terça-feira, 30 de outubro de 2012

Desapegando dos motivos alheios

Dia desses encontrei uma amiga e estávamos de mimimi sobre voltar a morar com a família (eu contei sobre mim aqui, e a mãe dela se separou e foi morar com ela). Entre muitas risadas, desabafamos sobre como é chato ter que dar explicação para todos os nossos passos.

Se um dia eu chego mais cedo do que o normal em casa, sempre tem alguém pra perguntar por quê. Quando eu saio mais tarde idem, se eu vou sair à noite, perguntam.

Nenhuma dessas respostas é segredo e não tenho o que esconder, mas dá preguiça de explicar, e muitas vezes ver que a pessoa nem quer saber mesmo a resposta. Está perguntando no automático.

É uma coisa que a gente faz meio sem perceber mesmo. Meio como puxar papo reclamando do calor, da chuva ou do frio.

Ontem mesmo eu cheguei em casa mais cedo um pouco e minha mãe já estava lá. Já ia perguntar por que ela tinha chegado mais cedo, mas parei e pensei... E percebi que a resposta não faria diferença nenhuma pra mim ou pra ela. Na verdade, só ia ter que fazê-la parar de prestar atenção na novela pra me explicar. Então, deixei pra lá.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Minimalismo e relacionamentos

Por um lado, aderir ao minimalismo pode causar uns estranhamentos e suspiros nos amigos e na família. Por outro lado, o minimalismo pode ajudar um bocado nos relacionamentos amorosos.

Vejam se não faz sentido: segundo pesquisas (e um amigo da faculdade), dinheiro é uma das maiores causas de conflito nos casais. O povo briga por causa do valor e do tipo de gastos, da divisão de despesas, da contribuição em objetivos comuns. E tem também as obrigações que os bens geram: quem paga o IPTU? O IPVA? O seguro? Quem leva o carro para a revisão? Quem providencia o conserto dos eletrodomésticos?

Se você simplifica a sua vida, existem menos motivos para discórdia. Durante o processo, podem rolar alguns momentos de stress (no nosso caso, a gente discordou em vários pontos sobre a melhor estratégia para vender/doar nossos bens), mas no final ficou a sensação de trabalho em time e dever cumprido. Se você vive abaixo dos seus meios, não vai passar aperto com dívidas - e ainda sobra grana para investir nos sonhos.

E casal que realiza sonhos unido continua unido!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Desapego na gaveta de lembranças

Dia desses encarei o desafio de esvaziar parte da minha gaveta de lembranças. Isso porque juntei mais lembranças da minha última viagem e não tinha onde colocá-las. Foi um bom motivador.

1. Cartas. Tinha milhares e trilhões de cartas. Algumas muito legais e divertidas, mas umas chatas e sem sentido. E tinham milhares. Muitas das mesmas pessoas. Escolhi algumas poucas, que eu vou ter interesse em reler um dia pra lembrar de uma época ou uma pessoa, e joguei o resto fora.

2. Cartões. Tinham uns muito legais. Dos meus tios, quando eu era bebê. Da tia da minha mãe, que já morreu. De colegas com os quais perdi contato. Mas tinha um monte de bobos. Tinham uns do garfield que só tinham escrito: "Parabéns!". Foi pro lixo. Tinham uns de pessoas das quais não gosto hoje. Não quero nada de mal pra essas pessoas, mas pra quê guardar cartões delas?

O conteúdo da minha gaveta: caixa de lembranças da Disney,
 revistas Capricho com matérias que eu escrevi, cards de
Arquivo X (sou nerd), canudo de diploma vazio, estojos fofinhos
da infância, caixa de cartas e várias outras coisas miúdas.
3. Viagens. Putz! Aí sim tinha muita coisa. Tinha catálogos imensos de propaganda de Paris. Pra quê? Lixo. Tinha folheto de museu, notinha de restaurante, um monte de inutilidades. Lixo. Guardei algumas entradas dos museus que eu mais gostei, uns mapas fininhos e outras coisas marcantes. Eu gosto de colocar algumas dessas coisas no álbum de fotos (sim, eu ainda revelo fotos, mas poucas) e gosto de rever as lembranças de tempos em tempos, mas não preciso ter tanta coisa que dê preguiça de abrir a gaveta.

4. Medalhas. De futebol do colégio, de corrida (que você ganha só por pagar e completar a prova), de basquete da faculdade... Escolhi três mais legais. Joguei o resto fora.

5. Carteirinhas e cartões. Eu tinha guardada a carteirinha do meu colégio de 1992, tinha cartão do banco vencido em 1999, cartão da lavanderia que eu usava quando morei nos Estados Unidos... Guardei algumas coisas. Mas joguei fora a maioria.

