terça-feira, 30 de julho de 2013

Destralhar? Todo dia!

Eu achava que durante o sabático ia ser moleza manter o número que objetos que eu possuo bem baixinho: não só porque a grana tá controlada, mas também porque eu não quero carregar muito peso nas costas (isto é, na mala).

Mas nem é, gente. Eu explico: uma das premissas do minimalismo é NÃO guardar tralha que possa, um dia, quem sabe, servir. A contrapartida é que, quando você precisa de algo que não esteja na sua lista reduzida de bens, tem de adquirir (depois de uma longa e prolongada reflexão, claro).

O resultado é que está na hora de fazer um destralhe. Primeiro, óbvio, vão os panfletos/anúncios/revistas que a gente guarda para ver depois/consultar o site na internet. Depois vêm as roupas que estão gastas (e que as as leitoras do blog me explicaram que posso doar para a Cruz Vermelha aqui em Frankfurt). E os objetos dobrados (2 saca-rolhas, porque achamos que tínhamos perdido o primeiro. Não dá pra viajar na França sem saca-rolhas, né?). E os remédios vencidos (a gente trouxe uma verdadeira farmácia. Não usamos quase nada, olha que sorte!).

Nessas horas é chato ter mudado de numeração de roupa, porque fico não querendo usar o método "entra um. sai um". A calça que entrou serve; a que sairia está ótima, e pode servir de novo. Eu até despacharia a danada, só que... as pessoas baixinhas como eu sabem como é difícil encontrar um jeans com a altura da barra perfeita. Não é só fazer bainha: se você quer um modelo que abre um pouquinho embaixo (o tal bootcut), fazer bainha tira fora justamente a parte mais aberta. Mesmo se eu só emagrecer quando voltar para o Brasil, uma preciosidade dessas não dá pra descartar.

Já sei: vou descobri uma outra peça de roupa para destralhar. Eu tenho um pijama de meia-estação que está tão velhinho... acho que vai ser ele mesmo.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Maleiro: o paraíso das tralhas

O maleiro é aquela parte de cima do armário onde a gente guarda malas e toda as outras tralhas que não usamos com frequência. Como fica em um lugar que a gente não vê muito, acabamos esquecendo o que está lá em cima. A chance de juntar tralha é enorme.

Dia desses, minha mãe pediu que eu fizesse uma limpa em  um dos maleiros do armário dela, que estava cheio de coisas antigas minhas e dos meus irmãos. Lá fui eu. Olha o que eu tirei de lá de dentro:


Além de umas roupas de cama, tirei pilhas de papéis e de livros lá de cima. Entre os papéis, achei um tanto de desenhos e provas da escola de quando a gente era criança. Apesar de minha mãe falar que a maioria era de coisas nossas, tinham várias cópias de textos e livros da faculdade dela e até cadernos de violão e flauta. Coisa que devia estar lá desde que a gente mudou para cá e que nunca foi usada.

Eu joguei quase tudo fora. Guardei alguns livros e outros coloquei para doação. Guardei uns 3 desenhos, umas fotos perdidas no meio da confusão. O resto foi pro lixo:


Eu espero que eu consiga não juntar muita tralha quando eu tiver minha casa, cheia de maleiros tentadores.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Viagem não é desfile

Às vezes as pessoas se empolgam quando vão viajar e enchem a mala de roupas bacanas e sapatos novos. O Leo brinca que reconhece turista brasileira à distância: são as que, em pleno parque parisiense, estão de salto alto, calça justa, bolsa de marca e óculos de sol dourados. (É óbvio que a teoria dele só funciona porque as turistas brasileiras que não estão vestidas desse jeito ele não reconhece.)

Eu acho que cada um se veste como quer e tá valendo. Mas, pra um monte de gente, é tão importante estar bonito na foto (e hoje, com Facebook e Instagram, mais ainda!) que eles se esquecem que um dia inteiro de museu e jardim não é o melhor amigo do saltinho. 

