sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O mito do "tem de variar"

Fui criada com essa ideia na cabeça: de que a gente não pode repetir roupa ou sapato no dia a dia. Talvez porque trocar dá a impressão de que você tomou banho e está usando peças limpinhas. Isso faz um certo sentido e eu apoio fortemente a higiene, mas não é necessariamente verdade que toda roupa que usamos, em todas as ocasiões, seja imediatamente lavada - até porque lavar desgasta as fibras.

Por outro lado, talvez a ideia seja exibir mesmo: olha, eu tenho um armário cheio. Olha, eu acompanho as tendência. Olha, eu compro roupa nova todo mês.

Eu não comprava roupa nova todo mês, mas como nunca jogava nada fora, sempre tinha muito com o que variar. E nem pensava muito no assunto: achava muito natural.

Como dizia Chanel, "Elegância é recusa"
Quando comecei a reduzir minhas peças, percebi que não sentia falta de variar tanto. Ao contrário: passou a ser mais fácil me vestir, porque eu tinha menos combinações possíveis. Outra coisa interessante que descobri é que eu não precisava de 4 ou 5 modelitos para o fim de semana: jeans, camiseta e sapatilha podiam ser usados quase o tempo todo - sendo trocados à medida que sujassem, é claro.

Minha conclusão é que eu não tenho nada que ficar variando, não. Ter poucas peças que eu gosto, sempre limpinhas e bem-cuidadas, que caem bem e são confortáveis, é muito melhor do que ter um monte meia boca. Até na questão da elegância: quem sempre usa os lançamentos pode estar na moda, mas não tem um estilo definido - um dia está de macacão, outro dia de minissaia de onça.

Meu objetivo, agora, é só adquirir roupas clássicas e de boa qualidade. Aí eu me enrolo um pouco: minha pão-durice - e a publicidade - dificultam o meu discernimento na questão custo/benefício. Me parece claro que peças de boa qualidade não vão ser baratas - mas roupas caras não necessariamente serão de boa qualidade! Então, simplesmente "pagar mais" não garante nada.

27 comentários:

  1. Adorei o post e concordo totalmente, vc ja viu o estilo de Emmanuelle Alt? Ela eh chefe da Vogue Paris, e esta sempre linda e basica, calca, camiseta e bota. Sim, isso eh ter estilo, ser fiel ao que gosta e pronto..

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    1. Ei! A Lud até já a citou neste post:
      http://minimalizo.blogspot.com.br/2012/10/pessoas-de-muito-sucesso-e-guarda-roupa.html
      Eu não a conhecia. Achei bem legal
      ;)

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  2. "Melhor repetir o bonito que variar o feio" sempre lembro dessa maxima...

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  3. nunca fui boa pra variar roupas, nunca andei na moda, sempre fui básica e gosto assim. E tenho definido isso cada vez mais, reduzindo o guarda-roupas. Mas percebi que isso não quer dizer que eu possa viver comprando menos peças - por ter poucas e usar sempre, elas estragam muito rápido, especialmente as camisas que lavo sempre depois de cada uso (e não costumo pagar os olhos da cara, então a qualidade na maior parte dos casos é inferior). Então tenho que comprar com mais frequência do que se tivesse um guarda-roupas mais cheio. Mas ainda prefiro assim, a organização fica mais fácil e corro menos risco de investir numa peça que não será usada nunca. (fora que é muito melhor comprar pra usar do que comprar por comprar, né?)
    Beijos

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    1. Também acho melhor, Renata. Também prefiro ter menos coisa e mais rotatividade. Fica mais fácil de organizar sim e de escolher também, né? Bem mais prático. Hehe...

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  4. Eu também tenho esse problema de, às vezes, pagar caro por peças que não têm boa qualidade. Outra dificuldade é encontrar peças clássicas de boa qualidade que tenham um corte moderno. Com frequência, esse tipo de roupa é vendido para um público mais velho, e tem cortes e estampas (que eu odeio) mais adequados a esse público. E isso é ainda mais difícil para as blusas, que tem que ser lavadas a cada uso (no meu caso).

