quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Cabelos curtos e práticos

Conheçam meu novo cabelo minimalista.


A ideia foi do Caio, meu cabeleireiro e amigo de longa data. Assim que eu cheguei na casa dele para aparar as pontas, ele ficou assustado com o tamanho:

- Que cabelo enorme! Nada minimalista.

Os argumentos dele me convenceram. Com um cabelo mais curto, eu iria: gastar menos shampoo e condicionador,  lavar e secar muito mais rápido, passar menos calor nesse verão tropical.

Ele fez um rabo e cortou. Eu assustei quando ele me entregou aquele tanto de cabelo, mas o fato é que eu adorei. Além de mudar, o que é sempre legal, todas as vantagens citadas por ele valeram a pena mesmo.

Antigo cabelão calorento e trabalhoso.

Novo cabelo, muito mais prático.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Consertar: agora ou nunca

Sabe quando alguma coisa estraga - uma blusa que soltou um botão, a bateria de um relógio que acabou, um mp3 player que parou de funcionar - e a gente deixa no armário, ali no canto, se prometendo que em breve vai levá-la para consertar?

E assim se passam dias, semanas e meses. Aquela coisa ocupando espaço e constantemente nos lembrando que temos que levar pro conserto, nos fazendo pensar como a gente sempre tem coisa para resolver e nunca acabam as pendências e ó vida cruel - mas continuamos enrolando.

Já vivi isso inúmeras vezes, e uma das decisões que tomei com o minimalismo é que nunca mais.

Assim que algo quebra ou estraga, a primeira coisa que penso é se eu preciso mesmo daquilo. Pode ser um bom momento para eu despegar. Se a resposta for que não, ótimo. Já coloco para doação ou no lixo.

Se realmente eu uso o objeto, aí vem a segunda análise. Vale a pena consertar? Em alguns casos, o preço e/ou os esforços são tão grandes que é melhor abrir mão da coisa ou comprar uma nova. Nesse caso, novamente, lixo ou doação.

Tudo isso considerado e eu ainda quero consertar o objeto? Então tenho que fazer isso o mais rápido possível, para evitar a situação do início do post. Deixo o objeto em cima da cama, para eu lembrar sempre que entrar no meu quarto que eu preciso dar jeito nele, e anoto a pendência na minha lista.

Nas últimas semanas, já consertei um sapato e uma blusa. Doei uma blusa que perdeu os botões e que eu nem usava tanto assim. Tenho ainda pendente um relógio para trocar a pulseira, o que já me programei para fazer na próxima quarta-feira.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Eu mereço uma trufa de chocolate!

Vou contar um caso. Uns quatro anos atrás, eu estava em um trabalho estressante, com um chefe desses que cobra o dia inteiro. Aí um dia, no meio da tarde, eu estava tão irritada e estressada que resolvi dar uma volta. Chegando na rua, comi uma trufa de chocolate deliciosa. Fiquei mais tranquila, respirei, e voltei para o trabalho.

Na semana seguinte, fiz a mesma coisa duas vezes. E assim foi. Um mês depois, eu comia uma trufa por dia, todo dia, religiosamente. Eu pensava: eu mereço. Trabalho tanto, me dedico... Mereço esse pequeno prazer.

Só que merecimento não tem nada a ver com o caso. É totalmente uma escolha. Eu mereço tudo que eu puder me dar, mas por outro lado também sou eu que vou ter que arcar com as consequências, que no caso foram aumento de gastos, de colesterol e de peso. Ao falar que eu merecia, eu estava era enganando a mim mesma e, se eu for pensar, eu merecia era os problemas que essa escolha me trouxe.

Além disso, o "eu mereço" é uma tentativa frustrada de tentar compensação por uma situação não desejada. Por mais que a trufa me trouxesse o prazer momentâneo, o trabalho estressante continuava lá, e nenhma trufa do mundo era capaz de resolver isso. Então seria muito melhor eu repensar esse trabalho, ou minhas reações a ele, do que ficar me enganando e entupindo de chocolate e chegando em uma situação na qual eu continuava estressada e ainda tinha que lidar com sobrepeso, colesterol alto e descontrole financeiro. Criei foi mais problema.

Hoje eu já saí faz tempo do trabalho estressante, e já consegui recuperar meu colesterol depois de uns meses de regime. Sei que podia ter me poupado há muito mais tempo de passar por isso tudo.

Agora, quando eu eventualmente resolvo comer uma trufa, não é para tentar fugir de um problema, mas porque eu escolho. Não é merecimento, não é algo que o mundo me deve para compensar uma vida ruim ou um esforço que tenho que fazer, é uma escolha minha, que eu faço plenamente consciente.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Desapego de roupas esportivas

Como sempre pratiquei esportes, tenho toda uma gama de roupas para isso: shorts, calças, blusas e até saias. Depois de um bom tempo sem praticar o desapego, resolvi então dar uma olhada nelas.

