terça-feira, 24 de novembro de 2015

A lama tóxica e o que eu tenho a ver com isso

Um desastre ambiental gigantesco está acontecendo em Minas Gerais, Espírito Santo e já ameaça chegar na Bahia. O rio de lama tóxica que tirou vidas, destruiu uma cidade e matou o Rio Doce já chegou no mar.

É indiscutível que esse desastre não foi acidente. Displicência da Samarco, responsável pelas barragens que se romperam, e do governo que não se preocupa tanto assim com a fiscalização de questões ambientais. Mas temos também que reconhecer que a priorização do lucro acima de tudo e do consumo é o que leva a desastres como esse.

Algumas semanas atrás, eu coloquei aqui uma foto das montanhas devastadas pela mineração da Vale perto de uma cachoeira onde fui aproveitar um dia de calor. É uma paisagem comum nas estradas do meu estado, mas que mesmo assim sempre me deixa arrasada, e é uma das preocupações que mudou e tem moldado o meu minimalismo já há algum tempo.

Porque as mineradoras exploram o ferro porque tem quem compre. E vários dos produtos que consumimos tem como base esse recurso. O nosso consumo sustenta essa exploração. Então vamos sim cobrar mais fiscalização do governo e mais responsabilização da Samarco, vamos doar água potável e mantimentos para as vítimas da tragédia, mas vamos também deixar de consumir tanto. 

Cada vez que trocamos de celular, de computador, de carro, de televisão... Cada vez que compramos uma travessa, um enfeite... Tudo que consumimos vem de alguma matéria-prima, que na maioria dos casos (a reciclagem ainda é pequena) vem da natureza.

É importante lembrar disso especialmente na época de natal, em que somos convencidos de que comprar presentes para os outros é sinal de carinho. Vamos repensar nosso consumo.


12 comentários:

  1. Também acho. Esta história de que os fins justificam os meios não tem nada a ver!!! O preço pago está sendo muito alto !!! bjs

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    1. Muito alto mesmo, Verônica. Temos que repensar nossas atitudes. Beijo!

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  2. Perfeito! Fico imaginando quanto tempo mais teremos que esperar para que esse deixe de ser o pensamento de poucos para ser o pensamento da maioria, uma maioria capaz de mudar as coisas. Antes que seja tarde!

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    1. Tem toda razão, Mi. Eu tento fazer minha parte com o blog, conversando sobre o assunto do consumo com as pessoas que eu conheço... Mas é tão pouco... Complicado...

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  3. O que mais me entristece nisso tudo é ver que todas as pessoas de maneira geral se comovem, acham um absurdo o desastre ambiental, mas se forem orientadas a diminuir o consumo pra evitar novas extrações, e novos desastres, aí desconversam, culpam o governo, culpam o vizinho, mas nunca estão dispostas a fazer algo real.
    E isso não acontece só no que diz respeito ao meio ambiente. Hoje o que mais acontece são pessoas criticando o mundo, mas sem a menor intenção de fazer o que lhes cabe pra melhorar a situação...
    Desculpe o comentário deprê, mas precisava desabafar...

    Ah, e parabéns a você, que se esforça pra mudar de verdade, abdicando de seu conforto por uma idéia de um mundo melhor!

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    1. Não precisa pedir desculpas. Eu concordo demais, Anne. Isso me incomoda e entristece muito também. Eu vejo isso muito com o discurso anti-corrupção. Pessoal fala até, mas faz um tanto de pequenas corrupções no dia a dia, desde carteirinha de estudante falsa até parar em lugar proibido e por aí vai...
      Muito obrigada, Anne. Eu realmente prefiro abdicar de certos confortos pra viver de acordo com o que eu acredito, sabe? Nem sempre é fácil, mas eu não conseguiria viver de outra maneira...
      Um abraço!

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  4. Olá!

    Alguns fragmentos de seu texto, remeteu-me a infância, onde tínhamos uma toalha de mesa para usar aos domingos e, várias outras coisas que eram únicas para dias únicos, me lembrei da tigela da minha saudosa avó. Vejo que, meus costumes e pensamentos atuais com relação a "matéria" não se distanciou tanto. Boa reflexão e lembranças sem igual! Obrigada!

    Maria

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    1. Obrigada, Maria. Vamos em frente. Relembrando e refletindo. Um abraço!

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  5. Não acompanhei todos os noticiários e artigos sobre a agressão ao Rio Doce (e ao mundo) mas, no que li e ouvi, nenhuma menção ao NOSSO consumo, aos compradores/utilizadores dos minérios. Mais ou menos como a falta de água em São Paulo: discute-se tudo, menos NOSSA forma de lidar com o planeta. Estranho, muito estranho.
    Conhece esse vídeo, Fernanda? Acho muito propício para esse momento.
    https://youtu.be/vg-t53pfsnU
    (Alô? Chamada para acordar)
    Beijos e muito obrigada pelo texto!

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    1. Exatamente, Ellen! Não conhecia o vídeo. Vou assistir agora. Obrigada pela indicação. Beijo!

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