sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Quando erramos...

Durante todo o tempo em que vivemos antes de tomar uma decisão dessas (como adotar o minimalismo), nos acostumamos a agir e a pensar de um jeito. Nossas ações e nossos pensamentos refletem isso. Então, mesmo que decidamos mudar, passar a viver de uma maneira em que acreditamos ser melhor, isso não acontece do dia pra noite. A gente está tão acostumado a viver da maneira antiga que, se não estivermos alerta o tempo inteiro, acabamos entrando no automático e agindo como antigamente.

É normal. Aconteceu agora comigo.

Quando a gente se pega fazendo algo que a gente mesmo acha errado, a consciência fica um caco. Comecei a me culpar, a me achar fraca. Depois comecei a racionalizar, inventando desculpas para mim, tentando me convencer de que não errei. Mas chegou uma hora que achei melhor para mim e para o processo de mudança que eu assumisse que errei e seguir em frente.

Nessas horas, o fundamental é não desanimar. Não achar que é o fim, que jogou todo o tempo anterior fora, que foi tudo inútil e que agora então voltou de vez à velha vida.

É igual quando a gente está de dieta. A pessoa está lá. Firme e forte de dieta há dois meses. Aí um dia não resiste e come um brigadeiro. Aí, já que comeu o brigadeiro, joga o regime para o espaço e sai comendo tudo que vê pela frente descontroladamente, pensando que fracassou e que não tem forças pra fazer um regime.

Acho que é normal. Ninguém consegue ser forte o tempo todo. O importante é reconhecer que deslizes acontecem. Não é fácil mudar todo um modo de pensar e enxergar a vida. Então bola pra frente. Com o tempo, os delizes vão ficando cada vez mais raros.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Amigos, amigos

Se formos gostar só das pessoas que pensam muito parecido conosco, vamos ter muito poucos amiguinhos. Além disso, é trocando ideias que a gente cresce, evolui e forma opiniões.

No entanto, quando se resolve adotar um estilo de vida muito diferente do da maioria das pessoas, é interessante escolher as companhias, principalmente no começo, quando a gente está testando as águas. Isso não quer dizer "cortar o contato com todo mundo", mas limitar as atividades que você sabe que vão gerar conflito. Se você quer diminuir o consumo, para que aceitar passear no shopping com o amigo que adora comprar? Se você está adotando uma vida simples, para que visitar a amiga que só pensa em trabalhar, ganhar muito dinheiro e se mudar para um imóvel ainda maior?

A internet realmente mudou a vida das pessoas: as distâncias geográficas foram eliminadas. Você pode "encontrar sua turma" mesmo que sua turma 1) more em outro lugar ou 2) seja formada de um monte de pessoas que morem cada uma em um lugar.




terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ninguém tem cola na minha casa

Aconteceu esta semana:

- Fernanda, você tem cola? Preciso colar este envelope aqui.
- Tenho não, mãe. Você deveria ter essas coisas, não?!? - Minha surpresa é por minha mãe ser professora e geralmente ter esses objetos de escola.
- Tenho, mas não sei onde está.
- Nem mais ou menos? Na despensa? No seu armário?
- Deve estar no meio das minhas bagunças, ou talvez eu tenha deixado na escola. Vou ter que comprar outra cola.

Pois é. Minha mãe gastou um dinheiro comprando cola, guardou-a aumentando ainda mais a confusão de objetos que ela tem mas que não sabe onde estão no meio de tanta bagunça, e fica tão sem cola quanto eu quando precisa.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Aproveite o natal: esvazie as gavetas e encha alguém de alegria!

Às vezes, a gente tem um monte de coisas pra doar e não sabe muito bem para quem. Pois a época de natal é ótima: um monte de associações faz campanhas para conseguir roupas e presentes. No meu trabalho, o setor de pessoal apadrinha um orfanato e abre uma lista com o nome, tamanho e número de sapato das pessoas que estão precisando. Não é prático?

Eu recomendo fortemente: além de diminuir o número de objetos que a gente possui, sabemos que vamos deixar alguém feliz. 

Outra tática que eu uso (e a que irmã D. acha biltrice), é presentear pessoas que eu gosto muito com coisas que eu também gosto muito e que acho que elas vão aproveitar mais. Não sei onde está escrito que presentes têm de ter saído diretamente da loja. 

É claro que os presentes têm de estar com cara de novos: eu não dou perfumes pela metade, nem hidratantes abertos. Mas já dei livros. E tenho aqui na gaveta de presentes - que agora é caixa de presentes - colares e pulseiras que comprei em viagens e nunca usei, porque não sou fã de acessórios. Ou seja...