A primeira coisa que percebi foi que algumas das blusas que eu considerava esportivas, na verdade eram roupas velhas que eu passei para essa categoria ao invés de doar ou jogar fora. O raciocínio é que eu podia dar uma sobrevida para elas. O problema é que nem sempre são as mais adequadas. Muitas são desconfortáveis e quentes. Acabam atrapalhando o desempenho e até tirando o prazer e o bem-estar da atividade. Desapeguei delas todas. Foram para doação. 

Tentei ainda fazer uma seleção. Roupas esportivas são daquelas com grande rotatividade, pois se desgastam com mais rapidez. Então vale a pena ter poucas e comprar uma nova para repor cada uma que "acabar". Como ganho muitas, pois as pessoas sabem que é um tipo de presente que eu adoro, tenho um benefício a mais.

Mas é importante lembrar também que essas roupas precisam ser lavadas a cada uso, então é preciso ter uma quantidade que permita isso. Eu pratico um esporte ou outro todos os dias e lavo roupas uma vez por semana. Tenho que fazer as contas ou vou acabar tendo contratempos (e gastos).  

Outro detalhe é a adaptação ao clima. É bom ter umas calças e blusas de manga comprida para a época do frio, mas a maior parte das roupas devem ser fresquinhas. 

Pensando nisso tudo, reorganizei minha gaveta de roupas esportivas. Percebi que tinha mais do que precisava, e doei as que mais destoavam das minhas necessidades. 

Minhas blusas esportivas. Mantive todas as 4 sem manga, pois uso muito. Das de manga curta, fiquei com 4 e doei 5.  

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Afinal, o que é ser você mesmo?

A gente vive sendo incentivado a buscar nosso verdadeiro eu, a seguir o coração, a ser a gente mesmo. Sempre fico me perguntando o que seria essa essência do meu ser e não consigo encontrá-la.

Acho que cada um de nós é tanta coisa. Além disso, estamos sempre mudando. Aprendendo com os erros, com os acertos, com os estudos e com os outros. Adequando-se às circunstâncias da vida, às pessoas com que mais convivemos e aos ambientes que frequentamos. 

Mais importante ainda acho as mudanças que a gente opera em nós mesmos por vontade própria. Além das várias mudanças práticas na minha vida com o minimalismo, acho que a maior delas é interna. Eu acredito tanto que um mundo com menos excessos individuais e mais igualdade para todos seria melhor! Fico então muito feliz de praticar aquilo que eu acredito. Sabe aquela de "seja a mudança que você quer no mundo"?

Sempre quando vejo essa dica de seja você mesmo ou então alguém tentando encontrar seu verdadeiro eu, lembro de duas coisas:

1. Deste texto maravilhoso do Alex Castro: “alex, como faço para ser uma pessoa melhor?”.

2. Da cena abaixo do antiquíssimo e quase desconhecido seriado My So-Called Life, com uma Claire Danes adolescente, que foi ao ar em 1995 quando eu tinha a mesma idade da personagem. Essa cena me marcou tanto que eu lembro dela até hoje com frequência:

"As pessoas sempre dizem que você deve ser você mesmo. Como se você mesmo fosse essa coisa definida, como uma torradeira ou coisa parecida."

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Dicas para economizar no supermercado

Uma das grandes despesas da minha vida, e acho que da de muita gente, é com supermercado. Vou dividir com vocês então uma lista de dicas para economizar na hora de fazer compras em supermercado juntando coisas que vi por aí e outras que eu aprendi sozinha. 

1. Antes de sair de casa, veja o que está faltando e planeje mais ou menos as refeições e os cardápios dos próximos dias. Com base nisso, monte uma lista de compras. Assim, você economiza tempo, não esquece coisas que precisa e nem compra outras desnecessárias. 

2. Organize a lista de compras por setor do supermercado, para evitar ter que ficar dando voltas e perder tempo. 

3. Por mais que você compre sempre no mesmo supermercado, tente ir algumas vezes em outros, para conferir se os preços e a qualidade daquele que você sempre vai estão valendo a pena mesmo. 

4. Esta é clássica: não vá com fome ao supermercado. Tudo parece delicioso e imprescindível. A chance de comprar mais do que vai consumir e acabar jogando um tanto de coisa vencida fora é grande. Além disso, a tentação por coisas engordativas e nem sempre saudáveis também aumenta.

