segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Minimalismo e minimalizo

Assim como na vida, eu tento ser minimalista aqui no blog.

Quando eu vou escrever um post, começo deixando as ideias fluírem. Sento e escrevo bastante. Aí vem o trabalho de edição. Eu corto um tantão de coisa. Se continuar longo, separo em dois ou até em mais textos.

Também acho que é preciso equilíbrio, ou eu não escrevo nada.

Editar texto é um exercício de humildade (além de desapego), viu? Às vezes tem um parágrafo inteiro que eu achei super divertido e bem escrito, mas que olhando de perto não acrescenta grandes coisas. Tem casos em que eu dou exemplos demais sobre o mesmo tema. Eu vou e corto. 

O jornalismo me ajudou nisso. No começo, ficava cheia de dor no coração de ter meus textos cortados pelos editores. Custava também para conseguir resumir a matéria até ela ficar com o número exato de caracteres que eles pediam. Sofria... Com o tempo, a gente se acostuma.

Eu tento também ter um layout bem limpo, apesar de eu não ser designer e de ter que contar com as possibilidades bem limitadas do blogger.

Espero que eu esteja conseguindo criar uma experiência minimalista.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

As belas palavras do presidente Pepe Mujica

O atual presidente do Uruguai vem dando exemplos e depoimentos muito inspiradores nos últimos meses. Para ser minimalista, nem vou comentar. As palavras dele já bastam. Copiei abaixo alguns trechos, mas vale a pena ver os vídeos e ler os depoimentos inteiros:

"Parece que nascemos apenas para consumir e consumir e, quando não podemos, nos enchemos de frustração, pobreza e até autoexclusão.

O certo, hoje, é que, para gastar e enterrar os detritos nisso que se chama pela ciência de poeira de carbono, se aspirarmos nesta humanidade a consumir como um americano médio, seriam imprescindíveis três planetas para poder viver.

Nossa civilização montou um desafio mentiroso e, assim como vamos, não é possível satisfazer esse sentido de esbanjamento que se deu à vida. Isso se massifica como uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado."


Outra declaração:

“Eu não sou pobre. Pobre são aqueles que precisam de muito para viver, esses são os verdadeiros pobres, eu tenho o suficiente (...) Sou austero, sóbrio, carrego poucas coisas comigo, porque para viver não preciso muito mais do que tenho. Luto pela liberdade e liberdade é ter tempo para fazer o que se gosta.”



Foto: EFE

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Economizando energia para depois gastar energia

Aí vai um texto antigão meu, de 2002, escrito para a aula de crônicas na faculdade de jornalismo, que achei aqui no meu computador. Meu estilo de escrita mudou muito, e minhas ideias também, mas achei que tem umas sacadas interessantes.

Resolvi entrar em uma academia de ginástica. Estou pagando singelos 80 reais por mês para exercitar meu corpo. Eu não entendo a lógica disso. Nós criamos máquinas para não termos que cansar com as tarefas do dia a dia. Em vez de lavarmos roupas no tanque e ficarmos com os tríceps torneadíssimos, e irmos andando para os lugares deixando nossas pernas fortes e musculosas, colocamos a tecnologia para fazer tudo isso pra gente enquanto sentamos nos nossos sofás assistindo televisão e nos entupindo de guloseimas nada saudáveis.

Aí, para corrigirmos o problema, criamos mais máquinas com a exclusiva finalidade de gastar a energia que poupamos. Vamos para um lugar onde todos levantam pesos, correm e andam em bicicletas que não saem do lugar.

Andar de bicicleta poderia ser uma boa solução para o problema do transporte público nas grandes cidades. Imagina: as pessoas iriam para o trabalho, depois voltariam para casa, tudo de bicicleta. Poluição zero e de brinde um belo par de pernas e glúteos – nome chique para bumbum – duríssimos. Seria fantástico, não? Mas voltemos à realidade.

Depois de gastarmos todo o nosso suado dinheiro para suar nas academias, pagamos carérrimo por produtos dietéticos intragáveis. Podíamos muito bem poupar tanto tempo e dinheiro simplesmente deixando todas as máquinas de lado. Se bem que prefiro fazer ginástica do que arrumar cama (por que não inventaram máquina para isso ainda?).

