terça-feira, 30 de abril de 2013

Aprendendo a dizer não para convites

Infelizmente, tempo é recurso limitado, então a gente tem que fazer escolhas sobre o que fazer com ele. Nessa, a gente tem que dizer não para alguns convites. É difícil, viu? A pressão social é enorme, e a gente ainda fica sentindo que está perdendo alguma coisa, mas não tem jeito.

Quando eu era adolescente, era normal eu marcar 3 programas para a mesma noite, com turmas diferentes. Ficava um pouquinho no aniversário de família, depois ia dar uma passada em um programa em um bar e, por fim, ia para uma boate ou festa de amigos.

Eu não aproveitava direito nenhum dos programas (talvez o último) e todo mundo ficava reclamando que eu ia embora cedo demais, ou que estava chegando tarde demais.

Hoje em dia eu tenho ainda um outro complicador que não tinha na adolescência: eu preciso dormir umas sete horas por noite pra funcionar no dia seguinte. E eu preciso funcionar no dia seguinte. Coisas de adulto, sabe?

Então, apesar de ser difícil dizer não para um convite, é preciso. Algumas pessoas ficam chateadas, outras vão te encher o saco (não aguenta nada, bla bla bla); mas, se você explicar com jeito, todo mundo vai entender. E, se não entender, paciência. Como eu disse lá no começo, tempo é um recurso limitado. Eu não posso mudar isso.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Grace Kelly não era feliz


Não sou eu que estou dizendo: são os amigos da princesa, que foram entrevistadas no livro "Grace Kelly: les derniers secrets (os últimos segredos)".


Grace era linda, filha de milionário, atriz de sucesso e de talento (ganhou um Oscar). Aí aceitou a proposta de casamento do príncipe Rainier e... se deu mal.

(Parêntese explicativo: Mônaco era - é - um balneário de luxo. Como a frequência estava diminuindo, Aristóteles Onassis, o armador grego, sócio de Rainier, sugeriu a ele que se casasse com uma atriz de Hollywood, em um belo golpe publicitário, para chamar a atenção do mundo para o principado. Marilyn Monroe foi sondada, mas como ela insistia em chamar Rainier de Reindeer (rena), foi descartada.)

Grace foi apresentada ao príncipe. Eles trocaram cartas durante alguns meses. Então ele foi aos Estados Unidos encontrá-la pela segunda vez... e pedi-la em casamento. Ela aceitou, e o pai dela pagou 2 milhões de dólares de dote (!).

Então ela virou princesa, mas a família real monegasca achava que ela não estava à altura do Rainierzinho e ele, basicamente, era um chatão: machista, não ligava a mínima para os interesses culturais da esposa, não deixou que ela retomasse a carreira de atriz e não demorou muito para começar a traí-la.

E por que ela não largou o príncipe Rena? Um dos motivos foi o fato do contrato de casamento estabelecer que, em caso de separação, ela não poderia levar os filhos - e ela já voltou da lua-de-mel grávida. O outro, eu acho, é que ela não conseguia admitir a própria infelicidade -  como é que ela podia ser linda, rica, famosa, princesa e infeliz? - e fazer algo a respeito.

Essa historinha toda é pra dizer que dinheiro e sucesso não são garantia de felicidade. Eu sei, é muito irritante. Cada vez mais me convenço que para ser feliz, a gente precisa só de recursos suficientes para ser autônomo (e há quem seja feliz com menos que isso!). O resto é por nossa conta.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

As revistas do meu pai

Desde que eu me entendo por gente, meu pai colecionava revistas Veja. Não vou nem entrar no mérito da qualidade (ou falta dela) da revista. O fato é que ele assinava a revista e guardava todas.

Lembro de inúmeros trabalhos de escola em que a professora pedia para a gente recortar alguma coisa de revistas, mas eu não podia cortar das Vejas do meu pai. Ele tinha que guardá-las intactas, oras! Eu queria o quê? Que ele estragasse a coleção mantida há anos por causa de um trabalhinho de escola. Então ia eu pedir para os tios, os vizinhos...

E os anos foram passando, eu crescendo, e meu pai encaixotando as revistas e mandando para o sítio da família, onde elas ocupavam já um quarto inteiro. A revista é semanal. Ele assinava há mais de 20 anos. Façam as contas.

