sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ano novo

2013 foi um ano de muitas transformações para mim. Apesar de todas as dificuldades, aprendi muito e termino o ano com mais paz e tranquilidade, tendo chegado mais perto de descobrir o que quero da vida, e apreciando o caminho.

Gostaria de agradecer muito todo mundo que participou da minha caminhada minimalista aqui no blog, comentando, me mandando e-mails e mensagens, e até mesmo apenas lendo. Cada vez mais acredito no poder das trocas e da união entre as pessoas.

Vou aproveitar esses dias de folga para terminar de formular algumas ideias na minha cabeça. Semana (e ano) que vem, divido aqui com vocês.

Mais uma vez: obrigada!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Fechamentos de fim de ano

Final do ano é uma boa época para fechamento de ciclos e abertura de outros. Claro que é uma data arbitrária, e a gente pode fazer isso em qualquer momento que quiser, ou até mesmo em nenhum. Mas acredito que o fim do ano contábil, a parada para as festas e todo do clima fazem com que seja uma boa ideia para:

1. Resolver coisas pendentes
Aquele conserto do carro ou de um eletrônico que estou enrolando para fazer, aquele dinheiro parado na conta que preciso investir, aquele livro que peguei emprestado e ainda não devolvi. Tudo isso estou buscando fazer para começar 2014 livre de pendências.

2. Check-up médico
Vou ao oftalmologista, ao dentista, ao gastro e ao ginecologista. Este ano, já tinha ido em vários desses, pois precisei ao longo do ano. Mas aproveito o fim para ir nos que estão pendentes. Acho importante ir nesses todos acima uma vez por ano, ao menos.

3.  Doações
Aproveitando as várias campanhas, faço uma geral mais pesada no armário. Faço um esforço para doar coisas mesmo que eu as esteja usando. Sempre tem uma peça ou outra, um objeto ou outro, que eu posso viver sem e outra pessoa pode precisar muito.

4. Fechamento e análise financeira
Como eu controlo diariamente os meus gastos e as minhas receitas, fazer esse fechamento e análise é simples. Gero uma planilha, faço umas comparações, vejo o que foi e o que pode melhorar para o próximo ano. Compartilhei parte das minhas análises de 2012 aqui.


A partir dessas análises, faço um planejamento por alto e alguns ajustes para o próximo ano.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Evitando preocupações

Lembro quando eu era adolescente, no início dos anos 1990, e minha família toda começou a ler Dale Carnegie, lembram dele? Como eu sempre gostei de ler, fui na onda e li dois livros dele. Do "Como fazer amigos e influenciar pessoas" eu lembro só da dica de chamar as pessoas pelo nome, coisa que eu pratico até hoje porque vejo que as pessoas realmente ficam felizes e porque me sinto mais próxima delas quando o faço.

Mas uma dica que eu lembro sempre e que me ajuda muito a ser feliz é uma do "Como evitar preocupações e começar a viver", que dizia que, diante de uma situação complicada, imaginar a pior consequência possível e pensar em como resolvê-la. Na maioria dos casos, você vai ver que está se preocupando desnecessariamente.

A verdade é que poucas coisas com as quais nos preocupamos na vida são realmente tão o fim do mundo assim como parece na hora. Então, quando eu tenho uma apresentação para o dia seguinte na empresa, ou estou atrasada para um compromisso, ou outra situação que me faz começar a entrar em pânico, sempre penso duas coisas. 

A primeira é: se eu chegar atrasada mesmo ou chegar meio despreparada para a reunião, qual é o pior que pode acontecer? É a pessoa que está me esperando ficar com raiva? Então já vou ligar pra ela e avisar que posso atrasar. É eu perder a sessão do cinema? Vou outro dia ou em uma sessão mais tarde. É eu chegar na reunião e ter que enrolar, pedir para as pessoas participarem? 

Depois eu penso em outra técnica que eu já contei aqui: do que vale isso daqui a dez anos?

O Dale Carnegie. Peguei a foto aqui. Crédito: AP

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Livres para dizer sim

Guest post muito gentilmente escrito pela Thais.

