quinta-feira, 30 de maio de 2013

Desapegando dos CDs

Já tem bastante tempo que eu me debato com a questão do que fazer com meus CDs de música. Tinha uns 70 e nem tenho aparelho de som que toca CD mais. Mas apego é assim mesmo. Não tem muito a ver com lógica.

Bom... Eu tinha que começar de algum jeito. Então separei em 3 pilhas.

1. Doar
A maioria dos CDs era de coisa que nem escuto e nem gosto mais. Coloquei em uma sacola. Minha irmã pegou uns 3, minha mãe uns outros 3, e o resto vou doar para umas pessoas que vão gostar deles.

2. Copiar
Alguns dos CDs tinham músicas que eu queria ter. Passei tudo para o computador e dele pro meu celular, que é meu dispositivo pra escutar música atual. Depois disso, esses CDs foram para a pilha 1.

Pilha 2 de CDs a serem copiados, antes de terem ido para a pilha 1.

3. Guardar.
É... Ainda guardei uns 20 CDs. Umas trilhas sonoras, uns cantores de quem sou fã. Um dia ainda me desfaço desses. O que eu não podia era continuar com os 70 por causa do apego a esses 20. Um dia de cada vez.

terça-feira, 28 de maio de 2013

O porão

Descobrimos uma instituição que ajuda os alemães - e, imaginamos, vários outros povos - a manter suas casas pequenas arrumadinhas: o keller, quer dizer, o porão.

Tem no prédio da irmã I., e ela tem direito à sua quota: um quartinho subterrâneo, que ela usa para guardar o que não está usando - as roupas pesadas de inverno (incluindo os patins de gelo), os colchões infláveis das visitas e a mala que deixamos sob guarda dela.

Acho que o equivalente no Brasil é o quartinho da garagem, a área de serviço ou o canto do jardim. É um espaço que faz sentido.

Só que temos de tomar cuidado para não transformar o keller ou o quartinho da garagem em um depósito de tranqueiras. Ele não é substituto de lata de lixo!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Dicas para usar o coletor menstrual

Quando escrevi o post sobre o coletor menstrual, fiquei de dividir aqui algumas dicas que eu fui juntando com o tempo e para me adaptar às dificuldades que eu tive. Aqui vão elas:

Colocar

1. Em primeiro lugar, é preciso estar relaxada, para os músculos não ficarem contraídos. Eu gosto de colocar sentada no vaso, mas já coloquei agachada também. 

2. Dobre, como na foto.


3. Coloque direcionado o coletor para trás, não para cima.  Como se tivesse empurrando na direção da bunda.

4. Você não deve enfiá-lo até o fundo do canal vaginal, como fazemos com absorvente interno. Ele deve ficar mais para fora, pois tem que ficar abaixo de onde sai o sangue, ou vai vazar. A pontinha do coletor tem que ficar na saída, dando pra sentir com o dedo sem precisar enfiá-lo.

5. Confira se formou o vácuo sentindo o copinho lá dentro com o dedo. Às vezes ele fica embolado.

6. Contraia os músculos da região para o coletor ir se ajeitando lá dentro, inclusive desembolando, se for o caso.


Durante o uso

No começo, é bom usar um protetor diário (daqueles fininhos) até acostumar, para se prevenir de vazamentos. No mais, é pura alegria. Dá para nadar com ele, dormir sem calcinha. Sem incômodos e se cheiro.


Tirar e colocar de novo

1. Nos primeiros usos, observe o tempo que ele demora para se encher. Para servir como base, eu costumo tirar de manhã e à noite, no banho. Quem tem fluxo mais intenso, pode tirar umas quatro vezes por dia. Vai observando e se adequando.

2. Na hora de tirar, é bom sentar na privada ou agachar, pegar a pontinha com os dedos e puxar. Se tiver dificuldades, é sinal de você colocou mais fundo do que devia. Nesse caso, faça força com o músculo, como se fosse expulsar o xixi.

3. Lave com água corrente no banho ou na pia do banheiro. Caso precise trocar na rua, já vi dicas de gente que leva garrafinha de água ou lenços umedecidos para o banheiro. 

