segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Das vaidades

Um dos problemas das exigências sobre a aparência feminina é que elas não tem fim. Sempre tem algo a "melhorar": a gente devia ser mais magra, ou mais malhada, ou ter mais peito, ou ter mais cabelo, ou ser mais loura, ou mais bronzeada etc. etc.

Uma hora eu emburrei e decidi que eu não ia mais mexer com isso não. Parei de fazer um monte de coisa, deixei de usar roupa justa, cortei o cabelo curto e saí bem pimpona por aí.

Foi ótimo. E eu incentivo muito as pessoas a abrirem mão das vaidades "que o povo acha" que nós, mulheres, temos de ter. A ignorar as frases do tipo "que mulher não adora um sapato?", "beleza é fundamental", "sem salto não dá pra ficar elegante!", "tem de variar a roupa de festa" e outras pérolas do mesmo naipe.

Dito isso, meu cabelo começou a crescer. Eu não uso condicionador, parei de fazer luzes há um tempão e pretendo cultivar lindos cabelos brancos quando eles aparecerem. Mas seco o cabelo com secador, porque aí ele fica tão arrumadinho. Não uso maquiagem, mas quando umas espinhas de adulto apareceram, desenterrei um corretivo. E na última festa a que fui, me diverti bem passando sombra roxa no olho.

Mas quando não tem secador, corretivo e sombra roxa, não me abalo. Não fico achando que uma aparência menos que perfeita é uma ofensa pessoal às pessoas ao meu redor. E não deixo de fazer nada porque não estou "arrumada o suficiente".

Na festa da sombra roxa, fui de sapatilha e vestido repetido. Se alguém reparou, não sei e não me importo. O que importa é que encontrei pessoas queridas, dancei muito e me diverti de montão.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O que tem para 2013

Eu gosto de balanços, metas e disciplina. Tem gente que prefere deixar fluir. Mas eu acho que, se a gente deixa fluir demais, acaba indo na onda dos incentivos externos e entrando naquela de consumir, comprar, comer e preguiçar (acabei de inventar esse verbo ou ele existe?).

Seguindo tudo que falei no meu post anterior, pensei aqui e resolvi focar em algumas coisas para 2013. Com certeza outras vão surgir, essas de agora podem mudar, mas é bom saber para onde se pretende ir para conseguir viver a vida que se quer para si.

1. Desapego de objetos.
- roupas (fico com pena de doar e precisar comprar depois, acho que sou mais pão dura do que desapegada e tenho que repensar isso);
- livros (certo que não tenho comprado mais, mas ainda tenho muitos que não li e muitos que eu posso doar/trocar/vender);
- CDs de música (fico com dó de jogar fora, mas nem escuto);
- blu-rays (quando comprei o aparelho, entrei em uma onda consumista e comprei um tanto de blu-rays em promoções de "compre 10 pague 8" no Submarino, então tenho umas coisas nada a ver tipo "A Era do Gelo").

2. Saúde
- controlar minha alimentação novamente (não é regime, é comer coisas saudáveis, com equilíbrio e sem tentar compensar stress e tristeza com comida);
- voltar a correr seriamente (não deixei de correr, mas fiquei sem controlar direito o meu tempo, deixando a preguiça dominar uns dias, e priorizei demais o tênis);
- voltar ao médico para ver como anda a gastrite e o colesterol (minha família dos dois lados tem histórico de colesterol alto).

3. Finanças
- carro (como pretendo sair da casa da minha mãe, vou tentar morar perto do trabalho e poder abrir mão de carro, tenho que fazer as contas pra ver se vale a pena gastar com táxi ocasionalmente ao invés de manter carro);
- salão (acho que vai ser das coisas mais difíceis, pois é muita pressão e lavagem cerebral a vida toda, mas eu preciso gastar menos tempo e dinheiro com salão, e preciso colocar em prática a minha crença de que mulher não é enfeite, e de que fazer unha é uma imposição social que não faz o menor sentido);
- investimentos (preciso estudar mais o mercado de ações, para tentar maximizar meus ganhos).

