "opinamentos", e tomar suas próprias decisões...

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  4. Vania,

    O gerente não vai mentir, é claro, mas pode omitir informações importantes. Então a gente tem que saber o que perguntar para ele.

    Esqueci de colocar alguns itens importantes na lista acima, um é que o rendimento na verdade é uma expectativa de rendimento, na maior parte das aplicações. E outra que o risco é um fator muito importante, então se a aplicação tem uma expectativa de rendimento maior, provavelmente o risco envolvido também será maior. Outra questão ainda é se o valor e aplicação são garantidos ou não pelo fgc, em caso de quebra do banco.

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    1. Perfeito, Daniela. A propósito, seu comentário ali em cima foi ótimo!

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    2. Exatamente, Daniela. Além de omitir, ele pode manipular as informações. Vou contar meu caso pra vocês então:

      Fui esta segunda ao banco e a gerente me mostrou uma planilha toda bonita para simulações comparando CDB, LCI e Tesouro Direto. Ela estava me dizendo que o LCI era melhor, porque não incide IR. Aí, para comparar, ela digitou um mesmo valor de investimento e a planilha mostrou quanto o dinheiro teria rendido, mostrando que o LCI dava mais. Aí eu perguntei o tempo que ela tinha usado para a simulação, e ela falou que 6 meses. Aí eu falei que 6 meses fica ruim pro CDB mesmo porque a alíquota do IR fica alta (ela fica mais baixa em 2 anos). Perguntei também qual título do Tesouro ela estava considerando, e ela teve que olhar pra me confirmar que era LTF. Eu falei que o meu título era NTNB-principal e que rendia mais do que aquilo. Se eu não estivesse muito atenta para essas coisas, teria investido no LCI e feito um péssimo negócio. Como eu sabia do que estava falando, consegui até negociar com ela uma taxa ótima de CDB, sem taxa de administração, argumentando que só assim para ser mais atraente do que o Tesouro. Como eu não preciso de liquidez, ficou lindo.

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    3. Eu acho legal estudar bastante sobre os investimentos, mas também é muito importante saber as próprias necessidades. Risco, por exemplo, é um conceito relativo. Eu tenho ações do Banco do Brasil que desvalorizaram desde que eu comprei, mas eu não perdi dinheiro porque não as vendi. Pelo contrário, eu ganhei dinheiro porque já recebi vários dividendos. Se eu precisasse retirar o dinheiro hoje, teria tido prejuízos. Como eu posso esperar, posso aguardar a cotação subir para vender. Ou não vender e ficar vivendo de dividendos (minha opção). Além disso, se o Banco do Brasil quebrar, o Brasil quebrou e fodeu tudo. Então, apesar de ser ação, graças à minha necessidade e realidade, o risco é baixíssimo. Por essas e por outras, que eu incentivo as pessoas a estudarem para chegarem às suas próprias conclusões, de acordo com sua própria realidade :)

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    4. É Fernanda, com ações a questão do risco é bem relativa mesmo. Se a pessoa não tiver sangue frio vai sair correndo na primeira perda. Com cdb tem que ver mesmo, no BB se você fizer pelo site a taxa é muito pior. Para determinados valores e clientes gerenciados, o bb oferece taxas bem melhores, mas tem que aplicar via gerente (o que eu acho um saco)

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