sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Excessos nas fotos digitais, parte I

Tenho percebido que, com a advento das câmeras e das fotos digitais, o pessoal (eu me incluo nessa) começou a exagerar na tiração de fotos.

Os dois casos abaixo aconteceram comigo.

Caso 1: encontro com meu tio em uma festa de família

- Ei, Fernanda! Que dia vamos combinar de ver as fotos da sua viagem, hein?
- Vamos marcar, tio. Eu levo as fotos da minha e você as da sua.
- Ah... Eu ainda não separei as fotos da minha viagem. É que eu tirei um tanto na minha máquina e peguei ainda as que a sua tia tirou na dela, e as que o outro casal de amigos nossos tirou nas deles. Tenho mais de mil fotos.
- É muita foto! Tem que selecionar as melhores então!
- Tenho mesmo. Mas é muita foto. Dá uma preguiça.

Caso 2: japonês no museu de arte

Estava eu em Viena, olhando uns quadros super interessantes no Leopold Museum. A moça do museu foi chamar a atenção de um japonês que estava quase encostando a lente gigante da câmera fotográfica dele nos quadros. O cara nem olhava pro quadro com os próprios olhos. Ele ia andando pelo museu tirando fotos. Enxergava as obras através das lentes da câmera.

Aí eu fiquei pensando... O cara sai lá do Japão, pega avião, gasta dinheiro, vai pra um país que não conhece e que está cheio de coisa interessante pra ver e fazer, e escolhe ficar dentro de um museu olhando quadros através da lente da câmera, tendo a mesma experiência que ele poderia ter digitando "Leopold Museum" no google images.

Um dos quadros do Leopold.
A foto não é minha. Achei no google images.

9 comentários:

  1. Uma vez fui num show de um artista que adoro, show internacional em SP. Era uma época que eu sentia que PRECISAVA registrar tudo em fotos. Tirei tantas, tantas fotos, filmei... e depois fiquei com uma sensação esquisita, não lembrava direito do show, sei lá... percebi que tinha visto mais o palco pelo visor da câmera do que com meus próprios olhos. E depois surgiram na internet fotos mil vezes melhores que as minhas, que por sinal não seviam muito como lembrança porque eu não tive a experiência como deveria ter tido. Lembrar do que então? Depois disso passei a maneirar, não levo câmera pra todo lugar, fotografo bem menos só pra registrar o "estive lá" e tem sido bem melhor assim.
    Beijos

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    1. É verdade, Renata.
      A gente vai no show é pra pular, cantar junto, ver os músicos de perto. Hoje em dia, todo mundo lança o show em DVD. Para que ficar filmando e tirando fotos? Hehe...
      Uma ou outra foto é legal sim, como você falou. Acho que o segredo é evitar o excesso.
      Obrigada pelo comentário!
      Beijo!

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  2. Olá,
    Descobri o teu blog e estou a gostar muito.
    Estou a ler: THE POWER OF LESS e estou a tentar destralhar a minha vida!!

    P.S.: Já te estou a seguir! =)

    Muitos beijinhos
    MUAH* <3
    Neuza Mariano

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    1. Oi, Neuza!
      Que bom que você está gostando! Fico muito feliz!
      Boa sorte no seu caminho e vem aqui compartilhar com a gente o que você está sentindo, aprendendo e pensando.
      Beijinho!
      :)

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  3. Bom dia Fernanda!

    Houve uma época q eu era igual ao japon~es do seu exemplo, depois minha ficha caiu e hoje tiro bem menos fotos. Qd chego de uma viagem, por exemplo, passo tudo pro computador, viro as q estiverem na posição errada e deleto as ruins. Só com isso uns 30% vão pra lixeira.

    Abraço!

    Corey

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  4. Hahahahaha, japoneses são mestres nisso. Em Foz do Iguaçu, tinha um grupo que nem olhava diretamente as cataratas, só através da câmera. Eu também exagero (não tanto, mas enfim) e estou tentando me reeducar, tirar menos e melhores fotos e curtir o momento.

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    1. Eu estou tentando achar o equilíbrio. Eu costumava ou tirar muita foto, ou esquecer a câmera e não tirar nenhum. Hoje eu tento tirar menos fotos, mas com maior frequência, sabe?
      Sobre os japoneses, tenho curiosidade de saber porque eles fazem isso. Deve ter algo cultural. Mas não conheço nenhum pra perguntar...

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    2. Uma teoria é que, como eles têm bem poucos dias de férias por ano, precisam ver tudo correndo, e aí tirar fotos é um jeito de compensar, porque servem de lembranças depois... mas não sei se a teoria procede.

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    3. É... Pode ser uma... Mas tirar foto de quadro no museu? Não é melhor tirar deles mesmos na rua ou coisa assim? Bom... Cada um é cada um, não é? Hehe...

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