    Então aceito indicações de lojas que vendam roupas clássicas, duráveis, sem estampas, e por preços não exorbitantes (isso existe?).

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    1. É dureza mesmo achar isso aí tudo junto. Eu também tenho um certo pavor de estampas. E também sofro pra comprar roupa pra trabalhar, por exemplo. Acabo comprando caro, nas esperança de que durem :/

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  5. Eu sempre me senti muito bem vestida usando jeans e blusinha, até me mudar para Brasília! É impressionante como as mulheres são "peruas" por aqui! Vc que morou por aqui também, Lud, também não achou isso?
    Confesso que fico incomodada às vezes, pois acabo me sentindo um pouco inadequada em alguns lugares e, por isso, tento caprichar um pouquiiiiinho dependendo do lugar... Mas no fundo acho que inadequado é quem faz uma superprodução para ir ali na esquina almoçar!!!!

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  6. Concordo em tudo que escreveste Lud! Também tenho priorizado roupas com melhor qualidade que eu realmente preciso, e se quero alguma peça da moda compra um modelo mais baratinho, pq assim quando a moda terminar a roupa já se foi pelo desgaste e não fica sobrando no guarda-roupa.

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  7. Oi Elaine,

    Acho que depende dos ambientes. Aqui em Porto Alegre também tem uns lugares (que eu obviamente não frequento) que a mulherada se veste mais como perua. Mas de dia, ao menos, isso não é muito visível. Em Brasília acho que as mulheres se vestem de maneira mais formal (saia ou calça de tecido), pelo menos nos ambientes de trabalho que eu frequentei por lá.

    Mas BH também tem fama de ser assim. Confirma aí, Fê, se é verdade o que uma prima me falou, que em BH as mulheres não usam saia sem meia-calça, mesmo que esteja mais de 30º!

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    1. Ei, Daniela!

      Olha... O pessoal aqui se veste mais para chique sim. Meia calça até que não. Acho que saiu meio de moda. Mas salto, por exemplo, é coisa que toda mulher usa até pra ir na padaria. E o que eu acho mais esquisito aqui é como o povo se veste chique pra ir ao shopping. Hehe... Lembro que fiquei chocada quando fui ao Rio e vi o pessoal de short e chinelo no shopping. Aquilo pra mim era impensável. Estranho, né?

      Agora, com a moda das sapatilhas, as mulheres têm usado até menos salto.

      Mas eu não sei como comparar direito. Vivi aqui toda a minha vida.

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    2. Oi Fe, é, a história da meia calça tem uns 20 anos (aiaiai, eu denunciando a idade - 42). Mas aqui em Porto Alegre, pouca gente usava no verão, então fiquei impressionada com o comentário dela.