5. Mais ou menos pelo mesmo motivo acima, evite ir ao supermercado de mau humor ou com pressa. 

6. Confira se o preço da prateleira confere com o valor registrado no caixa. Impressionante o tanto de erro que os supermercados cometem nesse quesito. 

7. Fazer compras uma vez por semana pode ser uma boa opção, pois você consegue aproveitar melhor as diversas ofertas. Além disso, as compras mensais podem causar mais desperdícios de alimentos que perdem a validade rapidamente.

8. Olhe as prateleiras de cima a baixo. Os supermercados muitas vezes colocam os produtos mais caros na linha dos olhos, para influenciar a compra. 

9. Não faça compras no dia de pagamento. As pessoas ficam tentadas a fazer extravagâncias quando vão às compras imediatamente depois de ter recebido uma quantia maior de dinheiro.

10. Compre frutas, verduras e legumes da época. São mais baratos e tendem a ter menos intervenções químicas.

11. Avalie com cuidado as embalagens enormes e as promoções para comprar maiores quantidades. Pode ser ótimo para economizar quando são itens necessários e que não perdem rápido a validade, mas pode ser um desperdício se não forem.  Além disso, você pode acabar comendo demais alguma coisa para não perder. Ruim para saúde e desagradável para o paladar.

12. Leia os rótulos e cheque a embalagem. Veja se as informações nutricionais te atendem, a data de validade, a melhor maneira de conservar o produto etc.

13. Cuidado com os alimentos "diet" e "light". Além de serem mais caros, nem sempre são mais saudáveis e muitas vezes até engordam mais. Compare com o produto convencional.

14. Cheque sempre o prazo de validade dos produtos, mas tenha um cuidado especial com aqueles em promoção. Muitas vezes eles estão mais baratos para que o supermercado consiga se desfazer deles rapidamente antes que percam.


Dica bônus, que não é de economia, mas é importante: evite alimentos embalados naquelas bandejinhas de isopor, que levam muito tempo para se decompor. 

Nas minhas buscas de dicas, vi muita gente falando para não levar crianças para as compras porque elas pedem um tanto de coisas e podem fazer birra. Por outro lado, eu acredito muito que as crianças precisam ser educadas para saber se relacionar melhor com o consumo e com as atividades práticas da vida adulta. Com certeza não á opção mais fácil, ir explicando tudo para elas durante as compras e controlando os pitis, mas vai ser bem melhor para o futuro delas.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Detox alimentar e financeiro

Como eu contei no post anterior, acabei de ser vítima dos perigos do aumento da renda. Como se não bastasse os desejos reprimidos dos meses sem salário, eu tive ainda duas coisas que agravaram meus excessos de gastos no último mês do ano.

Em primeiro lugar: fim de ano. Eu não compro vários presentes de natal não, mas comprei alguns. O segundo ponto é a localização do meu trabalho em frente a um grande shopping. Geralmente, eu consigo passar ilesa por propagandas e vitrines de lojas, mas não sei se por descuido ou por influências externas, acabei caindo em umas tentações. O fato é que me descontrolei um pouco no fim do ano. Nada grave, mas aconteceu.

Além das compras, entrei em uma onda de comilança também, almoçando nos restaurantes deliciosos que têm por perto do trabalho umas quantidades exageradas, com doces mais frequentes do que o normal. Estou até com medo de como ficou meu colesterol.

Resultados da história toda: engordei 5 quilos (acumulado dos últimos 6 meses) e gastei, em dezembro, 50% a mais do que o meu padrão mensal. O que fazer agora: cortar isso pela raiz.

Então, desde o dia 02 de janeiro, estou fazendo uma espécie de detox, que é como ficaram conhecidas umas dietas de desintoxicação. Cortei totalmente excessos da minha alimentação, e voltei para o cardápio que a nutróloga tinha me passado no início de 2012. Além disso, nada de compras, com exceção de comidas e produtos de limpeza.

Vou continuar nessa até que eu tenha sentido que recuperei o controle, e depois volto para minha rotina equilibrada.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Os perigos do aumento da renda

É típico. A pessoa recebe um aumento. Qual é o primeiro impulso? Agora ela pode arcar com serviços e objetos que não podia antes. É um sentimento de demanda reprimida. Tudo aquilo que você deixou de comprar ou fazer nos últimos tempos porque seu dinheiro não dava, agora ele dá. Então a tendência lógica é que, ao ter um aumento de renda, a pessoa tenha um aumento de gastos, e não de reserva.

Eu acabei de passar por isso. Fiquei poucos meses sem um emprego e, durante eles, gastei pouquíssimo. Parei de pagar por serviços que eu mesma podia fazer, nem pensei na possibilidade de comprar qualquer objeto novo, diminui as saídas e refeições caras. Posso falar que não senti falta de nada. As despesas com saúde, alimentação e habitação, e até uns luxos esporádicos, eu pagava com o que recebia dos meus freelas. Vivi muito bem, obrigada. 