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Aprendendo com a Engenharia: estoque mínimo

Outra coisa que aprendi com a Engenharia é que, na maioria dos casos, o custo de fazer estoque é maior do que o custo de comprar por demanda.

Esse conceito aplicado à nossa vida pessoal, e não a empresas com materiais e peças, serve para roupas, objetos e fica mais impactante ainda quando falamos de comida.

Fica mais caro estocar do que comprar sob demanda. Explico... Para estocar, é preciso ter móveis e eletrodomésticos para guardar, e  espaço no imóvel para esses móveis e eletrodomésticos. Tudo isso demanda apartamentos e casas maiores e logo mais caros, além de eletricidade e cuidados com conservação e limpeza. Além disso, ao fazer estoque, você corre o risco de os itens passarem da validade, tendo então que simplesmente jogá-los fora. Desperdício. Pode não.

Por isso se trabalha com estoque mínimo, que é estocar só aquilo que se usa sempre no dia-a-dia em quantidades estudadas, de acordo com a demanda e com a validade dos itens.

Aqui em casa, por exemplo, todo mundo toma muito leite, todo dia. Então temos um estoque de leite. Quando faltam poucos no estoque, compramos mais. Já melancia é algo que sempre perdia. Então a gente passou a comprar menos quantidade e só quando dá vontade. Mesma coisa com carne (aqui em casa eu e minha mãe não comemos).

Quando paramos de estocar tanta comida, abrimos mão do freezer, que gastava uma eletricidade danada e um espaço enorme na dispensa. Tudo isso é custo. Sem contar o preço de ter comprado o freezer pra começar, que é algo que eu não vou fazer na minha futura casinha.

É um conceito interessante e que gera uma economia danada.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Taças vermelhas: quatro. Opa, três.

Um presente de casamento que gostei muito foram quatro taças de água vermelhas. Elas já decoraram a sala e já apareceram na mesa (em alguns jantares festivos), mas geralmente ficavam guardadinhas. Elas entraram na venda de garagem e, como ninguém as quis (ao contrário do conjunto de cristais, que saiu rapidinho) fiquei com elas e passei a usá-las para tomar vinho.

A família de taças, antes da tragédia que se abateu sobre elas. 
(Sim, de vez em quando eu tomo uma taça de vinho às refeições. Mal posso esperar para encher a cara a taça de vinho nacional na França, que tem a vantagem de ser classificado como alimento e, portanto, receber pouquíssimo imposto, o que resulta em bons produtos a baixos preços.)

Estava eu conversando pelo computador com a irmã I., que mora na Alemanha (não, o fato não tem a menor relação com a história. É só porque eu acho finíssimo ter parente que moram no exterior, e não perco a chance de contar), quando me empolguei na gesticulação e lá se foi a taça. A sorte é que só tinha um restinho de vinho nela - então o chão ficou decorado de cacos vermelhos, mas a casa não está cheirando a alambique.

O resultado é que antes eu tinha quatro taças que eu não usava, e agora tenho três que uso. Acho que estou na vantagem. Sem falar que três é número primo, né? Muito mais lindo.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Aproveitando os resultados do minimalismo

contei aqui que meu quarto é minúsculo. Então cada coisa que entra nele faz um volume imenso. Quando voltei a morar com a minha mãe, não coube tudo nos armários. E quando eu ganhava alguma coisa nova, ou comprava, ou trazia de algum outro lugar, simplesmente não tinha onde guardar.

Cada dia que eu chegava do trabalho, tinha que achar um lugar para colocar a roupa que usava e o sapato. E nunca tinha espaço. A bolsa ficava no chão, ao lado de alguns sapatos, da minha mochila com o notebook, da mochila do tênis e de uma adega de vinhos que ganhei na festa de final de ano da empresa. Sem contar a dificuldade que era tirar todas as coisas do chão para varrer e todas as coisas do móveis para tirar poeira. E depois colocar tudo de novo no lugar.

Mas isso tudo se foi. Agora tudo mudou com minha caminhada minimalista (tom de voz de propaganda do polishop).

Meu armário hoje tem folgas. Então guardar as coisas ficou bem mais fácil. Achar as coisas então... Muito melhor! Quanto menos objetos se tem, menos tempo (e energia) se precisa para organizá-los. Quase não dá trabalho.

Agora eu tiro poeira dos móveis em 2 minutos. Mais rápido que fazer um miojo. Para varrer e passar pano no chão, são outros 2.