Ainda tenho uma grande questão a tratar este ano que é sair da casa da minha mãe. Tenho que escolher um lugar que seja bom para mim e para o namorado, e terei que organizar a casa, comprar um monte de coisas, reorganizar hábitos e rotinas. Um desafio, mas que estou doida para encarar.


E que venha 2013!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Especialidade: mudanças de endereço

Nos últimos 8 anos, me mudei 3 vezes - e agora estou partindo para a 4ª. É um número razoável, principalmente considerando que da última fazem só 6 meses.

Se as mudanças me ensinaram alguma coisa, é que quanto menos coisas você possui, menos trabalho você tem. Quando nos mudamos do interior de Minas para Brasília, nossa mudança tinha dezenas de caixas: agora, temos 2 (mais 2 malas, mais umas bolsas de viagem).  Eu sei que, no primeiro caso, a gente estava transportando o recheio de uma casa inteira e, agora, vamos levar só o enxoval-cápsula (o necessário para que a gente habite imediatamente um apê/casa mobiliados) e a bagagem da viagem. Mas deve existir um meio-termo razoável entre os dois, né não?

Nos instalamos no quarto da irmã I., abrimos malas e caixas, e agora estamos separando o que fica em Belo Horizonte, o que vai para a Europa e o que vai para o Sudeste Asiático. A sorte é que o quarto é grande, e dá pra fazer três pilhas diferentes.

Estou tentando fazer a mala SEM me preparar para eventualidades. Botar na bagagem roupa para eventos que PODEM acontecer é receita de mala grande. Estou partindo do pressuposto de que estamos viajando para lugares urbanos, não para a floresta amazônica. Se eu precisar de alguma coisa que eu não tenha levado, não vai ser difícil nem caro comprar.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

2012 e meu minimalismo

Depois do balanço da Lud, e do meu financeiro, estou refletindo agora sobre como me comportei em 2012 de acordo com o minimalismo.

Este ano foi o meu primeiro minimalista. Comecei tendo que me adaptar a um quarto pequeno e a voltar a morar com a minha mãe, e logo no início do ano descobri que estava com gastrite e com deficiência de vitamina B12. Ah! E que estava 10 kg acima do peso.

No primeiro semestre, comecei timidamente a diminuir minhas posses, mas continuava comprando normalmente (não muito, porque sempre fui pão dura). O lado bom foi minha busca por melhorar a saúde. Comecei a comer melhor e a fazer acompanhamento médico. Com isso, resolvi a deficiência de B12, controlei a gastrite e emagreci 8 quilos. Estava disposta, me alimentando bem e servindo em todas as minhas roupas.

Infelizmente, no segundo semestre comecei a bagunçar todo. Por algumas situações muito complicadas no trabalho, fiquei estressada demais e a gastrite voltou a atacar. Engordei 6 dos 8 quilos que tinha emagrecido. Meu cabelo voltou a cair e a minha unha a quebrar. Voltei a dormir mal. Foi e está sendo uma porcaria. É muito difícil ter auto-controle, tranquilidade e motivação quando tudo a sua volta está um caos.

Quanto ao número de posses, comecei o ano sem grandes mudanças, apostando mais na minha capacidade de organização do que em qualquer outra coisa. Quando comecei a conversar com a Lud sobre minimalismo e a escrever o blog, isso foi mudando. Vendo o meu balanço, percebi o quanto fui diminuindo meus gastos inúteis com objetos ao longo do ano. E vendo meu quarto percebi que consegui me desapegar de coisas o suficiente para tê-lo mais arrumadinho.

Minha cama bagunçada em um dos inúmeros dias que resolvi
fazer uma limpa em alguma gaveta.

No entanto, ainda tem algumas categorias de coisas que eu preciso resolver melhor. E é com base nisso, e também na minha descida colina abaixo da saúde no segundo semestre, que estou planejando no que vou me focar pro início de 2013. Vem no próximo post.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um feliz Natal sem estresse pra todo mundo!