Eu já fui da turma da beleza a qualquer custo (inclusive ao custo de pés que doem). Nos últimos dias, andando pra todo lado de short e de tênis e achando que essas temperaturas de mais de trinta graus não são coisa de deus, parei pra pensar que o traje ideal é aquele que você esquece. Que não aperta, não incomoda e não te faz encarar uma caminhada de 500 metros com desespero. Aí você pode se concentrar na paisagem, nos monumentos, nas obras de arte... na vida. 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Musashi e os perigoso da rigidez

Estou lendo o clássico Musashi, do escritor Eiji Yoshikawa, baseado em um personagem real da história japonesa.

O livro conta a história das andanças do jovem Miyamoto Musashi pelo Japão em busca de aprimoramento no caminho da espada. Musashi é um esgrimista que busca se tornar o melhor samurai de todos. O interessante é que as principais lições que ele aprende não são de como lutar e ser um cara forte e implacável. Ele precisa aprender a controlar a própria força e seu comportamento.

Entre as várias passagens que eu achei interessante, tem uma em que o Musashi, que é um aprendiz guerreiro muito disciplinado e sério, conhece uma gueixa de nome Yoshinho, muito famosa pelas sua habilidades artísticas. Ela toca um instrumento chamado biwa com maestria. Para ensinar uma lição a Musashi, ela destrói o instrumento, mostra a ele a peça transversal de madeira que sustenta o instrumento e diz:

Biwa
"Esta peça é o verdadeiro reforço que mantém o corpo, (...) suas entranhas, seu coração. No entanto, graça alguma haveria se esta fosse uma simples peça resistente e tesa. (...) O som verdadeiro da biwa surge, na verdade, de um pequeno detalhe nesta peça transversal: seus dois extremos estão aparados na medida certa, provocando uma ligeira folga na rigidez da peça. O ponto que eu, com toda a humildade, gostaria de vê-lo compreendendo é o seguinte: a atitude mental de todos nós, seres humanos, perante a vida não deveria ser semelhante à estrutura de uma biwa?

 (...)

E ao comparar essa imagem com o que percebi em sua pessoa esta tarde, senti o perigo a que está exposto, pois o senhor, Musashi-sama, é pura rigidez, nada existe em sua pessoa que represente a mínima folga. Se a uma biwa nessas condições encostássemos a palheta, o instrumento não produziria sons variados; e se mesmo assim insistíssemos em tocá-lo, suas cordas se partiriam e seu corpo se fenderia."

(Yoshikawa, Eiji. Edição para o Kindle. Posição 15815)

Eu tento lembrar disso sempre que começo a me cobrar demais, a tentar seguir com rigidez o minimalismo ou qualquer outra crença e valor que eu tenho. A gente precisa de folgas, de um relaxamento, para mantermos nossa personalidade em tudo que ela tem de mais diverso, nossas experiências e aprendizados e até mesmo nossa saúde.

Eu li a versão em amarelo, o volume I.
Depois do kindle, larguei mão de ler o volume enorme em papel.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Uma semana sem internet

E nem porque eu quero: é porque estamos indo passar uns dias em uma casinha que não tem.

Vou aproveitar a oportunidade para tentar lembrar de um tempo em que eu não conseguia resolver (quase) todas as minhas dúvidas factuais em poucos segundos.

Acho que vou sentir falta do e-mail e dos blogs. Mas, como não participo de redes sociais, não vai rolar crise de abstinência.

A pior parte vai ser não poder consultar sites de viagem para decidir o programa do dia. O jeito vai ser visitar o "I", o ponto de informações turísticas da cidade.

Pois é, havia vida antes da internet.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Desapego da raiva da chuva

Eu era dessas pessoas que ficam com raiva quando chove. Diversas atividades minhas são atrapalhadas pela chuva. Eu não posso correr, nem jogar tênis. O trânsito em BH fica um inferno. E as chances de eu gripar são gigantes. Então, sempre que chovia, eu ficava com raiva e amaldiçoava o tempo.

Além de atrapalhar, o irritante na chuva é que eu não tenho controle sobre ela. Então tudo o que eu tinha cuidadosamente planejado fazer ia por água abaixo (trocadilho não intencional). Fico totalmente impotente.

