quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Viver o presente

Um dos benefícios do minimalismo é diminuir as preocupações e providências sobre as nossas posses, já que a gente passa a ter bem menos delas. Aí, sobra tempo para fazermos o que achamos importante.

No entanto, tenho percebido que nem sempre uso esse tempo sabiamente. Muitas vezes, eu o gasto para fazer projeções para o futuro, imaginando cenários B, C e D.

Eu acreditava que, quando embarcasse no período sabático, ia deixar disso e curtir intensamente o momento. Só que hábitos mentais não são fáceis de mudar. Então tem horas que, em vez de aproveitar o hoje, fico fazendo elocubrações sobre o amanhã.

Resolvi parar com isso e aceitar o presente: o presente momento atual quanto o presente que me dei, o de viver 3 anos como se não houvesse amanhã. O plano não é fazer mestrado ou contatos ou negócios - é fazer um monte de passeios, conhecer um monte de coisas, ler um monte de livros, ver um monte de filmes. O combinado é reavaliar depois dos seis primeiros meses.

Deixa eu pensar no futuro quando julho chegar.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ter ou não ter um carro

A questão de ter ou não carro volta e meia aparece na minha cabeça, como falei no meu post de fim de ano. Hoje ela está de volta graças a esta matéria da Folha de São Paulo.

O fato é que ter carro tem várias vantagens e outras tantas desvantagens, e eu fico perdida no meio. 

O lado bom:

1. Tempo. Ir de carro para os lugares é incrivelmente mais rápido do que ir de ônibus. Para o meu trabalho atual, eu gasto 40 minutos de carro e 2 horas de ônibus (teria que pegar dois). 

2. Conforto. No carro, eu vou sempre sentada, controlo a temperatura, não fico escutando conversa dos outros, posso dirigir descalço, não tenho que lidar com tarados.

3. Mobilidade. Com carro, eu posso ir onde quiser, na hora que quiser, passar onde quiser no caminho. Etc.

4. Carregar coisas. Eu tenho praticamente um armário alternativo no carro. Carrego roupa pra ir direto pra correr depois do trabalho, blusa de frio e umas barrinhas de cereal para emergência, roupa para quando durmo na casa do namorado, mochila de tênis, compras etc. 

Captura da matéria da Folha. Eu me encaixo no caso de quem compensa ter carro.
Trabalho há 15 km da minha casa. Mas será que vale a pena?

O lado ruim:

1. Custo. Como a gente pode ver na reportagem. Carro custa caro. Tem o preço do carro em si + os impostos e seguro anuais + manutenção + combustível + estacionamento + flanelinha. Juntem tudo e façam as contas. Eu fiz ano passado. É muito dinheiro. Se você considerar ainda que esse dinheiro poderia estar investido e rendendo...

2. Estacionar. Tem gente que não liga, mas eu odeio procurar vaga na rua, odeio me sentir ameaçada por flanelinhas, odeio ter que pagar estacionamento, odeio o medo de o carro ser roubado. Com as cidades cada vez mais cheias de carros, estacionar fica cada vez mais crítico. Isso sem contar fazer baliza. Eu nem acho muito ruim, mas dá uma certa preguiça.

3. Trânsito. É chato e perigoso. A maior maravilha de andar de ônibus ou táxi é poder ler um livro, pensar na vida, dormir... Ficar tensa, sendo fechada por motos, ouvindo buzinas e freadas bruscas, desviando de buracos... Não curto, mas é a vida de quem tem carro. 

4. Acidentes. O trânsito tem ficado cada vez mais perigoso. Em estrada, eu não dirijo. É tanto acidente, tanta gente morta, tanta carreta desgovernada, gente dormindo no volante e fazendo ultrapassagens malucas. Morro de medo. Eu e o namorado temos optado sempre por viajar de avião, quando preço e local permitem, ou ônibus. Acho mais seguro.

Conclusão: 

Enquanto eu não conseguir mudar a qualidade do transporte público (mas vou continuar militando por isso), tenho que buscar minha solução em outro lugar. 