4. É fundamental que os furinhos da lateral não estejam obstruídos, ou não vai formar o vácuo que impede o sangue de vazar. Pra isso, recomendo encher o copinho de água e apertar forcando que ela saia pelos furos (como mostro na foto).


5. Quando termina o ciclo, lave com mais cuidado. Eu dou uma limpada mais forte com uma escova de dente velha. Antes de começar o próximo ciclo, fervo o coletor com água em uma leiteira para desinfetar.

Tem mais de um ano que eu uso. É pratico, econômico, higiênico, minimalista. Recomendo demais.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

O caminho inverso

Primeiro a gente se desfez de montanhas de coisas. Viajamos com o que achamos que era o mínimo necessário. Mas é claro que a realidade acaba sendo diferente do que a gente imagina. E fomos comprando pelo caminho, depois de muito ponderar:

1) tênis para caminhar/correr. Que acabou sendo uma mão na roda pra turistar depois que o frio mais bravo - e a necessidade de botas - passou.

2) um segundo aparelho para acessar a internet. Pensamos que íamos dividir numa boa o netbook, mas descobrimos que, bem, a gente usa muito a internet. O tablet também mostrou seu valor com o GPS embutido: agora a gente não usa mais mapa de papel, baixa o mapa no Googlemaps.

3) o tal casaco pesado de frio. Acabou que o inverno foi muito mais longo do que o planejado, e eu o usei até o mês passado.

Por outro lado, jogamos fora:

1) fios e adaptadores que não serviam mais.

2) roupas que estavam sobrando (várias camisetas do Leo).

3) papéis que perderam a utilidade

4) vidros grande de hidratante, xampu e sabonete líquido (ok, na verdade nos tomaram no raio X do aeroporto - fizemos uma rearrumação de malas e nos esquecemos que esses líquidos tinham ido parar na mala de mão). Mas nem ligamos.

Acho que a moral da história é que ser minimalista não é passar frio ou desconforto: é ir descobrindo o que é realmente útil e necessário. Sem esquecer que as utilidades e necessidades podem mudar com o tempo.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Não se muda o que não se conhece

No meu trabalho como consultora, quando eu vou nas empresas tentar descobrir o que posso fazer por elas, a primeira parte do trabalho é sempre estudar como elas são atualmente (a gente chama de diagnóstico). O pessoal que trabalha na empresa sempre acha que sabe quais são os problemas. Geralmente culpam os colegas, ou os clientes, ou o mercado. Mas é investigar um pouco os processos da empresa, olhar os números, entrevistar diferentes pessoas, que a gente começa a enxergar os entraves e os problemas. E só então podemos começar a pensar em resolvê-los.

Na vida pessoal, é a mesma coisa. A gente acha que tem consciência dos nossos atos, que conhece todos os nossos problemas e que, se não fazemos nada para mudar, é porque não dá. Inventamos mil motivos pra nos justificar pra nós mesmos. Mas será que temos esse conhecimento e esse controle todo?

Minha prima outro dia veio me pedir dicas de como economizar. Eu falei que primeiro ela precisa saber com o que ela gasta. Que é preciso anotar tudo. Do pão de queijo na padaria à conta de telefone. Nenhum gasto é muito pequeno ou muito grande para anotar. Depois de um tempo, vai dar pra perceber de verdade com o que ela está gastando. A gente acha que sabe, mas se engana, viu? Propositadamente ou não.

Só então vai ser possível decidir que gastos cortar. É importante continuar anotando para saber se suas ações estão realmente fazendo diferença, e ir fazendo os ajustes.

Sair tentando economizar aleatoriamente tem grandes chances de não fazer muito diferença e logo logo você vai estar desmotivado, vai achar que a vida é assim mesmo e desistir.

Para qualquer outra mudança, seguir a mesma lógica ajuda. Quer mudar seus hábitos alimentares? Comece anotando tudo o que você come. Tem gente que até tira foto, e dizem que ajuda. Quer diminuir seu número de tralhas? Tire tudo do armário e veja o que você está guardando de verdade.