Este está sendo o Natal mais tranquilo da minha vida. Combinei com a família de não trocarmos presentes e não teve amigo oculto no trabalho. Só me preocupei com os sobrinhos, e mesmo assim foi fácil: para os de um lado da família, ingressos para a Disney (dólares em envelopes temáticos); para os do outro, brinquedos (recomendados pela própria mãe - eu pergunto mesmo) encomendados pela internet.

Eu gosto de comemorações. Eu entendo o poder simbólico das tradições - inclusive das trocas de presentes. Mas eu acho que a gente tá no mundo pra questionar tudo, e pra se aborrecer o mínimo necessário. Então gosto da ideia de repensar as tradições: vale mesmo a pena segui-las ao pé da letra? Dá para mudar um pouco a forma e manter o espírito? O que é mais importante para mim?

O mais importante para mim são as pessoas, e não os presentes e a comida (embora ache os dois últimos agradabilíssimos). Portanto, vou me esforçar para encontrar os chegados, e trocar abraços. Um monte.

Uns docinhos também não caem mal

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Desapegando dos motivos alheios (2)

Já falei aqui sobre aquela mania que a gente tem de sempre perguntar para as pessoas que moram com a gente por que chegaram mais cedo ou mais tarde, e de onde estão vindo ou para onde vão. Mas essa nossa cisma de saber os motivos dos outros inutilmente vai muito mais além.

Quando alguém te chama para fazer alguma coisa e você não vai, as pessoas sempre querem saber o motivo. E você mesmo se sente inclinado a se explicar, a dar uma desculpa, pois é falta de educação e de consideração simplesmente não ir, é preciso um motivo.

Pensando aqui... Saber esse motivo é inútil. Primeiro, porque o motivo não faz diferença para quem convidou. Você sentir falta da pessoa no programa para a qual a chamou não tem a ver com os motivos dela ir ou não, certo? Se ela não for, seja por causa do filho doente ou da preguiça, vou sentir falta dela do mesmo jeito.

Depois que a gente não deveria julgar os motivos do outro. Porque a gente julga. Se a pessoa não foi no seu aniversário porque estava de cama doente, você aceita. Se a pessoa simplesmente estiver cansada demais para sair, aí você já acha que é descaso, que ela podia ter se esforçado. E há motivos ainda mais difíceis de julgar: a pessoa pode estar triste e querer ficar sozinha em casa, pode não gostar do programa, pode preferir fazer outra coisa que ela acha mais importante/legal. E quem somos nós para julgar os motivos dos outros?

E se não vamos julgar, para que queremos saber?

Lembro que quando eu trabalhava nos Estados Unidos, a gente podia faltar vez ou outra apenas ligando pro trabalho e dizendo que tinha um motivo pessoal para não ir. Não precisava explicar o que ia fazer. Era seu direito não ir. Porque, afinal, seu motivo para não ir é seu. Ninguém tem nada a ver com isso.

Eu parei de perguntar e de julgar. Quando chamo alguém para algo e a pessoa diz que não vai, sinto falta dela e pronto. Não fico perguntando o motivo e nem insistindo. Cada um sabe de si e cabe à gente respeitar. Assim, fiquei bem mais livre e mais leve.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Pode confiar - a gente dá conta, sim

Hoje em dia estou bem tranquila com as mudanças que fiz em minha vida. Mas não foi tudo fácil e sossegado, não. Desenterrei esse post antigo, publicado em 30 de novembro de 2011, e olha só:

"Então estou tentando me tornar minimalista e juntar dinheiro para a minha aventura. O que significa não fazer compras + diminuir os gastos + destinar os bens que possuo.

Para mim, a primeira parte é a mais fácil. Apesar de ter dado uma escorregada na viagem e comprado duas sombras e dois batons que não estavam no programa (e que já estou transformando em presentes de natal), sempre fui uma pão-dura de marca maior. Assim, comprar não faz parte da minha rotina. É verdade que meu apartamento está todo pronto (comprei móveis depois da última mudança, há um ano) e que não tenho filhos (que crescem e têm necessidades diferentes a cada fase), o que ajuda a não consumir. O que dói um pouquinho é não comprar livros. Mas para conseguir livros tem as bibliotecas e os amigos.