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  8. Olá, meninas! Também cresci ouvindo o mesmíssimo “tem de variar”. Mas isso não passa de uma bobagem que inventaram para vender mais roupas e acessórios, né? O pior é que acabaram convencendo um monte de gente de que isso é verdade. As técnicas de propaganda e marketing sabem explorar direitinho as inseguranças e a falta de reflexão das pessoas. E é também por isso que eu gosto tanto do blog de vocês. Além de ser gostoso de ler, tem a função importante de nos levar a refletir.
    Sobre as roupas, é bom poder variar um pouco, sim, é claro. Não uso exatamente a mesma roupa todos os dias! Mas dá pra variar bem sem ter um armário gigante. Procuro ter roupas que combinem entre si e reflito sobre alguns pontos antes de comprar. Eu faço assim: penso se será útil, se combina com o que já tenho e em que situações vou usar aquela roupa. Depois, vejo se caiu bem, se achei que ficou bonito em mim – caso contrário, vira aquela peça que a gente acaba não tendo vontade de usar. Também só compro o que realmente gostei, seja uma tendência atual ou não. Como já citaram aqui, existem vários exemplos de pessoas bem vestidas que não se preocupam em usar o que é tendência. Analiso a qualidade da peça e seu custo/benefício. Já comprei por impulso, naquela ânsia de aproveitar uma oportunidade, mas raramente isso se reverteu em uma boa aquisição. Então, deixei isso pra lá. Hoje em dia, quando decido comprar, é porque alguma coisa está realmente me fazendo falta. Costumo comprar nas mesmas lojas – nada contra conhecer lojas novas. Faço isso porque já sei que ali encontrarei coisas que me agradam, caem bem em mim e tem um preço que me sinto confortável em pagar. Ah, importantíssimo: compro em lojas onde me sinto à vontade pra experimentar o que eu quiser sem vendedoras chatas me incomodando! Como costumo comprar pouco e foco na durabilidade, é raro eu comprar coisas muito baratas. Mas também não vou nas lojas caríssimas, pois nem teria dinheiro pra isso e, francamente, mesmo quando posso pagar um pouco mais, detesto me sentir explorada. Me sentiria uma idiota gastando uma fortuna num vestido, numa bolsa, ou seja lá no que for.
    Presto muita atenção e procuro ter cuidado para que eu possa usar minhas coisas por muitos anos. Sou mais velha que vocês (tenho 42) e tenho roupas que uso há mais de 10 anos e adoro! Fui aprendendo a escolher onde comprar, o que comprar e como conservar na base da tentativa e erro. Os erros vão ficando menos frequentes, mas nunca vão deixar de acontecer, óbvio! Não é fácil encontrar lojas legais, que atendam aos nossos desejos e necessidades, mas elas existem sim (é bem mais fácil quando a pessoa mora numa cidade grande, fato.) E acho que saber comprar bem é tão importante quanto saber conservar. Tanto com os cuidados que temos em casa, quanto levando a um bom sapateiro, uma boa costureira, uma boa lavanderia. Um bom sapateiro pode salvar aquele sapato que você ama e já está gasto; a costureira pode te ajudar a mudar uma roupa que você gosta, mas quer dar uma atualizada; uma boa lavanderia pode salvar uma peça, numa emergência, ou tingir uma desbotada e deixá-la com cara de nova. Aliás, uma coisa que eu eliminei foi roupa que requer lavagem a seco. Em geral, é mais cara e ainda vai dar mais despesa depois. Procuro comprar 100% algodão ou algodão misturado com algum sintético que seja confortável. Mas e se, mesmo com todo o cuidado, acontece algum acidente que acaba estragando aquela peça que eu gosto tanto? Paciência, é a vida! Jogo fora e compro outra quando puder. Ficou enorme esse comentário – desculpe! Beijos. Alexandra

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    1. Ei, Alexandra!

      Adorei o comentário imenso. Não precisa pedir desculpas. A gente que agradece.

      Acho que é questão de auto-conhecimento mesmo, como você disse da tentativa e erro. Com o tempo, se a gente prestar atenção e estiver consciente, a gente vai aprendendo o que funciona melhor pra gente.

      Eu confesso que ainda não achei uma loja mágica que me atenda em tudo. Sempre tenho dificuldade quando preciso comprar roupa. Ainda bem que eu quase não compro. Hehe...

      Sobre tingir, a Lud descobriu esse truque um tempo atrás, se eu bem me lembro. Eu sempre aproveito sapatos mandando reformar até que eles caiam aos pedaços.

      E as coisas estragam mesmo, infelizmente. Como você falou, é a vida! :)

      Beijo!

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    2. Oi, Fernanda! Não tem loja mágica - hahaha, seria ótimo! - mas têm algumas que eu já conheço, onde sei que é mais fácil encontrar o que preciso. Beijo. Alexandra

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  9. Bom dia!

    É tão mais fácil ser homem... Tenho 3 calças, meia dúzia de camisetas e 3 calçados, é o bastante!

    Abraço!

    Corey

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    1. Oi, Corey!

