quarta-feira, 20 de maio de 2015

Nem só de tralhas físicas se faz um acúmulo

Semana passada, eu falei sobre meu processo de diminuir o acúmulo de livros físicos. Lembrei de um outro acontecimento que eu nem contei aqui, mas vale a pena.

A gente sempre foca em diminuir objetos físicos, e não se preocupa tanto com os digitais. Parece que o espaço digital é infinito. Mas não é.

Eu tenho um kindle, que amo e uso muito desde 2011. Ao longo desses anos eu fui comprando livros, baixando outros de domínio público, mandando artigos e principalmente um tantão de fanfictions para ele... Para organizar a coisa toda, eu usava coleções e só guardava o que eu tinha gostado muito e planejava reler. 

Mesmo assim chegou um belo dia que eu recebi um e-mail da Amazon falando que eles iam me passar a cobrar pelo uso da Amazon Cloud Drive. E eu fui ver que tinha estourado meu limite gratuito de espaço.

O que mais ocupava espaço eram uns PDFs - que o kindle lê, mas os arquivos ficam muito pesados. Mas além deles tinham centenas (sim... centenas) de livros, artigos e fanfictions. Como eu tinha acabado de comprar o kindle paperwhite, aproveitei o momento simbólico e apaguei tudo. TUDO!

Os livros que eu comprei pela Amazon continuaram lá (inclusive o que eu estava lendo no momento). O resto foi-se. A maioria das coisas, se eu quiser reler, procuro de novo na internet.

O kindle paperwhite quando tinha acabado de comprar e aconteceu o caso.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mais de três ano, e ainda desapegando

Quando comecei esse processo de desapego, sentia uma leveza impressionante. A cada sacola cheia de lixo ou doações, era um peso que saía das minhas costas e um espaço enorme que se abria nos meus armários, estantes etc.

Eu acreditava que iria aos poucos me desapegando das coisas, e que depois de algum tempo eu iria chegar a um ponto ideal de posses, e que então seria fácil não comprar coisas em excesso (comprar nunca me atraiu muito mesmo) e assim manter esse estado de equilíbrio. Mas não...

Lá se vão mais de três anos de busca pelo minimalismo, e é impressionante como até hoje eu ainda tenho coisas em excesso. Volta e meia eu olho uma gaveta, ou aqueles cantos em que guardo coisa que não uso tanto, e vejo algo ali que eu não preciso, ou que ficou velho demais. E lá vai mais coisa para doação.

Não tem jeito. É um processo constante, mesmo para quem tem relativamente poucos objetos. E isso é normal. O importante é não baixar a guarda, e continuar desapegando.

A parte de cima do guarda-roupa é um lugar onde tipicamente se junta coisa

terça-feira, 12 de maio de 2015

Ler os livros que já tenho, sem comprar outros

Sou uma amante de livros. Já superei a fetichização dos livros de papel, e tenho vivido feliz sem precisar possuir e consumir tais objetos. Leio no kindle, leio livros emprestados, dou para os outros os que eu já li.

Mas foram anos de fetichização. E fui juntando minha biblioteca pessoal. Morria de orgulho dela. O curioso é que agora que ela perdeu o apelo para mim, fui perceber que vários dos livros que estão ali eu nem gostei muito, e vários outros eu nunca li. 

A vida de quem cultua livros é assim. A gente compra três livros e, enquanto lê o primeiro, ganhamos outro. Antes de terminar, já achamos uma promoção e compramos outros; ou então alguém nos empresta um livro que passa na frente da fila... E assim vamos acumulando um tanto de livros não lidos.

Como eu sou minimalista, mas não gosto de desperdícios, tive uma ideia. Estou sim desapegando da minha biblioteca pessoal, mas aos poucos. Antes estou aproveitando para ler cada um dos livros que comprei, e então escolhendo como doá-lo.

A chave é não comprar ou pegar outros emprestados, pelo menos por enquanto. Assim vou diminuindo minhas posses aos poucos, mas aproveitando ainda sua utilidade, antes de compartilhá-la com outros. É um equilíbrio que tem me agradado.

Minha prateleira de livros. Ainda tenho alguns muitos na casa da minha mãe. À medida que eu vou lendo e doando, vou trazendo mais de lá. Meu objetivo é chegar ao fim do ano com tudo meu na minha casa.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A casa, o tempo e a aceitação

É então que novamente eu me deparo com um dos meus grandes demônios: a realidade de que eu não sou capaz de tudo que gostaria. Há limites.

A verdade é que o tempo realmente é um recurso escasso, e que não só eu devo escolher como vou gastá-lo; mas também que, por mais que eu simplifique e priorize, ele nunca vai ser suficiente para fazer tudo que eu gostaria. Então o jeito é aceitar.

Foi mais uma vez que aprendi muito com os comentários, que me fizeram ver que eu estava encarando a questão toda da casa e do tempo de uma maneira inadequada.

A Andreia Rodrigues comentou algo que me tocou bastante: "Casa perfeita e com tudo no lugar, só em foto de revista! Casa de verdade, funciona, as coisas são usadas e isso é o normal, faz parte!".

Fiquei pensando sobre isso, e sobre como uma casa mostra sinais de que pessoas estão vivendo e fazendo várias coisas nela. E como isso na verdade é uma coisa linda, e não deve ser motivo de estresse.

Outra ideia que me fez mudar a maneira de pensar foi: "Serviço de casa não acaba nunca, mas não deve ser um fardo. É como escovar os dentes ou tomar banho.", da Lu Monte.

Realmente o cuidado da casa não é um item da minha lista de pendências que eu vou conseguir riscar, pois ele é constante. Então o jeito é ir lidando com isso de acordo com minha disponibilidade, mas sem neurose ou ansiedade.

A mesa lá de casa. Não está arrumadinha, mas não vou deixar isso me atormentar mais.