Mais difícil do que não comprar é não gastar. A cidade em que moramos atualmente é cheia de bares, restaurantes, confeitarias. Eu e o marido gostamos de comidinhas gostosas e docinhos, principalmente se tem chocolate envolvido. Mas os bares, restaurantes e confeitarias desta cidade são caros pra danar, então foram cortados da nossa lista de atividades. O que não fez nada bem para nossa vida social, diga-se a propósito. Mas estamos pensando no futuro.

Agora, difícil mesmo é doar e vender minhas coisinhas. Eu sou o tipo de pão-dura de marca maior que nunca joga nada fora, porque sempre posso precisar um dia (e aí não vou gastar dinheiro para comprar de novo). Então eu sou, sim, apegada a objetos. Tenho caderninhos do primeiro grau e desenhos do curso de arte e álbuns de figurinha da primeira infância. E me livrar deles vai ser como arrancar um pedaço de mim."

Você vêem que eu tenho uma tendência para o drama. E que não sou uma boa profeta: doar e vender minhas coisinhas foi muito mais fácil do que eu imaginava. Às vezes, na hora dava uma dorzinha no coração, mas no dia seguinte eu nem me lembrava mais.

Pode confiar: quando a gente se compromete com um objetivo, a gente dá conta, sim.

Vitória!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Balanço minimalista de 2012! (2)

Inspirada pelo balanço da Lud, resolvi adiantar o meu alguns dias (ainda temos alguns de 2012) e compartilhar aqui.

Primeiro, vamos ao meu balanço financeiro. Depois farei um mais amplo.

Este foi um ano em que eu consegui juntar bastante dinheiro. Os motivos principais para isso foram:
  • Morei o ano inteiro na casa da minha mãe.
  • Comecei a investir meu dinheiro (ações, tesouro direto, poupança e CDB).
  • Virei minimalista.
Graças a isso, consegui guardar 71,1% dos meus rendimentos líquidos mensais (sem contar o décimo terceiro salário, que ainda não recebi).


Veja o gráfico das minhas receitas ao lado.

9% da minha renda no ano veio de rendimentos dos meus investimos. Nada mal, se considerarmos que comprei minha primeira ação em abril e apliquei em CDB e tesouro direto pela primeira vez em setembro. A poupança eu tive desde o início do ano, e tenho uma porcentagem grande dos meus investimentos nela (sou conservadora pra caramba, mas pretendo mudar um pouco), por isso que ela aparece com tanto peso no gráfico acima.

Agora, sobre os meus gastos:

A categoria com a qual eu gastei mais dinheiro foi "carro", o que inclui IPVA, seguro, revisão, estacionamentos etc. Isso porque eu não pago gasolina, hein? (A empresa paga). Objetivo de vida pro futuro: morar perto do trabalho e abrir mão do carro.

A segunda foi o dinheiro que eu dei para a minha mãe pagar as contas da casa: condomínio, luz, IPTU, produtos de limpeza e tal. Nada mais justo. Comida e algumas outras coisas da casa entram em outra categoria (supermercado). 

A terceira foi com salão. Isso porque eu não fiz nada no cabelo a não ser cortar e hidratar. Mas eu faço unha toda semana e depilação todo mês. Objetivo para o futuro: repensar essa questão da beleza.

A categoria com que eu menos gastei foi ônibus. Peguei 3 só no ano. Normal, já que eu gastei milhões com carro.

Em segundo lugar: livros. Antigamente, eu gastava muito com livros, mas graças ao kindle, às trocas que eu fiz e ao minimalismo, gastei bem menos este ano, e 83% desse valor foi gasto no primeiro semestre, quando eu estava engatinhando no minimalismo.

Até que me saí bem, e fui progressivamente diminuindo meus gastos, o que demonstra que estou coerente com o caminho que escolhi.

No próximo post continuo o balanço.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A alegria de deixar o emprego (por um tempo)

Eu gostava de trabalhar, gente. Muito. Por um monte de motivos, sendo que a independência financeira era um importante.

Mas depois de 9 anos, o relacionamento está desgastado. Não sinto mais aquela alegria nas segundas-feiras. A paciência com os colegas diminuiu. A pró-atividade está escassa.