Analisando tudo que eu escrevi, acho que o ideal, e isso não só na questão do carro mas de qualidade de vida mesmo, é evitar deslocamentos. Durante os anos que morei perto do trabalho e fazia meus esportes nas redondezas também, nunca precisei de carro. Andava de ônibus, a pé, com eventuais táxis e caronas. Gastava menos dinheiro, menos tempo e era mais feliz. Tenho pensado cada vez mais nisso. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Peso: saúde X padrão de beleza

Antes de me desapegar dos objetos, me desapeguei de muitas noções bobas que só serviam para me prender. Entre elas, a noção de que mulheres tem de estar sempre belas, ou de que beleza feminina = valor pessoal.

Para mim, foi muito libertador. Entre outras coisas, decidi que nunca mais perderia tempo fazendo dieta (porque eu já quis ficar mais magra, mesmo já o sendo) ou frequentando academia de ginástica (que eu odeio).  

O que é ótimo. Só que, se deixar por minha conta, meus grupos alimentares básicos são chocolate, batata frita e sorvete. Nesta viagem ao Sudeste Asiático, então, estou aproveitando para matar a fome, toda vez que a comida local é suspeita (e eu acho quase tudo suspeito), como batatinhas Pringles e barras de Mars.

Imagino que isso estejam se refletindo na minha taxa de colesterol ruim, que nunca foi muito santo. Mas, como eu não pretendo fazer um exame de sangue enquanto estou viajando, o reflexo visível é mesmo na calça jeans, que começa a ficar difícil de fechar.

Aí fico naquele dilema: diminuir os doces e as frituras é me curvar às exigências da sociedade quanto à aparência feminina ou é cuidar da saúde? Porque vocês sabem: quando o assunto é mulher, a mídia (e o "senso comum") vende saúde e beleza como a mesmíssima coisa.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O mito do "tem de variar"

Fui criada com essa ideia na cabeça: de que a gente não pode repetir roupa ou sapato no dia a dia. Talvez porque trocar dá a impressão de que você tomou banho e está usando peças limpinhas. Isso faz um certo sentido e eu apoio fortemente a higiene, mas não é necessariamente verdade que toda roupa que usamos, em todas as ocasiões, seja imediatamente lavada - até porque lavar desgasta as fibras.

Por outro lado, talvez a ideia seja exibir mesmo: olha, eu tenho um armário cheio. Olha, eu acompanho as tendência. Olha, eu compro roupa nova todo mês.

Eu não comprava roupa nova todo mês, mas como nunca jogava nada fora, sempre tinha muito com o que variar. E nem pensava muito no assunto: achava muito natural.

Como dizia Chanel, "Elegância é recusa"
Quando comecei a reduzir minhas peças, percebi que não sentia falta de variar tanto. Ao contrário: passou a ser mais fácil me vestir, porque eu tinha menos combinações possíveis. Outra coisa interessante que descobri é que eu não precisava de 4 ou 5 modelitos para o fim de semana: jeans, camiseta e sapatilha podiam ser usados quase o tempo todo - sendo trocados à medida que sujassem, é claro.

Minha conclusão é que eu não tenho nada que ficar variando, não. Ter poucas peças que eu gosto, sempre limpinhas e bem-cuidadas, que caem bem e são confortáveis, é muito melhor do que ter um monte meia boca. Até na questão da elegância: quem sempre usa os lançamentos pode estar na moda, mas não tem um estilo definido - um dia está de macacão, outro dia de minissaia de onça.

Meu objetivo, agora, é só adquirir roupas clássicas e de boa qualidade. Aí eu me enrolo um pouco: minha pão-durice - e a publicidade - dificultam o meu discernimento na questão custo/benefício. Me parece claro que peças de boa qualidade não vão ser baratas - mas roupas caras não necessariamente serão de boa qualidade! Então, simplesmente "pagar mais" não garante nada.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Dicas para comprar apartamento

Quando eu queria comprar um apartamento, e não sabia nem por onde começar, pedi ajuda para um tio meu. Ele me deu umas dicas simples que eu anotei e guardei em um caderninho. Hoje estava limpando a gaveta de papéis e achei as dicas do meu tio. E fui perceber que elas têm a ver com o minimalismo. Vejam:

1. Comece definindo o tanto que você pode gastar. No site da Caixa, tem como fazer um simulador de quanto você pode pegar de financiamento, dependendo de alguns critérios. É bom para ter uma ideia.

