quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Taças vermelhas: quatro. Opa, três.

Um presente de casamento que gostei muito foram quatro taças de água vermelhas. Elas já decoraram a sala e já apareceram na mesa (em alguns jantares festivos), mas geralmente ficavam guardadinhas. Elas entraram na venda de garagem e, como ninguém as quis (ao contrário do conjunto de cristais, que saiu rapidinho) fiquei com elas e passei a usá-las para tomar vinho.

A família de taças, antes da tragédia que se abateu sobre elas. 
(Sim, de vez em quando eu tomo uma taça de vinho às refeições. Mal posso esperar para encher a cara a taça de vinho nacional na França, que tem a vantagem de ser classificado como alimento e, portanto, receber pouquíssimo imposto, o que resulta em bons produtos a baixos preços.)

Estava eu conversando pelo computador com a irmã I., que mora na Alemanha (não, o fato não tem a menor relação com a história. É só porque eu acho finíssimo ter parente que moram no exterior, e não perco a chance de contar), quando me empolguei na gesticulação e lá se foi a taça. A sorte é que só tinha um restinho de vinho nela - então o chão ficou decorado de cacos vermelhos, mas a casa não está cheirando a alambique.

O resultado é que antes eu tinha quatro taças que eu não usava, e agora tenho três que uso. Acho que estou na vantagem. Sem falar que três é número primo, né? Muito mais lindo.

5 comentários:

  1. Quando minha mãe se mudou de apartamento, fui revirar os armários e encontrei praticamente todas as louças e jogos de cristal que ela e meu pai ganharam de casamento. Tudo intacto! Isso depois de 42 anos de caados!!!

    Chega a dar uma peninha das coisas, né? Abafadas dentro do armário esse tempo todo sem cumprir sua função...

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  2. Lud, o seu post me fez perceber um aspecto de usar mais as minhas coisas que estava me agradando já desde o início desse processo mas que eu ainda não tinha me dado conta. É o fato das coisas acabarem. Me explico: antes eu tinha cremes que ficava guardando para usar numa época especial só que essa época nunca chegava e eu andava por aí com a pele ressecada e sem cheirinho gostoso mesmo. Passei a usar todos e percebi que eu adoro hidratante e que eles duram no máximo 2 meses na minha vida embora antes eles durassem anos (claro, eu não usava!). Isso também aconteceu com as minhas taças de vinho. Eu tenho essa imagem de mim mesma como uma pessoa suuuper cool que escuta jazz enquanto toma uma taça de vinho, mas eu sempre adiava esses momentos de relaxamento e ficava vendo tv e tomando refrigerante ou suco de caixinha. Resolvi tomar vinho de vez em quando, resolvi me permitir ter esse tempo tranquilo e sem correrias ouvindo Miles Davis e "descobri" que quando a gente realmente usa as taças de vinho, eventualmente elas se quebram! Rsrsrsrsrs.... Então, as coisas, quando a gente as utiliza, se desgastam, estragam, quebram, acabam... Claro que a gente tem que cuidar direito das nossas coisas, mas a degradação dos objetos é um processo natural e esperado quando alguma coisa está em uso. Pode parecer tão óbvio isso, mas eu nunca tinha pensado nisso antes de começar a usar tudo que tinha (e doar o que não uso). Acho que muitas pessoas (que já sabem disso) deixam de usar coisas melhores que elas têm para não perder esses objetos. Muita gente tem taças lindas que não usa por medo de quebrar uma, porque assim o jogo fica incompleto. Isso acontece com baixelas de um modo geral, principalmente aquelas lindas que tanta gente ganha como presente de casamento ou de herança. A Milene, acima, mostrou como isso aconteceu com a mãe dela.

    beijo!

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    1. Mas sabe o que estava pensando, Marina? Que, se a gente não usa, é como se não tivesse a coisa. Uma taça no armário é como se ela não existisse. Ela só é uma taça quando é usada.
      :)

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  3. Tadinhaa da taça! Se soubesse tinha me jogado nelas, assim como me atirei nos copos de cristal! Hehe
    Mas num liga nao. Eu tbm odeio quando as coisas quebram, mas como já disseram aqui em cima, a quebra é decorrente do uso!
    Bjs

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  4. E olha que quatro é número de azar pros chineses e japoneses (o kanji respectivo se parece muito com o da morte, ou algo assim) então nunca tem nada com esse número por lá - e três dá sorte;)

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