Foi meu namorado que me fez perceber a bobagem da coisa. A gente estava viajando, na praia, e começou a chover. Eu fiquei tão mas tão chateada! E ele me falou que não conseguia ficar com raiva do clima, porque é a natureza, é algo tão maior que cada um de nós e totalmente fora do nosso controle.

Depois de ficar um pouco envergonhada por causa da minha postura anterior, eu resolvi então transformar os dias de chuva em algo especial. É meu dia de ficar quietinha. Dia de ler um livro, tomar um chá, deixando a janela meio aberta para ouvir o barulho da chuva caindo e sentir o cheiro daquele ar frio e molhado.

Fonte: http://txvirus.deviantart.com/art/Rain-268390525.

PS: Eu só não achei ainda um jeito de substituir minhas atividades físicas na época de chuvas prolongadas (dezembro, janeiro, fevereiro...). Talvez uma bicicleta ergométrica... Pensando...

PPS: Estou buscando fazer o mesmo com o calor e o frio.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mas o que os outros vão pensar

Mas o que os outros vão pensar se eu começar a me desfazer dos objetos em excesso e repetir roupa nos eventos? Que eu fiquei doida? Que eu fiquei pobre? Que eu tô pagando promessa?

Como a gente vive em sociedade, e é normal se preocupar com a opinião alheia, a maior parte das pessoas quer ser admirada e querida pelos seus iguais, né?

Só que não podemos deixar a vontade de agradar ser obstáculo a mudanças que não prejudicam ninguém e só nos beneficiam. Eu sei, é difícil - ainda mais para as mulheres, que são educadas para fazer que os outros gostem dela. Mas vamos lá, coragem - a gente dá conta.

Principalmente se lembrarmos que...

1) as pessoas se ocupam dos outros, mas se preocupam mais consigo mesmas. Então, depois de um suspiro ou de um olhar de reprovação (que audácia você querer sair "do esquema" que todo mundo segue), elas vão cuidar dos seus próprios problemas, que obviamente são muito mais importantes (pra elas).

2) há quem se ocupe muito dos outros, é verdade. Mas geralmente é quem gosta de botar defeito em tudo. Se você parou de comprar, tá inventando moda; se compra, tá esbanjando. Se trabalha muito, é workaholic; se quer trabalhar menos, é preguiçosa. Então a gente pode largar mão.

3) às vezes a desaprovação vem do fato da pessoa ficar apavorada pela existência de um modo de vida diferente. Como assim, tem outro jeito de fazer as coisas? Ela se mata pra trocar de carro todo ano/ter o celular mais moderno/usar as últimas tendências e você não acha importante? Pra onde que esse mundo está indo, meu deus do céu?

Ao fim e ao cabo, no fim do dia a gente tem de prestar contas é pra si mesmo. Eu não quero que as palavras no meu epitáfio sejam "todo mundo achava que ela era um sucesso. Mas ela não era muito feliz, não."

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Simplificando o "ritual" matutino

Continuo buscando maneiras de ganhar tempo e diminuir o esforço gasto nas atividades do dia-a-dia. Então, logo depois de fazer toda uma análise e mudanças na arrumação da cama, comecei a repensar naquelas pequenas atividades que faço toda manhã, logo depois que acordo.

Eu desenhei o processo também, mas não vou colocar aqui porque ficou meio bobo. A grande sacada que eu tive foi reorganizar o lugar onde guardo as coisas que uso pela manhã, deixando do lado da minha cama. Para isso, usei essa linda caixinha que minha irmã pintou para mim:

Minha mesinha de cabeceira, com o abajur, o tocador de
músicas e a caixinha das coisas matutinas.
Dentro da caixa estão (começando de cima e indo da esquerda para a direita): frasco com comprimidos de ômega 3, colírio, perfume, creme pro pé, hidrante para as mãos, blush, desodorante, hidratante pro corpo, anticoncepcional e reparador de pontas para o cabelo.