2. Comece a pesquisar baseado no que você acha que quer. No começo, não precisa ser muito restritivo. Vá olhando nas regiões que você gosta, vendo os preços, visite alguns apartamentos.

3. Vai anotando o que conta pontos a favor e contra em cada apartamento e região que visita. Com o tempo, analisando essas anotações, você vai perceber o que é mais importante para você. Você vai se surpreender com a diferença entre o que você achava que era importante no começo e depois que começou a olhar.

4. Vá refinando a sua busca, de acordo com os critérios que você descobriu.

5. Não acredite no papo do corretor de que você nunca vai achar algo no preço que você quer do jeito que você quer. Ele vai te falar isso porque ele fica doido para se livrar dos negócios ruins que tem em mãos. Ele vai guardar os bons negócios para os muito exigentes. Seja desses.

6. Não visite muitos apartamentos de uma vez. Você vai ficar cansada, vai passar a ser uma coisa chata e você vai começar a confundir uns com os outros.

Apesar de eu ter desistido de comprar por agora, vou aproveitar essas dicas (fora a primeira) para procurar o apartamento que eu vou alugar.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A técnica do "Usa ou Rua"

Volta e meia a gente tem dúvida se abre mão de alguma coisa ou guarda, não é? Os motivos são vários: vai que eu preciso, eu já comprei mesmo, não sei se gosto ou não disso. Dúvidas. Normal.

Tem uma técnica que acho legal que é a da "Caixa do Talvez". Conhecem? É assim: você guarda todas as coisas que tem dúvida dentro de uma caixa e guarda a caixa. Se você não precisar do que está lá dentro em um determinado tempo (3 ou 6 meses, você decide), você abre a caixa e doa ou joga fora tudo que está dentro.

É até uma boa ideia, mas acho que não serve para todos os casos. Por exemplo, se a coisa está escondida, eu posso não lembrar que ela existe em um momento no qual seria útil.

Então eu inventei uma técnica complementar: a "Usa ou Rua".

As regras são assim: eu separo essas coisas que tenho dúvida e tenho que usá-las na primeira oportunidade. Se eu não usar ou usar e achar ruim, rua. Não adianta eu inventar desculpas para mim mesma (não usei hoje, mas outro dia posso usar e tal). Inflexível assim.

Comecei pegando uma blusa que eu ganhei de aniversário há um ano e nunca usei. Ela é bonitinha e eu sempre fico pensando em usar, mas acabo nunca escolhendo. Como agora ela estava participando do "Usa ou Rua", assim que fez calor (blusa sem manga), eu coloquei e fui sair.

Acontece que a alça da blusa ficou me incomodando o tempo inteiro. E eu não podia fazer certos movimentos que meu decote ficava assim... Meio demais. Não dá, né? A blusa não passou no teste e foi doada.

O legal dessa estratégia é que você acaba descobrindo ou lembrando porque não usa alguma coisa. Se uma roupa é tão difícil de combinar que você nunca usa, rua. Se você passa um perfume, mas ao longo do dia ele fica enjoativo, rua. Se a centrífuga de fazer suco dá tanto trabalho de lavar que é mais fácil usar o liquidificador, rua.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Tudo ao mesmo tempo agora

Um pouco depois de virar adulta, descobri que eu podia ser qualquer coisa, mas não podia ser tudo. A gente tem de escolher se quer ser advogada ou engenheira, porque o dia só tem 24 horas. Há várias identidades que dá para conciliar (advogada/fã de livros/bilíngue/tia), mas tem outras que não.

Junto com minha adesão ao minimalismo, fiz uma descoberta fantástica: não dá pra ser um monte de coisas AO MESMO TEMPO. Mas pra ser um monte de coisas SE FOR UMA DEPOIS DA OUTRA!