Pensando bem, é curioso pensar que as pessoas na academia fazem esforço à toa, não? A gente sabe que é pra fortalecer, emagrecer e tal, mas esse ponto de vista é engraçado.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Revisitando o desapego dos cosméticos

Mais de um ano atrás, eu refleti e contei aqui sobre a minha relação com os cosméticos. Desde então, fui fazendo o que contei naquele post:

1. Diagnóstico. Fiz agora de novo. Conto abaixo.

2. Doei um tanto de perfumes e hidratantes, que é o que eu menos uso. Além das doações, ainda troquei alguns por outras coisas que eu uso mais, como roupas.

3. Usei o que estava pela metade até chegar atualmente a ter apenas um exemplar de cada coisa aberto (exceção: perfumes).

4. Não guardo mais nada para uma ocasião especial. Isso me ajudou ainda a perceber que tinha muita coisa que eu, na verdade, nem gosto de usar.

5. Sobre comprar mais coisas, fui até no meu controle financeiro para checar. De um ano para cá, de cosméticos, eu só comprei shampoo, condicionador e desodorante.

Mesmo assim, quando fui fazer o inventário, fiquei desapontada de ver que ainda tenho mais do que o essencial.

O tanto de coisa que eu tinha em 2012.
O tanto que eu tenho agora, que ainda é muito.
O que eu ainda tenho a mais:
  • Perfume. Ainda tenho 4. Todos pela metade.
  • Sabonete. Eu ganhei uma caixinha com 6 do meu irmão (esses amarelos, que eu já usei 2 e adoro). O lado bom é que sabonete eu uso sempre. Então está ótimo.
  • Produtos para o rosto. Tenho 4. O ideal é 2 (1 pra limpar e 1 máscara).
  • Hidratante. Ainda tenho 2 e 2 óleos. Meta: ficar só com 1.
  • Mousse. Quando eu fui pra Alemanha, eu comprei 3 (marca cara no Brasil e baratíssima lá). Só que não terminei nem o primeiro até hoje.
'bora doar mais algumas coisas.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Mais de um ano depois: hora de revisão

O blog fez um ano mês passado, e com ele o começo do meu processo organizado de busca do minimalismo e do desapego.

Desde então, estou sempre jogando coisas fora, doando outras, trocando algumas e tomando cuidado para não consumir sem necessidade e adquirir tralhas novas.

Eu tenho uma noção de que o meu quarto está mais organizado e com mais espaço, mas é uma sensação e não uma certeza. Sei ainda que meus gastos diminuíram muito quando eu parei de ir ao salão. Nunca fui de consumir muito, mas percebo também que quase não comprei nada nos últimos tempos.

Mas a busca pelo minimalismo envolve decisões que a gente toma todos os dias. Nesse último ano eu bolei um monte de técnicas e tive um tanto de ideias para lidar melhor com elas. Acho que é hora de dar uma revisada. Vou voltar a alguns assuntos e ver o tanto que eu evoluí (ou não). Espero que tenha boas surpresas.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Vou ali e já volto

Tô tirando rápidas férias do blog, mas a Fê continua firme e forte.
Hasta la vista, baby!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Desapegando de julgar o estilo de vida alheio

Quando a gente toma atitudes diferentes da maioria, é natural recebermos um monte de julgamentos. Refletir sobre isso é fundamental (como fizemos aqui e aqui). Mas acho importante a gente dar um passo além e pensar sobre quando é a gente que julga a maneira de levar a vida dos outros.

Eu acredito que muitas vezes a gente faz isso por bem. Eu acho que o minimalismo é tão fantástico que eu gostaria que todos o seguissem, como eu. Sem contar que eu acho que o mundo seria um lugar bem melhor de se viver, com menos desigualdade e desperdício. Eu sou bem mais feliz assim. O que não quer dizer que isso vá acontecer com qualquer um.

Eu tenho feito um esforço de não julgar o coleguinha que gosta de comprar, fica feliz com celular novo e não tem controle nenhum do cartão de crédito. Outro dia fiquei horas tentando convencer uma pessoa de que ela devia viajar pelo mundo ao invés de trocar de carro. Bobagem...

