Já o Ano Novo me agrada muitíssimo. E nem é por causa das festividades e dos fogos de artifícios: é porque a perspectiva de um novo início, de um recomeço, de um renascimento me encantam. Eu sei que é só uma convenção; que o fato de que o planeta completou mais uma volta em torno do sol poderia ser comemorado em qualquer data. Mas eu aprecio rituais, e acho bacana ter um momento, a cada trezentos e tantos dias, de parar pra pensar que já foi e no que será.
Para dizer a verdade, não é uma tradição em minha vida. Mais jovem, eu ia vivendo sem planejar muito, seguindo a ordem "natural" das coisas (estudar-passar no vestibular-formar-arrumar emprego). Não é que eu não me esforçasse - é que não pensava muito onde queria chegar.
Nos últimos tempos, descobri que ter metas definidas e batalhar para alcançá-las é bacana. O resultado nem sempre vem do jeito que a gente imagina, ou da maneira que a gente sonha - mas é bem diferente, e gera muito mais autonomia, do que ficar esperando o que a vida traz.
(Embora a vida possa ser muito generosa, e que às vezes a gente se lasque em nossas decisões, claro.)