Na verdade, eu não costumo usar hidratante nenhum, nem perfume. Tudo isso aí eu ganhei ou comprei por impulso há mais de um ano, quando eu me deixava impressionar por promoções e ofertas. Eu sempre esqueço de usar essas coisas, mas coloquei tudo aí para aplicar a técnica do "Usa ou Rua". Daqui a algumas semanas, eu conto para vocês o que resistiu ao desafio.

Além de ficar mais rápido de arrumar do que ter que pegar cada coisa em sua gaveta e depois guardar, usar a caixinha me ajuda a lembrar o que eu tenho que fazer de manhã. Eu vivia esquecendo o colírio, por exemplo.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Ambição e minimalismo

Às vezes o povo acha que ser minimalista, vivendo com menos e evitando o consumo, é coisa de quem não tem ambição; que não quer - ou não dá conta de - "vencer na vida". Meu pai mesmo já me perguntou, meio brincando e meio a sério, se eu não ia pedir uma demoção (o contrário de uma promoção), já que tinha me tornado uma pessoa tão simples.

E eu digo: muito antes pelo contrário. Minimalismo e um carreira de sucesso andam de mãozinha dada. Quem quer fazer uma especialização ou um concurso, ou aprender uma língua, ou completar um treinamento pesado, tem mais tempo e menos despesa levando uma vida simples - e pode se dedicar mais a seus objetivos. Pode encarar uma transferência de cidade, ou até de país, com mais facilidade - até o preço da mudança fica mais barato. Pode decidir mudar de área ou de empresa, buscando um emprego estimulante, mesmo se o salário, naquele momento, for menor.

Para o meu pai, eu respondi que não, nada de demoção: o dinheiro que ia "sobrar" da minha diminuição de custo de vida já tinha destino certo, o período sabático. Mas também poderia financiar um mestrado, uma franquia ou um imóvel.

O que a ambição mandar.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O preço do dinheiro

Dinheiro é pra gastar, dizem. Faz sentido. O dinheiro é uma abstração que o ser humano criou para facilitar as trocas. Logo, ele só vale alguma coisa quando é trocado por algo. Certo? Então... A questão é que o dinheiro virou também uma mercadoria, já que ele pode ser negociado.

Veja bem... Quando eu pensava em comprar um apartamento, eu fui ao banco descobrir como funciona um financiamento. É simples. O banco te empresta o dinheiro dele para você pagar o apartamento. Em troca, você vai ter que devolver o dinheiro que ele te emprestou corrigido. Além disso, você vai pagar juros. Esses juros são o preço do dinheiro. Você está pagando para poder usá-lo. O mesmo vale para taxas de cheque especial e alguns parcelamentos no cartão de crédito.

Foi um dos motivos que me fez desistir de comprar um apartamento. Ouvia sempre o pessoal falar que pagar aluguel é dinheiro jogado fora, mas pagar juros pro banco também é.

O lado bom dessa história toda é que quem tem o dinheiro também pode cobrar um preço por ele. Quando você coloca seu dinheiro na poupança ou no CDB, você está emprestando-o para o banco. Em troca, ele te paga uma taxa. No caso do tesouro direto, você está emprestando para o governo, que vai te pagar por isso também.

Perceber isso abriu minha cabeça para o mundo dos investimentos. Fui percebendo que, ao ser quem empresta, eu não só estou deixando de pagar para usar o dinheiro dos outros como estou sendo paga para que usem o meu. Levando em consideração os juros compostos, a melhor opção fica ainda mais óbvia.

Além do que, quem tem o dinheiro é que detém o poder de negociação na hora de emprestar ou até mesmo comprar. Mas isso já é outro assunto.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O que o minimalismo me deu

1) Autoconfiança. Quando a gente faz as coisas meio diferente de todo mundo, recebe uns olhares meio desconfiados, mas - surpresa! - isso não mata ninguém.

2) Economia. Me mudei para um lugar muito menor e mais em conta. Perdi um pouco de conforto? Perdi. Mas, de novo - não morri disso. E me acostumei rapidinho.