      Com certeza é mais fácil ser homem. Em quase todos os aspectos. O mundo todo funciona em benefício deles. Eles ainda ganham mais, sofrem menos violência doméstica, têm mais liberdade, sofrem menos pressão para se adequar a um padrão de beleza. E tantas e tantas coisas.

      Mas a gente está aqui buscando fazer um mundo mais fácil para as mulheres também.

      :)

      Um abraço!

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  10. Nossa, esse post tem tudo a ver com o que tá acontecendo comigo também. Percebi que só uso as mesmas coisas simplesmente porque prefiro elas, e me livrei daquilo que nao usava nunca essa semana. :D

    Beijos,
    www.demodaemmoda.com

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    1. Que bom, Natália! A gente se sente mais leve, né?
      Estou dando uma passeada no seu site ;)
      Beijo!

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  11. Oi, acabei de chegar no seu blog e já me apaixonei... to lendo tuuuuudo!!! queria ter vc como amiga pessoal pra gnt trocar figurinhas, eu tb sou assim, gosto de andar bem vestida, mas tenho muitos outros planos para o meu suado dindin, além de ficar entulhando roupas de grife. Eu tenho uma amiga chiquééérrima, mas super minimalista, ela usa quase que somente preto e branco, com sapatos maravilhosos, e compra os itens em lojas como besni, torra torra, anda sempre bem maquiada, eu aprendi um pouco com ela, que dá pra andar bem vestida sem gastar muito.

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    1. Eeeee! Que bom! A gente fica super feliz! Recomendo a Lud como amiga pessoal. Ela é ótima! Hehe... Mas a comunicação com ela está meio difícil, porque ela está viajando pelo mundo (olha: http://ludleopelomundo.blogspot.com.br/).
      Eu tenho acreditado cada vez mais que dá para fazer muita coisa sem gastar muito, é só saber escolher :)
      Seja bem-vinda!

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  12. Mas Fernanda, qdo a pessoa tem grana pra gastar no que gosta( roupas no caso) e aquela grana não irá fazer falta no que muita gente pode achar que é supérfluo, tudo bem né?! Antonia :)

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    1. Oi, Antonia. O post foi escrito pela Lud, mas respondo com prazer :)
      Primeiro, quem vai saber o que é supérfluo para cada um é só a própria pessoa. Segundo, dinheiro, por mais que se tenha muito, é um recurso limitado. Depois, que eu não tenho direito de falar o que é certo ou errado para alguém. Acho que cada um tem que viver da maneira que acha melhor.
      Eu escolhi o minimalismo, porque acho que faz mais sentido para mim. Não só para a minha vida, mas também para o mundo em geral. Eu prefiro viver em um mundo onde todo mundo tenha recursos para viver com simplicidade, e sem gente que tenha tanto dinheiro que não faça falta. Sou uma idealista :)
      Um abraço!

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  13. O Project333 é sensacional nesse aspecto. Estou na segunda rodada e me acostumei tanto com a dinâmica que não penso em abandoná-lo. É bem mais fácil encontrar o que quero e tenho usado MAIS variedade, e não menos - quando o armário estava cheio, eu acabava pegando sempre as mesmas coisas. Agora vejo tudo e vario mais. E a cada 3 meses é um guarda-roupa novo sem gastar um tostão (não joguei fora tudo, simplesmente "escondi", e a cada 3 meses pego novas peças nesse tanto que está escondido).

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  14. Olá Meninas, adorei o post!

    Sim, estou começando o projeto "sem compras", estou destralhando meu guarda-roupa e realmente vai ficando claro que tem poucas peças, de qualidade e que caiam bem, é muito melhor que ter um guarda-roupa lotado e sem uso.

    Abraços da Andreia

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    1. Ei, Andreia!

      Que bom que você gostou! Quando a gente começa a ver os resultados do destralhamento, os espaços livres e as economias, a gente fica viciado. É muito bom. Hehe...

      Um abração!

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