Um belo dia, precisaram usar o tal quarto do sítio ocupado pelas caixas. Foram então descobrir que elas estavam tomadas por traças e outros bichinhos e que muitas das revistas estavam destruídas.

As revistas do quartinho foram então sendo jogadas fora aos poucos, porque eram muitas e estavam no sítio. Meu pai tentou doá-las, mas ninguém quis (tentamos bibliotecas e amigos). Em eras de internet, para quê?

Todo fim de semana, meu pai voltava do sítio com uma caixa de revistas para colocar junto com o lixo da casa. Ainda hoje tem algumas traças e revistas lá no sítio.

A Veja ainda chega lá em casa, mesmo meu pai não morando mais lá. Na maioria das vezes, elas ficam dentro do plástico. Ninguém tem interesse nem de abrir. Algumas vezes, minha mãe as leva para a escola onde dá aula para os alunos recortarem. Meu pai nunca perguntou das revistas, nem cancelou a assinatura.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Desapego de opiniões

Eu já fui aquela pessoa que achava muito importante ter, como diz o Raul Seixas, "opinião formada sobre tudo". Como eu ia participar de uma conversa sem ter um lado para defender, gente? Ainda mais sendo estudante de (e depois formada em) Direito?

Mas é aquela coisa: quanto mais vivo, mais leio e mais aprendo, mais vejo quão complexo o mundo é, e quão difícil é estabelecer quem está certo e quem está errado em diversas situações. Sem falar que a gente muda de ideia. Eu não acho que isso seja sinal de incoerência, mas de amadurecimento.

O resultado é que larguei mão de sentenciar verdades em vários assuntos. Prefiro escutar, refletir, e às vezes não chegar à conclusão alguma. Antes isso me afligia, mas agora estou em paz com esse resultado.

Prefiro ser essa metamorfose ambulante.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Não comprar versus desapegar

Quando eu comecei a correr atrás do minimalismo, percebi uma coisa que eu meio que já suspeitava: eu não tenho problemas em deixar de comprar, mas desapegar das coisas que eu já tenho é bem sofrido.

Faz sentido. Alguém que não gosta de gastar dinheiro, vai querer guardar as coisas velhas para não ter que comprar novas, certo? Então eu tomo um super cuidado com as coisas, elas não acabam naturalmente e eu tendo a guardá-las eternamente, porque eu sempre sinto que posso precisar delas e seria horrível ter que comprar outras.

Também sou das pessoas que guardam lembranças demais do passado. Diários da adolescência, cartinhas que eu trocava com as minhas primas na infância, bilhetinhos da época da escola, tickets e folhetos e mapas de todas as viagens que eu já fiz, e mais um monte de coisinhas. 

Então minha luta principal é esta. Primeiro é pensar que uma eventual compra por necessidade é melhor do que guardar um punhado de tralha e coisas velhas. Que eu ganho liberdade, espaço e praticidade assim. Depois é pensar que o passado e as memórias não estão nas coisas, mas na minha cabecinha.

Com o tempo, e vendo que os resultados compensam, vai ficando mais fácil.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O meu (e o seu) verdadeiro eu

Uma das coisas boas do minimalismo é que a gente faz um trabalho de auto-conhecimento. Sim, porque para se livrar do que não é essencial, rola toda uma análise interna. E não adianta mentir para si mesmo, porque senão o propósito se perde.

Eu gostaria de dizer que tive uma revelação luminosa sobre o meu interior, mas basicamente o que estou descobrindo é o que eu já desconfiava:

- eu não sou timida, eu sou antissocial. Quer dizer que eu gosto das pessoas que eu gosto, e não tenho paciência de travar conhecimento com que eu nunca vi para eventualmente descobrir se ela é bacana ou não. (Nessa hora valem as recomendações de amigos, os blogs que as pessoas escrevem ou interesses em comum. Quer dizer, tem de ter um ponto de partida.)

- a principal razão pela qual eu gosto de aprender línguas não é me comunicar, é poder ler um monte de livros em outra língua. É, eu sou viciada em leitura. É, isso provavelmente reforça a antissocialidade. Paciência.