Por isso, acho que o melhor, para nós dois, é a gente se separar. Dar um tempo, sabe. Ver outras pessoas.

O engraçado é que, na época em que decidimos tirar o sabático, eu estava bem empolgada com o meu emprego. Topei porque passear é passear, né? Mas, agora, vejo que a decisão não podia ter sido tomada em um momento melhor.

A todas as pessoas que decidiram simplificar suas vidas e largar um emprego que não as satisfaz (por um tempo ou para sempre), o meu abraço.

Êêêêêêêê!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Truques de beleza fáceis e rápidos

Bom seria se a gente não tiver que se preocupar em ser belas, só em ser. Enquanto trabalhamos nisso, umas dicas rápidas para aumentar nossa alegria quanto à aparência.

1) Tenha poucos espelhos em casa. E mal-iluminados.

2) Evite revistas femininas. Eu era fã, mas descobri que elas de fato distorcem nossa realidade. A gente fica achando que todas as mulheres são brancas, magras, jovens e de cabelo liso. E não são.

3) Fuja de espelhos aumentadores como o diabo da cruz. Ninguém enxerga a gente daquele jeito mesmo.

4) Se você quer se inspirar em alguém, escolha uma pessoa que você possa admirar em outros sentidos além da aparência. Eu gosto da Madeleine Allbright, ex-ministra americana de Relações Exteriores, para escolher roupas de trabalho e da Christine Lagarde, presidenta do FMI, como exemplo de chiquê generalizado. E o Leo é meu ícone de moda e beleza: ele tem poucas roupas, todas parecidas, não faz tratamentos estéticos e está sempre feliz.

5) Sabe as marcas que vendem produtos de beleza? Elas dizem que estão interessadas no seu bem-estar e em sua auto-confiança, mas não é verdade. Elas estão interessadas no seu dinheiro. Não quer dizer que elas não vendam bons produtos, mas quer dizer que você não deve acreditar em tudo que elas dizem.

6) Faça o mínimo possível. Minha mãe é da opinião que "quanto mais mexe, pior fica".

Só sendo


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Leo Babauta, um cara legal, e sua receita de fracasso

Leo Babauta é um moço que escreve blogs bacanérrimos sobre viver com simplicidade: o zen habits e o minimalist. Ele é tão desapegado que os blogs dele não têm direitos autorais: o Babauta acha que as ideias têm é de ser distribuídas mesmo.

O Zen Habits e o Minimalist estão ali no nosso blogroll. Mas, como ele escreve em inglês, eu e a Fê achamos que é uma boa ideia traduzir os posts que mais nos interessaram e colocar aqui - dando o crédito  e botando o link para o original, claro!

(Eu e a Fê fizemos juntas uma aula de tradução na UFMG, lá em 2003. Vamos ver se a gente ainda sabe brincar, Fê?)

Por Leo Babauta

Já tentei mudar hábitos ruins e criar comportamentos novos, e falhei várias vezes. Eis aqui o que fiz (e o que a maioria das pessoas faz):

1) Tente mudar vários hábitos ao mesmo tempo. A gente quer mudar montes de coisas, e aí resolvemos mudá-las todas ao mesmo tempo. Então dividimos nosso foco e energia entre todas elas, e não conseguimos nos concentrar. Hábitos são difíceis de alterar, e tentar fazer demais ao mesmo tempo é uma ótima maneira de garantir o fracasso.

2) Tenha o olho maior que a barriga. Quer você queira alterar um comportamento ou vários ao mesmo tempo, dedique-se a mudanças radicais, que custam muito esforço e parecem quase impossíveis de conseguir. Não corra por 5 minutos: tente correr 30! Desse jeito, você vai precisar de um bom tempo todo dia - e vai  adiar toda vez que surgir uma emergência - e gastar um monte de energia física e mental, além de começar a emburrar pra fazer, já que é tão difícil. Não medite por 5 minutos, medite por 60! Faça 90 minutos de ioga! Mude sua dieta totalmente! Essas são maneiras excelentes de fracassar.

