sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Um outro lado do desapego: quem ganha

A gente sempre fala sobre como é bom desapegar das roupas, dos livros e dos objetos que temos para ganhar mais espaço, mobilidade e liberdade; mas a gente nem sempre se lembra do outro lado, que é mais importante ainda, que é de quem recebe isso tudo.

Os objetos existem para serem usados. Um livro juntando poeira em uma estante, um eletrodoméstico encostado em um canto da casa desligado e uma roupa não usada no armário não são nada. E enquanto você está ocupando espaço com aquilo, outra pessoa poderia estar lendo um livro novo, ouvindo música no som que ganhou ou tendo uma roupa pra usar.

Lembro quando a Lud foi se mudar pela primeira vez e me deu uma caixa cheia de livros. Devorei os livros. Li todos. Fiquei tão feliz!

Lá em casa tinha um freezer de muito tempo atrás, da época que minha mãe não trabalhava fora então cozinhava sempre em casa. Já há alguns bons anos, o freezer quase não era utilizado. Até que minha mãe desapegou e deu o freezer pra porteira lá do prédio, que ficou super feliz, porque ela sim tinha muitas utilidades para o freezer. Ela ficou feliz. Minha mãe ficou feliz.

Blusas fofas e novinhas, mas
não muito adultas.
Eu tinha umas blusas lindas, mas meio infantis, que eu trouxe da Disney quando eu trabalhei lá. Tudo praticamente novo. Comprei porque eu tinha desconto, armadilha que não me pega mais, mas já me pegou muito nesta vida. Dei para minha mãe dar para uma das alunas dela. As roupas eram novas. A menina ficou feliz. Eu fiquei feliz.

Quando fui desapegar dos cosméticos, dei uns hidratantes pra minha mãe. Ela usa muito e estava tendo que comprar. Eu não uso nunca e tinha uns 5 no armário. Todo mundo ficou feliz.

Às vezes, quando eu fico com dó de me desfazer de alguma coisa que eu não uso, eu penso na alegria que aquilo pode dar a alguém e isso me ajuda logo a decidir.

2 comentários:

  1. Eu penso nesse ponto também.
    A maioria das roupas e calçados que eu separo são doados para o Exército da Salvação. Algumas coisas são doadas diretamente a pessoas carentes e outras são vendidas e bazar.
    Dessa ultima vez eu desapeguei de um monte de roupas "de trabalho", como calças sociais, blazer, algumas camisas etc.
    Fico imaginando que alguém que começou a trabalhar mas não tem condiçõe simediatas de comprar roupas adequadas vai se beneficiar (seja ganhando ou comprando muito barato no bazar), logo, como vc diz no texto, ela fica feliz e eu fico feliz com o guarda-roupa mais vazio, mais arrumado e livre de roupas que não uso a anos!!!
    É uma ótima perspectiva a se adaptar.

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    1. :)
      É bom demais, não?
      Quando a gente doa pra instituições, acaba que não vê diretamente a alegria de quem ganha, e acaba até esquecendo desse lado. Fiquei feliz de ser lembrada pelas experiências que eu contei.
      Obrigada pelo comentário e por estar no acompanhando aqui sempre.
      Beijo!

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