- quanto menos a gente liga para a opinião "das pessoas", mais independente e feliz somos. A gente recebe muito menos elogios/aprovação, mas se diverte muito mais. Não é fácil, principalmente para as mulheres, que são ensinadas a buscar que todo mundo goste delas, mas é possível. Coragem!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O minimalismo e o sono

O sono é algo muito importante para o bem estar da gente. Dormir mal me deixa (e acho que todo mundo também) cansada, mal humorada, com dificuldade para concentrar... Um horror.

Nas minhas pesquisas para saber como dormir melhor, e depois de algumas várias tentativas e erros, descobri que o minimalismo também ajuda a gente a dormir bem. Olha só!

Para relaxar, quanto menos estímulos ao seu redor melhor. Parece até meio óbvio, depois que a gente escreve.

Diminuir as tralhas espalhadas. Quanto menos coisa pra se ver no quarto de dormir, melhor. Isso já é algo que a gente busca com o minimalismo. Dormir bem é só um benefício a mais. Então é bom diminuir o número (ou acabar com) enfeites à vista, coisas espalhadas pelo chão, objetos na mesinha de cabeceira. 

Eliminar as fontes de barulho. Eu tenho um relógio de pulso que eu deixava na mesinha ao lado da cama durante a noite, para usar no dia seguinte. Dia desses, fui reparar que ele faz um tique e taque bem baixinho, que nem chega a incomodar, mas que deve ter alguma influência na qualidade do sono. Agora eu passei a guardá-lo dentro da gaveta. Outra coisa que faz barulhinhos são os aparelhos eletrônicos, o que me leva a...

Desligar aparelhos eletrônicos. Eles soltam ruídos mesmo desligados, têm luzinhas e emitem energia e outras coisas que a gente não sabe o que é e nem os efeitos no nosso corpo. Então, se não dá pra manter o quarto sem eletrônicos (o meu caso, já que meu quarto é meu único espaço), é bom pelo menos tirar todos da tomada na hora de dormir.

Eliminar ruídos e luzes externas. Difícil, mas tem algumas coisas que dá pra fazer. Colocar aquelas cortinas que bloqueiam a luz, fechar a janela, usar protetores de ouvido ou de olhos.

Cortar pensamentos na hora de deitar na cama. Cada um tem uma maneira de fazer isso. Tem gente que reza, que canta músicas mentalmente, que medita, que conta carneirinhos. O importante é não deixar a mente solta porque ela tende a começar a se preocupar. Eu gosto de ler antes de dormir até estar com os olhos quase fechando de sono. 

Claro que nada disso substitui a paz de espírito e a tranquilidade no quesito qualidade de sono, mas ajuda.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O futuro: propriedades coletivas?

Paris é repleta de livrarias, sebos e bancas. Uma beleza para quem, como eu, é alucinada por livros e revistas. Só tem um probleminha: embora na França existam muitas edições baratinhas (livros de bolso a partir de 2 euros! Revistas a partir de 1!), material de leitura custa dinheiro... e ocupa espaço.

A salvação para o dilema está pertinho: a biblioteca pública. Paris tem 71. A que eu frequento é a mais próxima da minha casa (fica a 200 metros) e lá eu encontro de tudo e mais um pouco. Todo mês tem aquisição de livros, sem falar da assinatura de umas 30 revistas. A mais nova tem de ser consultada na biblioteca, mas as passadas podem ser emprestadas.

Eu não pago nada pela biblioteca, mas se houvesse uma assinatura, eu pagaria com gosto. Talvez seja esse o futuro dos bens culturais: em vez de termos em nossa casa coleções imensas, teremos estoques coletivos. No Brasil, já tem tevê a cabo que oferece um monte de filmes gratuitos e os lançamentos sob demanda. Aí ter pilhas de DVDs em casa (a não que sejam obras difíceis de encontrar) fica obsoleto.

Eu gosto da ideia.
Essa é a "minha" biblioteca, a Marguerite Adoux. As poltronas estão sempre ocupadas por leitores.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Aprendendo a definir prioridades

No decorrer da vida, a gente tem que fazer escolhas a todo momento. Isso porque tempo, espaço, dinheiro e outros recursos são limitados, como disse aqui. Vou falar aqui do tempo. Como o nosso dia tem apenas 24 horas, e nisso não dá para mexer, a gente tem que escolher o que quer fazer com essas horas, e aí entra a definição de prioridades.