3) Dedique-se a hábitos chatonildos. Porque "bons"comportamentos têm valor moral - eles fazem bem pra gente! Então não importa se eles são odiosos, e você não quer mais se dedicar a eles - o importante é ter disciplina. Funciona muito raramente - logo, é uma ótima estratégia.

4) Fique de boca fechada. Não conte pra ninguém que você está mudando aquele hábito. Aí, se você tiver uma recaída, não vai passar vergonha. Isso quer dizer que você já acredita que vai ter uma recaída, o que é outro método excelente para fracassar.

5) Comece neste momento. Decida começar a correr hoje, e pronto! Desse jeito, parece que decisão é  insignificante, em vez de um compromisso sério. Você não pensa nos obstáculos, não cria uma rede de suporte, não se dá recompensas, e trata a mudança de hábito como se fosse tão importante quando calçar as meias. E quando você largar, também não vai ser problema.

6) Não se interesse pelas maneiras pelas quais outras pessoas tiveram sucesso. Por que ler as histórias de sucesso de outras pessoas? Você sabe mais que elas. Você não precisa aprender com os outros. Ou pelo menos é o que eu achava.

7) Não se motive. Você não precisa de motivação se você tem disciplina. Bem, disciplina você tem ou não tem, mas motivação é uma coisa que você pode criar.

8) Dê a si mesmo um monte de oportunidades de desistir. Tentando comer de maneira saudável? Encha seus armários e sua geladeira com bobagens, leve para o trabalho e vá a restaurantes que servem frituras e doces. Você tem disciplina para ignorar tudo isso.

Os oito itens acima são uma receita certeira para o fracasso, e eu recomendo que você experimente todos se você está tentando não conseguir. Agora, se você está tentando ser bem-sucedido, você pode preferir evitá-los... e provavelmente fazer o oposto!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vivenciando os gastos

Uma das minhas estratégias para não gastar desnecessariamente e para ter maior controle das minhas finanças é vivenciar todos os gastos que eu faço. Por isso, não parcelo compras e não uso o débito automático.

Quando a gente divide um pagamento em parcelas, a gente se ilude achando que não gastou tanto assim. Afinal, é apenas uma parcelinha de R$ 200,00 e eu vou ter uma televisão chiquérrima em casa! O problema é que gastou sim. E a gente vai perdendo a noção do que já pagou e do que vai ter disponível no futuro. E vai gastando mais, comprometendo um dinheiro que a gente ainda não tem. E assim vamos construindo nossas próprias amarras, para ficarmos dependentes de salários e de chefes. Será que vale mesmo a pena? Eu acho que não.

Outra armadilha que tira nossa noção e nosso controle é o débito automático. Como a gente não tem que ir lá ao internet banking ou ao caixa eletrônico e ativamente pagar a conta, saber o valor que pagamos e ver o dinheiro que temos na conta diminuindo, a gente não sente o impacto do gasto.

Além disso, ficamos com a impressão de que aquele gasto é obrigatório, como se fosse o pagamento de Imposto de Renda, que é debitado automaticamente do nosso salário. De repente, nossa internet, conta de celular, conta de luz, cartão de crédito... Tudo isso parece ser inquestionável. Mas não é. Estamos pagando por um produto ou serviço que escolhemos consumir. E precisamos saber disso.

Para alguém que deseja ser consciente da própria vida e fazer as próprias escolhas, vivenciar os próprios gastos e ter controle sobre eles é fundamental. O efeito é mais psicológico do que prático, mas é real.

PS: Ainda estou analisando meus gastos de 2012. Estou consolidando tudo porque mudei de ferramenta no meio do ano. Em breve o post vem. Prometo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Natal sem presentes?!?

É isso mesmo: eu e o Leo conversamos e decidimos propor à família que os presentes de natal fossem só para as crianças.

Eu entendo o valor simbólico de um presente. É muito bacana saber que alguém se lembrou de nós. Mas, a partir do fim de dezembro, nós não teremos mais casa (só uma porta de armário no apê dos meus pais onde vamos guardar o enxoval-cápsula e documentos importantes). Tudo o que vamos levar em nossa viagem vai estar dentro da mala. Em suma, vai ser muito difícil nos darem algo que usemos. Além disso, temos um monte de providências a tomar - ou seja, o tempo está curto!