As pessoas são diferentes. É preciso entender e respeitar isso. Cada um vai viver de acordo com suas escolhas. Pode ser que lá na frente a pessoa mude de ideia, ou não. Se ela precisar de ajuda ou me pedir conselhos, eu vou dar, mas sem julgar.

Quando vejo alguém fazendo escolhas bem diferentes das minhas, antes de ir lá falar que ela está errada, tento lembrar que tem gente que gosta de quiabo (eca) e de micareta (argh).

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Os problemas do multitarefismo

Ultimamente, tenho tido dificuldade de me concentrar e de fazer uma coisa só de cada vez.

É comum que, no meio de um filme, eu fique inquieta e puxe o tablet pra dar uma checada no meu e-mail. Almoçar sem ver TV é praticamente impensável. Não sei como eu fui ficando assim, mas tenho percebido que não é exclusividade minha.

Os próprios navegadores vêm com um tanto de abas, para você poder navegar em um monte de coisas ao mesmo tempo. Tenho reparado que eu não consigo mais ler um texto online todo de uma vez. Eu leio um parágrafo, checo o facebook, leio outro, dou uma olhada no tumblr, e às vezes até leio 3 textos ao mesmo tempo, alternando entre um e outro.

Com toda a pressa que o mundo atual incentiva, e todas as tecnologias disponíveis, é natural que isso aconteça. Sinceramente, não sei se é bom ser assim ou não. Sei que estou ficando cada vez mais ansiosa, dispersa e esquecida. O pensamento sempre a mil, mas meio fragmentado. Não consigo me concentrar direito para resolver problemas complexos. Ter ideias realmente criativas então...

Como isso está me incomodando, vou tentar criar ilhas de concentração e relaxamento no meu dia. Almoçar sem fazer nada mais (ver TV, conversar, navegar no celular), ler um texto ou post inteiro na internet de cada vez, ver um filme inteiro sem mudar de canal ou pegar no tablet ou celular.

Um momento que eu já tenho assim é o da corrida. Eu gosto de correr sem ouvir música ou ter qualquer outra distração. Apesar de às vezes ser um pouco monótono, é a hora que em que eu tenho minhas melhores ideias, resolvo problemas e descanso a cabeça. Vou tentar criar outras assim nos meus dias.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Brechó é bacana!

Eu não esperava, mas é claro que ia acontecer: usando poucas peças de roupa e lavando de poucos em poucos dias, o guarda-roupa de viagem se desgasta rápido. Ainda mais porque ele é composto de itens que eu não tenho dó de jogar na lavadora, ou seja, de qualidade marromeno.

Aí eu tenho que voltar às lojinhas de fast fashion e comprar roupa nova. O que não é muito sustentável, já adianto e concordo. 

Há alguns dias dei de cara com a solução: brechós!


Em Belo Horizonte eu nunca achei um legal (eu deixei de morar lá em 2004, então o panorama pode ter mudado), mas em Brasília eu adorava o Peça Rara (que além de roupa também vende móveis). Aqui na Europa eu já tinha entrado em alguns pra espiar, mas eram aqueles que vendem itens de grife a preços conformes. Foi só em Vilnius, na Lituânia, que eu descobri a Humana, lendo o blog de uma americana que estava estudando na cidade.


Eles têm um montão de lojas em várias cidades europeias. O que eu encontrei, na rua Pylimo 45 (vai que alguém tá passeando por lá, né?) era organizadíssimo. As peças são todas higienizadas antes de serem colocadas à venda, e fica tudo separado por tipo e por cor. São dois andares e tem muitíssima opção, tanto pras moças quanto pros moços (pra eles é menos, confesso). Eu já fui a lojas de segunda mão que me deram medo (e me fizeram sair correndo), mas existem as legais, pode acreditar.  

Só tive que me agarrar com o minimalismo pra não passar da conta nas compras (eu não gosto de gastar muito, mas adoro uma oportunidade). Tinha calça de marcas conhecidas (que a gente supõe que sejam de qualidade razoável, né? Gap, Banana Republica, Levi's) por 7, 8 euros; blusas de frio idem por 4, 5 euros; casacos bonitos por 20, 25 euros.

