sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Black Friday: corram (na direção contrária)

Como disse minha colega de trabalho, hoje é o dia internacional do spam. Explico... De uns anos para cá, o Brasil resolveu importar a tradição dos Estados Unidos de realizar uma grande promoção na sexta-feira logo depois do dia de ação de graças, o feriado mais importante deles lá. 

A Black Friday funciona para eles como uma grande queima de estoque, para as lojas poderem se renovar para o natal. Neste dia, todas as lojas vendem vários produtos (principalmente aqueles mais encalhados) bem mais baratos. Os preços são baixos mesmo e lembro que, no ano que passei lá, todas as lojas ficavam lotadas.

Já aqui no Brasil, algumas lojas resolveram aproveitar a ideia, mas fazendo aquelas promoções típicas da internet. Funciona assim: eles escolhem um produto ou outro, aumentam o preço dito real dele, colocam um risco por cima e dizem que está por promoção por um preço mais barato. E danam a disparar e-mail com as tais promoções imperdíveis (daí o dia internacional do spam). Em raros casos, há promoções mesmo. Raros casos. Já vi até a brincadeira na internet de que a Black Friday é o dia em que você vai poder comprar tudo por metade do dobro do preço. 

De qualquer jeito, sendo real ou não, eu busco fugir de promoções. Eu nem olho. Porque é um prato cheio pra gente se convencer de que precisa de algo que nem precisa e comprar. A gente se engana achando que está economizando porque o produto está mais barato, mas na verdade é justamente o contrário. Estamos gastando dinheiro à toa.

Eu faço o seguinte: se estou precisando comprar alguma coisa, começo a olhar os preços daquele coisa com antecedência na internet e nas lojas do meu caminho. Quando tem as tais promoções para o produto que eu preciso, eu já vou saber julgar se o desconto é real ou não, e poder tomar minha decisão com embasamento. Para os outros produtos, nem olho. Curto o minimalismo, mas não sou de ferro. Melhor não dar chance para a tentação.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Afinal, o que seria o mínimo?

A palavra minimalismo vem de mínimo. Já mínimo é o menor elemento dentro de um conjunto, ou a menor quantidade possível de alguma coisa.

A pergunta é: quando falamos de minimalismo aqui, estamos falando de qual conjunto? E da mínima quantidade para quê? Mínimo para sobrevivência? Mínimo para ser feliz? Para ter saúde? Para ter conforto? Para se viver em sociedade?

Eu gosto da nossa definição de que mínimo seja o essencial, aquilo que não é supérfluo. Gosto mais ainda de saber que tais conceitos são subjetivos e que variam de pessoa para pessoa. Eu acredito que quem vai definir o que é essencial para si é cada um individualmente, de acordo com suas crenças e suas condições de vida.

Mínimo, menos, essencial, suficiente... Gosto de todas essas palavras. O que eu não gosto muito é de tentar definir o que seria um mínimo universal.

No fim, acredito que a mensagem por trás de todas essas nomenclaturas é o que mais importa: é a ideia de fazer escolhas conscientes, de evitar o desperdício e o acúmulo.

Precisamos ter em mente que, se cada um não escolhe o que é mais importante para si, os outros escolhem por ele, de acordo com seus próprios interesses. Se podemos escolher, por que não fazê-lo?

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Os perigos do minimalismo, parte II

Quando você resolve simplificar sua vida e tenta valorizar mais o ser do que o ter, é bem possível que não só sua vida mude, mas seu círculo de amizades também.

Ao mesmo tempo em que você descobre gente que está na mesma jornada, e cria novos laços - virtuais ou presenciais -, você percebe que alguns amigos têm interesses totalmente diferentes dos seus (para não dizer opostos). Aí, os contatos vão diminuindo, as conversas vão se tornando raras, e quando você vê, aquela pessoa se tornou só mais um conhecido.

Não é que você não goste mais dessa(e) amiga(o). É que a vida levou vocês para pontos tão diferentes que a comunicação se tornou difícil.

É uma perda. É triste, sim.

Mas quem sabe no futuro, em algum ponto desses tortuosos caminhos que cada um de nós toma, não nos encontramos de novo?


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Somente o necessário

Adoro desenhos animados, mas confesso que não me lembrava deste filme (Mogli) até esbarrar no vídeo abaixo:


Apesar de o conceito de necessário ser relativo, e eu acredito que deve ser mesmo, acho interessante a ideia de que a paz só vem com o contentamento. Por isso, quando eu começo a ficar aflita e ansiosa, eu gosto de lembrar deste post da Lud: Tenho o suficiente.

