quinta-feira, 17 de abril de 2014

Como fugir dos exageros da páscoa?

É chegada a semana santa. Em feriados e datas comemorativas, há toda uma pressão para que a gente se comporte, consuma e aja de determinadas maneiras. Além da pressão publicitária, há ainda uma mais forte. 

Como essas datas geralmente envolvem passar muito tempo com a família ou com amigos, a gente é bombardeado com expectativas. A convivência exige isso mesmo. É importante fazer concessões. E a gente até se sente bem em fazer as pessoas que a gente gosta felizes. Acho esse o grande desafio.

Que ovo de chocolate é caro, a gente sabe. Que almoços em família tendem a virar uma comilança sem fim, idem. Também sabemos que os encontros com os amigos e viagens em grupo tendem a virar um exagero de comidas, bebidas, dormir nas horas mais malucas... A gente sabe disso, e sabe que não é o ideal pra gente.

Mas e a sua sobrinha de quatro anos que vai ficar triste se não ganhar ovo de páscoa? E sua tia que vai ficar chateada se você não comer ou criticar a comilança da bacalhoada? E seus amigos que vão ficar bebendo até de madrugada e com os quais você queria compartilhar esses momentos?

Não acredito que tenha uma resposta pronta, mas que ela só pode ser encontrada caso a caso, com muito diálogo e com consciência das escolhas. Como em qualquer relacionamento, é preciso que os dois lado cedam, conversem e cheguem em um lugar comum. É um processo contínuo, é uma construção.

Já pensou com conversar com sua sobrinha? Dar um ovo caseiro, talvez até mesmo feito por você? Sair com os amigos e ir dormir um pouco mais cedo? Beber o tanto que te deixe confortável e depois ir pra água? Conversar com a sua tia que você quer controlar o colesterol e cuidar da saúde? Nem sempre dá certo, às vezes as coisas só vão mudar com o tempo, mas acho melhor do que simplesmente escolher entre ceder totalmente ou não ceder em nada.

12 comentários:

  1. Oi Fer, acho que essa flexibilidade vem com o amadurecimento, é algo muito bom e que deixa a vida mais fluída, sabe? Eu me vi em todas as situações que você citou. Eu adoro participar das festas e está junto das pessoas, acho chato ficar criticando, deixa as pessoas fazerem como querem. É só a gente participar a nosso modo, se não dá para comer um monte de bacalhoada (come só um pouco) ué, que mal tem nisso? E assim vamos caminhando... feliz páscoa para você e beijos :)

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    1. Também acho, Andreia. O problema é quando o que as pessoas querem fazer acaba nos atingindo de alguma forma. Nesses casos, acho importante buscar um meio termo. Claro que isso depende de vários fatores, como sua intimidade com a pessoa, a maturidade dela etc., mas eu acho um erro também a gente abrir mão totalmente de nós mesmos e nossos valores em nome dos outros em todos os casos. Acredito que vale a pena buscar um equilíbrio. Obrigadinha :) Beijo!

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  2. Eu sempre costumei trocar ovos com o namorado na páscoa. Eu sou apaixonada por chocolate, então, sempre gostei. Só que esse ano decidimos não trocar ovos e sim, uma barrinha de chocolate. O ovo anda mto caro e pra mim o real significado da páscoa não é o do consumo só porque, como você disse, a sociedade diz que temos que comprar/trocar ovos. Em casa eu dei duas caixas de bombom pro pessoal la comer. E confesso que nem fiquei triste, pois sempre gostei de ovos caseiros. Fico feliz por estar percebendo uma mudança muito maior em mim, onde abandono coisas que não fazem mais sentido. Essa é uma delas.

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    1. Muito legal, Bruna. Eu também adoro chocolates e gosto de dá-los e ganhá-los, mas achei melhor agir como você :) Legal demais ver que a gente consegue mudar, quando achamos importante, não é?

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  3. Minha família por ser evangélica nunca comemorou páscoa, então nunca assimilei essa coisa da comilança e compra de ovos.
    MAS, mesmo assim somos bombardeados com esses "tem que comprar", e minha filha fica louca por causa dos ovos. Já ganhou 3 (todos médio, acho q número 12) e mais 2 pequenos da escola. Eu não vou dar, acho que é chocolate suficiente p/ mais de mês. E já conversei com ela sobre isso também.
    Sobre a escola: acho muito errado escola incentivar isso. Mesmo que seja dado.
    Outra coisa - a escola tem milhares de alunos p/ dar ovos, então é claro que vai dar o de qualidade mais ruim. Minha filha provou um pedaço e passou mal. De que adianta dar, pelo simples "porque sim" e oferecer algo de péssima qualidade? Melhor não dar nada, né. Eu ficaria satisfeita só com os enfeitinhos que vem todo ano.

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    1. Ei, Dani! Que situação horrível essa dos ovos de baixa qualidade da escola. Péssimo! Realmente seria melhor abordar a páscoa de outra maneira. Além do que, essa incorporação de rituais religiosos em escolas é complicado, porque elas têm um papel formador forte. A não ser que a escola seja religiosa mesmo. Complicado, não é?

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  4. Olha, eu tento me adaptar sem ser chata. Por exemplo, comento com os mais chegados que esse ano vou dar pequenas lembranças, que estou de dieta e preferiria algo pequeno. Mas aceito o que recebo com alegria e divido com quem estiver por perto... Agora, acho desagradável ficar querendo ditar o que os outros têm que fazer, acho que pode ser meio egoísta, desagradável... Não existe um jeito certo de fazer as coisas mas, quando há espaço, vou deixando as pessoas a par das mudanças, mesmo porque os mais próximos sempre sabem das novidades e tal...

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  5. No meu caso, acho que é mais simples... Primeiro porque moro longe da família e dos amigos mais chegados. Então só sobra o marido e a gente não tem esse costume de dar ovos de páscoa um para o outro. Só agora estou percebendo que nem tocamos no assunto esse ano... Acho que, nesse aspecto, somos bem minimalistas (ahahaha). Na verdade, a gente não liga mesmo para isso. Só comprei um mimo para meus pais, feito por uma amiga, mais para fazer um agradinho, porque eles moram longe. Agora, querendo ou não, o legal da data (e dos chocolates) é que eles acabam "aproximando as pessoas", os mimos acabam sendo uma forma de demonstrar carinho. Isso é dez!

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    1. Ei, Evelize! Que legal! Acho legal uns mimos também, mas isso tem ficado cada vez mais distorcido, eu acho. Há cada vez mais datas comemorativas e os presentes ficam mais caros. É um incentivo exacerbado ao consumo que eu não sei se é a melhor alternativa. Tenho procurado mimar as pessoas cada vez mais com carinho e atenção, e menos com objetos, mas é uma questão que eu ainda não tenho bem resolvida, sabe?
      Beijo

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    2. É, tem razão... acho que é o caminho, inclusive porque, na minha opinião, dar mimos é mais fácil do que dar atenção e carinho. Agora um mimo aqui ou ali, sem exagero e sem entrar na onda do consumismo, acho que não faz mal não, especialmente para aquelas pessoas que tem mais dificuldade de demonstrar sentimentos ... : ) Bjo!

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