quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A dificuldade da facilidade

Estamos ficando um mês em Madrid e depois vamos viajar pela Espanha o mesmo tanto de tempo. Na minha cabecinha, era o cenário ideal para estudar espanhol (porque uma das vantagens de ter tempo livre é poder usá-lo para aprender coisas novas).

Primeiro olhei cursos presenciais. O escorpião no bolso se agitou todo (não achei nada por menos de 400 euros por 60 horas/aula). Então descobri um curso online bem mais barato, mas bastante promissor (do Instituto Cervantes e tudo. A quem interessar possa, aqui). Resolvido, faço esse.

Aí cheguei em Madrid. Me inscrevi em duas bibliotecas. Peguei livros e revistas. Vi televisão. Passeei pela cidade. Participei de visitas guiadas. E, como acontece com todos os falantes de português em terras castelhanas, me virei legal.

Ok, verdade seja dita: já fiz um semestre de aula de espanhol nessa vida. Há uns 10 anos. E também comecei um curso grátis na internet antes de chegar em Madrid. Mas o Leo não fez nada disso e também se virou legal (só confirmou comigo como se diz "bom dia", "por favor" e "obrigado"). Meu método é simples: faço perguntas em poucas palavras, com um belo sotaque anasalado, entendo a resposta, digo "gracias!" e está valendo. Na única vez que a coisa apertou - a gente queria imprimir um ingresso para o Alhambra comprado na internet e não conseguia -, a atendente falava... francês.

Então, em suma, não me inscrevi no promissor curso online, do Instituto Cervantes e tudo. Não dediquei uma hora do meu dia a exercícios gramaticais. Não pratiquei minha conversação com falantes nativos (que conversação? Eu só sei dizer "dos, por favor" na bilheteria dos museus). Sei mais espanhol do que eu sabia antes, é verdade, mas só nas habilidades passivas: ler e escutar. Nas habilidades ativas - falar e escrever -, a coisa tá feia. Muy fea.

Minha conclusão é simples: se espanhol fosse mais difícil, eu teria me esforçado mais. (E minha preguiça de estudar e vontade de passear não têm nada a ver com isso, combinado?)

Madri, uma cidade adorável. Mas pouco conducente ao estudo. 

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