É um equilíbrio difícil de encontrar. Porque acho que uma vida sem objetivos, sem evolução e sem qualquer tipo de ambição é meio chata e sem sentido. Mas uma vida de constante luta também cansa, e também é chata e sem sentido.

Cada vez acredito mais que não há uma resposta pronta, mas que é importante lembrar sempre da pergunta.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Os perigos do minimalismo

Adotar o minimalismo nos faz correr um grande risco: depois que nos livrarmos do excesso de posses, que abrimos mão dos objetos que muita gente acha que confere status, que simplificamos nosso cotidiano, a gente dá te cara com o nosso "eu".  E nosso eu pode não ser exatamente o que a gente esperava.

Pra começar, acho que pode rolar um vazio. Sim, porque ter um monte de compromissos e trabalhar muito e ganhar mais dinheiro e consumir (e manter os objetos, e se preocupar com eles) ocupa um bocado de tempo e energia. Quando afastamos essa cortina de fumaça, precisamos decidir o que fazer com os recursos liberados.

Pode ser uma experiência angustiante. Porque sempre nos contaram o que a gente devia querer/ser, e agora estamos por nossa conta.

Já falei aqui que adotei o minimalismo por razões utilitárias: queria viajar pelo mundo, e a grana não dava pra manter uma casa no Brasil e o período sem trabalhar. Além disso, quem é nômade não tem como carregar muita coisa pelo caminho.

Como estou em constante movimento, sempre tenho o que fazer. Mas uma hora eu vou parar, sabe? E aí eu quero ver como vai ser.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A internet e os nosso hábitos

No meu fim de semana sem internet, uma coisa que ficou muito clara para mim foi como meus hábitos (e acho que os de muita gente) estão ligados a ela.

Apesar de muitas vezes ser uma fonte de distração, é fato que a internet facilita muito a vida. Perdi um tempo danado com umas besteiras que ela teria me poupado.

Exemplo: eu precisei descobri que horas o clube fechava. Quando normalmente eu simplesmente olharia no site, eu tive que buscar o telefone na lista telefônica e ligar pra lá. Parece pouca coisa, mas é tempo perdido e coisa chata de fazer.

Outro exemplo: precisei pagar uma conta e tive que ir no banco pessoalmente. Trocar de roupa, sair de casa, andar até lá... Sem contar o risco de ser roubada ao sair do caixa eletrônico.

Além disso, até filme atualmente eu vejo no Netflix. Sem essa opção, tivemos que nos contentar com o que estivesse passando na hora, e no caso a melhor opção era um documentário meio besta sobre o Anderson Silva.

Fiquei ainda sem ter como me comunicar com a Lud e com outros amigos que moram em outras cidades. Foi aí que eu percebi como eles na verdade estão longe. 

No final das contas, sem internet acho que perdi mais tempo e possibilidades do que com ela.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Eu não tenho Facebook

Eu não tenho Facebook. Nem espertofone. O Leo comprou seu primeiro tablet este ano.

Até pouco tempo, eu achava isso bom. Blog, e-mails e celular davam conta de minhas necessidades de comunicação. A gente tem um netbook e sempre fica em lugares com internet. Prontinho, resolvido.

E tem outra: volta e meia escuto alguém reclamar que perde muito tempo no Facebook, ou que não relaxa em momento algum com o espertofone.

O problema é que acabo ficando pra trás em relação às novas tecnologias. Xinguei muito o tablet até cair a ficha que ele não é um computador sem teclado, mas um troço diferente, em que aplicativos tomam o lugar do sistema operacional e dos programas. Touch screen não é só substituto do mouse, mas uma maneira totalmente diferente de interagir com o aparelho. E Facebook... bem, acabo de ver uma organização internacional procurando voluntários para manter sua página.



Eu não quero ficar igual a meus pais (a última tecnologia que eles realmente dominaram foi o videocassete). Eles usam o computador, navegam na internet e mandam e-mails, mas se acontece algum imprevisto, não sabem o que fazer.

Minha conclusão é que o ideal é ir acompanhando as tendências. Não preciso ter os produtos do Tio Jobs ou conhecer programa lançado, mas devo evitar uma lacuna muito grande entre minhas habilidades tecnológicas... e as do resto do mundo.

Só não sei o que fazer com o Facebook. Acesso parcial (porque o Leo tem e de vez em quando recebo recados por lá) vale?

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

E o (meu) futuro, como será?

