segunda-feira, 30 de junho de 2014

Adaptação hedônica ou porque sempre queremos mais

O Dan Ariely, no livro O Lado Bom da Irracionalidade, fala sobre como o ser humano tem uma grande capacidade de adaptação, tanto para as situações boas quanto para as ruins. A longo prazo, um ganhador da loteria e um paraplégico vão estar menos satisfeito e menos miserável do que a gente imagina.

Essa adaptação faz com que a gente se acostume fácil com um aumento de salário, um apartamento maior, um carro mais chique ou um guarda-roupa mais gordo. Depois de algum tempo, a nossa satisfação volta ao nível anterior. Essa é uma das razões pelas quais algumas pessoas consumem muito: quando a última aquisição perde a graça, elas correm para comprar de novo, para ter aquela alegria (passageira) novamente.

O que fazer, então? O Ariely sugere interromper a experiência prazerosa, ou executá-la a conta-gotas. O exemplo que ele dá é de uma estudante que se forma e arranja um bom emprego, e está pronta para trocar os móveis baratos de sua casa por novas versões mais bonitas e confortáveis. Ela pode fazer um festival de compras e arrumar a casa toda de uma vez, o que de fato vai deixá-la feliz - até que ela se acostume. Ou ela pode ser gradual com suas aquisições: primeiro ela compra uma cama ótima e curte a novidade; no mês seguinte ela compra uma bela tevê e se diverte; semanas depois, um sofá macio... Assim, ela vai ter picos mais baixos de alegria, mas eles vão ser muitos, e a soma total de felicidade vai ser maior.

Eu acho que é isso que a Fê está fazendo com o apartamento dela - até para verificar o que ela realmente precisa. Além de não comprar objetos inúteis, ela também vai sentir satisfação por muito mais tempo.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Desconstruir e reconstruir

Oi, pessoal! Estou de volta. Durante esse tempo todo sem escrever, continuei viajando, voltei ao Brasil no fim de ano, li, estudei, engordei, emagreci, comprei, deixei de comprar, encontrei amigos, refleti, resmunguei. Ou seja, tenho história pra contar.

A primeira é que acho que cheguei ao (meu) ponto máximo de desapego e estou começando a voltar de lá. Em 2012, entrei de cabeça no minimalismo e em um ano me livrei de quase tudo que eu tinha. Fui radical porque ia viajar por um tempo longo e, de fato, não ia precisar de móveis, eletrodomésticos, livros de papel, cosméticos e um monte de roupas e sapatos por um período grande. Em vez de enfiar tudo em um guarda-móveis, o que ia ser caro e complicado, eu e meu marido doamos ou vendemos um montão de objetos, enchemos duas portas de armário na casa dos meus país com o que achamos que precisávamos manter e saímos leves e soltos pelo mundo.

Foi ótimo. Aí, depois de mais de um ano de simplicidade pessoal, comecei a sentir falta de... perfume.

Quando reduzi as minhas posses, doei, junto com um tanto de maquiagem, os meus três ou quatro vidros. Eu usava pouco e estava me desapegando dos códigos da feminilidade. Mas, depois de muitos meses, me deu saudades.

É verdade que perfume custa caro, vaza na mala e não é artigo de primeira necessidade. Mas nem só de pão vive o ser humano, né?

Às vezes as pessoas me chamam de exagerada, e de fato reconheço que sou. Tem muita gente que passa pelo processo de redução de bens gradativamente, reduzindo com calma que chegar a um ponto confortável. Eu, não: aproveitei que ia tirar um sabático, juntei o feminismo com o minimalismo e fui lá ao outro extremo.

E foi  muito bom. Experimentei, na prática, que dá para ver sem um monte de coisas. E, agora, posso readotar, aos poucos, o que acho importante para mim, depois de pensar um tanto sobre o assunto.

No caso do perfume, comprei umas miniaturas e fiquei feliz: elas ocupam pouco espaço e, como esperei com paciência por uma promoção, não custaram tão caro. Além disso, como são pequenas, não vão durar para sempre (como aqueles vidros doados que ainda estavam pela metade...).

São pequetitos mesmo: menores do que uma caixinha de fio dental...

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Casa nova!