Assim, eu me formei, arrumei emprego, casei, montei casa. Oito anos depois, esse estilo de vida deixou de fazer sentido - e então, depois de pensar muito e me preparar bastante, eu mudei. Continuo casada e continuo formada, mas me desfiz da casa e dei um tempo na vida profissional. Deixei de saber o que vai acontecer mês que vem. E olha, tem sido bom.

É claro que essa escolha tem um preço, como todas as escolhas. Mas a percepção que a gente pode viver várias vidas em uma só, que as decisões não precisam ser definitivas, e que o amanhã pode trazer surpresas, é uma maravilha.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Meus brincos de brilhante

Lá em 2006, quando eu ainda achava que bens materiais eram prova de sucesso, pus na cabeça que eu queria ter brincos de brilhante. Quando estive em Amsterdã, achei que era uma "oportunidade" comprar os brincos direto do fabricante - isto é, mais barato do que no Brasil. Na época, eu não sabia que a De Beers estocava diamantes para aumentar artificialmente o preço, e também não conhecia o drama dos diamantes de sangue.

Enfim. Fui na lojinha e espiei os brilhantes.  Enquanto pensava, vi na saída brincos iguaizinhos, só que de zircônia, isto é, muito parecidos e milhares de vezes mais baratos.

Os brincos
O pão-durismo ganhou: comprei os brincos de zircônia (por 10 euros, se não me engano) e saí por aí.

Hoje eu morro de rir dessa história. Fico feliz de não ter gasto uma grana em um produto cujo preço, devido a estratégias de mercado, não corresponde a seu valor intrínseco. E tem outra: como eu vivo perdendo brincos, provavelmente meus brilhantes ficariam eternamente na gaveta.

Aproveitando o gancho da Fê, que falou de bijuterias no último post: faz um tempo que eu deixei de usar balangandãs. Já houve um momento em minha vida em que considerava anéis, pulseiras e colares acessórios importantes, e até quando viajava carregava umas opções para trocar. Sem falar que, como a maioria das mulheres, vivia ganhando bijus em datas festivas.

Fui diminuindo e gostando, até porque sempre achei chato aquele ritual de abrir fechos pra tomar banho e dormir. Também me livrei da preocupação de combinar a roupa com o estilo e o metal dos blingue-blingues.

Agora só uso a aliança e meus brincos de brilhante, opa, zircônia. Gosto de pérolas também (eu tinha um par de brincos de de pérolas de Maiorca, aqueles que não é de verdade verdadeira, mas só recobertos de nácar: eram lindos e ótimos, mas um deles descascou.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Desapegando das bijuterias

Foi relativamente fácil fazer a rodada do desapego na minha gaveta de bijuterias. Fácil porque eu sempre tive poucas. Mais fácil ainda porque há um tempo já eu me livrei de parte da pressão exercida sobre as mulheres de terem que enfeitar o mundo. Deixo essa missão para as flores e as paisagens.

Todo o conteúdo da minha gaveta de bijus em cima da cama.  
O que eu fiz foi:

1. Jogar fora brincos que perderam o par. Eu fico sempre pensando "E se eu achar o que estava perdido?". Mas desisti. A chance é tão pequena que não vale a pena.

2. Jogar fora correntes arrebentadas e bijuterias enferrujadas, descascadas e descoradas.

3. Doar tudo que eu não uso mais, como bijuterias de metal que não sejam anti-alérgica (descobri minha alergia a níquel há uns dois anos) e minhas diversas bolinhas para o piercing que eu já tirei há uns 4 anos.

4. Usar o que ficou. Eu quase nunca uso bijuteria, então eu fiz um ultimato para mim mesma: "Fernanda, ou você usa ou doa/joga fora". Vamos ver como isso se desenrola. Conto aqui no futuro.

5. Organizar em caixinhas, mas com parcimônia. Eu tinha tantas caixinhas e caixas de música! Desapeguei de algumas e mantive o suficiente para organizar minhas coisas.