Como ficou mais tranquilo achar as coisas, posso acordar um pouco mais tarde para me arrumar para o trabalho. Quando volto de viagem ou de fim de semana na casa do namorado, 5 minutos e está tudo arrumado. Sem contar que arrumo a mala para ir também em 5 minutos. Está tudo à mão.

Com esse tempo livre, tenho dormido melhor, lido mais livros e visto mais filmes e seriados. Tenho ainda tido mais tempo para escrever no blog, para encontrar amigos e família, para jogar tênis e correr. Muito melhor!

Uma das coisas que eu faço enquanto tem gente aí
arrumando armário e tirando poeira de móveis.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Limites podem ser bacanas

A turma da Economia acha que uma boa situação de mercado é aquela na qual o consumidor tem muitas opções de escolha. Aí ele pode optar pelo produto que melhor atende suas necessidades, o que força os  produtores a competirem entre si para oferecerem itens melhores e mais baratos.

Em tese, a vida de gente funciona assim também: quanto mais opções, melhor. Quanto mais escolhas, mais liberdade. E mais feliz a gente seria.

Só que a vida da gente e o mercado não são tão parecidos assim. Às vezes, o fato de existirem muitas possibilidades deixa as pessoas confusas, frustradas e/ou imobilizadas. Qual carreira? Qual investimento? Qual plano de celular?

Eu sou inteiramente a favor da riqueza de opções. Só acho às vezes os limites são positivos: acrescentam, em vez de diminuir.

Um caso em que os limites funcionaram bem na minha vida foi quando nos mudamos para Brasília. Não tínhamos sinal de tevê. Aí descobrimos uma locadora bacana que pegava e entregava DVDs em casa. Durante vários meses, vimos bons seriados e um montão de filmes clássicos, em vez de ficar matar o tempo zapeando entre de canais. (No final, assinamos tevê a cabo porque o Leo gosta de esportes. Mas olha, minha cultura cinematográfica jamais será a mesma.)

Outro caso foi a falta de recursos para decorar o quarto-e-sala. Resolvi desenterrando capas de almofadas antigas, invertendo o lado das molduras das gravuras e usando fita dupla-face (e arruinei a parede com ela, mas essa é outra história). Além disso, descobri a alegria do papel contact. Passei muitas horas divertidas recortando e colando pedacinhos na parede.

Claro que não é toda vez que vai dar certo, mas estou gostando de procurar enxergar limites não como obstáculos - mas como oportunidades.

Uma das minhas palavras favoritas.



sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Desapegando dos pijamas e das roupas de ficar em casa

As gavetas da vez a passarem por análise e desapego foram as de pijama e de roupas de ficar em casa.

O que elas têm em comum? É onde a gente joga roupas que ficam velhas, mas que a gente não passa para frente. Com o tempo, essas gavetas vão ficando cada vez mais cheias. Mas a gente precisa mesmo de tantas peças assim?

Pijama é uma coisa que a gente não precisa variar. Um para época do frio e outro para a do calor já bastam. Para ter o que usar enquanto lava um, pode valer a pena ter dois de cada. Pijama também não é algo que se lave muito, não? Então ter um de reserva basta.

Uma montagem que eu fiz dos pijamas que acho necessário ter.
Acrescentei uma camisola por via das dúvidas.

Eu tinha uma bobeira de separar uns pijamas mais bonitões para usar em viagens. Mas aí fiquei pensando que não fazia a menor diferença ter pijamas pra usar em casa e outros para viagens, porque ninguém ia me ver de pijama nas viagens mesmo. Eu pensava também em ter pijamas mais bonitos para quando durmo com o namorado e uns feios para quando não durmo. Mas para quê? Por que não ficar só com os bonitos?

Já roupa de ficar em casa eu uso pouco. Durante a semana, eu não uso, porque chego em casa tarde, já tomo banho e coloco o pijama. No fim de semana, uso uma blusa e um short por dia. Então para quê ter mais do que dois de cada? Para lidar com o frio, incluo uma blusa de frio no pacote.

Vale a pena selecionar também o que realmente é o melhor a se manter. Não vale a pena guardar roupas desconfortáveis para ficar em casa, não? Nem roupa que precisa passar, ou que aperta, ou que tem que usar com sutiã. Roupa de ficar em casa tem que ser totalmente confortável e fácil de cuidar. Pijama então, nem sei fala.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Nossos bens diminuem a cada dia

Estamos no seguinte estágio: morando em um quarto-e-sala mobiliado de 25 m2 e já tendo dispensado a maioria absoluta de nossas posses. Mas ainda temos um bocado de roupa (mais ou menos um terço da quantidade original), eletrônicos, eletrodomésticos, itens de cozinha, roupa de cama e banho, travesseiros e almofadas.