No fim de semana, finalmente tive tempo de dar uma olhada boa para o apartamento. Fiz uma faxina daquelas também. Admiro quem é profissional, viu? Dá muito trabalho. Aproveitei o momento e fui tirando fotos, para registrar o processo todo de mudança e montagem. Acho que vou curtir poder olhar para elas no futuro. Então lá vai:

O quarto só tem a cama de casal (com uma roupa de cama que a minha avó me deu) e o armário (já veio com ele). Sinto falta de um criado-mudo para deixar o copo de água que bebo à noite, o kindle, o abajur, essas coisas. Mas não quero nada além disso. É tão gostoso essa sensação de espaços vazios.



O quarto que será o escritório ainda não tem nada. Queremos uma mesa para cada, uma cadeira para cada e talvez uma poltrona para ler.



O banheiro já está do jeitinho que a gente quer. Só tem esse armário/espelho, que é o suficiente. Não precisava ter bidê, mas o apartamento é antigo.


A sala está cheia de improvisações para que a gente consiga ver TV e fazer as refeições. Os colchonetes são daqueles de acampamento e a mesa daquelas de plástico de bar. Tudo isso emprestado dos meus sogros. A estante futuramente ficará no escritório, mas por enquanto está fazendo as vezes de rack. A TV eu já tinha e trouxe comigo. Do lado da estante tem uma adega de vinho que ganhei em um sorteio há uns 3 anos e estava guardada até então. 


A cozinha está bem encaminhada, apesar da falta de utensílios. Temos fogão e geladeira, panelas e algumas outras poucas coisas. Os copos e as canecas são esses por enquanto:


Estou adorando esse processo. Procuro continuar arrumando o espaço aos poucos, sem entulhá-lo.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Mudança, mudança...

Depois de muito planejamento e de resolver alguns pepinos, nos mudamos.

Ainda não trouxe tudo. Tem várias coisas ainda na casa da minha mãe. Nesse processo, descobri algumas coisas a doar e a jogar fora, mas nem de longe foi muita coisa. Acho que isso é um bom sinal. Eu andei fazendo tantas sessões de desapego nos últimos meses que acredito ter chegado em um ponto interessante. Só que eu ainda não trouxe fotos, lembranças, papelada, livros. Estou trazendo o que sinto que mais preciso. Então é obvio que vou perceber as coisas a serem jogadas fora ou doadas mais para o fim. Veremos.

Por outro lado, percebi como uma casa exige coisas. E eu tenho tão poucas! Cozinha pede muito. A gente mudou e, na primeira noite, percebemos que não tínhamos pratos. Pequenos imprevistos da nova dona de casa. 

Ainda não temos liquidificador, mais do que dois pratos, mais do que dois copos, micro-ondas, toalha de mesa, jogo americano, tabuleiros, tábua de corte. De utensílios de cozinha, só o mais básico Não temos sofá, mesa de jantar, cadeiras. O quarto que é para ser nosso escritório está simplesmente vazio: não temos mesa, cadeiras, nada. Ontem comprei ferro de passar pela internet (deve chegar daqui a alguns dias), mas ainda não temos uma tábua. 

Estou tomando cuidado para não comprar coisas desnecessárias, mas também para não ficar em situação precária. Ficar uns dias sem estrutura é tranquilo, mas com o tempo vai ficando complicado.  Estamos indo aos poucos, sem pressa, buscando um equilíbrio. Tentando controlar a ansiedade. É trabalhoso, mas também bem legal.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Notícias

Essas últimas semanas estão sendo muito tumultuadas na minha vida. Estive (e ainda estou) fazendo a mudança para o novo apartamento, fazendo um tratamento dentário chato e cheio de sessões, viajando a trabalho (agora parei de viajar, mas as últimas três semanas foram complicadas) e ainda tentando arrumar um tempo para ver os jogos da copa (já contei que eu adoro futebol?). No meio disso tudo, não tenho tido inspiração, energia e nem meios (ainda estou sem internet em casa) para postar aqui no blog. 

Peço desculpas e prometo voltar em breve. Estou tirando muitas fotos do processo de montar o apartamento. Acredito que quando eu tiver internet as coisas melhorem. Desculpem o sumiço. É temporário.