Na primeira vez em que ouvi falar sobre minimalismo, eu até quis aproveitar algumas ideias, mas achei que nunca seria capaz de me tornar minimalista. Eu não imaginava que, algum tempo depois, o minimalismo me ajudaria a viver a decisão mais importante que tomei na vida: ser missionária. 

Estou em formação para ser missionária do SERMIG – Fraternidade da Esperança, e logo vou embarcar para a minha primeira experiência na Fraternidade da Itália, onde tudo começou. Estou nessa só há um ano e meio, mas convivo com gigantes que estão nessa há 10, 15, 20 anos... Por isso, me parece até um pouco estranho que justamente eu venha a público falar sobre as coisas em que acreditamos e sobre a minha escolha de vida. 

A Fraternidade da Esperança surgiu na década de 1960, fundada por Ernesto Olivero e nascida do sonho de acabar com a fome no mundo. E como é que se acaba com a fome no mundo? Dando muita comida, e comida boa de verdade. Mas só dar comida não basta. É preciso cuidar das pessoas e conquistá-las para uma vida de partilha. Compartilhar é a base para construir um mundo sem injustiças, sem guerra, sem fome; um mundo de paz. 

É perseguindo esse sonho que, entre ações concretas de solidariedade e de formação, nós fazemos um monte de coisas na Itália, no Brasil , na Jordânia e no mundo todo

Acreditamos que, se todo mundo compartilhasse aquilo que tem (em recursos, em tempo e em habilidades), todos teriam o necessário para viver. Se todo mundo trabalhasse um pouco menos, não faltaria trabalho para ninguém. Para conseguir viver trabalhando um pouco menos, compartilhando e restituindo as próprias capacidades aos outros, é preciso escolher um estilo de vida mais simples. 

Um dia, eu percebi que não podia mais continuar querendo construir a minha vida boa enquanto tantos mal sobrevivem. Percebi também que só ser voluntária e partilhar não me bastava; eu precisava de mais. Eu precisava me sentir livre para estar onde eu fosse necessária. Isso incluía abrir mão da possibilidade de me casar e de construir uma carreira profissional de sucesso. Não foi uma escolha fácil, tomada ao som de trombetas e com borboletas girando ao meu redor. Foi uma decisão difícil, mas que eu sabia que era a coisa certa. E como todo mundo que faz uma escolha de vida diferente da maioria, é claro que volta e meia eu esbarro com uma boa dose de incompreensão pelo caminho. Mesmo com tudo isso, a felicidade que eu encontrei depois de fazer essa escolha... Eu jamais podia imaginar que existisse uma felicidade tão grande. 

Eu tenho a sorte de estar com um grupo que respeitou o meu tempo e me fez dar um passo de cada vez. Aos pouquinhos, eu fui (e ainda continuo) me libertando de cada coisa que me amarrava. O acúmulo de objetos que me roubava tempo para ser organizado. O excesso de cuidados comigo que me roubava dinheiro e oportunidades de estar disponível. A ansiedade por saber tudo, que me dava um conhecimento fragmentado e estanque, que nunca era trazido para a prática. A faculdade que, ainda que desejada, estava sendo cursada na hora errada e do jeito errado. O medo de os outros me julgarem uma incapaz por ter escolhido um estilo de vida alheio ao sucesso. O medo de os outros dizerem pelas minhas costas que eu escolhi esta vida por não ter conseguido me casar. O medo de jogarem o meu passado na minha cara. O medo de me julgarem hipócrita porque cometo muitos erros. A cada novo passo, mais uma amarra se desfaz. 

Está escrito na regra da Fraternidade da Esperança que precisamos nos confrontar constantemente com o “mundo da boa-vontade”, para que a gente possa aprender com a experiência e com a sabedoria dos outros. Entre as pessoas que buscam o minimalismo, e também aqui neste blog, eu encontrei uma parte desse “mundo da boa-vontade”. Afinal, todos que tentam viver de maneira mais simples acabam devolvendo isso de alguma forma para o mundo, seja em recursos, seja em exemplos. Ler sobre as experiências de pessoas minimalistas me ajudou muito na parte prática do meu caminho até aqui (como organizar, como eliminar, como facilitar) e, principalmente, me ajudou a enfrentar as pressões que uma mulher sofre ao escolher estar “de cara lavada” para encarar a sociedade. Por isso, deixo a vocês o meu muito obrigada.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

É possível ter uma vida não convencional?