A primeira ideia era se livrar de tudo, tudo mesmo. Depois repensamos: melhor deixar um "enxoval-cápsula" guardado na casa dos meus pais. O mínimo necessário para que, voltando ao Brasil, a gente possa se reestabelecer em um lugarzinho mobiliado imediatamente, sem gastar tempo, paciência e dinheiro com coisinhas domésticas e roupas de trabalho.

Isso quer dizer que ainda vamos nos desfazer de uma quantidade bem razoável de objetos. Apesar de termos editado muito nossas posses na mudança, estamos percebendo que há coisas que não usamos no dia-a-dia. Essas vão ficar para trás mesmo.

Até agora, o enxoval-cápsula se compõe de:
1) calças, camisas, casacos e sapatos de trabalho (poucos itens de cada)
2) 2 jogos de cama e de banho + 1 edredom fininho + 2 travesseiros
3) talheres + 4 copos
4) 1 frigideira pequena + 1 caneca de ferver água
5) vasilhas para pipoca, sorvete e brigadeiro
6) 4 jogos americanos + 1 toalha

Aí entram os objetos não essenciais, mas que eu acho que vale a pena guardar. Nem só de pão vive o ser humano, e eu vou ficar feliz de possuir objetos utilitários E decorativos!
1) 4 taças vermelhas
2) 1 vaso
3) 6 gravuras
4) várias capas de almofada
5) 1 abajur pequeno

Resumo da ópera: o que não for enxoval-cápsula (e seu complemento) e não entrar na mala de viagem vai ter que ter fim. Nessa lista estão o forno elétrico, a torradeira, a coleção de revistas francesas, os baldes, as vassouras...


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mais sobre o kindle

Vou explicar um pouco mais o que é o kindle e por que eu gosto dele (senta que lá vem a história).