Informação faz toda a diferença na hora de tomar uma decisão. Sem contar que a chance de sucesso é muito maior.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Disney: minha primeira experiência minimalista

A irmã I. foi me visitar! Essa foto não mostra a parte de baixo
do uniforme: uma calça cor-de-burro-quando-foge, que não
combinava em nada com a blusa lilás-desbotado, o colete
azul-correio e o casaco de frio prata-estelar.
Eu nunca tinha pensado nisso até a Fê falar, mas nosso período de trabalho na Disney foi um primeiro experimento com o minimalismo. A gente tinha pouca coisa (só o que coube em uma mala) e a casa, embora confortável, era simples. Posso dizer que aprendi muitas lições nesses três meses na Flórida:

1) Uniforme para trabalhar é o que há: embora eu achasse o uniforme da minha loja medonho, ele era confortável. Eu ficava pronta em 10 minutos e não gastava roupas "civis" no batente. Ressuscitei a ideia anos depois, com a combinação camisa social + calça social + sapato baixo para trabalhar.

2) Diversão fora de casa faz com que você não fique muito tempo nela: a gente usava o tempo livre passeando nos parques (é, podíamos entrar de graça em todos eles). Isto é, o lar ser pequeno não importa se perto dele houver entretenimento: praça, praia, bosque, museu.

Na graduation, a cerimônia que
marcava o fato de você ter sobrevivido
ao programa. Sorrindo. 
3) Transporte público que funciona é pura alegria: a Disney punha à nossa disposição várias linhas de ônibus que faziam os trajetos casa-parques e casa-supermercado. Eu ficava pronta para trabalhar em 10 minutos, corria até o ponto e ia tranquila até o trabalho (e às vezes até tirava uma soneca). Não tinha preocupação com carro, combustível, estacionamento ou rota.

4) Quem não tem cão caça com gato: na hora da necessidade, a gente se vira. Suporte de pratos e talheres da máquina de lavar vira escorredor. Copo vira porta-escova de dente. Camiseta vira pijama. E pizza vira café da manhã, né, Fê?

5) Roupa preta combina com tudo, principalmente com mais roupa preta!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Desapegando da bolsa

Andar com bolsa às vezes é necessário, e às vezes muito útil. Mas nem sempre, não é? Homens vivem muito bem sem elas. Tudo bem que eles acabam abarrotando os bolsos, o que eu não acho muito confortável, nem tenho roupas muito preparadas para isso e fico neurótica achando que as coisas vão cair ou vão me roubar.

Então, para lidar com bolsas, eu faço duas coisinhas.

1. Inventário.

Pelo menos uma vez por semana eu coloco tudo pra fora da bolsa, analiso se tem algo sobrando ali, se tem algo pra jogar fora (sempre tem uns papéis de bala, notinha de cartão de crédito, essas coisas), se tem algo pra guardar em outro lugar (moedas espalhadas, por exemplo)... Dou uma limpada geral. Olha o que sobrou  hoje:

Está faltando na foto o celular (tirei a foto com ele) e minha necessaire de
maquiagem, que estava lavando na hora.

2. Abro mão, quando dá.

Foi uma colega de trabalho que me apresentou a uma maravilhazinha chamada bolsa para celular. Olhem na foto.


É uma bolsinha com fecho, onde eu coloco o celular (que não aparece na foto porque eu tirei a foto com ele), a chave de casa, documento, dinheiro e cartão. Eu uso quando vou ali na farmácia, ou vou pro boteco com as amigas, ou almoçar durante o trabalho... São situações em que não preciso de carro (logo, da chave e documento) e nem da outra bagulhada toda que eu preciso quando passo longos períodos fora de casa fazendo coisas diversas. Muito prático.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Não tenho tempo

Vocês vão achar que eu estou de brincadeira, mas é verdade: eu ando muito sem tempo ultimamente. E nem é porque há mil planejamentos de viagem pra fazer (o Leo se encarrega nessa parte, com meu apoio moral completo e muitos agradecimentos) - é porque eu tenho de dormir muitas horas, ler outras tantas, passear um bocado, e quando vejo o dia acabou.

É muito legal ter essa liberdade de usar meus dias do jeito que eu gosto. Mas o que está faltando não é tempo, lógico, é disciplina (pelo menos um pouquinho). Não planejei tirar um sabático para encher meus dias de compromissos - isso era a minha vida antes. Mas eu tinha uns objetivos modestos que eu gostaria de cumprir: estudar o básico do alemão na internet, aprender a meditar, me exercitar com frequência. E ainda não fiz nada disso, hohoho.