6. Figurinhas. Tinham umas feias e amareladas do Rei Leão, do Campeonato Brasileiro de 1992, da Pocahontas... Guardei uma amostra das 10 mais legais e joguei o resto fora.

Daqui a alguns dias, eu repasso a coleção e jogo mais coisas fora. Um possível próximo passo é escanear tudo o que sobrou e jogar o físico fora.

Eu não estou me desfazendo das lembranças de momentos passados e das minhas memórias. Tudo isso está dentro da minha cabeça e eu não vou esquecer. E se esquecer também, de que adianta ter o objeto? Ter objeto demais acaba é ocupando espaço e dando até preguiça de abrir as gavetas para ver o que tem dentro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um assunto delicado: emprestar dinheiro

Depois que a gente atinge a meta de viver abaixo dos nossos meios, começa a sobrar dinheiro no fim do mês. Quem tem dívidas vai quitá-las. E quem não tem, ou quem já as pagou, começa a ter - ou aumentar - economias.

E isso é ótimo: é a grana para emergências e oportunidades. Tanto nossas quanto das dos chegados. Há mais de 10 anos, quando meus pais trocaram de apartamento, eles precisaram de dinheiro líquido até vender o antigo e eu fiquei toda orgulhosa de poder ajudar com minhas economias de estagiária. Quando a minha irmã mais nova foi trabalhar em uma estação de esqui nas férias da faculdade, eu teria emprestado a grana da passagem com o maior prazer.

Mas às vezes as coisas não são tão claras. Tenho uma amiga que estudou durante três anos para passar em um bom concurso público. Tomou posse na fronteira e ficou lá mais de um ano antes de conseguir voltar pra mais perto de casa. Ela está ganhando bem, e agora uma irmã pediu uns dinheiros emprestados para comprar um apartamento.

A questão é que minha amiga não tem nem um apartamento pra ela (não é como se ela tivesse um patrimônio gigante e estivesse amarrando mixaria). E que a irmã vai juntar o empréstimo e um financiamento para comprar o imóvel. Ou seja, é uma grana que minha amiga só vai ver de volta daqui a muitos anos, depois que a dívida com o banco for paga.

Se fosse um problema de saúde ou a irmã estivesse desabrigada, não tinha nem dúvida: minha amiga até dava o dinheiro. Só que não é o caso. É mais financiar-o-estilo-de-vida-alheio mesmo.

Eu não tive uma sugestão para dar à minha amiga. Vou ficar aqui quebrando a cabeça até pensar em algum bom conselho.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um elogio ao silêncio

Ontem eu estava correndo e começou a vir na minha cabeça a ideia de falar sobre o silêncio. Isso porque muitas das minhas ideias surgem enquanto estou correndo, tomando banho ou deitada na cama antes de dormir. E o que todos esses momentos têm em comum é o silêncio.

Acho o mundo de hoje muito barulhento. Quem vive em grandes cidades, como eu, tem que escutar o tempo inteiro todo tipo de ruído: de carro, ônibus, buzina, gente gritando, música, obra, alarme, TV. Quando os barulhos não são dos outros, a gente cria os nossos, com TV ligada e música tocando para acompanhar tudo que a gente faz.

Eu gosto de música e de TV, mas às vezes sinto falta de ouvir meus próprios pensamentos.

Queria saber meditar, só que não consigo tranquilizar minha mente a esse ponto ainda, mas é uma possibilidade para o futuro.

Enquanto isso, procuro cultivar o silêncio em alguns momentos do dia, como quando corro ou como.

É bem interessante porque a falta de estímulos externos e de distrações me deixam focar no que estou fazendo e, logo, fazer melhor. Além disso, o silêncio me dá paz e tranquilidade, e deixa que eu pense sem interrupções e elabore melhor várias ideias. É quando resolvo dilemas, crio posts pro blog, elaboro roteiros quase inteiros pro meu trabalho... E tem até alguns preciosos minutos nos quais eu consigo não pensar em nada.


PS: Tentei ficar no silêncio no carro, mas não deu muito certo. Prefiro ficar distraída ouvindo o rádio do que ficar focando no trânsito maldito que eu pego. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Metamorfose ambulante

Sempre morei em apartamento. Quando eu era criança, era só passsar na frente de uma casa bonita que eu ficava imaginando que seria bom morar em uma casa grande e linda, com um monte de janelas, segundo andar e gramado.

Hoje, quando passo na frente de uma casa grande e linda, fico só pensando como deve dar trabalho manter e limpar aquilo tudo.

A gente muda, né? De ideia, de fase, de vontade, de percepção. Algumas pessoas são mais estáveis, e isso é bom. Outras pessoas, como eu, se interessam por coisas diferentes, e isso também é bom. E deve ter  quem passa por momentos diferentes: uma hora puro foco, outra hora puro furacão.