Ficou organizadinho:

As caixinhas do fundo (as duas da Disney e a de madeira) não são de bijus.
Elas guardam: chaveiros e pins / jóias / moedas de outros países.
Uso a mesma gaveta para outras coisas também.

PS: Fiquei na dúvida se o certo era escrever bijouterias ou bijuterias. Perguntei pro Google e ele me falou que é a segunda opção. Como sou obediente, escrevi assim então.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Excessos nas fotos digitais, parte I

Tenho percebido que, com a advento das câmeras e das fotos digitais, o pessoal (eu me incluo nessa) começou a exagerar na tiração de fotos.

Os dois casos abaixo aconteceram comigo.

Caso 1: encontro com meu tio em uma festa de família

- Ei, Fernanda! Que dia vamos combinar de ver as fotos da sua viagem, hein?
- Vamos marcar, tio. Eu levo as fotos da minha e você as da sua.
- Ah... Eu ainda não separei as fotos da minha viagem. É que eu tirei um tanto na minha máquina e peguei ainda as que a sua tia tirou na dela, e as que o outro casal de amigos nossos tirou nas deles. Tenho mais de mil fotos.
- É muita foto! Tem que selecionar as melhores então!
- Tenho mesmo. Mas é muita foto. Dá uma preguiça.

Caso 2: japonês no museu de arte

Estava eu em Viena, olhando uns quadros super interessantes no Leopold Museum. A moça do museu foi chamar a atenção de um japonês que estava quase encostando a lente gigante da câmera fotográfica dele nos quadros. O cara nem olhava pro quadro com os próprios olhos. Ele ia andando pelo museu tirando fotos. Enxergava as obras através das lentes da câmera.

Aí eu fiquei pensando... O cara sai lá do Japão, pega avião, gasta dinheiro, vai pra um país que não conhece e que está cheio de coisa interessante pra ver e fazer, e escolhe ficar dentro de um museu olhando quadros através da lente da câmera, tendo a mesma experiência que ele poderia ter digitando "Leopold Museum" no google images.

Um dos quadros do Leopold.
A foto não é minha. Achei no google images.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Gastar em experiências, não em posses

A partir do meio de 2010, eu e o marido paramos de comprar, ponto. (Ok, compramos leitores digitais, depois de refletir longamente sobre como eles nos ajudariam a nos desfazermos de nossa biblioteca, e como seria bom pedir vale-livros eletrônicos nas datas festivas. Estávamos certos nos dois casos.)

Não foi tão difícil, porque já éramos pessoas econômicas, mas houve alguns momentos que eu senti vontade de consumir, sim. Mas aguentei firme, e conseguimos fazer um bom pé de meia para nosso período sabático.

Em Phuket, sentimos uma vontade louca de ficar em um lugar bacana, em uma praia de cartão postal - diferente das outras cidades, em que escolhemos opções em conta. E, como a gente tinha economizado muito, durante meses, a grana deu.

O biquíni é velhinho, o chapéu comprei com desconto, os óculos custaram 2,90 euros em uma barraquinha em Singapura, mas a praia... é tudo isso aí mesmo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Organizando os remédios

Não é só para ter menos tralha que eu assumi o minimalismo. Um dos grandes incentivadores foi o tamanho diminuto do meu quarto. Minhas coisas todas têm que ficar aqui dentro, então nem tenho muita chance de juntar.

Consigo arrumar espaços usando muita criatividade e desapego. E o tema da vez foram meus remédios.

Todo mundo tem uma gaveta, uma sacola ou uma caixinha de remédios. Como a maioria das pessoas idealmente não usa todos os seus remédios com frequência, é normal ir juntando. Então, de tempos em tempos, é bom dar uma organizada. O que eu fiz foi:

1. Jogar fora remédios vencidos. Tudo bem que dá para guardar alguns produtos que passaram poucos dias da validade, mas remédio é algo muito sério para arriscar. Então, passou da validade, lixo.