Por que o kindle é melhor do que livros:
  • O primeiro motivo e mais óbvio para uma minimalista é que você consegue ter milhares de livros ao mesmo tempo sem gastar nenhum espaço de armário e estante com isso. Você carrega um aparelhinho pequeno e leve para tudo quanto é lugar com N opções de livros dentro.
  • Ele é muito leve, então você pode ler segurando com uma mão só e pode apoiá-lo em uma superfície. Livro é pesado e tem que segurar com as duas mão o tempo inteiro para mantê-lo aberto. Ler kindle na cama é uma maravilha de praticidade!
  • Quando você desliga o kindle e liga de novo, ou quando sai de um livro e volta pra ele, ele volta na página em que você parou da última vez. Ótimo pra quem perde marcador toda hora (como eu).
  • Quando você quer ler um livro, não precisa esperar a oportunidade de ir na loja comprar, ou comprar via web e esperar chegar. É só comprar pelo wifi (ou 3G) na loja da Amazon e recebe o livro na hora. Quando eu terminei o livro 4 das Crônicas de Gelo e Fogo, quis comprar o 5 imediatamente. Ia ficar louca se tivesse que esperar (sou meio nerd). 
Por que o kindle é melhor do que tablets e celulares:
  • O kindle não emite luz, o que é ótimo para uma pessoa que lê muito (como eu) ou que já fica o dia inteiro no computador e já chega em casa com os olhos irritados (como eu também). 
  • O fato de que sua visibilidade não é por luz também permite que se leia embaixo da luz do sol, o que não dá pra fazer em tablets ou celulares. 
  • A tecnologia dele é baseada no eInk, que faz parecer que você está lendo um livro de papel mesmo.
  • Não tem distrações. Ele é para ler e só. Por não ter navegador (tem um experimental, mas é ruim de usar), aplicativos e tal, o kindle permite que você se concentre na leitura. Excelente para quem quer foco (eu de novo).
  • A bateria dura demais! A minha dura mais de um mês, mesmo eu lendo todos os dias. Então dá para levar para viagens longas sem precisar preocupar em levar carregador.
Outras características:
  • A partir da geração 4, já tem kindle com touch screen. Dos antigos, tem um com teclado físico e outro virtual. O meu tem o virtual, o que faz com que ele fique menor do que o outro, mas por outro lado dificulta um pouco fazer anotações.
O primeiro tem touch screen, o segundo é o que tem teclado virtual (igual ao meu)
e o terceiro é o com teclado no aparelho. As imagens acima não estão com o tamanho proporcional.
  • O kindle permite que você faça anotações e marcações. Muito bom pra quem gosta de rabiscar ou marcar passagens. E isso sem destruir o livro.
  • Vem com wifi ou 3G (mais caro um pouco), então você pode mandar as coisas pra o kindle simplesmente enviando um e-mail do seu computador para seuusuario@free.kindle.com. 
  • Ele é excelente para quem está aprendendo outra língua. Isso porque você pode colocar dicionários nele. Assim, quando você estiver lendo um texto, basta colocar o cursor em cima de uma palavra que aparece o significado dela no dicionário. Mágico, não?
  • O perfil Jackie e Rômulo disse nos comentários: "Se você tem o com 3G ainda pode usar internet sem pagar nada. Ok que o kindle nao foi feito para isso, a navegação é ruim, mas para emergência serve. Enquanto viajava este ano pela América do Sul, por exemplo, usei no Chile e no Peru para ver emails. Melhor que habilitar o celular a um preço altíssimo." Eu já usei para ver twitter e gmail no exterior também, usando o wifi do hotel.
  • Mais uma experiência que eles contaram: "O suporte da Amazon é ótimo. O meu kindle quebrou ano passado, mandei email e 5 dias depois tinha um kindle novo aqui em casa e ainda pagaram o frete do quebrado de volta. Eles dão mais dicas aqui.
Desvantagens:
  • A tinta dele é só preta. Então não dá para ver figuras coloridas nele.
  • O kindle que eu tenho tem a desvantagem de não poder ler no escuro, mas o novo já tem a opção de ler com luz própria ou sem.
  • O processo de folhear livros fica meio prejudicado.
Sobre a questão da conversão para PDF:
  • O kindle vê PDF como imagem, o que pode deixar a letra muito pequena. Uma dica que pode resolver isso é mudar a configuração para paisagem.
  • Quando você converte usando o calibre (não sei se é o mesmo quando converte pela Amazon, nunca tentei) pode dar uns erros se o PDF tiver cabeçalho, rodapé, essas coisas. 
  • A Lu Monte deu a seguinte dica nos comentários: "Todo usuário de kindle tem um email: login-na-amazon@kindle.com. Se você enviar um arquivo pdf para esse email e colocar no subject a expressão "convert to kindle" (sem as aspas), adivinha o que acontece?". 
  • Já o perfil Jackie e Rômulo mandou o seguinte: "O emal funciona gratuitamente somente para envio do arquivo, sem conversão, para o Kindle. Pagando, você consegue converter. O que fizems no mestrado é juntar vários pdfs de uma mesma matéira em um e enviar pra lá e dividir entre a turma (quase td mundo tem kindle). Vale bem a pena, viu."
  • Eu já ouvi um tempo atrás que a Amazon cobrava 0,99 centavos por conversão. Eu nunca tentei, então não sei dizer.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O dinheiro do chute

Nas férias meu pai me disse, brincando, que agora que eu quero viver uma vida simples, devia pedir uma demoção (o contrário de uma promoção) para um cargo que pagasse menos. E já perguntaram pra Fê o que ela ia fazer com o dinheiro que ela não estava gastando.

Parece que as pessoas acham que os minimalistas não dão importância para o dinheiro. Damos, sim. Damos tanta que preferimos gastá-lo só no que for realmente importante. E o que sobra? A gente guarda, uai. É a reserva do chute. Isto é, se chegar uma hora em que a situação, o emprego, o apartamento, a cidade, o casamento estiverem insustentáveis, a gente tem como chutar o balde.

Ou seja, é a grana da liberdade.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dicas para o Kindle

Como prometido, vou relatar aqui o que aprendi no meu primeiro ano de usuária assídua do kindle. Como sou meio obcecada tanto por leitura quanto por organização, fui aprendendo algumas coisas. Sintam-se livres para dar mais dicas, para seguir o que acharem interessante ou não e para criticarem também.