Só que voltei a trabalhar em um emprego fixo, e a estabilidade + o stress + o salário induzem a gente a ter menos cuidado com o dinheiro que gasta. No começo, são pequenos luxos. Comer um dia em um restaurante melhor, outro comprar uma blusa, outro pegar um táxi ao invés de ônibus. Com o tempo, a gente começa a fazer essas coisas com mais frequência, e logo elas se incorporam na nossa rotina. Sem que a gente perceba, de repente, a gente acha que não dá para viver sem aquilo. Vira gasto fixo.

O aumento da renda tende a levar a um aumento do nível de consumo, o que, ao meu ver, é uma armadilha que nos prende eternamente em um ciclo de achar que não temos dinheiro o suficiente e que não podemos de jeito nenhum viver com um salário menor ou até mesmo um tempo sem receber.

Vai por mim, a gente pode sim. E melhor ainda é parar de gastar tanto mesmo tendo salários melhores. Assim você acumula menos tralha, perde menos tempo e pode ficar mais tranquilo. Não depender do dinheiro que vai entrar na conta no próximo mês é um alívio sem tamanho. É uma vida muito melhor.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Balanço financeiro de 2013

Em 2013, eu mantive a configuração de 2012: minimalista, morando com minha mãe e investidora.

O que aconteceu de mais diferente esse ano foi que eu fiquei 5 meses sem receber salário: 3 sem trabalhar, e mais 2 trabalhando sem receber. Lembram que eu saí de um trabalho? Então: salários atrasados foi um dos motivos. 

Minhas receitas ficaram assim:

Eu investi durante o ano inteiro. Tirei um tanto de dinheiro da poupança e passei para o CDB. Negociei com o banco um retorno muito melhor. Em comparação com 2012, naturalmente eu recebi menos de salário, mas mais de investimentos.

Azul é 2012, vermelho é 2013.
Quanto aos gastos:


Agora o comparativo com 2012:


Gastos que aumentaram:
  • Saúde: a empresa parou de pagar meu plano de saúde e eu tive que fazer um.
  • Restaurante: fiquei meses trabalhando sem receber o ticket alimentação.
  • Bens: comprei um ipad, que gerou mais da metade desses gastos com bens.
  • Tênis: aumentou a mensalidade.
  • Ajuda mãe: como continuo morando com minha mãe, me esforcei para ajudar mais em casa.
  • Carro: continua sendo meu maior gasto, e aumentou ainda mais porque não tinha mais o trabalho para pagar minha gasolina, como em 2012, e porque tive que fazer uma revisão daquelas que trocam correias e tal, que ficou caríssima.
  • Fiz uma viagem internacional, para Aruba. Gastei bastante nela. Não tinha viajado em 2012.
Gastos que diminuíram: todos os outros. Fiquei tão orgulhosa. Isso só mostra que estou conseguindo colocar em prática os meus objetivos e valores. Alguns pontos interessantes:
  • Livros: comprei um em 2013. Um! E no kindle. E mesmo assim li dezenas de livros no ano - emprestados e trocados, além dos que a Lud me deu para o kindle.
  • Saídas: quase não saí para fazer coisas caras. Descobri muitos programas baratos e gratuitos, e dei preferência para eles.
  • Remédios: menos da metade. 2012 eu fiquei muito doente. 2013 já foi melhor. Tomara que eu consiga diminuir ainda mais em 2014.
  • Roupas e sapatos: foram quase todos com conserto de sapatos e correios para mandar coisas que troquei por roupas online. De novo mesmo, comprei uma calça para jogar tênis no frio, dois brincos antialérgicos e dois sapatos. Para um ano inteiro, acho que foi bom.
Conclusões gerais: 
  • Estou indo bem. Parabéns para mim!
  • Carro ainda é um problema.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O que aprendi em 2013

Aprendi que mais importante do que ter método e organização para praticar o minimalismo, é acreditar nessa filosofia de vida e incorporá-la no meu pensamento.

Aprendi que mais importante do que diminuir o número de bens que eu tenho no meu armário é dá-los para alguém que precisa.

Aprendi que mais importante do que ter poucos itens de qualidade é ter pouco, e aproveitar o que é de todos.

Aprendi que mais importante do que me preocupar com meu bem estar, é sempre ter em mente o coletivo, porque suas consequências são muito mais duráveis e impactantes.

Aprendi que mais importante do que tentar trazer os outros para o minimalismo, julgando suas escolhas, é viver e deixar viver.