2. Jogar bulas fora.Tem todas na internet.

3. Jogar caixas fora. Só ocupam espaço.

4. Cortar e jogar fora as partes vazias das cartelas de pílulas.

UPDATES:
  • A Daniela e o Corey alertaram nos comentários para não cortar o nome do remédio da cartela. Bem pensado. O Corey falou ainda para não cortar a data de validade.
  • O Corey comentou e eu copio, pois é fundamental: "É legal levar os vencidos numa UBS ou farmácia para que sejam encaminhados para incineração, até onde sei alguns remédios podem contaminar o ambiente."

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Poucas peças, e usando todas

Um bom teste para quem acha que não dá pra viver com um guarda-roupa reduzido são as viagens. A não ser que você vá embarcar em um cruzeiro - porque aí as malas vão navegando junto com você - ou seja a Lily Marinho - que mandava a assistente para Paris com as bagagens um dia antes de embarcar, e quando ela chegava estava tudo passado e pendurado no armário -, quando a gente viaja somos obrigados a diminuir o número de peças.

Eu e o Leo começamos nosso período sabático com duas malas (uma pequena, uma média) e uma mochila grande. Para o sudeste asiático, trouxemos só a mochila grande e outra, menorzinha, emprestada da irmã I. O truque, óbvio, é lavar roupa. Essa é nossa quarta semana e já lavamos 3 vezes. Pijama, por exemplo, trouxemos um só: uma vez por semana a gente bota nas máquinas de lavar e secar e pronto, já sai no ponto para usar outra vez.

Não estou sugerindo que as pessoas vivam como se uma eterna viagem (embora isso não seja ruim, não): é só para pensar como a gente costuma ter dentro do armário muito mais coisa do que realmente precisa.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O minimalismo e as roupas que ficam

Ao longo de alguns meses decidindo as roupas que ficam no meu armário e as que vão para doação, fui percebendo o que faz a diferença. Com o tempo, foi ficando cada vez mais claro.

1. Não ter que passar. A vida é muito curta para perder tempo passando roupa. Dá muito trabalho no dia-a-dia e é complicado de levar em viagens.

2. Não ter que lavar à mão, nem com produtos especiais. Idem acima.

3. Ser fácil de combinar. Ter uma calça que só dá para usar com um sapato, ou uma blusa que só fica bonita com uma calça específica vai me obrigar a sempre manter o combo, além de não dar para variar as combinações (o grande segredo de um guarda-roupa reduzido).

4. Ser confortável. Nesse meu tempo de reflexões minimalistas, percebi que estar me sentindo bem, sem dores e incômodos, é fundamental para mim. Então adeus blusa que a alcinha aperta a pele, calça que a costura faz cócegas, sapatilha que machuca o calcanhar. Tem várias opções de roupas e sapatos que são bonitos E não machucam.

5. Ser versátil. Para ter poucas peças, é importante que elas combinem com facilidade entre si e também que possam ser usadas em diferentes climas e situações. É melhor ter 3 blusas sem manga e um casaco que combine com elas do que ter 3 blusas sem manga e 3 de manga cumprida para o frio. É super prático também ter uma blusa que dá pra ir pra praia ou, jogando um colar e um sapato, pra uma festa.

6. Eu gostar de usar. Vamos confessar que a gente tem roupas no armário que usa só porque estão ali, não é? É uma peça que ganhamos, ou compramos na promoção, ou achamos que ia ficar linda e não ficou tanto assim. Então é hora de ser sincera consigo mesma. O critério da vida é muito curta também se aplica (nesse caso, muito curta pra eu usar roupa que não gosto).

Vou confessar que uma das minhas maiores dificuldades no minimalismo não é deixar de comprar. Nunca fui consumista. Mas sim doar e jogar coisa fora. Sou muito pão-dura (ou como diz a Lola, responsável economicamente). Então eu tenho que lutar muito comigo mesma para doar uma roupa pelo critério 6, por exemplo. Mas estou conseguindo. E os resultados são tão bons que me animam a continuar.

Pretendo usar esses critérios também na hora de comprar novas peças. Nesse caso, há ainda um critério bônus: jamais comprar algo só porque está em promoção. O risco de comprar algo que nunca vou usar ou de má qualidade é enorme.