1. Comprar.
  • Eu comprei o meu em uma viagem ao exterior. Comprei pela Amazon alemã e mandei entregar na casa em que fiquei hospedada. Já vi casos de gente que mandou entregar no hotel e que deu certo.
  • A Lud comprou o dela pela internet, na Amazon americana. O site calcula o frete, os impostos e já cobra tudo de uma vez. E entregam no Brasil bem rapidinho (menos do que uma semana). O kindle, o adaptador para carregar na tomada e uma capinha protetora, mais frete e impostos ficaram em 400 e poucos reais, em novembro de 2011. Em tese, seria possível pedir restituição dos impostos à Receita Federal, com a justificativa de que o kindle é equivalente a livro.
  • Você pode comprar no Mercado Livre. Já comprei produtos lá e nunca tive problema (comprei um ipod, inclusive). Mas leia com atenção as avaliações de outros compradores da mesma pessoa. 
  • Você pode pedir pra alguém trazer de fora.
  • Dá ainda pra espalhar a notícia de que você está atrás de um e esperar alguém dizer que conhece alguém que vende. 
  • Por fim, li uma notícia dizendo que a Amazon chegaria ao Brasil em breve. Vamos ver...
2. Alimentar.
  • Você pode comprar livros no site da Amazon de qualquer um dos países. É simples e seguro. Eu garanto. Mas quase só tem coisa em inglês ou outras línguas. Alguns autores, como Paulo Coelho, já lançaram seus livros em português para kindle.
  • Sites com livros de domínio público. Tem os clássicos todos de graça, já no formato do kindle. Tinha citado no outro post, mas repito aqui: Projeto Gutenberg e Domínio Público
  • Aplicativo Push to Kindle. Coisa mais linda. É um aplicativo que existe para celular e para todos os browsers (firefox, chrome, ie...). Ele vira um botão no seu navegador. Aí, quando você acha um texto que queria ler no kindle, como um artigo de uma revista ou um post mais longo, é só apertar o botão que ele converte o texto para o formato do kindle (.mobi) e envia pro seu kindle. Isso foi ótimo para mim. Eu ainda adoro ler fanfictions. Mando tudo pro kindle.
  • Sites de livros piratas. Por uma questão ética, não vou indicar aqui. Mas, se quiserem, é só procurar no google. Tem vários.
  • Você pode transferir PDFs pro seu kindle. O ruim é que o kindle enxerga o PDF como imagem, e não como texto, então ele não permite que você aumente ou diminua a letra, por exemplo. Então tem PDF que é bom de ler e outros que não. Meu namorado reclama disso, porque ele lê muito PDF.
3. Organizar
  • O Calibre é um programa de gerenciamento de e-books. Ele converte livros de outros formatos para o do kindle, permite que você renomeie livros e acrescente detalhes para organizá-los e facilitar a busca, como data de publicação, autor, gênero etc. Ele serve também para alimentar o kindle. Você pode mandar a Folha de São Paulo, por exemplo, pro seu kindle.
  • Grupos no próprio aparelho. Você pode criar grupos no kindle e colocar os arquivos lá dentro. Funcionam como pastas. Fica mais organizado e fácil de achar cada coisa.
Além do que apontei acima, eu escrevi alguns comentários gerais sobre o aparelho e seu uso, mas como o post aqui está muito grande, vou colocar em outro, ok?

Espero que gostem e seja útil. Se tiverem alguma dúvida mais específica, inclusive de como se faz algo do que falei acima, é só perguntar.

Captura do site da Amazon, com os leitores kindle a venda. O meu é o de 69 dólares. 
PS: Infelizmente, não estou ganhando nada da Amazon pra fazer este post. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Quantidade X Qualidade. Que qualidade?

Um dos aspectos que a turma minimalista gosta de destacar é que é mais interessante consumir menos e melhor. Ou seja, em vez de ter diversos itens de qualidade não tão boa, um só excelente. O gasto acaba sendo parecido, e o objeto único ocupa menos espaço, além de empregar menos recursos naturais. (Um dos bônus do minimalismo é que a gente fica mais ecológico também.)

O que me lembra o caso das minhas bolsas de viagem. Há mais de 10 anos, ganhei de aniversário uma bolsa preta de couro cheia de bolsos. Usei muito, e depois deixei guardada para usar só em viagens, porque ela era bonita, básica e muito útil.

No ano passado, um bolso começou a descosturar. E eu comecei a desconfiar que ela era um bocado pesada. Como ia viajar, saí em busca de uma bolsa nova, com a maior má-vontade (Bolsas são caras! A maior parte não é nada prática! E onde eu ia encontrar um modelo com uma alça longa, de atravessar no corpo, daquela que deixa as duas mãos livres?).

Para minha surpresa, achei em uma grande loja uma bolsa ótima, bem bonita e não muito cara (igual ao xuberry dos dos Cavaleiros que Dizem Ni). Ela também era preta e cheia de bolsos, mas de material sintético - isto é, leve E barata (80 reais). E tinha duas alças: uma longa, uma curta.

Comprei. Levei em duas viagens, e foi um sucesso. Jurei nunca mais comprar bolsas pesadas. Doei a bolsa antiga. Achei a nova tão boa que passei a usar para trabalhar também.