Eu tenho os dias bem preenchidos. Acordo e vou para o trabalho. Depois vem o esporte (tênis e corrida, em dias alternados). Chegando em casa, socializo um pouco com o pessoal, como e arrumo minhas coisas,  depois vejo meu seriado da vez, leio o livro da vez e durmo. Pronto! Resolvo coisas na hora do almoço ou no fim de semana.

Mas volta e meia aparece uma coisa pra fazer no meio da semana: uma comemoração de aniversário, um encontro com um amigo vindo de outra cidade ou um problema para resolver. E, ao invés de aceitar que o tempo é limitado e deixar de fazer alguma das atividades da minha rotina, eu tento fazer tudo.

Essa cultura da eficiência máxima faz isso com a gente. Começamos a pensar que, se não conseguirmos fazer tudo no tempo que temos, é falha nossa. Aí vem stress, pressa, irritação com o trânsito, e uma tendência a fazer um tanto de coisas sem aproveitar e se dedicar a nenhuma delas direito.

Pensando aqui, acho que não vale a pena. É preciso escolher o que é prioridade naquele momento e desapegar do que não deu para fazer. Se der para fazer outro dia, ótimo. Se não, paciência. Assim, a gente evita se cobrar desnecessariamente e se estressar, e ainda aproveita muito mais o que a gente definiu como essencial na vida.

É um exercício constante de humildade, reconhecer que a gente não dá conta de tudo. A gente tem que aprender ainda a dizer não para alguns convites, o que nem sempre é fácil. Mas até que inventem a máquina do tempo ou a clonagem, creio que é o melhor a fazer.

Post da Lud sobre um tema parecido: Tudo ao mesmo tempo agora.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Estou sem comprar - e as roupas?

A Andreia, nos comentários, quis saber como eu fiz com todo este tempo sem compras com relação às roupas.

Fui pensar a respeito e concluí que o que eu fiz foi criar "uniformes".

De trabalhar: 3 calças sociais, 10 camisas sociais, 3 sapatos baixos, 4 casacos.

De sair: 2 calças jeans, 5 camisetinhas, 2 sapatilhas (que são também 2 dos sapatos baixos do item acima).

De festa: 2 vestidos pretos, um longo, um curto, e 1 sapatilha preta.

Tudo de cores e comprimentos que combinam entre si. Não tem nenhuma peça que só pode ser usada com uma ou duas outras unicamente.

O resultado é que não precisei de comprar roupas novas, porque deixei de seguir modismos e tendências. O que fiz foi me desfazer de tudo que eu não gostava tanto, que não caía tão bem, que estava apertado ou largo, que eu desgostava da cor.

Sabe a vantagem do "uniforme"? É que as pessoas param de prestar atenção na sua roupa. Antes, eu vivia recebendo "olhadinhas" no trabalho. Sabe aquela olhada de cima abaixo, que as outras pessoas usam pra checar o que você está usando? Então. Depois de umas semanas com uniforme, elas sumiram, porque as pessoas já sabiam que eu era a moça da calça e camisa social.

Eventualmente, eu teria que comprar roupas novas, quando as minhas começassem a se desfazer, claro. O que eu faria seria pedir de presente em datas comemorativas (porque seria um presente útil) e tentar adquirir peças novas de qualidade, que durassem bastante.

Essa foi a minha solução - porque eu quis reduzir minhas posses. Caso não quisesse, eu tinha roupa no armário para durar por anos (eu não era consumista, mas não jogava nada fora). 

Agora, na viagem, também está tranquilo: eu tenho 2 calças jeans, 2 blusas de lã, 2 blusas de malhas de manga longa, várias camisetas, 2 cachecóis, 2 pares de sapato (1 bota de cano alto e 1 tênis) e 1 casacão. De novo, tudo combina com tudo. Vou usando, alternando e lavando. Com a primavera chegando, vou tirar do fundo da mala umas peças mais leves - e aí conto como fica.
Quer ler mais sobre o tema? É só clicar no tag "guarda-roupa", nos marcadores à direita.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Imposto de Renda: faça você mesmo

Declaro meu próprio imposto de renda há dois anos, quando decidi parar de gastar com contador para fazer algo de que eu sou plenamente capaz.
Vem cá, leãozinho.
Vou te domar.