Como eu sou novidadeira, estou achando que o minimalismo é um ótimo estilo de vida para mim. Porque ele   torna mais fáceis as minhas mudanças.

(Você poderia imaginar que o contrário é que seria bom - que possuir um monte de coisas ia me "curar" dessa agitação toda. Olha, eu tentei. Não funcionou.)


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Um outro lado do desapego: quem ganha

A gente sempre fala sobre como é bom desapegar das roupas, dos livros e dos objetos que temos para ganhar mais espaço, mobilidade e liberdade; mas a gente nem sempre se lembra do outro lado, que é mais importante ainda, que é de quem recebe isso tudo.

Os objetos existem para serem usados. Um livro juntando poeira em uma estante, um eletrodoméstico encostado em um canto da casa desligado e uma roupa não usada no armário não são nada. E enquanto você está ocupando espaço com aquilo, outra pessoa poderia estar lendo um livro novo, ouvindo música no som que ganhou ou tendo uma roupa pra usar.

Lembro quando a Lud foi se mudar pela primeira vez e me deu uma caixa cheia de livros. Devorei os livros. Li todos. Fiquei tão feliz!

Lá em casa tinha um freezer de muito tempo atrás, da época que minha mãe não trabalhava fora então cozinhava sempre em casa. Já há alguns bons anos, o freezer quase não era utilizado. Até que minha mãe desapegou e deu o freezer pra porteira lá do prédio, que ficou super feliz, porque ela sim tinha muitas utilidades para o freezer. Ela ficou feliz. Minha mãe ficou feliz.

Blusas fofas e novinhas, mas
não muito adultas.
Eu tinha umas blusas lindas, mas meio infantis, que eu trouxe da Disney quando eu trabalhei lá. Tudo praticamente novo. Comprei porque eu tinha desconto, armadilha que não me pega mais, mas já me pegou muito nesta vida. Dei para minha mãe dar para uma das alunas dela. As roupas eram novas. A menina ficou feliz. Eu fiquei feliz.

Quando fui desapegar dos cosméticos, dei uns hidratantes pra minha mãe. Ela usa muito e estava tendo que comprar. Eu não uso nunca e tinha uns 5 no armário. Todo mundo ficou feliz.

Às vezes, quando eu fico com dó de me desfazer de alguma coisa que eu não uso, eu penso na alegria que aquilo pode dar a alguém e isso me ajuda logo a decidir.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fique rico hoje!

Tudo nesse mundo é relativo, e riqueza também. Os reis mais poderosos da Idade Média tinham castelos e navios, mas não tinham eletricidade ou água encanada. Em questão de conforto, a gente hoje vive muito melhor.

Acho que uma boa definição de riqueza é "ter mais do que precisa". Ou seja, ter dinheiro sobrando.

O problema é que a maioria das pessoas não sabe lidar ter dinheiro que sobra. Quando a renda aumenta, a/o indivídua/o aumenta imediatamente o custo de seu estilo de vida. E se começa a competir com os irmãos/vizinhos/colegas de trabalho (quem tem o carro melhor? A casa maior? O celular mais moderno?) aí é que a coisa complica mesmo.

Você pode ficar rico hoje se mudar a sua percepção de mundo. Se você tem acesso à casa, educação, alimentação e remédio, você está bem, meu amigo. Pare de se comparar com o Eike Batista e lembre que 5 bilhões de pessoas vivem com menos de 10 dólares por dia.

Você tem acesso à internet e está lendo este blog? São grandes as chances do que você tenha dinheiro de sobra. Você é que não percebeu ainda.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Casamento: um desafio minimalista

Nesse fim de semana, tive um casamento para ir. Mais do que isso: eu era madrinha e a noiva é minha prima e grande amiga.

O presente foi tranquilo de escolher. Ela deu opções e eu escolhi o que podia ser mais útil. O desafio começou na hora de me arrumar.

As exigências sociais para mulheres são muitas. Era mais do que esperado que eu passasse o dia no salão fazendo penteado, maquiagem e unhas. Eu perderia a tarde inteira e mais um tanto de dinheiro que não estou podendo gastar.

Fiquei pensando em como essa exigência é injusta, e como a graça do casamento é encontrar as pessoas, se divertir, presenciar o ritual. E nada disso depende do salão.

Eu no casamento,
de cabelos naturais
e com meu copo
d'água.
Tem uma outra questão também. Há cerca de um ano, resolvi assumir meus cabelos anelados. Não foi fácil. Quem tem cabelo enrolado sabe a pressão que é para mantê-lo liso de qualquer jeito, mesmo que seja usando formol, que faz mal pra saúde. Eu sofri muito e me sujeitei muito por bastante tempo, mas venci isso e hoje uso meus anelados feliz e orgulhosa. Não queria então, justamente numa data importante quanto um casamento, estar de cabelo liso.