E aí, faz uns meses, ela começou a desmanchar. Primeiro a alça descosturou (resolvi dando um nó) e agora os acabamentos estão se desfazendo.

Tá certo que foi um produto bem barato. Mas eu acho sacanagem ela não durar nem dois anos. O material está ótimo, o problema é a confecção.

Enfim. A tese é que devo, então, comprar uma bolsa de qualidade (e preço) maior. Mas sabe onde o bicho pega? É que a minha parca experiência com marcas carinhas (que eu não sou louca de comprar as realmente caras) não é boa. A qualidade não corresponde ao preço. Ou seja, estive pagando a etiqueta.

Resolvi buscar o meio termo: uma bolsa de marca média, bem-feita mas de preço não-extorsivo. Dei uma olhada nos sites da Corello e da Arezzo (onde minha mãe comprava meus sapatos de adolescente!) e caí para trás com os preços. Essas marcas ficaram chiques enquanto eu não estava olhado? Quase um salário mínimo por uma bolsa? Não vai rolar, amigues.

Resumo da ópera: não sei o que fazer. Alguém sugere um lugar que venda bolsas bem bonitas e não muito caras? E que durem pelo menos uns 10 anos, claro.

Essa bolsa nem é tão bonita, mas cumpre os requisitos: preta, básica, com bolsos e alça transversal.
Aí vi o preço: aaaargh!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Desapegando dos livros

Um dos meus maiores pontos fracos na busca pelo minimalismo é me desapegar dos livros.

Eu tenho todo aquele fetiche com livros. Ter uma biblioteca em casa é meu sonho desde criança. Eu lembro que ficava maravilhada quando, em "A Bela e a Fera" da Disney, a Bela abria a biblioteca da Fera e via estantes e estantes de livros. Fui, ao longo da vida, construindo minhas estantes. Hoje tenho uma no meu quarto e outra na despensa da minha mãe (invadi!).

E para quê? Qual é a utilidade daquele montão de livros? A única é juntar poeira. Ocasionalmente eu empresto um livro para alguém (que quase nunca volta) e mais raramente ainda eu releio um livro. Mas para quê ler um livro repetido se tem tantos livros novos por aí para ler? Então.. Para que juntar livros (e poeira)?

Minhas estratégia:

1. Doar. Mandei pra escola que minha mãe dá aula todos os infantis e aqueles livros que a gente tem que ler na escola, mas que são meio chatos. Essa foi a parte mais fácil.

2. Trocar com amigos. Como eu tenho todo aquele apego e não consigo simplesmente doar muitos livros, pensei em algo simples. Eu adoro livros, certo? Então que tal trocar os que eu tenho por livros novos? Amigos que tenham livros que já leram e queiram novos, venham trocar livros comigo! Assim, a gente tem sempre livros novos, sem precisar comprar.

3. Trocar em sebos. Por vez, pego uns 8 livros que nunca vou querer ler de novo e troco em um sebo por 3 livros que vou querer ler e provavelmente guardar. Estou adorando... Uma hora, meu estoque vai acabar, ou vou ter só aqueles que não quero trocar. Aí eu tenho duas opções: 1. pratico novamente o desapego e troco aqueles mesmo. 2. compro versões pro kindle, que não ocupam espaço.

Meu kindle, versão 4
4. Ler no kindle. Que coisa mágica! Levinho, fácil de levar para os lugares, e cabe centenas de livros (quem sabe milhares) sem ocupar espaço físico. E os livros pra ele ainda são mais baratos. Sem contar os de domínio público, que posso encontrar grátis em locais como Projeto Gutenberg e Domínio Público. (Me cobrem escrever um post com dicas para usar o kindle. Tenho várias!)

Por enquanto, é o que tenho feito. Já diminuí uma fileira de livros em umas das estantes. Todos livros que eu sei que nunca vou querer ler de novo. Alguns livros tão fáceis de achar que não vale a pena guardar (livros que todo mundo tem, ou de domínio público). Já tenho mais uma fileira definida pra doação/troca. E vou indo aos poucos...

Além disso, não comprei novos livros físicos (só pro kindle). Melhorei minha coleção em qualidade também. Nas trocas que fiz, escolhi ficar com alguns livros teóricos e de consulta, aos quais eu vou voltar vez ou outra. Tenho também os meu preferidos guardados, como os da Anne Rice (já umas 3 vezes cada).