Às vezes eu paro para pensar sobre como será a vida depois que o sabático terminar. Vamos voltar para o Brasil e vou voltar a trabalhar, claro. E vamos estar em um momento muito parecido com o que estávamos quando nos casamos, isto é, prestes a tomar várias decisões importantes: que apartamento alugar? De que móveis e objetos vamos precisar? Como organizar nossa rotina?

Quando nos casamos, há 9 anos, a gente não precisou pensar muito. Fizemos o que os amigos e parentes faziam: montamos uma casa parecida como a que todos eles tinham. Com quartos para visitas e filhos ainda inexistentes, e um monte de objetos que "um dia" iríamos precisar.

A vida podia ter caminhado nesse sentido, mas não caminhou. Não tivemos filhos, não demos festas semanais, nem ficamos nesse primeiro apartamento. Se quando nos casamos a gente mudou de cidade, uns anos depois a gente mudou de estado e, finalmente, de país.

Espero que, quando formos tomar essas decisões de novo, estejamos mais experientes. Que saibamos o que nos é necessário e o que não. Que consigamos separar o que a gente deseja e o que a gente precisa. Até porque, como as economias terão sido consumidas, não vai ter dinheiro sobrando, não!

Ou seja: uniremos o útil ao agradável.


Simples assim.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Minimalizando gastos no amigo oculto

Fiquem abaixo com o ótimo guest post escrito pela Diorela. Após o texto, eu falo mais sobre ela.

A ideia do minimalismo me atrai muito! Não é uma ideia que se resume a uma única ação, ela cria toda uma corrente de bem ao seu redor. Para praticá-la, já somos obrigados a nos organizar mais (o que é bom), pois exercemos a seleção e a priorização de algumas coisas. Para mantê-la, ficamos mais disciplinados e para recriá-la (pois é preciso, pelo que venho sentindo), ficamos mais criativos!

Vejo um sentimento quase mundial de “limitação do abuso”. As pessoas estão começando a notar que gastar e ter demais, além de não resolver problema algum, também destrói a sua segurança financeira e os recursos naturais do planeta. Além do que, como diria um antigo professor “caixão não tem gaveta”.

Tenho uma tia que trabalhou muitos anos no estudo de resíduos (calma, já explico). E talvez por isso, tenha sido dela que partiu uma ideia supercriativa para diminuição de gastos e consumo neste fim de ano: O amigo oculto de talentos. A ideia consiste em um amigo oculto em que doamos coisas que tiveram mais gasto nosso de tempo e neurônios que de dinheiro. Cada um oferece o que sabe fazer para o outro (o amigo oculto). Pode ser desde um produto a um serviço.

O produto pode ser um bolo gostoso, um álbum de fotografia montado por você, um caderno de poesias, um CD com músicas cuidadosamente escolhidas, um casaco costurado por você, um desenho, um guia cultural do seu bairro, uma pintura, um cesto de café da manhã com os pães de queijos caseiros etc. Não é muito difícil pensar em algo que sabemos fazer. O difícil é aceitar que temos o direito de oferecer o nosso trabalho e/ou o nosso hobby como presente no lugar de algo fabricado do outro lado do planeta, em condições questionáveis e sem uma história próxima da sua. Além do mais, pra que gastar tanto dinheiro no fim de ano?

 O serviço pode ser ainda mais legal de ser oferecido, mas acho que precisa de um pouco mais de intimidade. Algumas ideias são: uma faxina na casa do amigo-oculto, um passeio de duas horas com o cachorro do amigo, uma seresta de violão (se você tocar violão, obviamente) na janela do amigo, um serviço de personal trainner, uma escova no cabelo do outro, um serviço de entrega de alguma coisa e até um jantar! Como já dito, o importante, é mostrar criatividade, mais do que exibir que você tem dinheiro para bancar presentes caros!

Por fim, e não menos interessante, caso a pessoa não se sinta capaz ou disposta, ou tenha algum contratempo, ela também pode participar da brincadeira oferendo outros talentos que ela conhece. Ora, encontrar talentos também é um talento! Então, ela poderia oferecer doces feitos pela avó, roupinhas costuradas pelo colega de trabalho, uma revisão no carro do amigo feito pelo seu mecânico de confiança, uma consulta na nutricionista querida, uma visita à manicure preferida ou um chaveiro feito pela sua sobrinha, e por aí vai!

No e-mail que mandei para a minha família sobre o assunto, pedi que cada um acrescentasse ao seu presente uma pequena carta explicando a origem dele, pois isso contribuiria para ideias futuras e para boas recordações.