Pensando bem, talvez não seja falta de tempo, mas de vontade.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Assumindo e declarando o minimalismo

Quando eu comecei a conhecer o minimalismo e a aplicá-lo na minha vida, eu não falava muito sobre o assunto. Até que eu e a Lud começamos a conversar e veio a ideia do blog. Agora eu nem sei mais por que eu tinha receio, já que me declarar minimalista trouxe um monte de coisas boas.

  • Gente que pensa igual vem conversar, trocar ideias, desabafar sobre as dificuldades... Tenho aprendido muito e me sentido menos sozinha e estranha. 
  • Algumas pessoas que nem necessariamente adotam o minimalismo vem comentar comigo quando descobrem alguma coisa que pode simplificar a vida. Adoro sugestões e dicas. 
  • Amigos e até desconhecidos começam a repensar suas gastanças, acúmulos e consumismos. Talvez eles nem mudem de hábitos, mas é uma sementinha que está sendo plantada. Como eu gostaria de viver em um mundo sem exageros, sinto que estou contribuindo para que ele aconteça (pouquinho, mas é igual aquela fábula do passarinho apagando o incêndio e tal). 
O principal lado ruim é que seus atos passam a ser analisados por quem quer desqualificar  o seu minimalismo (como a gente brinca no feminismo, quer confiscar a carteirinha). Seja porque a pessoa é apegada aos seus exageros e gostaria de acreditar que esse é o único caminho para a felicidade, seja por que ela também se declara minimalista, mas acha que existe uma cartilha, um conjunto de regras e um jeito certo de agir para entrar pro clube.

Ainda assim, o saldo tem sido bastante positivo.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Gente que não cresce

Eu já pensei com meus botões se eu e o Leo não estamos nos comportando como crianças: não temos endereço fixo, botamos a carreira na pausa, não pensamos em ter filhos e estamos torrando tudo que a gente tem.

Aí reflito que, ao contrário, somos bem adultos: o dinheiro que estamos gastando é fruto do nosso trabalho, as decisões são nossas e o ônus - e o bônus! - também.

E tem outra: nos últimos anos, pensamos e mudamos muito. Percebemos o quanto somos privilegiados, combatemos nossos preconceitos, elegemos prioridades diferentes. Acho que amadurecemos.

Me dei conta disso ao me lembrar de um casal de conhecidos que encontramos no aeroporto no ano passado. O voo atrasou e não tivemos como escapar deles - e de horas de monólogos. Fazem mais de 10 anos que a gente conhece, e eles não mudaram em nada desde então: continuam com o mimimi classe média sofre, com o machismo, com o classismo. Tentamos ponderar, mas não é fácil - quem lida com gente que pergunta, responde e comenta sabe como é.

Então vou nos dar um pouco de crédito: a gente cresceu, sim. Somos mais adultos do que muitos por aí.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A experiência da Disney: compras desenfreadas

Quando cheguei para trabalhar na Disney, minha vida era lindamente minimalista. Poucos objetos, poucas tralhas, muitas experiências e diversão.

Até que foram chegando meus primeiros pagamentos (a gente recebia por semana) e eu fui descobrindo as maravilhas dos outlets e do property control. Este último então... Era um galpão enorme cheio de produtos com pequenos defeitos que não passaram no controle de qualidade da Disney. E quem trabalhava lá, caso meu e da Lud, podia comprar tudo com 75% de desconto. Era muito barato.

Resumindo, fui com um tiquinho de posses e voltei com toneladas de roupas, objetos dos mais diversos e enfeites da Disney. Eu cheguei ao absurdo de comprar 3 caixinhas de música. Eu falava para mim mesma que eram para dar de presente, mas acabei trazendo tanta coisa que a maior parte dos tais presentinhos ficaram comigo.

Além disso, eu sempre ficava pensando que era uma oportunidade, já que eu tinha desconto em qualquer coisa que comprasse lá, por ser funcionária. A grande e conhecida ilusão chamada promoção (hoje não me pega mais).

É... Eu fui com uma mala cheia até a metade, e voltei com duas lotadas e um ursinho Pooh na mão.