Fui conversar com a irmã D., cheia de dedos. Ela nem deixou eu apresentar meus argumentos: já achou ótima a ideia. Ela tem dois meninos pequenos - o mais novo tem dois meses! - e adorou cortar um item da  lista de tarefas de fim de ano. 

Já minha mãe gostou menos da ideia. Ela topou, mas achei que ficou tristinha. Paciência: ano que vem trarei presentes lindos e europeus para todos. Terei bastante tempo para procurar e escolher coisinhas bacanas e diferentes. 

Cada caso é um caso - cada família é uma família. Mas, lá em casa, a cada ano fica mais difícil presentear. Meus pais, a irmã D. e o marido dela são aquelas pessoas que têm tudo. A irmã I. tem quase tudo (mas, considerando que ela está na Alemanha, rola de perguntar se ela quer alguma coisa tipicamente brasileira). 

Sim, a gente podia chegar em Belo Horizonte e passar o sábado à noite ou a manhã do dia 24 na rua, fazendo compras de natal (domingo não: estamos escalados para ajudar na festa do sobrinho em uma parte do e frequentá-la na outra). Mas vamos preferir passar esse tempo com as pessoas queridas, trocando ideias, abraços e despedidas. 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Rapidinhas

1. Eu comecei a escrever para postar aqui o balanço do meu primeiro ano minimalista, como a Lud fez. Mas eu ainda não fiz a análise do meu controle financeiro. Vou aproveitar o fim de semana para isso. Então semana que vem eu conto aqui tudo, baseado nos números e não só em impressões minhas.


2. Hoje recebi um e-mail da Amazon falando sobre seu lançamento no Brasil. Eeeee! Vou copiar aqui uma parte que achei legal:

"Nós temos o prazer de informar que agora você pode comprar eBooks na nova Loja Kindle Brasil. São mais de 1,4 milhão de eBooks com preços em reais, incluindo mais de 13 mil eBooks em português e o maior número de títulos da lista dos mais vendidos da Revista Veja, mais que qualquer outra livraria digital. A Loja Kindle também possui a maior quantidade de livros gratuitos em português, com mais de 1500 títulos. 

Você vai encontrar eBooks que só existem na Loja Kindle, como a coleção Diário de Um Banana e os eBooks do campeão de vendas Paulo Coelho. Outros títulos incluem eBooks do poeta Vinicius de Moraes, do roteirista e jornalista Nelson Rodrigues e um eBook gratuito do cartunista Ziraldo."

O lado ruim dessa notícia é que o consumismo está me sondando pra comprar o novo kindle, por causa da touch screen e da luz interna (que você pode desligar, ou diminuir o brilho). Um colega meu do trabalho comprou e me mostrou aqui.

Meus posts sobre o kindle.
O site brasileiro da Amazon.


3. Natal está chegando e com ele toda aquela onda de incentivo ao consumismo e à gula. Estou me preparando psicologicamente e pensando em alternativas para lidar com tentações, parentes e expectativas alheias. Depois escrevo um post sobre isso.


4. Meu tropeço acabou sendo uma coisa muito boa, no fim das contas. Estou com as energias renovadas. Sinto que já estava entrando no automático, achando que já tinha internalizado o minimalismo. Agora estou motivada novamente.


5. Voltando ao tema natal, sempre tem gente querendo fazer amigo oculto, certo? Em uma lista que participo (das blogueiras feministas), as meninas tiveram uma ideia muito legal. Fizemos um amigo oculto de livros usados. Assim, a gente tem todo o lado bom da troca de presentes (o carinho de quem te deu o presente, ganhar algo inesperado e a confraternização), sem o consumismo. Achei lindo!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Balanço minimalista de 2012!

Minha adesão inicial ao minimalismo foi puramente utilitária. Eu queria ficar um período longo sem trabalhar e viajando, e concluí que o minimalismo - com seu desapego aos bens materiais e custo de vida reduzido - era a solução. Se eu fosse rica, provavelmente não teria essa preocupação: manteria um apartamento no Brasil com todos os meus bens e pronto. Não o sendo, o jeito foi mudar de vida. 