Porém, a minha tia, primeira pessoa que me falou dessa ideia, sugeriu fazer um amigo-oculto aberto. Ela achou melhor ninguém se sentir forçado a nada (o que é válido) e cada um leva e apresenta o que quiser, sem ter sorteio de papeizinhos nem nada. Apenas como forma de divulgação de algo que adora fazer ou oferecer.

Já no outro lado da família, ao tomarem conhecimento da ideia, todos toparam fazer em forma de amigo-oculto mesmo e vamos fazer o sorteio só pra não dar confusão de troca de presentes!

Nos dois casos, queremos gastar menos dinheiro e mais a cuca!

Temos a impressão que minimalizaremos os gastos e maximizaremos a nossa diversão, que poderá ser superada a cada ano!

Quem quiser, está convidado a participar, aliás, está convidado também a me mandar notícias de como foi! Hohoho!


Agora é Fernanda aqui de novo. Conheci a Diorela há muitos anos. Ela tem um lindo blog, o saída a francesa. Foi lá que eu li sobre essa ideia dela do amigo oculto de talentos e gostei tanto que pedi que ela escrevesse uma versão para o minimalizo. Muito obrigada, Di!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

As vantagens e as desvantagens da internet

Neste final de semana, o sinal caiu e eu fiquei sem internet. Foi uma experiência interessante. Acho que não ter me programado para isso fez com que eu percebesse melhor os efeitos da sua falta. Isso me levou a perceber duas coisas. A primeira delas é que a internet não é necessariamente esse vilão tomador de tempo que às vezes a gente pinta. 

Vou confessar que tem horas que a quantidade enorme de informações me sufoca e gera uma certa ansiedade, como se eu tivesse a obrigação de ler tudo, de saber de tudo que está acontecendo, das polêmicas e das últimas notícias. Acho que não sou a única. Em outros momentos ainda, a gente se perde em bobagens, lendo coisas engraçadinhas, vendo fotos dos outros etc. e tal.

Por outro lado, a internet tem sido minha maior fonte de informação. Não assisto ou leio mais jornais e revistas. O principal motivo é que todos são muito enviesados. A internet me permite acessar conteúdo de pessoas e veículos diferentes, com pontos de vistas diversos, e assim posso ir formando minha própria opinião.

A internet abrange muita coisa, para o bem e para o mal. Acredito que é mais uma questão de saber usar.

Nesse sentido, percebi também que o apelo da internet não me impede de fazer atividades fora dela. Durante o fim de semana, fiz as mesmas coisas que sempre faço: jogar tênis, ver filme, sair para comer, conversar, ler... Eu devo ter lido um pouco mais e visto mais TV do que quando tenho internet, mas isso nem é necessariamente bom.

A segunda coisa que eu percebi vai ficar para um próximo post, que este já está grandão, mas já adianto que é como nossos hábitos mais diversos estão ficando cada vez mais ligados à internet. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Bolsa X mochila

A adolescente que fui detestava usar bolsa. Depois, fui convencida a achar bom carregar pra todo lado um apêndice pesado, cheia de tralhas majoritariamente desnecessárias.

Em viagens, o tal apêndice passa a ser útil. Quando a gente passa o dia inteiro na rua, é muito bom ter conosco água/lanchinhos/guarda-chuva/mapas/blusa de frio/livro (digital ou físico).

O Leo sempre usou mochila em viagens. Já eu (confesso envergonhada) achava pouco elegante e insistia nas bolsas.

A primeira coisa que aprendi foi que uma bolsa de alça longa, atravessada no corpo, deixa as mãos livres. A segunda é que, quando a bolsa é pesada, a alça vai cavando um buraco no seu ombro.

Este ano, a preocupação com a beleza deu lugar à preocupação com conforto. Cheguei a trazer uma bolsa para o sabático, mas ela foi abandonada em poucos dias. É muito melhor carregar peso nas costas, em duas alças acolchoadas e anatômicas, do que no ombro. Sem falar que a mochila oferece vários compartimentos diferentes, inclusive aquele bolso externo lateral furadinho, ótimo pra colocar garrafa de água gelada e guarda-chuva molhado.

O único inconveniente da mochila é que alguém pode abri-la quando você não está olhando. Isso não foi um problema em 99% dos locais em que estivemos. Em lugares muito cheios, como o metrô de Paris, eu colocava a mochila na frente e pronto.