Parece ser uma coisa complicadíssima, mas não é tanto assim não. E olha que eu tenho investimentos, o que dificulta um pouco.

Além da autonomia e da independência dessa atitude, a economia financeira é real. Aí você me pergunta: mas e a economia de tempo? E eu te respondo: o que mais demora é juntar toda a documentação, e você vai ter que fazer isso mesmo que contrate um contador (ou peça para outra pessoa fazer pra você). A primeira vez pode ser um pouco mais demorada, porque você vai ter que aprender tudo, mas depois fica tranquilo.

1. Juntar documentos.
- Recibos. Compre uma pasta e, durante o ano, guarde ali tudo que você vai precisar pro imposto de renda: recibos de médico, de escola, de compra ou venda de apartamento etc.
- Informes de rendimentos. Quando chegar fevereiro, crie uma pasta no computador e vá em todos os sites de instituições financeiras onde você tem conta. No meu caso, tenho conta em um banco, poupança em outro e a corretora para lidar com ações. Todas têm que emitir os informes. Às vezes elas mandam por correio, mas eu acho mais prático pegar online e guardar.
- Comprovante de rendimentos. Pegue os comprovantes de rendimentos do seu empregador ou de quem mais te pagou pela prestação de algum serviço.

2. Baixar e instalar o programa.
Faça o download no site da Receita Federal. São dois programas. Um pra você declarar, outro pra transmitir.

3. Preencher os campos no programa.
Tendo os documentos em mãos, é bem tranquilo. No caso de dúvidas (e elas vão surgir, mas é fácil esclarecer):
- Clique no botão de ajuda do próprio programa.
- Veja se não tem as explicações no próprio site da receita, nesta área.
- Pergunte ao Google.
- Vou recomendar aqui dois posts que me ajudaram muito, ambos do Blog do Investidor: Dicas para Declaração de Imposto de Renda e Como declarar Ações no Imposto de Renda.

4. Transmitir.
Quando terminar de preencher, é só usar o programa da receita para transmitir. Gere o comprovante e guarde no seu computador. Ah! Não deixe para a última semana, que os servidores da receita ficam meio sobrecarregados, podendo demorar e até dar erro.

5. Guardar os documentos.
É bom manter a papelada toda organizada nas pastas física e digital, para o caso de você cair na malha fina. No caso do comprovante da declaração (são duas folhas só), eu guardo uma versão impressa e uma digital, por via das dúvidas.

PS: Declarar o próprio IR dá muita tranquilidade para quem é meio obsessiva e controladora como eu :)

terça-feira, 9 de abril de 2013

Em Paris, sem comprar: um pouquinho frustrada, confesso

Desde o meio de 2010 que estou sem comprar. Isto é, só adquiro o essencial: comida, remédio, produtos de limpeza e higiene pessoal. E objetos estritamente necessários, como mochila e máquina fotográfica para viajar, ou um tênis em Frankfurt, já que o que eu tinha no Brasil estava muito velhinho e eu doei antes de viajar.

Então eu tenho a manha de não comprar: não frequento shopping, evito comercial de televisão, pulo as páginas de propaganda das revistas.

Dito isso, Paris é Paris. Outras capitais têm montes daquelas lojas famosinhas: Zara, H&M, Mango, Swarovski. Já conheço, e portanto acho fácil ignorar. Mas Paris... até McDonalds é difícil de achar. A cidade tem centenas de lojas locais, originais, francesas, com vitrines lindas e produtos que nunca vi (o que não acontece sempre, em época de globalização). Sem falar das pharmacies e dos setores gigantes de cosméticos, que me atraem com suas cores e embalagens, embora eu use bem pouquinho (e tenha decretado moratória: só compro o próximo item quando o atual estiver terminando).

Não é que eu tenha um objeto de desejo determinado em vista. Mas tanta oferta de produtos lindos, cheios de glamour e qualidade - e proibidos! - estão me deixando meio tonta. Sem falar que fica aquela sensação de oportunidade perdida: se eu não comprar aqui, não vou achar em lugar nenhum!

