sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O caminho do desapego

Não foi do dia pra noite que resolvi viver com menos. Li, resmunguei e esquentei a cabeça bastante antes de me convencer de que o minimalismo fazia sentido. 
O caminho é longo. E tão bonito!

A verdade é que eu gosto de guardar coisas. Não chego a ser uma acumuladora de programa de televisão porque não sou das mais consumistas, mas "quem guarda tem" é (ou era!) meu lema. Adoro precisar de um objeto aleatório, tipo um terminal de trilho suíço, correr pra uma gaveta, tirar de lá o tal objeto aleatório e brandi-lo vitoriosamente.

Só que eu cheguei a uma encruzilhada: continuar minha rotina, cercada das minhas coisinhas, OU topar abrir mão de tudo e sair pelo mundo. 

Em um mundo ideal, eu seria milionária e manteria um apartamento montado no Brasil enquanto pipocava por aí. Na vida real, eu tive de escolher. 


Escolhi virar uma pessoa portátil. 

A viagem estava marcada para o fim de 2014. Então, eu tinha um longo e confortável prazo para ir diminuindo gradativamente minhas posses e selecionando o que eu queria guardar (álbuns de fotos! diplomas!  lembranças de viagem!). 


Aí adiantamos a viagem para o fim de 2013 e tive que correr com o andor. 


Comecei pelas roupas e sapatos. Passei para os cosméticos. Deixei de comprar. Esvaziei gavetas. Me entusiasmei. Despachei os livros. Pedi presentes consumíveis ou digitais. Vendi os móveis, eletrodomésticos, enfeites e objetos de cozinha e mudei para um lugar muito menor e mobiliado. Continuei sem comprar.


E, para minha grande surpresa, e apesar dos momentos de choro e ranger de dentes, o  processo está sendo divertidíssimo.


Me livrar dos meus objetos está sendo muito menos dolorido do que eu imaginava. A verdade é que, depois de umas horas ou dias, eu nem me lembro mais deles. E quer saber? Estou achando que viver com menos é muito mais prático e legal mesmo. 

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