3) Realização de sonhos. Com autoconfiança e (mais) dinheiro no bolso (porque um tanto já estava economizado, é verdade), pedi licença do trabalho e saí pelo mundo.

4) Zero stress. Hoje eu tenho pouca roupa, poucos bens, e a minha maior preocupação é providenciar o almoço do dia seguinte.

Resumo da ópera: troquei um monte de "símbolos de status" (apartamento grande, carro, um monte de objetos) por uma vida... fantástica.


Vale a pena, viu?

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Meu pequenino quarto

Quando voltei a morar na casa da minha mãe, o único quarto disponível era o menorzinho. É nele que eu tive que arrumar um jeito de guardar todas as minhas coisas e é nele que eu faço praticamente tudo aqui em casa.


Essa foto acima foi tirada com a máquina fotográfica grudada no cantinho do quarto. Reparem que a cama fica grudada no móvel com as gavetas.

O armário tem só duas portas (dá para ver refletido no espelho). Nele ficam minhas roupas, sapatos, bolsas e, no maleiro, todos os meus livros.

Nas gavetas dos dois móveis que aparecem na foto acima, ficam todos os meus papéis, inclusive todos os da empresa que eu já tive e meus documentos pessoais. Nelas ficam ainda minhas fotos, DVDs,  toalhas, o notebook com cabos, baterias e acessórios de todos os meus eletrônicos (incluindo câmera fotográfica, kindle, celular...).


Além de dormir no quarto, é nele que eu vejo TV, leio e trabalho no computador. Pela falta de espaço para uma mesa, eu comprei esta dobrável:


Colocando o travesseiro e o edredom apoiados na cabeceira, eu transformo a cama em um sofá improvisado.

Meu quarto é muito pequeno. Foi o primeiro motivador para eu buscasse o minimalismo. Há mais de um ano venho tentando diminuir meu volume de objetos. Tenho conseguido, mas ainda faltam alguns detalhes para eu ficar satisfeita. Eu queria conseguir deixar só o abajur e o tocador de música para fora de armários e gavetas. Ainda tenho 3 caixas em cima dos móveis. Quero também ir me livrando dos CDs.

Não é a situação ideal e nem sempre é confortável, mas eu gosto do meu espacinho.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Minhas calças apertadas

Depois que comecei a viajar pelo mundo, ganhei uns quilinhos. Nada preocupante, só uma soma de vida boa + comida boa. E aí, minhas calças jeans ficaram apertadas.

Uma pessoa sensata compraria jeans novos um número maior. Eu não. Fiquei usando as mesmas calças, teimosamente, porque ia emagrecer, oras. E nem emagrecia nem comprava calças novas. Ou seja, ficava lá, desconfortável, por pura teimosia.

Às vezes a gente fica em situações assim. As calças apertadas são uma boa metáfora para um emprego, uma aula ou relacionamento ruim. Eu recomendo que as pessoas sejam persistentes, sim, e enfrentem as dificuldades - mas tem horas que a solução é fácil e pouco dolorosa. Que existe a possibilidade de pedir pra mudar de setor, de trancar uma matrícula ou de parar de aceitar os convites da amiga chata.

Eu resolvi o meu problema - provisoriamente, porque vou ter de devolver - perguntando pra irmã I. se-ela-não-tinha-uma-calça-que-ela-não-estava-usando-porque-estava-larga. Vocês não imaginam a alegria de usar uma roupa que sirva com conforto (tem fotinhos da calça ótima aqui).

A calça apertada não me ajudou a comer menos doces ou tomar menos vinho, só me deixou mau-humorada. Os jeans do tamanho certo não são uma derrota, são uma adaptação. Meu peso está estabilizado - ele só não quer, na terra do macaron e do fondue, voltar ao número que ele tinha na terra da comida-a-quilo.

Ou seja, a gente tem de ter sabedoria pra decidir o que é lutar com valentia e e o que é dar murro em ponta de faca. Na nossa civilização cristã, o sacrifício é valorizadíssimo - mas nem sempre é a melhor solução!