Abri mão do salão. De tarde, fiquei em casa assistindo Arquivo X e dei uma cochilada, para estar pronta e animada pra festança.

Quando cheguei lá, desafio 2. Como não exagerar? Aquele tanto de comidas e bebidas. E eu gosto de uma bebidinha, viu? Mas aí fiquei pensando na ressaca do dia seguinte e nas coisas que eu não ia lembrar se eu me entregasse ao wiskie. Então eu bebi, mas pouco, e sempre bebendo água nos intervalos. Não abusei dos salgados e doces também, para não me dar sono antes da hora. Mas fui comendo um pouquinho de tempos em tempos pra manter o pique e o estômago intactos.

Resultado: me diverti muito, me emocionei, dancei, tirei fotos, abracei pessoas queridas. Fui bem feliz. Como tinha dormido à tarde, aproveitei tudo inteirona. Como não bebi em excesso, no dia seguinte eu estava pronta pra outra. Ganhei uma tarde e um dia inteiro. E não perdi nada.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dando e recebendo presentes

Um dos problemas quando você se torna uma pessoa minimalista é convencer as pessoas que você não quer ganhar mais objetos nas datas festivas. Você explica que está diminuindo suas posses, que gosta de experiências e de consumíveis, mas o povo acha que é da boca pra fora e continua te dando coisinhas, mesmo você pedindo chocolates e vale-livros digitais.

Enfim. É reclamar de barriga cheia, eu sei. E já desenvolvi estratégias para lidar com o fato:

Estratégia 1: pensar em algo do qual você realmente esteja precisando e pedir com todas as letras. Pudor é para os fracos. No meu aniversário, pedi para minha irmã D. um par de sapatilhas pretas. Saímos para comprá-las juntas, e elas são ótimas. Obs: assim que ganhei esse par de sapatos novos, doei um par antigo. Estou disciplinada.

Estratégia 2: botar o presente na gaveta de presentes e destiná-lo ao próximo aniversariante. Eu faço isso,  mals aê. Não vejo razão para não representear objetos, se eles estão novos em folha e são a cara da vítima, opa, do presenteado.

Outra questão é dar presentes. Quando você se torna minimalista, você passa a não gostar de dar objetos bagulhentos para as pessoas, até porque acha que a casa deles já tem bagulho demais. E aí fica difícil, porque a maior parte dos presentes disponíveis do mercado (e que o povo valoriza!) são desse tipo. As alternativas que encontrei são:

Alternativa 1: dar bens consumíveis, como alimentos e sabonetes.

Alternativa 2: combinar um programa - sair para jantar em vez de trocar presentes, por exemplo. Esse ainda não deu certo, porque no meu aniversário preferi sapatos. Mas está na lista de possibilidades.

Alternativa 3: dar experiências. Nossos sobrinhos vão viajar no começo do ano, então decidimos presenteá-los com ingressos para parques.

Agora estamos quebrando a cabeça para decidir o que pedir no natal. Como não vamos ter nem mais casa, é possível que as pessoas acreditem que, de fato, não queremos ganhar cousas. Será que rola de pedir dinheiro?


domingo, 14 de outubro de 2012

Desapegando dos enfeites

Dar um toque pessoal na decoração é muito legal, mas consome tempo e dinheiro.

Como sou eu que limpo a poeira dos meus móveis, comecei a perceber como era um saco tirar todos aqueles enfeites, limpar o móvel, limpar os enfeites e colocá-los de volta no lugar. Sem contar que o estímulo visual no meu quarto estava meio excessivo, e eu estou buscando maneiras de dormir melhor. Sem contar ainda que, com tantos enfeites, eu estava sem espaço para colocar as coisas que usava quando as estava usando. Por exemplo, a garrafinha de água que estava bebendo enquanto via TV, o remédio que eu tinha que lembrar de tomar no dia seguinte assim que acordasse, o livro que estava lendo, o celular e por aí vai.

Eu acho que alguns poucos enfeites é legal de ter sim, mas como meu espaço aqui é muito limitado, preferi priorizar ter mais espaço livre e fácil de limpar.

Quando fui escolher os enfeites que ia doar e os que iria manter, comecei a reparar que eu nem lembrava mais de cada um deles. Como estavam sempre ali, na minha cabeça formavam uma paisagem amorfa, e eu não reparava há tempos nos detalhes. Qual era o sentido então?

Fiz o seguinte. Deixei nos móveis apenas os enfeites úteis. Do resto, escolhi alguns pra ir pra me gaveta de lembranças. Doei pra minha irmã o que ela quis e joguei o resto fora.