Assim vou indo. O desapego e o minimalismo são um caminho. É descoberta, autoconhecimento, liberdade e reflexão constantes. Adoro!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Casa é onde o coração está

Um detalhe que me preocupava com o minimalismo e a redução de posses era ficar sem lugar. Eu sempre encarei minha casa como um abrigo do mundo, um espaço confortável e seguro pra onde eu podia correr quando as coisas não dessem tão certo quanto planejado. E, mesmo adorando viajar, confesso que no fim das férias eu ficava feliz em voltar para o lar. Será que uma vida repleta de endereços provisórios ia fazer sentido para mim?

Nas duas últimas semanas e meia, eu e o Leo estivemos de férias. Pipocamos entre a casa dos meus pais, dos pais dele e da minha irmã. Para mim, é a típica situação que me faria sentir saudades da minha casinha e das minhas coisinhas.

Mas nem foi assim. Descobri que o que simboliza o lar, para mim, é ter um canto sossegado para ler e pensar. Com um leitor digital debaixo do braço e uma certa cara-de-pau, consegui reproduzir a sensação de estar em casa. Talvez o segredo seja desistir de interagir com todo mundo o tempo todo e guardar umas horas para a gente mesmo.

Home is where the heart is

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Assumindo os anelados

(Post que estava semi-escrito nos meus rascunhos há um tempão e que agora, inspirada pela Lud, resolvi terminar e postar)

Há cerca de um ano, resolvi que já estava forte o suficiente para assumir meus cabelos anelados.

Meu cabelo alisado.
É preciso força, porque não é fácil ir contra o que todos esperam de você. Não é fácil ver só cabelos lisos na TV, ouvir todo mundo te sugerindo escova progressiva o tempo todo, descobrir produtos que sejam voltados pro seu cabelo e como cuidar dele.

Eu sempre vejo todo mundo falar que cabelo enrolado é mais difícil de cuidar, mas isso só é verdade porque todas as dicas e os produtos que você vai encontrar são pra cabelo liso. E não adianta tenta aplicar no anelado que não vai dar certo.

Ter cabelo anelado não dá trabalho, a não ser o psicológico. A verdade (pelo menos pra mim) é que aprender a amar seu cabelo enrolado é um aprendizado. E ir achando produtos para ele, e como usá-los, idem. Mas vale tanto a pena!

Meu cabelo natural.
Só ficar livre da tortura da escova progressiva no salão já é uma maravilha. Deixar de gastar tempo e dinheiro com isso é uma coisa linda. Ficar livre do secador também.

Meu cabelo ficou mais saudável, quebra e cai menos, e eu mais livre e realizada. Acho até que ficou mais bonito, mas beleza é algo tão relativo. Toda nossa cultura eurocêntrica diz que cabelo liso (e de preferência loiro) é que é bonito. Mas eu não estou nem ligando. E ainda estou fazendo a minha parte colocando mais diversidade neste mundo. Estou feliz.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Minimalinda

Aprendi com o feminismo que eu não preciso ser bonita. Posso ser feia e, mesmo assim, mereço respeito. Mereço ser amada. Meu valor não está na minha aparência.

Para mim, foi uma grande revolução, porque achava minha aparência um fator importantíssimo. Parei com um monte de "cuidados de beleza". Acho que foi meu primeiro passo na direção do minimalismo: abri mão de várias coisas que o povo prega que são essenciais para a felicidade/sucesso das pessoas, e não é que fiquei mais feliz e mais bem-sucedida? Deixar de me preocupar em ser a pessoa mais atraente e bem-vestida do ambiente liberou minha atenção e energia pra ser mais interessada e mais esperta e mais legal.

Antes eu me preocupava em ser uma mulher linda. Hoje me preocupo em ser uma pessoa linda (inteligente, bacana, risonha. E modesta, né?).

Sabe a mala que vou levar para o meu sabático? Mesmo achando que no início, que vai ser inverno, a gente vai alugar um apezinho e usar como base para viagens próximas, continuo firme no propósito de levar muito pouca coisa.

Minha mala já foi bem maior do que a do Leo, porque eu "tinha" de levar vários sapatos e acessórios e cosméticos. Hoje ela é menor, rárárá.

Cada um tem a sua receita de minimalismo, mas acho que o campo das vaidades físicas pessoais merece uma boa exploração. Você precisa mesmo do produto fulaninho? Acha mesmo tão bom frequentar salão de beleza? Acredita de fato que é essencial ter a roupa da estação? Prefere gastar dinheiro em uma cintura fina ou em uma mente afiada?

(Dito isso, também tenho meus pontos fracos. Não dou conta de ter espinhas no rosto - elas ferem minha dignidade pessoal. Desenterrei um corretivo e o uso alegremente.)

Leve em vários sentidos