Gosto de acreditar que atualmente eu sou mais sábia.

Eu e um vizinho no dia em que fomos embora da Disney. As minhas malas são as duas (a preta e a verde) na minha frente. Dá para ver que estão lotadas. Chocante, não?

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Malamalismo, parte II

O malamalismo, o minimalismo aplicado às malas, é uma arte: um ponto de equilíbrio zen entre a necessidade, o conforto e o acesso a uma máquina de lavar roupas. Faz uns anos que eu e o Leo trabalhamos nisso, mas no nosso sabático, a coisa complicou um pouco, já que em vez de viajar umas semanas e voltar pra casa, a casa agora é a estrada.

Então, não dá para ser tão mínimos quanto a gente gostaria, principalmente quando enfrentamos a mudança de estações: pegamos 5 graus em Paris, e agora, em Lisboa, a temperatura é 20 graus mais alta. Ou seja, casacos e botas ficam fazendo volume e peso na bagagem, e não temos pra onde correr. Quer dizer, até temos: em Frankfurt, a irmã I. botou à nossa disposição o seu keller (porão). Mas enquanto não passamos por lá...

O resultado é que estamos viajando com uma mala pequena, uma mala menor ainda, uma mochila e uma bolsa de mão. E eu estou achando muito, demais. E fico quebrando a cabeça pra ver o que dá pra eliminar.

E olha que dá: o Leo está passando por aqui igual a um furacão e se livrando de cabos, embalagens e revistas.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A experiência da Disney: vivendo com pouco

Dez anos atrás, eu e a Lud moramos juntas por alguns meses em Orlando, na Flórida, enquanto a gente fazia um programa de trabalho na Disney.

Eu levei na mala (e era mais ou menos o que todo mundo levava também):
  • 10 fotos para lembrar da família e dos amigos; 
  • 2 calças jeans; 
  • 2 saias; 
  • 1 short; 
  • 1 casacão de frio; 
  • 1 sapato preto; 
  • 1 bota marrom; 
  • 1 par de chinelos; 
  • 10 blusas (mais ou menos); 
  • 1 toalha; 
  • 1 biquini; 
  • 1 pijama; 
  • 1 diskman com uns 10 CDs de música; 
  • 2 livros;
  • algumas poucas roupas íntimas e meias. 
Lá eu precisei e comprei um tênis para trabalhar e uma câmera fotográfica digital (era novidade na época). As compras no supermercado eram de comida, produtos de limpeza e de higiene.

Fiquei 4 meses com isso e fiz coisa pra caramba! Trabalhava (de uniforme da Disney, o que facilitava a vida), passeava nos parques, ia em boates e festas, fui até em parque aquático e fiz um cruzeiro para as Bahamas. Li livros da biblioteca da Disney e dos colegas, troquei de roupas com as amigas, usava o computador do condomínio, lavava e secava as roupas quando elas sujavam. Aproveitei muito! Fui muito feliz!

A gente tinha uma TV em casa, mas vimos uns dois filmes no tempo todo em que estivemos lá. Era mais legal ir ao cinema, aos parques ou passear. Ou então a gente ficava lendo ou conversando.

Senti falta das pessoas e até dos lugares daqui, mas nunca de objetos. A verdade é que a gente precisa de muitas poucas coisas para viver bem e ser feliz.

Eu, a Lud e uma de nossas roommates no pavilhão da França, no Epcot.
PS: mas nem tudo na Disney foram flores minimalistas, depois conto o lado perverso da coisa.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Carreira: seguir o sonho X buscar segurança

Eu não tive dúvida: busquei segurança. Porque eu sempre achei que um dos ingredientes da felicidade é ter autonomia financeira - isto é, independência dos pais, do cônjuge, da família - e é difícil ser feliz morando com o pai e com a mãe, mesmo tocando em barzinhos toda noite. Só tendo o próprio dinheiro a gente é livre para fazer as próprias escolhas - e são bem poucos os catapultados dos barzinhos para a fama.

