sexta-feira, 5 de abril de 2013

Casaco de inverno: um só, mas perfeito

Aqui na Europa o povo não tem essa coisa de que tem de variar roupa, não. Eles têm poucas peças, de boa qualidade. Imagino que seja herança das privações durante e pós guerras mundiais, mas também tenha a ver com o tamanho das casas (pequeno). De qualquer forma, é uma maneira minimalista de ser.

Uma grande vantagem é que a gente não tem de ficar pensando pra escolher o agasalho do dia. Você só tem um casacão de frio, então veste antes de sair de casa e pronto. Ele não fica em contato direto com a pele - logo não suja por dentro. No fim do inverno, é só lavar e guardar pro ano seguinte.

Cheguei na Alemanha toda pimpona com um casaco de lã que minha mãe tinha comprado na Argentina. Lindo, mas não dava conta de temperaturas negativas de janeiro. Fui explorar o universo dos casacos realmente quentinhos, com ajuda da irmã I., que trabalhou em estação de esqui no Colorado e estava em Frankfurt desde outubro, e conclui que os requisitos do casaco de inverno único e perfeito são:

1) de cor escura. A irmã I. tem um casaco de neve ótimo que ela comprou nos States, só que ele é azul-claro. Isso quer dizer que qualquer sujeirinha aparece. Como não dá pra ficar lavando o tempo todo, o bom são cores "disfarça-sujo" mesmo (preto, cinza-escuro, marrom-escuro).

2) leve. Você vai passar horas com ele nas costas, amiga. Materiais tecnológicos e recheios de penas esquentam sem pesar. Prefira.

3) com bolso interno de zíper. Aí você bota passaporte/carteira/chave e deixa a bolsa em casa. Porque, na rua, você já vai ter de lidar com cachecol, gorro e luvas. Mais um volume só complica.

4) com bolsos externo fechados ou fundos. Você precisa de bolsos para enfiar suas luvas quando entrar em lugares fechados, e não vai querer que elas caiam de lá e suas mãos congelem para sempre. O ideal é que eles tenham zíper também, mas se forem grandes e fundos também resolve.

5) comprido. Quanto mais longo, mais protege. Óbvio.

6) acinturado. Para evitar, na medida do possível, o visual Michelin.

E por último, a característica essencial do verdadeiro casaco de inverno (jura a irmã I.):
7) a alça interna, nas costas, no alto, para pendurar o casaco no gancho.

Sem alça não tem conversa
O meu é esse aqui, em preto. Comprei na promoção (oba!).

5 comentários:

  1. Peguei sensação térmica negativa e acabei seguindo essas dicas no instinto: comprei um casacão quase até o joelho, acinturado, cinza-chumbo, com bolsos e tal. Acho que não tem bolso interno... mas preenche os outros requisitos, inclusive a alcinha salvadora pra ganchos!

    Eu acrescentaria mais duas dicas: ser impermeável e ter capuz (porque tem hora que só o gorro não basta, e o capuz impermeável é uma maravilha quando neva ou chove).

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    1. É verdade, Lu!

      O capuz já me salvou muitíssimo em Hamburgo,o lugar mais frio e chuvoso que eu já fui. Peguei uma chuva muito leve, quase uma garoa, e o capuz mantinha minha cabeça e meu pescoço sequinhos e quentinhos, sem precisar de guarda-chuva.

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  2. Não tem nada a ver com o post, mas com o blog: conhecem esse texto? Beijos de quem acompanha esse espaço há pouquinho tempo, mas adora! ;)
    http://www.valor.com.br/cultura/3055660/menos-e-mais

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  3. Gostaria de saber se há esta qualidade em casacos em alguma loja do Brasil. Grata Ana Clara Cianni

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  4. vocabulário desnecessário mas bonitinho (bem, eu acho): aqui na França, esses casacões "recheados" se chamam "la doudoune". Parabéns pelo blog, meninas! ;)

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