Resultado: eu vou devolver os jeans emprestados e vou comprar uma calça nova bem bonita, e não muito cara.

Os Cavaleiros que dizem Ni aprovam.

- Me tragam uma calça jeans bem bonita! E não muito cara.
- Uai, mas não era um xuberry que você queria?

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Simplificando a arrumação da cama

Desde que comecei com o minimalismo, venho buscando descobrir quais são os objetos supérfluos que eu tenho para que possa me livrar deles. Resolvi fazer o mesmo com as atividades, já que agora meu grande desafio é economizar tempo.

Como eu sou uma pessoa metódica e obsessiva, aproveitei para usar meus conhecimentos (de iniciante) de análise de processos para isso. Comecei com o primeiro processo do meu dia (e um dos que eu acho mais chatos): arrumar minha cama. Eis como eu fazia para arrumar cama todos os dias:


Fui olhando cada uma dessas atividades e pensando no que eu podia eliminar ou melhorar.

No segundo quadro, já tem uma coisa para mudar. Eu sempre deixava o virol e o edredom na cama, mas nunca uso os dois. Se está frio, uso só o edredom. Se está quente, só o virol. Resolvi então deixar só o que eu vou usar na cama, de acordo com a época do ano. Assim, eliminei ter que tirar os dois da cama toda noite e colocar de volta toda manhã. O que não vai ser usado fica guardado dentro do armário.

Outra coisa que eu mudei, para simplificar, foi parar de usar um protetor separado para o travesseiro, deixando-o por baixo da coberta, junto com o edredom. Tirei também o Stitch da minha cama (com um aperto no coração). Agora ficou assim:


O tempo que eu ganhei é pouco; mas, como é algo que eu faço todos os dias, já é alguma coisa. Além disso, qualquer coisa chata que eu conseguir eliminar da minha vida é uma maravilha!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Desapego do cabelo

Eu já fui cabeludíssima, daquelas às quais a cabeleireira diz, num tom quase acusatório: "você tem muito cabelo!". Aí, há uns dez anos, ele começou a cair muito e alegremente.

Passei por alguns dermatologistas, que me recomendaram aplicações tópicas (duas vezes por dia: usei uma semana e larguei) e complementos de ferro (funcionou só enquanto eu estava tomando). Li uns artigos e discussões em fóruns sobre o assunto, e o que vi foi 1) a luta contra a calvície feminina é constante e desanimadora, porque pelo jeito nada funciona de verdade; e 2) as moças se angustiam muito com isso.

Então eu larguei mão. Eu já estava na fase feminista na qual tinha descoberto que eu não sou só minha aparência. E concluí que... cabelo? É só cabelo.  

Olha, eu entendo perfeitamente que os cabelos estão ligados à auto-imagem das pessoas, principalmente das mulheres. Longe de mim criticar quem não quer ficar careca. Mas estou preferindo evitar a fadiga.

Hoje eu não sou tão cabeluda quanto um dia fui, mas ainda estou dentro da normalidade capilar (média baixa, digamos). No entanto, se meu cabelo continuar caindo como está (e olha que eu tomo um anticoncepcional que em tese ajuda no cenário), daqui a uns 10 anos não terei muitos fios.

Aí minha ideia é passar máquina e pronto. Melhor do que ficar ajeitando uns fiapos no crânio e torcendo para que as pessoas não percebam que eu estou ficando careca. Elas vão ver que eu sou careca.

Estou pensando se eu aproveito minha temporada sabática e raspo o cabelo agora pra ver como é que é (porque se eu odiar com todas as forças posso pensar em reconsiderar a minha recusa a tratamentos) ou se aproveito meus últimos anos cabeludinha.

Bebês também são carecas e ninguém reclama

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Tempo, esse lindo

Tem várias coisas na vida que a gente só dá valor quando perde. Tem acontecido o contrário comigo com o tempo. Agora que eu tenho tempo, eu descobri o quanto ele é maravilhoso.

Quando a gente trabalha o dia inteiro, nos acostumamos com aquele ritmo. Trabalhamos, comemos, resolvemos problemas e, no tempo que resta, só queremos descansar. Nessas horas, até um convite para uma festa de aniversário vira mais uma obrigação.