Para minha surpresa, gostei - e continuo gostando - da experiência. O minimalismo me parece muito elegante, estética E eticamente falando. Seus efeitos colaterais são todos positivos: diminuição do consumo, aumento do autoconhecimento, reavaliação dos relacionamentos, aceleração das economias...

Nessa última parte, não estou falando de achismo: tenho os dados para provar. Clique aqui para ver nosso balanço financeiro de 2012. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

... a gente levanta

Como eu e a Lud falamos nos dois últimos posts, a gente erra. O importante é não deixar isso nos desanimar, e aprender com os erros.

Aproveitei também para transformar o "erro" (que nem foi tão grave assim) em algo positivo. 

Em primeiro lugar, desabafar no blog foi muito bom. Receber comentários de gente que compartilha da nossa caminhada foi muito animador. Se eu fosse contar esse acontecimento para todo mundo, teria gente que teria falado "ai! que bobagem! ficou assim por causa de uns DVD!" por não entender a importância que o minimalismo tem pra mim; e teria gente que teria falado "tá vendo! não é minimalista nada. sua enganadora". Aqui no blog, não recebi nada disso. Foi um alívio.

Percebi também, lendo os comentários e refletindo, que eu não preciso ser tão exigente comigo mesma. Como sempre diz a Lud, nem só de pão vive o ser humano. Eu economizo com algumas coisas justamente para poder gastar com outras, certo?

Depois, usei o ocorrido como um motivador. Agora vou ficar mais atenta ainda para não cair em tentações. Se elas aparecerem, vou pensar "será que eu quero gastar com isso mesmo? lembra da última vez?".

Continuando, percebi que uma das coisas que tinha me incomodado mais é que, por meu quarto ser minúsculo, eu não tinha onde guardar os DVDs e eles ficaram em cima da cama (eu deixava no chão quando ir dormir). Então eu aproveitei o fim de semana e fiz mais uma sessão de desapego no armário. Joguei umas coisas fora, doei uns livros e umas roupas, e agora os DVDs estão devidamente guardados.

Por último, estou aproveitando ao máximo meus DVDs. Vendo os episódios todos de Arquivo X, todos os extras e me divertindo muito. Até levei para o trabalho para ver com os colegas na hora do almoço. Até fiz meu namorado ver comigo (e ele curtiu!).

Meu coração minimalista (e excer) ficou em paz.

Os DVDs que me fizeram questionar meu minimalismo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Quando erramos... (2)

Vou aproveitar o gancho da Fê e falar mais sobre os momentos não tão bonitos no caminho do minimalismo.

As escorregadas podem tanto acontecer para mais - quando compramos o que, no fim das contas, não era necessário - quanto para menos - quando deixamos de comprar o que é importante.

Há umas semanas, tive uma virose (mal-estar generalizado que o médico não conseguiu descobrir o que era) acompanhado de uma rinite alérgica (aconteceu só uma vez antes de eu me mudar para Brasília, só que o tempo seco daqui não ajuda). O médico me receitou um analgésico (que eu já estava tomando), um anti-alérgico e um soro para o nariz.

E o que eu fiz? Comprei só mais uma cartela do análgesico e ignorei os outros remédios, crente que estaria boa no dia seguinte. 30 reais economizados!, imaginei, saindo toda feliz da farmácia. Resultado: passei duas noites miseráveis sem conseguir dormir direito, porque a rinite incomodava muito, até dar o braço a torcer e comprar os tais remédios, que recuperaram minhas vias respiratórias em poucas horas.  

Ou seja: gastei o dinheiro do mesmo jeito, e sofri muito mais do que precisava. Não ter comprado os remédios logo de cara (como o médico mandou!) foi uma economia muito boba.

Eu costumo pensar duas vezes antes de gastar, mas não penso nem meia antes de cortar gastos. E isso pode ser um belo tiro no pé.

Não vai acontecer de novo. Tô de olho (olho saudável, não lacrimejante, recuperado do episódio).