Tenho montes de fotos com um grande sorriso no rosto e as alças de uma mochila azul nos ombros. No passado, eu teria pensado: "ah, mas eu ficaria mais elegante de bolsa". Hoje, sei que o peso de uma alça fina no ombro não é favorável aos grandes sorrisos.

Mas fiz uma concessão à elegância, sim: a mochila azul estava ficando pequena para os voos, e nós compramos uma nova, maior. Preta.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Fugindo do trânsito

Fui convidada a trabalhar em uma das empresas para as quais estava fazendo freelas e aceitei. A empresa é legal, o trabalho idem e a localização é muito boa. Perto da minha casa. Acontece que, mesmo assim, começar um novo trabalho exige todo um esforço logístico para encaixar o resto da vida ao redor dele.

Porque o trabalho formal, na maior parte dos casos, ocupa nosso dia inteiro e exige ser tratado como prioridade. Então todo o resto tem que se ajeitar para caber nos espaços que sobram. Então, para tirar o melhor proveito possível desses espaços, eu tento sempre algumas coisas. A primeira delas é sair do trânsito. 

Tempo gasto no trânsito é tempo totalmente perdido. Além disso, é uma fonte certa de irritações. Então eu tento ajeitar o meu horário e o meu percurso da melhor maneira possível. Vejo qual melhor horário para chegar e ir embora, de acordo com a flexibilidade que a empresa me dá. 

Isso foi fácil para mim no caso atual, porque a empresa fica perto da minha casa e porque eu pego o contra-fluxo. Quando todo mundo está indo rumo ao centro, eu estou no sentido contrário. Então foi só eu combinar de chegar o mais cedo que a empresa permite e ir embora idem que ficou tudo ótimo. Chego e saio rapidamente, estaciono o carro com facilidade e ainda consigo fazer minhas atividades pós-trabalho. Mas já tive vários outros casos.

Em um dos meus trabalhos, valia mais a pena ir de transporte público. Eu podia ir pegando um ônibus só que ainda por cima eu pegava no ponto final, então ia sempre sentadinha. Aproveitava o tempo para ler (eu não sinto enjoo nem mal estar).

Já tive outro caso de o emprego ser do outro lado do mundo e de os trajetos serem sempre congestionados. Nesse caso, eu saía do trabalho, trocava de roupa dentro do carro e corria na Lagoa da Pampulha, que era ali do lado, enquanto o trânsito diminuía. Quando eu terminava de correr, o trânsito já estava tranquilo. O triste era em dias de chuva. Aí eu ficava esperando no escritório mesmo, lendo na sala de descanso.

Em outro caso ainda, eu morava a 4 quilômetros do trabalho, então ia de carona com o meu irmão e voltava a pé.

É um tipo de manobra que me faz ganhar horas no dia e minimizar stress. Acredito que gastar um tempo pensando em estratégias para fugir do trânsito e testando cada uma delas vale muito a pena.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Comprar X emprestar

Aqui do lado do nosso apartamento de Strasburg tem uma imensa loja de livros de segunda mão. Ela se chama "Au marché des livres", é ampla, iluminada, lindamente organizada e ocupada quatro grandes vitrines.

Na França, livros (em geral) não são caros. Versões de bolso são baratas. Livros usados, então, são quase de graça.

Ou seja, seria bem fácil (e barato!) baixar na loja e adquirir uma pilha de livros pra ler. E, depois, levá-los para o Brasil, onde eu poderia dispô-los em uma bela estante, como quem não quer nada (só provar para as visitas quão culta eu sou).

Mas estou perdendo o fetiche do livro físico. (Morar a menos de um quilômetro da uma mediateca espetacular, onde eu posso pegar emprestado um montão de livros e revistas, ajuda. Ter um leitor digital também). O fato principal, porém, é que depois de anos acumulando volumes, eu me convenci que o importante é o conteúdo do livro, não o seu corpinho. O que me faz uma leitora esperta e informada e trilíngue não é o número de obras exibidas na sala, é o número de obras que eu li!

Dito isso, se a pessoa vai ter fetiche de consumo, acho que o de livros é o melhor deles.


PS: sim, às vezes eu me impaciento porque o livro que eu quero ler está emprestado. Mas 1) é bom para aprender a viver em comunidade e 2) tem outros milhares (literalmente) de livros para eu me divertir.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Pare de dar desculpas

"Minha vida melhorou 1000% quando eu parei de fingir que a sociedade não tinha nenhuma influência no meu comportamento e nos meus padrões de pensamento e passei a focar em desaprender essa porcaria ao invés de criar motivos para defendê-la." (Tradução livre deste post no tumblr).