Quando eu saí do trabalho, comecei a cuidar de um tanto de coisa que eu tinha deixado pra trás. Tudo com calma, sem pressa. Continuo a acordar cedo todos os dias, no máximo 08h. Resolvo problemas, pratico esportes, arrumo a casa, cuido dos meus investimentos...  Tenho sempre coisas para fazer. Mas tudo com mais calma, deixando espaço inclusive para alguns momentos de "à toice".

Ontem eu tive dentista. Era a 5 km aqui de casa. Fui a pé, ouvindo música. Voltei a pé também. Pelo horário (17h), se eu tivesse ido de carro teria gastado até mais tempo, além de dinheiro. Mas não. Fui tranquila, caminhando e escutando música, esperei pra ser atendida lendo no kindle tranquilamente, depois da consulta bati papo com a minha dentista. É um ritmo tão mais saudável.

Claro que uma hora ou outra eu terei que voltar a trabalhar (ou não... hehe...) e eu até gosto bastante do que eu faço. Mas ter tempo para fazer as coisas sem stress e não viver correndo de um lado pro outro é maravilhoso.

Então... Meu objetivo para o segundo semestre é descobrir como vou conciliar um estilo de vida mais tranquilo com o trabalho. É complicado, mas vou tentar.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Semestre novo, vida nova!

Por que deixar as resoluções positivas só pra virada do ano? O meio do ano é uma data aleatória tão boa quanto!

Ontem fiz minhas resoluções de segundo semestre:

1) dormir menos. A maior parte das pessoas precisa dormir mais - eu não. Se eu deixar correr solto, durmo 10, 11 horas por noite brincando.

Acho que o tempo passado dormindo é muito útil e proveitoso, mas tudo em moderação, né? Vou colocar o alarme para despertar 8 horas depois do momento em que eu for me deitar. E tentar não passar da meia-noite acordada!

2) me exercitar mais. Acho que é a resolução preferida das pessoas. Eu acho importante e, sinceramente, tenho percebido que minha postura e minha flexibilidade têm sofrido nos últimos meses. E não tenho desculpa, gente: eu tenho tempo e um par de tênis. É só descer pra rua!

3) me organizar melhor. Eu passei os primeiros seis meses do ano em ritmo de férias: sem horário pra nada (só pra pegar o próximo trem/avião/ônibus), dormindo até cansar e comendo tudo quanto é doce que me aparecia pela frente. Foi ótimo, relaxante e recompensador, mas já deu: agora é hora de ter metas. Como as duas acima!

Work it, baby!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Desapegando das justificativas

Quando a gente toma uma decisão importante, como aconteceu comigo, todo mundo tem uma opinião a respeito: que eu devia ter continuado no trabalho porque afinal todo trabalho é ruim mesmo, que eu devia ter procurado outro emprego antes de pedir demissão, que é para eu aproveitar e fazer concurso, que tenho que ter cuidado com o momento da economia etc. etc. etc.

As pessoas nem sempre fazem por mal. Muitas vezes elas querem mesmo ajudar. No começo, eu ficava um pouco irritada, e já passava a me defender, justificando minha escolha, explicando por que ela era a melhor para mim. Aí parei para pensar que isso é desnecessário. Eu me estresso e crio uma discussão à toa, podendo levar até a uma briga.

Resolvi então sempre escutar as sugestões, agradecer e realmente pensar sobre elas. Podem ser que sejam boas mesmo e que sirvam para alguma coisa no futuro. Se não forem, eu simplesmente esqueço e pronto. 

Na hora de ouvir opiniões dos outros sobre a sua vida, é bom lembrar também que as pessoas dão conselhos do que seria melhor para elas (que não necessariamente será o melhor para você) ou do que elas teoricamente acham mais adequado, mas naturalmente não vão levar todos os riscos e benefícios em consideração já que não são elas que terão que viver com as consequências dessas escolhas.

Ouvir mais e falar menos.