Como eu não precisava de casaco, fiquei nas calças e nos suéteres (uniforme oficial de outono-inverno) mesmo. Dois de cada, mais um jeans pro Leo, e saí de lá toda satisfeita. Total da conta: 38 euros.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O minimalismo e a importância de cuidar do que é de todos

Na semana passada, mais uma vez apareceu uma imagem do tenista Rafael Nadal ajudando a arrumar a quadra de tênis na qual ele iria jogar. Todo mundo, eu inclusa, acha muito legal a humildade dele. O cara é um atleta de elite, rico e famoso, e poderia facilmente chamar um funcionário do torneio para fazer esse trabalho.  Mas aí eu fiquei pensando o porquê de a gente se surpreender com a atitude de um cara que está limpando a quadra que ele próprio vai usar.

Eu acho que a gente tem cada vez menos o sentimento de pertencer a uma coletividade, e de assim cuidar de tudo aquilo que é de todos. Então as pessoas jogam lixo no chão, apesar de ser por onde elas mesmas andam e desse lixo entupir os bueiros e causar inundações atrapalhando-as. As pessoas pisam nos bancos de praça, rasgam livros da biblioteca, fazem xixi nas piscinas dos clubes, depredam ônibus... E muitas vezes ainda se acham as espertas, pensam que estão tirando vantagem.

Sempre que eu estou correndo na Lagoa da Pampulha, eu fico triste e um pouco chocada com a quantidade de lixo que as pessoas jogam nas margens e na água. Elas destroem a paisagem que elas estão indo curtir. Se for pensar bem, não faz o menor sentido.

Para o meu minimalismo, o coletivo é fundamental. No meu mundo ideal, é preferível usar transporte público, ler livros da biblioteca, ir ao clube e correr na praça ao invés de de ter carro, comprar livros e guardá-los em estantes na minha casa, morar em um prédio ou casa com piscina e quadra de tênis, comprar uma esteira. (Disso tudo, eu só tenho o carro).

Mas, para isso, além de mudanças políticas, seria fundamental que cada um cuidasse do que é de todos. Já que eu não posso controlar todo mundo, tenho procurado fazer a minha parte, assim como o Rafael Nadal.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O que o minimalismo NÃO me trouxe

Iluminação: gostaria de ter descoberto de onde viemos e para onde vamos (a humanidade, e não a minha pessoa - aí a resposta seria "da caminha" e "pra cozinha fazer pipoca"), mas não rolou. Superioridade moral: eu me acho mais esperta do que quem torra o salário todo + o limite do cartão em um montão de objetos, e depois tem de guardar, limpar e manter tudo aquilo, mas não penso que isso me faça melhor que ninguém. Paz interior: sou daquelas pessoas chatonildas que um belo dia, sem a menor razão, acordam a vó atrás do toco. Ter editado minhas posses para o conteúdo de duas malas diminuiu o meu stress e eliminou muitas razões de irritação, mas não virei um anjo de candura, não. Certezas sobre o futuro: estou é perdendo as poucas que eu tinha. Eu sempre sonhei em estudar literatura. Agora estou achando que bom mesmo é fazer história. Ou sociologia. Ainda tenho ambições de entender o mundo.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A neurose do aproveitamento máximo em viagens

Viajar é ótimo. Conhecer lugares novos, entrar em contato com outras culturas, passear, comer coisas gostosas e diferentes. Delícia!

O problema é que muitas vezes, e acredito que todo mundo já deve ter passado por isso, a gente entra em uma ansiedade louca para não perder nada. Queremos aproveitar ao máximo! Faz sentido, já que pagamos valores altos, sabemos que nosso tempo ali é limitado e não vamos querer revisitar o lugar sendo que tem tantos novos no mundo.

Aí entramos naquela ânsia de ver todos os pontos turísticos, ir em todos os museus, visitar todos os parques, tirar todas as fotos e aaaaah! Desespero! A gente acorda cedo e dorme tarde para aproveitar melhor. Organizamos um roteiro com o máximo de cidades possível. Ficamos morrendo de medo de voltar e de alguém falar "Você foi em tal cidade e não foi em tal museu? Não acredito!".