A gaveta de lembranças, aliás, é a próxima a passar pelo processo de desapego.

Como era antes a mesinha do lado da minha cama. Só ficou o abajur e o gatinho (que é um tocador de música).

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O que você faria antes do fim do mundo?

Acabo de assistir ao filme "Até que o fim do mundo nos separe". É bem bacaninha. O mundo vai acabar em três semanas, e o Steve Carell e a Keira Knightley vão juntos procurar um antigo amor dele e alguém que pilote um avião para levá-la de volta para a Inglaterra.

Esse tipo de filme sempre me deixa pensando como eu me comportaria diante de uma situação semelhante. Acho uma boa maneira de avaliar se estamos levando vidas significativas ou só fazendo hora. É claro que não dá para vivermos sempre como se cada dia fosse o último, mas se o nossa rotina é completamente diferente do que seria se a gente soubesse que não temos muito tempo, é caso de se pensar.

Fico feliz de reportar que fui bem na minha própria avaliação. Se o mundo acabasse em três semanas, eu viveria parecido com o que tenho feito até agora - só adiantaria a data de partida para amanhã.

E talvez comprasse uma passagem de primeira classe.


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Minimalismo, uma questão de escolha

Refletindo sobre o post de ontem, fiquei pensando sobre como o minimalismo não se trata de abdicar de nada, mas sim de escolhas.

Tem um princípio básico da economia que diz que os desejos são ilimitados, mas os recursos são limitados. Por mais que a gente queira, temos que lidar com o fato de que tempo, dinheiro e espaço são finitos. Já que é assim, a grande sacada da coisa é escolher o que fazer com esses recursos.

A gente diz de focar no essencial, mas é fato que o essencial para cada um é diferente. É muito relativo. Adotar o minimalismo faz então com que a gente se questione sobre o que é mais importante pra gente e não vá seguindo o fluxo cegamente.

Quando a gente não sabe o que é o essencial para a gente, acabamos respondendo sem pensar aos estímulos que as outras pessoas nos dão, que são de acordo com o interesse delas, que nem sempre são os mesmos que os nossos.

As lojas querem vender, a mídia idem e ainda quer formar opinião, seu chefe quer que você produza o máximo possível, e por aí vai. Mas e você? O que você quer?

Então o minimalismo é um exercício de autoanálise constante. E, ao descobrir nossas reais prioridades, a gente tem a chance de aproveitar muito melhor os recursos limitados que a gente tem.

A gente não pode escolher ter mais horas em um dia, mas podemos escolher o que fazer com as que temos. Dinheiro e espaço são um pouco mais flexíveis, mas há o limite também.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A agenda positiva do minimalismo

Às vezes, fica parecendo que minimalismo é só desapegar, desfazer, diminuir. Um monte de nãos.

Mas a parte dos nãos é só o começo. Depois é que vem a fase realmente boa.

Pense comigo: o que você faria...
- se tivesse mais tempo?
- se tivesse mais dinheiro?
- se tivesse menos preocupações?
- se tivesse menos obrigações?

Pensou?

Então. Agora que você é minimalista, você tem.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

As exigências da corrida (ou falta delas)

Inspirada pelos comentários no meu último post (Adriana, Tatiana e Freetalker, muito obrigada), resolvi falar um pouco mais sobre corrida. Vamos lá...

A tecnologia e os avanços científicos podem ajudar muito na nossa vida. Sem dúvida. Não tenho como e nem por que negar que seria excelente correr com acompanhamento médico de especialistas, com os melhores tênis, roupas e apetrechos. Claro que ajuda, e muito. Mas meu ponto é que não é o essencial para correr. Se você quer correr mesmo, o que é imprescindível é só seu corpo.

Veja bem... Eu pratico tênis. Para jogar tênis eu preciso de, no mínimo, um oponente, uma quadra com rede e marcação, uma raquete e bolinhas (no mínimo uma). Isso é o mínimo. Sem isso, não é possível jogar. Geralmente, a quadra é dentro de um clube e é preciso pagar para frequentar. Sem contar que há todo um conjunto de regras de pontuação, de como sacar e onde etc. Sem contar ainda que é um esporte que requer muita técnica e treinamento. Mas podemos ir além. É só entrar em um site como o Próspin para ver as possibilidades.

Mas a corrida não precisa de nada. É só ir. É muita liberdade.

Adoro os dois, mas um é muito mais minimalista, não?

Para quem vai começar a correr e não quer se machucar, sugiro começar caminhando. Caminhar é uma delícia. É mais tranquilo ainda do que correr. Escolha um lugar agradável, perto da sua casa ou do trabalho e vá. Sugiro a proximidade porque ter que pegar carro ou ônibus pra ir caminhar tira um pouco o propósito da coisa e acaba desanimando a gente depois de uns dias.

