Sempre que me perguntam os motivos de eu ter adotado o minimalismo, falo da liberdade.
Mas essa palavra solta assim parece tão pouco palpável e distante... Muitas vezes não é claro o apelo quando comparado a outros mais óbvios, como comprar uma roupa nova ou o último iPhone.
Mas eu tenho um truque. Sempre quando eu começo a ser tentada pelo consumismo ou começo a ficar apegada a alguma coisa, eu puxo uma memória de liberdade, e aí a decisão fica fácil.
O que eu senti logo após apresentar o TCC da pós-graduação. O sentimento de estar carregando uma mochila pesada e tirar ela das costas. Aquele momento em que chego em casa de um dia de trabalho e tiro o salto. Quando eu doei um sapato que eu não usava para alguém que adorou. O primeiro dia de férias. A sensação de quando pedi demissão de um emprego que eu odiava.
Tenho comprovado cada vez mais que as coisas às quais nos apegamos prendem a gente, e de uma maneira que não é positiva.
"...Ai dos felizes, porque são
Só o que passa!
Basta a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar..."
O das quinas, Fernando Pessoa
"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles
Esse texto definiu tudo que sinto quando penso em comprar. Hoje em dia eu repenso até mesmo sobre as coisas que eu realmente amo, como os livros. Diminuí tanto os que eu tinha que a liberdade de não ter que viver tirando o pó e arrumando e me preocupando em não emprestar(sou dessas rsrs) acabou me conquistando. Essa liberdade entre outras tornou tudo mais fácil pra mim, agora me dedico ao que verdadeiramente importa. Mas confesso que tenho uma pequena caixa com alguns dos livros favoritos.
ResponderExcluirLivros também são um ponto fraco meu, mas o que mudou um pouco minha relação com eles foi começar a ler no kindle, porque você começa a perceber que o que importa é o conteúdo do livro, e não o objeto físico. Mas eu também tenho alguns preferidos ainda :)
ExcluirO que me vem a lembrança, sempre que sou tentada, são coisas que já possuí, outras que ainda possuo e não uso. E que em um momento de compra parecia que era o que eu precisava. Me lembro e reflito: "hoje estou gostando e parece que vai ser útil, mas e as coisas que tenho e que tinham me dado esta mesma sensação"?! Aí me seguro e espero a vontade passar. E passa. Vou somar com suas dicas... obrigada por compartilhar! Bj pra ti, Fernanda!
ResponderExcluirMaria
Boa estratégia, Maria! Obrigada também :)
ExcluirBeijo!
Ah! Gostei da figura...
ResponderExcluirMaria
Obrigada :)
ExcluirA melhor liberdade é não ser refém do consumismo e das tralhas que vem com ele! Limpar a casa num instante e não precisar de pagar alguém para isso, ter muito tempo livre...isso é viver!
ResponderExcluirTem toda razão. É maravilhoso mesmo!
ExcluirMuito lindo seu texto, Fernanda!
ResponderExcluirEntre objetos físicos, idéias, pessoas, situações e sentimentos, é realmente muito bom nos livrarmos de tudo que aprisiona, escraviza e nos faz adoecer.
Sempre há muito o que aprender e natural ocorrer algum tropeço, mas é bom já ter dado alguns passos adiante!
Muito obrigada, Aline!
ExcluirConcordo demais. Tropeçar faz parte, o importante é levantar e continuar ;)
Boa reflexão. A propósito, descobri seu blog há algum tempo e estou lendo várias postagens antigas, parabéns pelo conteúdo!
ResponderExcluirMuuuito obrigada :)
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