Em 2006, eu e uma amiga fizemos um semi-mochilão (a gente ficava em albergues, mas com malas de rodinha) pela Europa. No meio da viagem, depois de ter passado por várias cidades, chegamos em Veneza completamente estafadas. Não aguentávamos mais ver igreja, quadro renascentista, estátua, ruína... A gente resolveu então que não íamos em nenhum museu e igreja na cidade.

Além disso, ao chegar na cidade, não conseguimos comprar passagem de trem pra Paris barata nos próximos dias, e acabamos "tendo" que ficar em Veneza por 3 dias (a ideia era ficar só 1). Foi a melhor coisa que podia ter acontecido. Ficamos aqueles dias, passeando com calma pela cidade, tomando sorvete, lendo no parque, conversando com os moradores... A gente fazia uma brincadeira de entrar no barco que funciona como transporte público e descer em um ponto aleatório.

Foi a cidade que conhecemos melhor naquela viagem toda, além de termos os momentos mais agradáveis, pois não ficamos enfurnadas em museus e igrejas, e nem correndo pra um lado e pro outro como baratas tontas.

A cada viagem, tenho tentado ficar mais tempo em cada lugar e me desobrigar de ter que esgotar a cidade. Foi todo um esforço mental para não me sentir obrigada a ir em todos os museus de Berlim, por exemplo, mas eu consegui e valeu muito a pena.

Relaxando em Veneza.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Seja radical. Ou não

Cada um tem seu método de alcançar resultados. Tem os que se jogam. Há os que preferem uma abordagem gradual.

Eu sou da turma dos radicais. Quando aderi ao minimalismo, não demorei a perceber que, se toda vez que eu fosse destralhar um armário eu ficasse pensando longamente sobre os objetos guardados, não ia me desfazer de nada, nunca. Preferi, então, pensar no que eu queria manter - antes de abrir a gaveta! Há lógica nesse método: se aquele caderninho da oitava série era tão pouco importante que eu nem me lembrava dele, é provável que não me fizesse falta na vida.

Quem destralha de maneira mais refletida também consegue resultados, claro. E pode aproveitar o momento para pensar sobre si mesmo, sobre como mudou (ou não), sobre como a vida a levou a caminhos esperados - ou surpreendentes...

Eu gosto de me empolgar e partir pra cima de uma situação com tudo. Aí vejo resultados rápido - mas, às vezes, não tenho fôlego para manter a mesma animação por um longo período.

Não foi o caso do minimalismo. Ele tem se mantido, firme e forte, há um tempão. Mais de dois anos! Fui fuçar blogs antigos (é por isso que eu faço blog: as decisões ficam registradas, gente!) e achei a minha declaração de independência.

Mas não importa o seu método: o importante é começar.

"Radical" é "relativo à raiz, origem ou fundamento". Não é bacana?

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Apelando e jogando tudo fora

Praticar o desapego das minhas coisas se tornou um ritual. Eu escolho um tema (cosméticos, pijamas ou CDs, por exemplo), tiro todos os exemplares de onde eles estão, olho, analiso, separo o que fica e o que vai para doação ou lixo, limpo o que vai ser guardado e arrumo o que ficou nos seus lugares. Sempre me sinto bem depois.

Sexta passada resolvi fazer esse ritual com os meus impressos. Lá nos anos 2000, quando não existia kindle e notebook era raridade, eu imprimia tudo o que eu achava interessante na internet para ler depois. A maioria era fanfictions, mas tinham alguns artigos também. Eu mantinha tudo isso guardado lá em cima do meu armário.

Então eu resolvi pegar os textos e ir relendo, para decidir quais eu iria querer guardar. Mas, logo no segundo, eu cansei. Fiquei pensando que, por mais que aquelas histórias fossem legais, eu já tinha as lido, e existiam outras milhares que eu ainda não tinha na internet, e hoje, com o kindle, eu nem preciso imprimi-las. Peguei tudo, sem nem ver direito o que era o quê e joguei no lixo. Apelei mesmo.

Por mais que fossem lembranças de uma época em que eu demorava horas pra ler 10 páginas em inglês (e tinha até umas traduções anotadas nas margens), acredito que já passou da hora de abrir espaço para coisas novas, ou até mesmo um vazio para que eu possa respirar melhor.