Sim. É possível. Tem algumas pessoas fazendo isso pelo mundo, em diferentes graus. Eu vejo que faço algumas coisas diferentes da maioria, mas que no geral levo uma vida bem dentro dos padrões, por enquanto.

Tenho buscado conhecer histórias de quem optou por uma vida não convencional. Amanhã, postarei aqui o relato da Thais, que comenta no blog já algum tempo e com quem eu troco ótimos e-mails.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A epidemia da hora extra

Fazer hora extra virou uma coisa tão comum na vida corporativa atual que nem é tão extra assim mais. Virou prática comum, quase diária. O funcionário muitas vezes acaba achando que é vantagem ficar sempre até mais tarde porque:

1. Está mostrando seu comprometimento para os superiores. Não importa que seria muito melhor a empresa, e o funcionário, ter planejamento e organização de maneira que não fosse preciso trabalhar mais do que a jornada de trabalho já conhecida com antecedência e definida por lei.

2. Vai ganhar um dinheiro a mais no fim do mês ou, no caso de banco de horas, ter um crédito de horas para emendar um feriado ou resolver um problema no futuro.

3. Vai colocar seu trabalho "em dia", cumprindo as metas. O problema é que a hora extra acaba virando um tempo que já se conta com ele, e assim o trabalho nunca fica em dia. E a gente vai fazendo mais horas extras e ficando mais ansiosa para ficar em dia. E o ciclo vai girando.

Quando eu falo "o funcionário", estou falando inclusive de mim. Porque eu comecei a entrar nessa onda, até que percebi que estou ficando cansada e, logo, sem criatividade e energia. A produtividade diminui consideravelmente. Isso não é bom para ninguém.

É preciso planejar, definir prioridades e aprender a dizer uns nãos. É fundamental reconhecer limites e parar de tentar lutar contra eles o tempo inteiro. Hora extra, quando é uma vez ou outra, é normal. Imprevistos acontecem. Sempre, tem algo errado e precisa ser resolvido.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Cuidados com preço do condomínio

Nas minhas buscas por um apartamento, uma coisa que eu descobri é que o custo do condomínio pode ser um segundo aluguel. Então dei umas pesquisadas por aí para tentar descobrir como diminui-lo.

As dicas são para quem está procurando apartamento, mas algumas também podem ser para quem já está em um:

1. Quanto maior o número de apartamentos em um prédio, menor tende a ser o valor do condomínio.

2. Ter piscina, quadra de esporte, playground e outras facilidades do tipo geram maior custo de manutenção.

3. Elevadores com sistema inteligente, com selecionador de paradas e capacidade de determinar a unidade mais próxima para atender a chamada colaboram com a redução do consumo de energia elétrica.

4. Muros altos e portões automáticos na garagem indicam menos gastos com segurança, assim como sistemas de segurança automatizado, como câmeras de vídeo.

5. A iluminação fluorescente é mais econômica que a incandescente. Sensor de presença também é uma ótima maneira de economizar na conta de luz do prédio.

6.  Realizar vistorias periódicas nas partes elétrica e hidráulica da edificação pode ajudar a encontrar falhas que estão gerando custos e até problemas de segurança.

Para quando já for um morador, é importante ainda participar sempre das assembleias do condomínio para ajudar a controlar gastos, dar dicas de economia e até para participar e estar ciente das regras. Se não for, não adianta reclamar depois.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tempo: recurso escasso

Não sei onde nem quando surgiu pela primeira vez a expressão "tempo é dinheiro". Geralmente, querem dizer para a gente não perder tempo com "besteira" quando podíamos gastá-lo trabalhando e logo ganhando dinheiro. No entanto, nos dias de hoje, parece que a lógica anda se invertendo e as pessoas tem cada vez mais gastado dinheiro para ter mais tempo.