Depois, ao poucos, corra um pouquinho e caminhe o resto. Depois vá aumentando esse tempo de corrida. Mas é preciso prestar muita atenção aos sinais do seu corpo. Sentiu dor no tornozelo, no joelho, no coração, no pulmão? Pare imediatamente e procure um médico.

Nosso corpo nos dá sinais o tempo todo. É só estar atento para percebê-los.

PS: Queria dizer ainda que, na verdade, acho muito importante ir ao médico regularmente (independentemente de esportes) fazer alguns exames e manter a saúde em dia. 

PPS: O assunto corrida rende. Acho que vou precisar de mais post. Quem tiver interesse, recomendo ler os comentários do meu último post que foram muito legais. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Pessoas de muito sucesso e guarda-roupa reduzido

Diz a lenda que Einstein tinha 5 ternos iguais no armário, um para cada dia da semana. Quando perguntaram a ele a razão, Einstein respondeu que não queria gastar tutano com decisões sem importância.

Ok, nós não somos físicos mundialmente reconhecidos e/ou professores universitários com estabilidade no emprego. Mas eu acho que a ideia tem seus méritos. E não sou só eu. Olha só esse povo aqui:

Moço do iPhone (Steve Jobs)

Mocinho do Facebook (Mark Zukerberg)
Ah, mas é a turma da tecnologia, você dirá. Olha, nem é:

Moça da Avon (Andrea Jung, diretora)
Moço do Project Runaway (Michael Kors, designer)
Moço de American Idol (Simon Cowell, mau-humorado profissional)
Moral da história: se esse povo usa um guarda-roupa minimalista, quem são os seus colegas de trabalho (ou sua mãe) para reclamar que você não tem variedade no armário?

Fotos daqui.

sábado, 6 de outubro de 2012

Corrida, um esporte minimalista

Sempre adorei praticar esportes. Desde criança. Atualmente, eu pratico tênis e corrida. Tênis é muito divertido, mas é um dos esportes mais complicados de se praticar, porque exige muita técnica, equipamentos caro, uma quadra, pelo menos um oponente... Já a corrida é uma coisa linda de esporte minimalista.


Ia escrever sobre isso, mas lembrei que já escrevi em um blog que eu tentei criar e que acabei largando duas vezes. Vou aproveitar o texto de lá então, que escrevi em fevereiro de 2010. Lá vai:


Há alguns anos, para melhorar meu desempenho na capoeira, comecei a praticar corrida. Eu adoro correr. Acho o esporte mais democrático e acessível de todos. Você não precisa pagar um lugar, nem um professor. Pode ir sozinho ou acompanhado, a hora que quiser, onde quiser. Olha que liberdade...

Qualquer um pode correr. É só colocar seu tênis (ou não... nem o tênis é pré-requisito) e ir pra rua correr. Simples, não?

Mas aí o negócio virou moda. E logo logo encontraram um jeito de ganhar dinheiro com corrida. Então, os ricos foram aderindo e, de repente, para correr "é preciso" ter um tênis de 500 reais, um monitor cardíaco de outros 500 reais (fundamental, dizem), frequentar cardiologista e nutricionista do esporte, participar de todas as corridas da Adidas, da Nike e de qualquer outra marca que resolva fazer corridas (e são muitas, viu? virou dinheiro fácil) por módicos 70 reais em média. Isso fora o ipod, o acessório para pregá-lo no braço, as garrafinhas de água, os shorts e as blusas de materiais carérrimos, os géis repositores de não sei o quê.

Ah... E tem o personal runner. Quer coisa mais ridícula? Alguém pra te ensinar a correr? Como assim te ensinar a correr? A gente aprende isso lá com 2 anos de idade, não?

Bom... De repente, todo mundo da classe média (e um pouco acima) corre. E todo mundo entra fácil no esquema. Eu resisti, viu? Quase comprei o monitor cardíaco, mas cheguei à conclusão que eu consigo sentir se meu batimento está acelerado demais ou de menos. Meu coração está dentro de mim. Eu sinto ele batendo. Não preciso do aparelho para isto, certo? Então continuo no meu esporte democrático e econômico.



PS: Com relação ao que eu pensava em 2010, eu só acho que o personal runner pode ser útil se a pessoa quiser treinar pra disputar maratonas. Poderia ser útil pra alguém com alguma dificuldade física, mas nesse caso acho melhor procurar um fisioterapeuta. E, para que qualquer pessoa não se machuque, é fundamental não exagerar, começar aos pouquinhos, prestar atenção no próprio corpo... Bom... Acho que isso merece outro post. :)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Oi oi oi

Eu sempre fui acumulenta, mas do final de 2010 arrumei uma nova alegria: me desfazer das coisas. O que mostra que o ser humano (ou pelo menos o ser ludiano) é infinitamente adaptável, uma vez que ele tenha um objetivo a alcançar.