Dito isso, vamos explorar o conceito de autonomia financeira? Pra mim, já foi ganhar muitos milhares de reais por mês - ter grana para comprar um apartamento bala, um carro bacana e roupas da moda, ou seja, "ser um sucesso" aos olhos dos outros. Depois percebi que as minhas vontades eram outras. O desejo de ser proprietária de imóvel passou rápido depois que casei, faz anos que eu não dirijo, e ficar acompanhando os lançamentos dá um trabalho sem fim.

Pra mim, autonomia financeira é ter grana para se manter com um pouco de conforto, comprar chocolate e livros e viajar. Não dá pra fazer com o salário mínimo, concordo, mas também não preciso ser presidente de empresa ou juíza. Depois que eu e o Leo decidimos não ter filhos, então, ficamos mais tranquilos ainda.

Um dos objetivos do nosso sabático é pensar o que queremos das nossas carreiras. Se vamos continuar optando pela segurança - e sendo felizes ao fim do expediente e nos fins de semana - ou vamos partir para outras opções, menos estáveis e mais divertidas.

Tipo seguir o sonho.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Como saber quando lutar e quando aceitar?

A vida é cheia de limites e coisas que a gente não pode mudar. Mas há também vários caminhos e atitudes diferentes que podemos sim escolher. Então como saber quando se contentar com o que a vida nos oferece e quando correr atrás de algo diferente?

Não acredito que exista uma resposta pronta e única. E é complicado mesmo saber quando estamos sendo persistente e quando já é teimosia.

Por isso tudo que eu acho o autoconhecimento que o minimalismo nos traz tão importante. Ao ir descobrindo o que é mais importante na vida, a gente consegue escolher melhor nossas batalhas.

Acho sim que a gente às vezes quer fazer coisa demais, e não conseguimos por causa dos limites de tempo / dinheiro / espaço. Muitas vezes também a gente entra na neura da sociedade atual que tenta nos convencer de que, se a gente não é perfeito em tudo, é culpa nossa.

É fato que precisamos aprender a respeitar essas limitações. Mas entre reconhecer os limites e ficar paralisado por eles há uma distância. E é comum também a gente tentar jogar a culpa de nosso problemas no mundo, pra gente se convencer a não fazer nada. Porque mudar é difícil, envolve dedicação e muito trabalho.

Há aquela oração que diz assim: “conceda-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso e sabedoria para reconhecer a diferença entre elas."

Acho que é meio por aí. Mas, ao contrário de esperar a sabedoria vir de uma força superior, acredito que ela deva ser construída pela gente mesmo. Com muitos erros, mas muito acertos também. E vamos aprendendo.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Paris não me venceu

Paris tem farmácias a cada esquina. Tem livrarias sedutoras. Tem lojas de roupa cheias de charme. Tem brechós de qualidade. Tem H&M, Gap, Mango e Sephora. Tem supermercados com seções de cosméticos gigantes. Tem  lojas de decoração fantásticas e de quinquilharias apaixonantes.

E eu resisti. Eu passei reto, eu ignorei, eu disse não. Eu só fui à farmácia que ficava quase embaixo meu apê no último dia, comprar um protetor solar, porque o meu estava acabando.

E eu venci. Não trouxe nada de Paris, só um computador cheio de fotos e um sonho realizado.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Pensando na vida...

Eu e a Lud sempre comentamos aqui que adotar o minimalismo leva a gente a se conhecer melhor, já que começamos a tentar descobrir o que é importante e essencial na nossa vida.

Essas reflexões são muito legais e úteis. Tenho lidado cada vez melhor com excesso de objetos, de roupas, de gastos e de diversas outras coisas. Mas às vezes é preciso pensar de uma maneira mais ampla ainda. Será que eu estou vivendo a vida que eu quero para mim? Ou pelo menos estou buscando poder viver essa vida?

O ser humano tem uma grande facilidade de adaptação, o que é ótimo por um lado, mas por outro faz a gente se acostumar com situações desagradáveis de tal maneira que começamos a achar que não tem solução, que a vida é assim mesmo e pronto.

Mas isso nem sempre é verdade. Dá para mudar um tanto de coisas na nossa vida. Não que seja fácil, mas que dá, dá. Há limites, mas a gente pode trabalhar dentro deles.

Dia desses, vi uma mensagem em alguma rede social que dizia mais ou menos assim: “A vida não tem controle remoto. Você tem que levantar e mudar”. Fiquei pensando.