Então o jeito é respirar fundo, lembrar que eu não estou precisando de nada, que ser minimalista é ser portátil, que a beleza de Paris não se compra... e se consolar com uns macarons!

Carette, me aguarde! Segundo a Dri, turistas vão à Ladurée, locais vão à Carette.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Excessos nas fotos digitais, parte II

O mundo digital foi fantástico para a fotografia. Você tira uma foto e vê como ela ficou na hora, tira quantas quiser sem ter que pagar para revelar depois e guarda tudo no computador, poupando espaço e evitando o risco de perder tudo em um incêndio ou divórcio (meu pai levou todas as fotos da família, por exemplo). 

Mas, por outro lado, a gente peca ao lidar com essa liberdade toda. As pessoas tiram milhões de fotos de tudo, a todo tempo. Se uma fica ruim, tira outra, mas mantém aquela primeira, sabe-se lá por quê. A consequência é voltarmos de eventos e viagens com milhões de fotos, deixar isso jogado lá no computador e ter preguiça de rever as fotos ou de mostrar pra alguém.

Dia desses, no computador, abri a pasta com as fotos de uma viagem que eu fiz. 900 fotos. Sim! 900! E tinham várias praticamente repetidas. Foto no mesmo lugar mas uma com olho fechado, e outra aberto; uma com um carro passando na hora do clique na frente do monumento, outra sem o carro. E por aí vai. Fiquei me perguntando para que diabos eu guardo fotos comigo de olho fechado, fazendo careta, tremida, com gente passando na frente. Hora de desapegar!

A foto da esquerda ficou certinha. É para guardar. A da direita me mostra de lado, fechando os olhos e fazendo careta. Para que diabos eu guardei a segunda? Pelo menos serviu para ilustrar este post. Hehe... Mas está indo para o lixo logo depois.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Casaco de inverno: um só, mas perfeito

Aqui na Europa o povo não tem essa coisa de que tem de variar roupa, não. Eles têm poucas peças, de boa qualidade. Imagino que seja herança das privações durante e pós guerras mundiais, mas também tenha a ver com o tamanho das casas (pequeno). De qualquer forma, é uma maneira minimalista de ser.

Uma grande vantagem é que a gente não tem de ficar pensando pra escolher o agasalho do dia. Você só tem um casacão de frio, então veste antes de sair de casa e pronto. Ele não fica em contato direto com a pele - logo não suja por dentro. No fim do inverno, é só lavar e guardar pro ano seguinte.

Cheguei na Alemanha toda pimpona com um casaco de lã que minha mãe tinha comprado na Argentina. Lindo, mas não dava conta de temperaturas negativas de janeiro. Fui explorar o universo dos casacos realmente quentinhos, com ajuda da irmã I., que trabalhou em estação de esqui no Colorado e estava em Frankfurt desde outubro, e conclui que os requisitos do casaco de inverno único e perfeito são:

1) de cor escura. A irmã I. tem um casaco de neve ótimo que ela comprou nos States, só que ele é azul-claro. Isso quer dizer que qualquer sujeirinha aparece. Como não dá pra ficar lavando o tempo todo, o bom são cores "disfarça-sujo" mesmo (preto, cinza-escuro, marrom-escuro).

2) leve. Você vai passar horas com ele nas costas, amiga. Materiais tecnológicos e recheios de penas esquentam sem pesar. Prefira.

3) com bolso interno de zíper. Aí você bota passaporte/carteira/chave e deixa a bolsa em casa. Porque, na rua, você já vai ter de lidar com cachecol, gorro e luvas. Mais um volume só complica.

4) com bolsos externo fechados ou fundos. Você precisa de bolsos para enfiar suas luvas quando entrar em lugares fechados, e não vai querer que elas caiam de lá e suas mãos congelem para sempre. O ideal é que eles tenham zíper também, mas se forem grandes e fundos também resolve.

5) comprido. Quanto mais longo, mais protege. Óbvio.

6) acinturado. Para evitar, na medida do possível, o visual Michelin.

E por último, a característica essencial do verdadeiro casaco de inverno (jura a irmã I.):
7) a alça interna, nas costas, no alto, para pendurar o casaco no gancho.

Sem alça não tem conversa
O meu é esse aqui, em preto. Comprei na promoção (oba!).