Existe uma grande sensação de liberdade em diminuir o número de objetos que eu tenho. É como se eu estivesse dizendo para mim mesma: eu dou conta, eu sei o que estou fazendo, eu não preciso possuir isso ou aquilo para me sentir segura.

Sim, eu tive momentos de dúvida. Jogo ou não jogo fora? Nas últimas semanas, descobri que posso confiar em mim mesma nesses momentos.

Precisei de umas gravuras (para tampar o estrago que eu fiz na parede de qualidade duvidosa com minha fita dupla-face) e de um corretivo (para esconder as minhas recém-adquiridas perebas) e eles estavam lá, guardadinhos (um dos corretivos já tinha passado da data de validade e, apesar de eu achar que data de validade é sugestão, o cheiro tinha mudado, então - lixo).

Falando das minhas perebas, cada uma delas dura tanto - um mês, mais ou menos - que vou começar a dar nome pras danadas. A mais velha e mais feia eu vou batizar, claro, de Nilo. Hihihi.

(A pessoa descobre que está se envolvendo demais com a novela das nove quando usa os personagens para nomear suas espinhas. E quando, ao dizer oi para alguém e o outro responder, ela repetir o oi. Oi oi oi.)


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Aprendendo com a Engenharia: FIFO

No meu trabalho, presto consultoria para empresas de engenharia. Aprendi várias coisas interessantes que podem muito ser aplicadas à nossa vida particular.

A área de gestão de estoques tem várias ideias e técnicas interessantes. Uma que eu me lembro muito é a que eles chama de FIFO, que vem do inglês "first in first out" e prega que aquilo que foi adquirido primeiro seja usado primeiro.

A metodologia não serve para todos os produtos e todas as situações, mas é muito útil para que as empresas não esqueçam lá no fundo do almoxarifado (no nosso caso, do armário) os produtos que foram comprados e guardados primeiro, correndo o risco de eles perderam a validade ou a qualidade, enquanto se compra e usa os novos.

Além disso, acho legal aplicar o FIFO para que a gente não fique guardando muita coisa em estado "mais ou menos", sabe?

Exemplo que aconteceu comigo: quando fui fazer minha limpa de cosméticos, vi que tinha um tanto de sabonete. Na hora de escolher os que vou usar, melhor começar usando os mais antigos e ir esgotando cada um, e assim tendo cada vez menos sabonetes ocupando espaço e perdendo a validade.


O FIFO é legal pra roupas também. Outro exemplo... Eu tenho 5 blusas que uso pra jogar tênis, 2 que eu comprei há mais tempo e 3 novas. Se eu ficar usando só as 3 novas, eu vou ficar com 2 encalhadas no armário ocupando espaço inutilmente. Além disso, em pouco tempo eu terei 5 blusas velhas, não vou querer usar nenhuma e vou comprar mais 3 blusas novas, tendo agora 5 blusas não usadas no armário e 8 no total.

Então... Não seria melhor usar essas 2 blusas, um dia ou outro usando uma das novas também quando der vontade, até elas acabarem?

Aí você pode pensar :
"Ai... Credo, Fernanda. Você quer que eu fique usando roupas velhas?!? Não gostei dessa de minimalismo não".

Aí eu te respondo:
"Se as roupas são velhas e você não quer usá-las, por que você ainda tem essas roupas? Doa pra alguém. Você vai fazer uma pessoa feliz. E de quebra você ganha mais espaço no armário. Todo mundo sai ganhando."

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Mais uma edição no guarda-roupa

Eu tinha um montão de portas de armário mais uma cômoda grande, e agora tenho duas portas (que eu divido com o Leo) e duas gavetas. E mesmo assim ando achando que está sobrando roupa - isto é, tem várias que eu não uso.

No domingo aproveitei para investigar essa impressão mais a fundo. E era verdade. Enchi três sacolinhas com blusas, casacos e roupas de ginástica que estavam encostadas faz um tempo. Eu faço caminhadas com frequência, mas prefiro short ou calça larguinhos - cansei desse negócio de mulher ter de usar roupa colada. As calças de ginástica eram justas e estavam guardadas porque eu tinha a ilusão que um dia eu ia começar a fazer ioga e precisaria delas. Como até hoje não comecei, acho que posso destinar, né não?

Também comecei a me desfazer das peças repetidas, mesmo que em bom estado: quem precisa de seis ou sete pijamas? Dois quentinhos e dois frescos está mais do que bom (um dia eu chego a um de cada, mas só quando eu tiver máquina de lavar em casa, ou arrumar uma lavanderia mais eficiente).