Li o trecho acima no tumblr e ele resume algo que já falei aqui, mas espalhado em alguns vários posts. É algo que eu tento manter sempre em mente na hora de tomar uma decisão de compra, de desapego e de outras questões relacionadas: até que ponto os meus motivos são genuínos e onde eles começam a ser desculpar para manter velhos hábitos?

É muito difícil saber esse limite, porque a gente não pode negar que não existimos no vazio e o que somos é moldado pela cultura e pela sociedade em que vivemos. Então buscar uma essência do nosso ser desconectada de tudo é meio infrutífero.

O minimalismo inclusive, por mais que vá contra os hábitos e os valores da maioria das pessoas, também é originado de valores da nossa sociedade. Então nenhuma escolha nossa é totalmente dissociada dela. É importante reconhecer tal fato, mas isso não quer dizer se deixar totalmente ir indo com o fluxo.

Quando eu tomei a decisão de adotar o minimalismo como estilo de vida, eu sabia que teria que fazer várias escolhas difíceis, e claro que me sinto tentada a manter velhos hábitos. No meu caso especificamente, eu tenho dificuldade de jogar coisas fora ou doar. Então, sempre que vou tomar esse tipo de decisão, tenho que fazer um grande esforço para não dar desculpas para mim mesma que justifiquem eu manter aquilo. 

É importante ter esse tipo de honestidade consigo mesmo. Até quando você decide mesmo assim fazer algo que não seja lá muito minimalista, ou sair do regime, ou comprar algo caro mesmo precisando economizar, ou fazer uma extravagância qualquer. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O que faço com o tempo que ganhei

Uma das vantagens de uma vida mais simples é abrir espaço para as atividades que a gente gosta - e que não são necessariamente aquelas que nos fazem avançar na carreira ou ganhar mais dinheiro.

Eu gosto de aprender línguas (na verdade, língua - uma de cada vez). É demorado, não custa barato e tem partes bem chatas (como decorar regras gramaticais). Mesmo assim, acho uma delícia - e, por mais que isso seja clichê, uma porta para uma outra cultura.


Línguas diferentes dão acesso a obras diferentes. Eu, que adoro ler, aumento meu círculo de possibilidades exponencialmente. Tem muita tradução no mercado brasileiro? Tem - se a gente vai a uma livraria, pelo menos metade das estantes são de obras estrangeiras. Mas é claro que um país não dá conta de absorver tudo o que é produzido nos outros lugares. E, no Brasil, a maioria esmagadora dos lançamentos estrangeiros é de língua inglesa.

Se antes era difícil ter acesso a livros importados - você precisava ir a uma livraria especializada ou comprar pela internet - hoje, com os leitores digitais, é coisa de segundos!

Além dos livros, tem as revistas. Os filmes. Os seriados. Os sites. Os blogs. Isso tudo sem precisarmos sair de casa. Se a gente resolve viajar, então...

Não é todo mundo que gosta de estudar línguas. Eu entendo. Mas, pra quem gosta, vale muitíssimo o esforço.

PS: além de ser uma área no qual gastar dinheiro não significa acumular objetos... mas conhecimento.

PS 2: também é ótimo para o currículo, para a carreira... mas aqui eu estou falando de diversão.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O minimalismo e o ambientalismo

Quando adotamos um estilo de vida minimalista, passamos a refletir sobre o que é realmente importante para nós. Consumir de maneira mais consciente e desperdiçar menos se torna um reflexo disso. Assim, estamos caminhando para gastar menos recursos naturais e diminuir a geração de lixo, que são duas das preocupações ambientalistas.

Acredito ainda que o minimalismo nos dá a consciência de que muitos recursos não são infinitos, e que portanto é importante nos preocupar em gastá-los melhor. Isso fica mais evidente para recursos como dinheiro, tempo e espaço mas vale sim para os recursos naturais como a água potável, as plantas, o solo e os animais.

A preservação de recursos garante a tão falada sustentabilidade, que nada mais é do que gerar as condições para que algo não se esgote. Claro que uma pessoa sozinha não consegue fazer com que o mundo seja sustentável e nem que todos façam a sua parte. Então o que nos resta é fazer a nossa, e esperar que isso ajude um pouquinho e que talvez inspire outros.

Acho que sair do convencional abre nossa percepção para questionar o mundo ao nosso redor. Eu comecei pelo minimalismo, por mais que sempre tivesse uma noção meio teórica da importância da preservação do meio ambiente, mas cada vez mais isso está virando prática na minha vida.