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Limpando a memória dos dispositivos

Na hora do almoço, uma colega de trabalho estava reclamando da lentidão do seu celular para acessar dados, e outra colega sugeriu que ela limpasse a memória do aparelho. Eu não tinha pensado nisso. Uma ótima ideia!

Os dispositivos eletrônicos - computadores, tablets, celulares etc. - guardam um monte de coisas automaticamente nas memórias deles. Para liberar espaço, e assim conseguir um melhor desempenho, é uma boa fazer o seguinte de tempos em tempos:
  • Apagar os arquivos que o navegador guarda (histórico, cookies, campos de formulários etc.);
  • Dar uma olhada na pasta para onde vão automaticamente os downloads realizados e checar o que você quer manter (e passar para a pasta adequada) e o que pode ser jogado fora (e deletar).
  • Limpar a memória dos aplicativos do celular e do tablet (ideia da minha colega). Por exemplo, quando você checa o Facebook no celular, ele faz download dos conteúdos todos, e fica guardando aquilo na memória do aparelho durante um tempo. Achei essas dicas aqui de como fazer essa limpeza (e outras coisas mais para liberar memória) no Android.
  • Esvaziar a lixeira.
Além disso tudo, eu gosto de sempre dar uma fuçada no computador e no celular para ver se tem coisa lá que eu possa deletar: arquivo que perdeu a relevância, que tem repetido (e sempre me espanta como eu salvo o mesmo arquivo várias vezes com nomes diferentes ou em locais diferentes) e demais descartáveis.

Fica tudo bem mais rápido e leve.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Atualização: educação alimentar na estrada

Descobri que eu tinha na mala uma saia mais larguinha; passei a usá-las e meus problemas desapareceram.

Brincadeira. Além de descobrir a saia, realmente tenho me esforçado para me alimentar de maneira mais saudável. Agora tenho sempre uma maçã na bolsa (tenho encontrado maçãs deliciosas por aqui) e tento comer salada sempre que dá. Tomo muito chá sem açúcar e quase nada de refrigerante (só gosto de guaraná e por essas bandas não tem). E a gente caminha muito todos os dias (em Londres, a média era 10 km por dia; geralmente, fazemos uns 6 fácil) - ou seja, não estamos nada sedentários.

Quando ficamos em apês, fica fácil montar um cardápio equilibrado. Em albergues, hotéis e quartos, nem tanto. Além disso, uma das graças de viajar é descobrir sabores de sorvete diferentes (olá, Ben & Jerry!) e marcas de chocolate idem. Então, larguei mão da ideia de eliminar totalmente os docinhos. Só tento não me alimentar inteiramente deles.

Depois de amanhã chegamos em Paris para passar uma temporada longa: um mês. Aí, tenho certeza que vou conseguir comer bem.

Espero até deixar de me sentir ensalsichada nas minhas calças jeans. Mas se não deixar, H&M taí pra isso.

Vinho tinto nacional: parte importantíssima de uma dieta saudável na França

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A vida é muito curta para ler livros ruins até o fim

Resolvi deixar o kindle de lado por um tempo para ler os diversos livros em papel que eu comprei ao longo da vida e não li ainda. Comecei pegando uma caixa linda que eu comprei com 5 livros da Virgina Woolf no Submarino (esta aqui, que eu comprei em uma dessas promoções que eles fazem por 39,90, na época que o título "promoção" me atraía loucamente).

Comecei a ler o "Entre os Atos". O livro é chato, viu? Nada acontece. Ou então eu simplesmente não entendi o que ele quis dizer. Eu ficava brincando com meu namorado que o livro é tão ótimo que, se você estiver com insônia, é só ler que em 5 minutos está dormindo.

Mas eu ficava com aquela obsessão em terminar o livro, só porque eu comecei e porque "vai que uma hora fica bom". Só que cansei.

Eu tenho muito pouco tempo livre na vida para ficar lendo livros que estou achando ruins/chatos. E tem muito livro bom/legal nesse mundo esperando ser lido.

Larguei de vez. E vou começar a adotar essa postura para outros livros que eu começo a ler e que são ruins, mas que eu cismo em terminar por uma noção de obrigação totalmente sem sentido. Por que a gente tem isso, não é? E que bobagem, não?