E descobri um lugar legal pra doar tudo isso: o Hospital de Base de Brasília.

Armário mais vazio e mais feliz

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Desapegando da perfeição

Muita gente acha lindo falar na entrevista de trabalho que seu defeito é ser perfeccionista, porque acham (e as matérias de revista e jornal reforçam isso) que é uma característica ótima, que as empresas vão adorar.

As empresas podem até adorar, mas só se elas não forem muito espertas, porque vou te contar que ser perfeccionista não é essa maravilha toda não. É um defeito mesmo.

A pessoa perfeccionista vive estressada e insatisfeita. Lógico. Porque ela quer ser perfeita e ninguém é perfeita. A pessoa perfeccionista presta mais atenção aos detalhes insignificantes do que no que realmente importa. A pessoa perfeccionista nunca arrisca, porque ela poderia errar, e ela não admite isso.

Sou uma perfeccionista em redenção.

Tudo começou quando me deram dois dias pra preparar uma apresentação e eu fiquei desesperada porque não ia dar tempo de fazer tudo perfeito. Estava tão preocupada que não sabia por onde começar. Fiquei paralisada, só pensando: "Não vai dar tempo. É muita coisa. Vai ser um fracasso". Saí da minha sala pra pegar café e encontrei com um colega meu, que me perguntou o porquê do meu estado e me deu um conselho que mudou minha vida:

"Não tem nada que você possa fazer pra mudar o prazo que tem. Então escolhe o mais importante e faz o que conseguir no tempo que tem. Se você escolher bem e fizer bem, vai ficar acima da expectativa deles. Você vai ver."

Parece bobagem, mas mudou minha maneira de lidar com o trabalho. Percebi que não adianta eu ficar desesperada que isso não vai mudar a duração dos dias. Mas uma coisa eu posso fazer. Escolher o que eu prefiro fazer nesse tempo limitado que eu tenho.

É tudo uma questão de definir prioridades. Eu posso escolher me preocupar com o conteúdo da apresentação ao invés de ficar checando se os espaçamentos entre os parágrafos estão todos padronizados. Se der tempo, eu checo os espaçamentos.

Depois que eu percebi isso, finalmente entendi aquela citação que diz: "O bom é inimigo do ótimo. Quando o tempo é crucial, você tem que fazer concessões inteligentes." do cardiologista e professor O. Wayne Isom. Simples, né? E é verdade. A gente nunca vai conseguir fazer tudo que quer. Tanto no trabalho quanto na vida mesmo. Nem adianta tentar. Então temos que escolher o melhor, o mais importante, e se dedicar àquilo com total foco e determinação.


PS: Eu acho que a tradução da citação que usei acima é inadequada, apesar de ser a forma mais usada no Brasil. O original é "The enemy of 'good' is 'perfect.' When time is critical, you have to make intelligent compromises.". Na perimeira frase, acho que seria melhor dizer: "O perfeito é inimigo do bom." Faz mais sentido, não?

PPS: Hoje é meu aniversário :)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Usando seus poderes para o mal. Só que ao contrário

Quando a gente tem objetivos e metas, geralmente  nos aconselham a usar nossas qualidades, como persistência, coragem e determinação, para alcançá-los. O problema é que nós somos seres humanos imperfeitos, e às vezes nem temos muito dessas qualidades, ou nos cansamos de usá-las (eu sei que eu me canso).

A notícia boa é que podemos usar nossos defeitos também. A ideia é do William Douglas, o papa dos estudos para concurso que, estando de dieta, usava a preguiça para resistir aos passeios à geladeira.

Bem utilizada, a preguiça é um ótimo defeito. Quer parar de comprar? Então, quando te chamarem para ir ao shopping, pense nas filas, na falta de vagas, na demora para pagar o estacionamento, no monte de gente se acotovelando na praça de alimentação e deixe a preguiça te dominar. Decidiu diminuir o uso da internet? Desligue sempre o computador quando terminar uma tarefa e depois lembre do trabalho de ligar de novo, botar a senha, esperar carregar... Está pensando em diminuir suas posses? Foque em como  vai ser mais fácil e rápido arrumar a casa e os armários tendo poucos, pouquíssimos objetos. (Aliás, existe uma piada entre os minimalistas que diz que eles não se preocupam com organização, porque têm tão pouca coisa que nem há o que organizar.)

Na minha fase atual, os pecados capitais que eu estou cultivando são a avareza (também conhecida como pão-durice) e a vaidade: me orgulho muito de ter decidido como vou levar minha vida, e nem ligo pro povo que acha que eu sou meio doida.