Os resultados de uma pesquisada lançados este mês pelo Ibope mostram que:
  • 35% dos brasileiros se sentem escravos do tempo;
  • 22% realizam tarefas simultâneas (como, por exemplo, utilizar a TV e a internet juntos);
  • 1/3 pagariam R$ 50,00 para ganhar uma hora a mais em um dia útil.
Além disso, a pesquisa traçou um dia típico do brasileiro. Vejam:

Fonte: Ibope.
Minha rotina é bem parecida com isso.

Tenho percebido que as pessoas não necessariamente pagam R$ 50,00 para ter uma hora a mais por dia, mas gastam muito dinheiro para ter mais tempo. Elas pagam por serviços que poderiam fazer elas mesmas como cozinhar sua comida, faxinar sua casa, lavar seu carro, pintar sua unha. Vejo ainda as pessoas indo de carro para um lugar que fica a 5 quarteirões de distância, e pagando motoboy para levar e buscar coisas. 

Para mim, não há dúvidas: tempo é o recurso mais escasso dos dias de hoje. Não há de se estranhar que se encontre tantos cursos sobre administração do tempo por aí. O ritmo da sociedade é muito rápido. Tudo é para agora e em tempo real. Eu acho que não há dúvida de que a expressão se inverteu e de que atualmente dinheiro é tempo.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O significado do natal

Adoro natal! É minha época preferida do ano. E podem ficar tranquilos que não vou dar lições de moral aqui sobre qual deveria ser o "real significado" do natal. Assim como em várias outras coisas, acredito que esse significado é a gente que dá.

Curioso que dois dos aspectos que geralmente chamam muita atenção em relação ao natal não têm nada a ver comigo: consumo e religião. Esse frenesi de compras não me pega e religião é algo que me incomoda por toda a intolerância que promove. 

Mas o natal nunca teve cara dessas duas coisas para mim. Ele para mim é festa, encontro com as pessoas que eu gosto, enfeites, uma pausa na rotina e até umas singelas trocas de presentes. Gosto que as pessoas busquem ser mais gratas por tudo que têm na vida, serem mais caridosas e harmoniosas umas com as outras. Sei que elas deveriam procurar ser assim o ano todo, mas eu prefiro ver a metade do copo cheio, sabe?

Eu gosto de rituais. Não de todos, obviamente. Mas o natal é um daqueles que o significado que eu dou me faz feliz. 

Um pedacinho da minha árvore de natal, brilhando no escuro da sala.
PS: Para ler mais posts sobre o natal, uns menos pollyannas do que este, clique aqui.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Como conciliar o minimalismo com as múltiplas "moradias"

O comentário da Thais alguns posts atrás me fez lembrar de uma questão que volta e meia me deixa pensativa, que é: como lidar com os objetos que a gente precisa levar para os diferentes lugares em que "moramos". Coloco entre aspas porque nem sempre é onde moramos mesmo, mas lugares como o trabalho, no qual passamos mais tempo do que na nossa casa ou apartamento durante a semana, ou uma casa de campo ou do namorado etc.

A grande questão é que a gente tem que escolher entre as seguintes opções: ficar carregando um tanto de coisas de lá para cá ou comprar duplicatas de cada coisa para facilitar a logística.

Por motivos práticos, eu tenho kits repetidos de limpeza dental (escova, creme e fio dental): um em casa, outro no trabalho e mais um na casa do namorado. Fiz essa escolha por três motivos: 1) ficar carregando de um lado para outro é um saco, ocupa espaço e pesa a bolsa (ou mochila), 2) antes de adotar essa solução, eu esquecia de levar às vezes e ficar sem escovar dentes um dia que seja é horrível, 3) como são bens não duráveis, no final das contas o gasto vai ser o mesmo.

O ponto é que essa vida nossa atual cheia de correrias exige algumas adaptações como essa. Eu tenho, por exemplo, um kit para emergências no porta mala do carro: tênis, meia, blusa e casaco. Vou te contar que já foi útil muitas vezes. Tenho ainda, na casa do namorado, algumas roupas e um chinelo. As roupas, o notebook e outros itens mais caros e duráveis, eu carrego, não tem jeito. 

Apesar de a anti-consumista em mim relutar um tanto quanto a isso, a vida fica muito mais fácil. É tudo uma questão de equilíbrio.